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Depois da vitória em Guimarães, ontem foi dia do Benfica receber o Marítimo em casa, numa jornada da Liga NOS disputada a meio da semana. Para este jogo, Rui Vitória fez apenas uma alteração na equipa titular, entrando Carcela para o lugar de Nico Gaitán. Júlio César, André Almeida, Lisandro, Jardel, Eliseu, Fejsa, Renato Sanches, Carcela, Pizzi, Jonas e Raúl. Foi com este 11 inicial que nos apresentámos no Estádio da Luz.
Ontem, na 8ª jornada da Liga NOS, o Benfica recebeu em casa o Sporting, no derby que faz parar o país. Para este jogo, Rui Vitória não mexeu na equipa que defrontou o Galatasaray na última 4ª feira, tendo apresentado o mesmo 11 inicial.
O jogo começou algo dividido, mas com o Benfica a estar um pouco por cima, chegando mais perto da baliza de Rui Patrício. No entanto, na 1ª vez que o Sporting vai à baliza, marca golo. André Almeida perde a bola e Teo marca o primeiro golo da partida, depois de passe de Adrien.
O Benfica tentou responder ao golo do Sporting, pressionando e chegando perto da baliza adversária. Jonas atira ao lado, após passe de Gonçalo Guedes e depois chega atrasado a um cruzamento de Gaitán. Com o passar dos minutos, o ritmo de jogo foi baixando e o Benfica já não estava a ter tanta bola.
Aos 22 minutos, o 0-2 no marcador. Cruzamento de Jefferson na esquerda e Slimani a cabecear sozinho na área, fazendo o segundo golo do jogo. Perto dos 30 minutos de jogo, o Benfica cria perigo, mas o remate de Jonas sai por cima da barra. Já se notava muito nervosismo em vários jogadores do Benfica.
De contra-ataque, o Sporting faz o 0-3 aos 36 minutos, por Bryan Ruiz. O Benfica acusava muito os golos adversários e a equipa estava de cabeça perdida. Nada saía de bom no jogo. Faziam muitas faltas e pressionavam com pouca cabeça.
O intervalo chegou mesmo com o Benfica a perder por 0-3.
A equipa de Rui Vitória não entrou mal no jogo, mas com os golos do Sporting a sucederem-se, a 1ª parte tornou-se um pesadelo. Nunca se conseguiu arranjar antídoto para a presença de João Mário no meio-campo, quando saía do lado direito do ataque. Depois a equipa continua péssima a reagir à perda e a fazer a transição defensiva, e isso custou muito caro. Perdemos a bola, mas depois a pressão é feita sem grande critério e somos facilmente ludibriados pelos adversários. Muito passivos defensivamente, e com pouca atitude.
Não conseguimos ter uma única verdadeira oportunidade de golo em 45 minutos, o que é muito preocupante. A posse de bola foi com fraca qualidade e só a tínhamos até certo ponto. Quando se entrava em zonas mais na frente, não conseguimos ultrapassar a pressão do Sporting, a não ser com a lateralização do jogo. Saídas a jogar também sofríveis.
Júlio César ficou mal na fotografia no 1º golo, dando a ideia que a bola lhe escorregou da mão. Os laterais pouco deram ao jogo da equipa, tanto ofensivamente como defensivamente. Os centrais tiveram dificuldades com as movimentações dos dois avançados e com o espaço que eles procuravam entre a defesa e meio-campo do Benfica, posicionando-se várias vezes mal. A dupla de meio-campo não esteve bem. Pressão pouco eficaz, perdas de bola e dificuldade perante a inferioridade numérica.
Gaitán tentou fazer tudo sozinho, mas para a frente. Já para trás, que corressem os outros. Guedes pouco apareceu. Jonas também teve pouco espaço. Jorge Jesus conhece o jogo dele e tentou evitar que existisse aquele espaço entre linhas para ele jogar. Raúl Jiménez andou por muitos sítios, mas acabou por não estar em nenhum. Correu muito, mas com pouco critério.
Só assim o Benfica conseguia chegar com a bola na área.
Para a 2ª parte, Rui Vitória fez uma alteração. Entrou Fejsa e saiu Eliseu. André Almeida foi para lateral esquerdo e Fejsa foi colocar-se no meio-campo. Logo aos 47 minutos, Fejsa leva cartão amarelo.
O Sporting controlava o ritmo do jogo. O Benfica jogava muito com o coração e pouco com a cabeça, e pouco ou nada de bom criava no jogo. O Sporting quase volta a marcar aos 57 minutos, mas o remate de Jefferson sai ao lado da baliza de Júlio César. Fejsa sai lesionado aos 67 minutos, e para o seu lugar entra Pizzi.
A equipa de Rui Vitória não conseguia criar nenhum lance de perigo. Era uma equipa lenta e muito previsível em campo. O Sporting ia trocando a bola, pressionando e gerindo o ritmo de jogo conforme lhe dava mais jeito. Aos 69 minutos, a única grande oportunidade do Benfica no jogo. Raúl Jiménez evita que a bola saia, deixando Naldo para trás, mas não consegue finalizar depois a jogada. Pouco depois, Samaris também leva algum perigo para a baliza de Rui Patrício, depois de um remate de longe.
Pizzi, aos 77 minutos, atira ao lado da baliza de Rui Patrício, depois de uma das poucas vezes que o Benfica conseguiu chegar com a bola controlada na frente. Depois desse lance, Rui Vitória faz a 3ª substituição. Entra Mitroglou e sai Gonçalo Guedes, passando Jiménez para o lado direito.
Já existiam mais espaços neste momento e o Sporting já deixava jogar mais, mas nem assim a equipa de Rui Vitória criava grande perigo. Num lance caricato aos 88 minutos, Luisão quase marca autogolo, mas Júlio César consegue evitar quase em cima da linha.
O jogo acabou pouco depois, com o Benfica a perder em casa contra o Sporting por 0-3.
Não há muito a dizer desta 2ª parte. Benfica continuou uma equipa muito lenta e previsível, com uma qualidade de pressão e de posse de bola muito fraca. Jogadores completamente desinspirados e com falta de atitude. A equipa chegava sempre atrasada aos lances, já que os jogadores estavam sempre distantes.
A defesa acabou por melhorar um pouco, fechando melhor os espaços. A pressão continuou a ser muito fraca. No meio-campo pouco se notou a entrada de Fejsa ou Pizzi. Guedes desaparecido, Gaitán a jogar só para a frente e muito individualista. Jiménez e Jonas continuaram desaparecidos no jogo.
Este foi um péssimo jogo do Benfica. Aliás, não foi péssimo, foi vergonhoso. Não há que passar a mão pelo pêlo ou fazer cafunés na cabeça. Há que se assumir as responsabilidades do que se passou em campo. O Benfica perdeu em casa por 0-3 com o Sporting. Repito. O Benfica perdeu em casa por 0-3 com o Sporting. E tudo isto com 3 golos em 45 minutos. Mais. O Benfica apenas criou uma oportunidade de golo durante o jogo todo e que acabou por acontecer devido a um erro de Naldo e insistência de Raúl. Isto é bastante preocupante.
A atitude dos adeptos foi, de facto, de grande valor durante aqueles cânticos aos 70 minutos. Foi, no entanto, uma declaração de amor ao clube, não ao que se passou dentro do campo. Essa não pode ser a questão central de um jogo onde o Benfica perde em casa por 0-3 com o seu maior rival. E depois de termos sido completamente vergados em campo, as questões ao treinador do Benfica e as respostas, prendem-se muito com a atitude dos adeptos. Afinal o que estava em causa não eram os 3 pontos? Isto acontece depois de semanas em que tudo se disse do clube, em que se pediu a resposta em campo, mostrar o orgulho ferido, e o que aconteceu foi isto. Ainda somos o Benfica. Há que existir exigência.
Não percebo Rui Vitória. Diz que a equipa estava completamente preparada para o jogo, mas não estava. Tirando aqueles minutos iniciais, o jogo foi sempre jogado da forma que interessava ao Sporting. Não estava preparada para as movimentações de Teo, para os movimentos de João Mário, para a subida em bloco da defesa, para arranjar soluções na saída de bola, para jogar sem Jonas no espaço entre linhas, para os cruzamentos de Jefferson, para os contra-ataques, e podia continuar.
Rui Vitória diz que as suas equipas têm de saber reagir à perda da bola, mas neste jogo existiu um mundo e mais alguns de diferença entre as duas equipas. A posse de bola foi fraca, lenta e previsível. A transição defensiva foi péssima. E pior, a atitude em campo foi lamentável. Já nem vou pegar nas substituições, não vale a pena.
Eu sei que não tens culpa de muitas lacunas que existem no plantel, mas o que se passou é muito mau. Cria soluções, não insistas em algo que já viste que não serve. Onde anda o Cristante, Carcela, Djuricic, Renato Sanches, João Teixeira? E acho que Mitroglou devia ter jogado neste jogo, segurando mais a defesa do Sporting, tendo também mais presença na área. Sei que não é rápido, mas tem marcado. Depois colocamos um avançado a médio ala nos últimos minutos.
Rui, isto é o Benfica. Não é só falar na família Benfiquista, nos processos, no rumo. Nesta altura, já há que mostrar muito mais em campo. O que é certo é que em 3 jogos contra Porto ou Sporting, o Benfica tem 3 derrotas. O que é certo também, é que em 12 jogos oficiais do Benfica este ano, já se contam 5 derrotas.
Exigem-se melhorias, muitas melhorias e o assumir de responsabilidades do que se passou. Lá estaremos 6ª feira em Aveiro, onde é mais do que obrigatório ganhar.
O Benfica começou ontem a sua campanha na Liga dos Campeões 15/16. O adversário foi o Astana, que se estreava na prova com uma visita ao Estádio da Luz. Para este jogo, Rui Vitória não mexeu na equipa, fazendo alinhar o mesmo 11 titular que defrontou o Belenenses na 6ª feira.
Os primeiros 15 minutos, como se esperava, foram de grande domínio do Benfica na posse de bola. O Astana remetia-se ao seu meio-campo, defendendo num 4-1-4-1, tentando ter a linha da defesa e dos médios próxima. Apenas o avançado pressionava mais na frente, o resto apenas o fazia quando a bola entrava no seu meio-campo. O Benfica teve quase toda a posse de bola durante esse tempo, mas não resultou em nada perigoso. Ou por maus passes, perdas de bola em iniciativas individuais ou falta de dinâmica ofensiva, o que é certo é que pouco se via ofensivamente.
Aos 20 minutos, livre perigoso a favor dos encarnados. Gonçalo Guedes faz uma diagonal servida por um passe de Jonas, sendo posteriormente derrubado em falta. O Benfica recuperava quase sempre muito rápido a bola depois de a perder, mas depois não conseguia criar grandes desequilíbrios. Aos 30 minutos surge a primeira grande oportunidade de golo do Benfica. Cruzamento de Nélson Semedo e Jonas na área a trabalhar muito bem, mas o guarda-redes do Astana evitou o golo. Pouco tempo depois, o Astana chega com algum perigo à baliza do Benfica. Gaitán perde a bola e fica a pedir falta ao árbitro, os jogadores do Benfica ficam também parados enquanto o jogador do Astana segue com a bola, mas o remate acaba por sair ao lado.
O intervalo aproximava-se e o jogo continuava igual a si mesmo. O Astana soltou-se um pouco mais nos últimos minutos da 1ª parte, mas não criava perigo. Um minutos antes do intervalo, a segunda grande oportunidade do Benfica. Boa transição ofensiva que resulta num 3 para 3, mas o remate de Jonas é defendido pelo guarda-redes. Pouco depois, chegou mesmo o intervalo, com 0-0 no marcador.
Esta foi uma má 1ª parte do Benfica. A equipa esteve bastante apática, lenta, previsível e com vários problemas ofensivos. Parece que esteve demasiado confiante nas suas capacidades e a subestimar o adversário. Sempre com aquela ideia de que mais tarde ou mais cedo as coisas se resolviam. Poucas boas jogadas ofensivas se criaram, existiu muita dificuldade em chegar com a bola controlada perto da defesa adversária e jogar entre linhas. Os avançados tiveram pouca bola e Jonas quase nunca conseguiu receber a bola entre linhas. O meio-campo teve dificuldades em fazer andar a equipa, com Talisca e Samaris a falharem muitos passes. Jogámos muito interiormente, com pouca largura e verticalidade na posse.
A defesa esteve bem, raramente foi importunada, controlando bem todas as situações, apesar de uma ou outra falha. Os laterais deram pouco ao jogo da equipa, raramente subiram para criar desequilíbrios e quando subiram pouco ou nada deu. Os centrais estiveram bem a subir e descer no terreno. A linha defensiva apanhou várias vezes os avançados contrários em fora de jogo.
O meio-campo esteve mal. Samaris e Talisca, como já disse, falharam muitos passes e tiveram abordagens aos lances que não podem ter, descompensando a equipa. Não conseguiram criar nada. Se Samaris ainda foi lutando e correndo muito nas recuperações, Talisca foi de uma nulidade completa. Guedes esteve apagado, raramente conseguiu criar algo pelo seu corredor. Gaitán desequilibrou muito no um para um, mas nesta 1ª parte isso resultou em pouco. Jonas ressentiu-se da falta de bola na zona dele e da muita ocupação do espaço por parte do Astana. Mitroglou mexeu-se muito, arrastando os defesas, como tem sido normal nestes últimos jogos, mas sentiu a falta de bola na área para finalizar.
Livre a favor do Benfica com Gonçalo Guedes a tomar uma má opção. Dois jogadores adversários fazem pressão nele de modo a evitar o remate e mesmo assim ele prefere rematar em vez de dar para Gaitán que estava completamente sozinho.
Dois lances praticamente iguais na 1ª parte. Mitroglou vem buscar a bola ao lado esquerdo, arrastando o defesa central que o marcava. Com isso, abre-se um enorme espaço no centro do terreno entre os dois centrais, mas que em nenhuma destas duas jogadas foi aproveitado. Fiquem com estes dois lances na memória, mais tarde vão lembrar-se deles, foi o segredo para a vitória do Benfica.
A forma como a equipa do Astana se posicionava a defender em 4-1-4-1. Um médio na frente da defesa, a servir quase como libero da linha de 4 médios que estavam na frente dele. Muito por culpa desse jogador, Jonas teve poucas hipóteses de receber a bola entre linhas. O avançado ficava mais na frente, pressionando um pouco mais.
Tentativa de saída para o ataque do Benfica. Talisca falha o passe, o Astana recupera a bola. Vemos depois Talisca e Samaris a irem os dois ao mesmo homem e ao mesmo local, abrindo um enorme espaço na frente da defesa.
Mais uma má abordagem de Talisca e Samaris. Em vez de ficarem a ocupar o espaço entre a baliza e a bola para obrigar o adversário a passar para trás ou recuar, vão ambos de lado e fazem com que ele se consiga virar para a baliza.
Mais uma vez demonstrada a forma como o Astana defendia e as dificuldades que o Benfica tinha em entrar naquele espaço. O jogador que esteve na frente da defesa a chamar o colega para ir ocupar o espaço, de forma a fazer a linha de 4. A bola roda para o outro lado e lá estão eles a tapar a entrada da bola entre linhas.
Uma das poucas vezes que um dos médios do Astana decidiu pressionar mais na frente, Jonas conseguir receber a bola no espaço e servir a diagonal de Gonçalo Guedes.
Uma situação que podia ter dado um ataque perigoso para o Benfica, mas que não deu em nada devido ao mau passe de Nico Gaitán. Devia ter dado a bola mais cedo em Talisca, e era isso que Jonas lhe dava sinal enquanto se movimentava.
A pouca largura que muitas vezes existiu na 1ª parte, com Eliseu e Gaitán a jogarem dentro e assim a bola a ter de voltar para o lado direito.
Das poucas vezes que o Benfica conseguiu chegar perto da baliza adversária com a bola controlada na 1ª parte. Mitroglou a ir buscar a bola, a vir para dentro e a encontrar Gaitán aberto na ala que faz depois o passe para Jonas. Infelizmente, o lance depois não deu em nada.
Só perto dos 30 minutos de jogo o Benfica cria a primeira situação de grande perigo. Grande trabalho de Jonas na área, mas o guarda-redes adversário evita o golo.
Péssima abordagem de Eliseu ao lance. Gaitán ainda não chegou para lhe fazer a cobertura no interior, ele em vez de lhe dar a linha, dá-lhe o espaço interior, deixando o caminho aberto para a baliza. Depois acabou por cometer falta, que não foi marcada.
Um dos muitos passes falhados pelo Benfica na 1ª parte. Depois Samaris vai à queima em vez de aguardar um pouco e tentar compensar melhor aquele espaço todo.
Demonstradas as dificuldades que o Benfica tinha depois de chegar ao meio-campo. A circulação de bola era lenta e a equipa do Astana conseguia ir tapando quase todas as linhas de passe para o Benfica entrar no espaço mais adiantado do terreno. Talisca a jogar ao lado de Samaris também não ajudava. Como a circulação de bola era lenta e previsível, ainda era mais fácil para os adversários.
Boa transição ofensiva do Benfica. Mitroglou recebe para Jonas e a jogada transforma-se num 3 para 3. No último instante antes de rematar, Jonas poderia ter dado ao avançado grego, mas penso que naquela situação favorável o remate também foi uma boa opção.
Para a 2ª parte voltou a entrar a mesma equipa que saiu para o intervalo. O Benfica entrou mal na 2ª parte, e o Astana aos 46 minutos cria a situação mais perigosa que tinha existido até então. Cruzamento para a área, bola não é cortada, Jardel perde a frente do lance e o jogador adversário remata ao poste. O lance parece que serviu para acordar a equipa de Rui Vitória, que aos 51 minutos se adianta no marcador, fruto de um golo de Gaitán.
Com o golo, o Benfica ganhou confiança. A equipa passou a trocar a bola com mais dinâmica, verticalidade e velocidade. Passou a existir mais largura no terreno e as boas jogadas iam aparecendo. Os jogadores já se mexiam mais no campo e os laterais davam muito mais ao jogo ofensivo da equipa. Aos 62 minutos, Mitroglou faz o 2-0. Boa jogada entre Gaitán, Jonas e Eliseu, e o lateral aparece sozinho na área para oferecer o golo ao avançado grego.
Depois do 2º golo, o Benfica baixou o ritmo de jogo. Já não pressionava tanto e deixava o Astana jogar e trocar a bola com mais à vontade. As 72 minutos, Rui Vitória mexe pela primeira vez na equipa. Sai Jonas e entra Pizzi, indo Talisca colocar-se próximo de Mitroglou. Nova alteração aos 76 minutos. Sai Talisca e entra Raúl Jiménez.
O Benfica continuava a tentar descansar com a bola no pé, a não procurar tanto a baliza e a guardar mais a bola. Já se notava também o cansaço em alguns jogadores. Rui Vitória esgotou as substituições aos 85 minutos com a entrada de Fejsa para o lugar de Samaris. O jogo caminhou tranquilamente para o fim, registando ainda duas oportunidades de golo para o Benfica. Uma de Jiménez a passe de Eliseu após grande lance de Mitroglou e outra através de um livre de Eliseu mesmo no fim. O resultado acabou com 2-0 para o Benfica.
A 2ª parte do Benfica foi muito melhor que a 1ª, apesar de logo na entrada ter existido uma grande oportunidade de golo para o Astana. Depois disso, a equipa melhorou a agressividade ofensiva, a dinâmica e a qualidade de passe. Movimentou-se muito melhor na procura de espaço e abriu muito mais o jogo, fazendo com que os jogadores do Astana tivessem mais dificuldades em posicionar-se bem e fechar todos os espaços no terreno de jogo. Depois dos dois golos, a equipa optou por ter mais segurança no jogo, não arriscando tanto e guardando a bola, de maneira a se poupar para o próximo jogo.
A defesa continuou bem, apenas a registar a falha logo ao início, onde Jardel aborda mal o lance e perde a frente para o adversário. De resto, o controlo da profundidade e a linha defensiva estiveram bem. Os laterais subiram mais no terreno, e deram mais largura ao jogo. Ofensivamente, Eliseu fez um belo jogo, culminando com uma assistência para golo.
Samaris subiu muito de produção na 2ª parte, conseguiu acertar muito pais passes e ocupar melhor os espaços. Talisca também melhorou um pouco, mas apesar disso fez um mau jogo. Eliseu, Gaitán e Mitroglou foram os jogadores mais na 2ª parte. Jonas esteve um pouco abaixo do normal, mas esteve bem na tabela que resultou no 2º golo do Benfica.
A grande oportunidade do Astana. Passividade na área, Jardel perde a frente do lance e o Astana quase inaugura o marcador.
Mais um lance que mostra as dificuldades que o Benfica tinha em entrar na defesa do Astana até marcar. Seis jogadores na frente da bola, com pouco movimento nos espaços e ninguém a vir dar uma boa linha de passe.
Benfica recupera a bola neste lance e podemos ver que já existe um bom entendimento entre os homens da frente.
O lance do 1º golo do Benfica. Aquele espaço que existia entre os dois centrais de cada vez que um dos avançados do Benfica caía na linha, voltou a acontecer na 2ª parte. Desta vez, Gaitán seguiu por esse espaço e abriu o marcador, após boa tabela com Mitroglou.
A melhor circulação de bola e movimentação do Benfica na 2ª parte.
Grande passe de Samaris bom movimento de Nélson Semedo. Guedes a jogar dentro e a deixar o espaço aberto para o lateral. Na 1ª parte nada disto tinha acontecido. Pena Mitroglou ter cabeceado ao lado.
Lance do 2º golo. Mais uma vez podemos ver a distância que existe entre os dois centrais e o espaço por ocupar, depois de Jonas ter levado um deles para lá. Eliseu aproveita muito bem e serve Mitroglou que se movimenta bem na área e encosta para o golo.
Grande jogada individual de Mitroglou e grande passe para Eliseu. O lateral passa depois a Raúl Jiménez que quase faz o 3º golo. Merecia o golo, esta jogada.
Acabou por não ser um jogo bem conseguido por parte do Benfica, ou pelo menos tanto como se esperava, mas o que interessava foi alcançado. A 1ª parte foi má e apenas na segunda se registaram melhorias, principalmente depois do primeiro golo. A equipa apareceu mais dinâmica, a procurar mais os apoios e com os jogadores a darem mais linha de passes e com uma melhor movimentação. Existiu também uma maior largura no terreno de jogo e os laterais envolveram-se no jogo ofensivo da equipa, ao contrário da 1ª parte. Já há algumas coisas que marcam a equipa de Rui Vitória. Acabou definitivamente a saída a jogar com o 3º central, sendo que agora é feita apenas pelos dois centrais. Movimentos interiores dos extremos com a tentativa de abertura de espaço para os laterais. Laterais esses que fazem várias vezes movimentos interiores. Equipa mais de posse e não de tanta aceleração, apesar ainda existirem vícios em alguns jogadores do contrário. Também há a tentativa de ser mais segura, não se expondo tanto depois de um possível erro.
A defesa esteve bem, apesar da falha aos 46 minutos que quase dava golo. Uma das maiores criticas que se fazia a Rui Vitória até ao jogo do Belenenses era, a quantidade de vezes que os adversários chegavam isolados na cara de Júlio César e as várias oportunidades flagrantes de golo que o adversário tinha em cada jogo. Nestes dois últimos jogos, apenas existiu um oportunidade flagrante de golo e que nasceu de um cruzamento. Isto deve-se à defesa estar melhor posicionada, a linha muito mais acertada e o controlo da profundidade ter melhorado a olhos vistos. Para se perceber isso, basta estar atento à forma como a defesa sobe ou desce em cada lance, apesar de ainda haver algumas falhas de coordenação e comunicação.
Samaris fez uma boa 2ª parte, mas na 1ª esteve mal. O jogador grego tem de perceber de uma vez por todas que não pode roubar todas as bolas que vai disputar. Jogando ali naquela posição, é muito importante que saiba posicionar bem, e que saiba pressionar em contenção, impedindo o adversário de avançar e levando-o para situações que lhe interessem, como para as linhas, a recuar no terreno ou a jogar para trás. O que Samaris faz é, tentar roubar todas as bolas, entrar à queima, fazer inúmeras faltas e desposicionar-se com a ânsia de querer fazer tudo ao mesmo tempo. Sei que ao jogar com Talisca ali, o trabalho para ele é muito maior, mas teima em dificultar a vida a ele próprio. Precisa de se posicionar melhor, perceber onde deve ou não deve ir, ter a noção do espaço que ocupa e fazer pressão em contenção, para assim a equipa ter tempo de recuperar de eventuais falhas. Contra equipas mais fracas isso pode não comprometer muito, mas contra equipas com mais qualidade, será um grande problema. Começo a achar que o melhor que lhe pode acontecer é levar o cartão amarelo cedo, assim ele acalma a sua agressividade e tenta ser mais racional. Depois de levar o cartão amarelo neste jogo, foi isso que aconteceu, e não foi por acaso que a sua produção subiu de qualidade.
Este foi mais um jogo em que é notório o problema no meio-campo do Benfica. É inadmissível que o Benfica não tenha contratado um número 8 titular para a equipa. Sem esse jogador, a equipa tem mais dificuldades, pois não há ali um jogador que faça boas transições ofensivas e defensivas, que saiba sempre que terrenos pisar, que tenha verticalidade com bola e que quebre as linhas adversárias com movimentações entre elas. Talisca já se sabe, é capaz do melhor e do pior, mas é curto para aquela posição num meio-campo a 2. Para Pizzi digo o mesmo, ou pior. Nos jogos mais fáceis ainda disfarçam, mas quando a dificuldade aumenta as fragilidades notam-se logo.
Guedes não fez um jogo bem conseguido. Até acho que a posição onde está a jogar é onde menos rende, de todas onde ele pode jogar na frente. Gaitán está em ponto de rebuçado, este foi mais um grande jogo do argentino. Mitroglou está a provar tudo o que disse dele na análise que publiquei na altura da sua contratação e ainda vai melhorar mais. Já se envolve mais no jogo da equipa, movimenta-se bem, e já se nota um bom entendimento com Jonas e Gaitán. Na área é o que se sabe, aquele rectângulo não tem segredos para ele, sabendo sempre para onde deve ir. Este foi mais um jogo em que ajudou a acabar com o mito de ser tosco e de que só sabe marcar golos.
Segue-se o jogo no Estádio do Dragão, o jogo que é na teoria o mais difícil no campeonato. Espero ver um grande Benfica. Com um resultado positivo no final.
Depois da derrota na semana passada frente ao Arouca, ontem foi a vez do Benfica receber em casa o Moreirense. A equipa de Moreira de Cónegos vinha de duas derrotas em dois jogos para o campeonato. Para este jogo, Rui Vitória fez apenas uma alteração em relação à equipa titular da semana passada. Entrou Victor Andrade e saiu Ola John.
Os comandados de Miguel Leal desde cedo mostraram ao que vinham. Não pressionavam as saídas a jogar até a bola chegar perto do meio-campo ou entrar na ala, sendo nesses dois momentos que a pressão era feita, encurtando sempre o espaço. Nos primeiros 10 minutos a intensidade foi baixa, o Benfica a ter a tal posse consentida pelo adversário até chegar a determinadas zonas do terreno, mas depois a não conseguir avançar.
Jogando em casa, o Benfica foi assumindo sempre o jogo, tentando recuperar a bola depois de a perder e evitar as tentativas de contra-ataque do Moreirense que jogava apenas no erro. Continuava a haver muito circulação de bola, mas em zonas baixas do terreno e com pouca intensidade. Eram feitos também muitos cruzamentos na procura dos avançados. Os extremos procuravam muito o jogo interior, como tem sido hábito.
Aos 28 minutos, a equipa visitante adianta-se no marcador após jogada de contra-ataque. O Benfica sentiu o golo, a equipa já se mostrava algo nervosa. Continuou a registar-se muita troca de bola, agora com o Moreirense a pressionar ainda menos, mas a equipa continuava a mostrar muito pouco futebol aos seus adeptos. Porém, aos 37 minutos na sequência de um bom movimento de Jonas e Pizzi, o avançado brasileiro tem uma grande oportunidade, mas atira ao lado. Pouco de importante aconteceu no restante tempo até ao intervalo.
Esta foi uma primeira parte muito fraca. A equipa teve muita bola, mas grande parte dela atrás da primeira linha de pressão do Moreirense. O Benfica contra uma das piores equipas do campeonato, criou um lance de perigo em 45 minutos. Isto é demasiado mau para um candidato ao título. Continuou a haver dificuldade de jogar futebol apoiado no meio-campo ofensivo, linhas muito distantes, falta de apoios ao portador da bola, demasiados cruzamentos e péssimas transições defensivas. O filme visto nos jogos anteriores.
Samaris falhou muitos passes na primeira parte, andou perdido em campo. Pizzi também não conseguiu dar muito à equipa, para além da bela jogada que fez com Jonas. Não percebo a insistência de Pizzi a 8, foi provavelmente umas das piores invenções de Jorge Jesus no Benfica, a equipa sofre muito com ele ali. Se no ano passado nos jogos em casa isso nem se notava muito, este ano é em qualquer estádio e contra qualquer equipa.
Victor Andrade foi uma aposta falhada. É certo que é irreverente e mexe de vez em quando com o jogo, mas tem de levantar a cabeça e procurar os colegas. O futebol ainda é um desporto colectivo. Jonas desgastou-se muito a baixar entre as linhas para tentar ter bola, mas qualquer treinador já sabe que ele faz isso e tentam sempre fechar esse espaço. Mesmo assim, ainda conseguiu receber algumas vezes, mas acabava depois por ter os apoios longe e poucas linhas de passe, acabando por perder a bola. Mitroglou esteve muito perdido no meio dos centrais. Sem a equipa criar jogo ofensivo e oportunidades, é muito complicado ele mostrar no que é bom, mas mesmo assim, podia de vez em quando tentar envolver-se mais no jogo, já que a bola não chega lá tanto à frente.
A pressão que o Moreirense fazia. Linha da defesa e do meio-campo a encurtarem espaço para não deixar o Benfica jogar entre linhas, e a pressão a sair quando a bola chegava perto do meio-campo ou entrava na ala.
Lisandro tenta construir jogo. Tem Jonas a pedir a bola, mas opta por uma linha de passe mais difícil. Nenhum médio compensa a subida do central e após a perda da bola temos uma situação de um para zero.
Dos poucos bons movimentos do Benfica na 1ª parte. Jonas a jogar entre linhas, Victor Andrade a fazer o movimento interior para receber a bola. Depois de receber, nem levanta a cabeça, tendo duas boas opções de passe. Virou-se e rematou, perante um mar de pernas de defesas.
Pizzi perde infantilmente a bola no meio-campo. Samaris faz uma má pressão ao portador da bola e o mesmo faz Pizzi de seguida, deixando um buraco entre a defesa e meio-campo. Os dois são facilmente ultrapassados, Luisão tenta fechar o espaço mas acaba por ser ultrapassado também. Por sorte, o jogador do Moreirense não colocou a bola em nenhuma das duas óptimas linhas de passe que tinha, sofrendo depois falta.
Nélson Semedo com bola a sofrer a pressão de dois adversários. Apenas tem uma linha de passe na linha que é Gaitán, mas também tem um adversário por perto. Samaris e Pizzi a assistirem ao lance e ninguém vem dar uma linha de passe naquele espaço todo entre a bola e os avançados.
Lance do golo do Moreirense. Repare-se na altura do cruzamento de Nélson Semedo. A equipa do Moreirense tem 9 jogadores entre a linha da grande área e a baliza, e o Benfica tem 4. Passados uns segundos, está em superioridade numérica de 3 para 2 no ataque. Lisandro corta a bola para onde não devia, mas é incrível o buraco no meio-campo e o tempo que a equipa demora a fazer a transição defensiva.
Saída perigosa no pontapé de baliza. Pizzi vem pedir a bola a Júlio César, mas assim que recebe a bola de costas vai ter a pressão de um adversário, e de outros dois que estavam perto. Mal posicionada a equipa, e como se pode ver, o resto da equipa está distante, já que mais nenhum jogador aparece na imagem. Valeu que o jogador do Moreirense fez falta.
A melhor jogada do Benfica na 1ª parte. Jonas vem buscar a bola e Pizzi vai fazer o seu lugar procurando o espaço entre linhas. Nélson Semedo leva um adversário com ele, Pizzi respeita o movimento de Jonas, entregando-lhe a bola para uma finalização em boa posição.
Lateral e ala esquerdo a jogarem interiores, sem ninguém abrir. A bola perde-se após Pizzi fazer um mau passe, e Eliseu quase que é multado por excesso de velocidade na recuperação defensiva. Valeu ao Benfica o médio do Moreirense não ter feito feito o passe antes de sofrer a falta de Pizzi. Samaris também pouco se preocupa em recuperar defensivamente.
Eliseu com a bola na ala no um para um, e nenhum jogador do Benfica se mexe para dar uma linha de passe ou o apoio. Quatro jogadores metidos na área e Pizzi a assistir ao lance uns metros atrás.
Gaitán recebe a bola. Tem espaço para avançar, mas a preocupação é logo receber e meter na área. Pizzi desmarca-se bem e a bola até poderia entra nele.
Para a 2ª parte, Rui Vitória fez entrar Talisca para a posição de Pizzi e Gonçalo Guedes para o lugar de Victor Andrade. O inicio da 2ª parte foi igual ao fim da 1ª. Moreirense com as linhas mais recuadas a deixar o Benfica jogar à vontade no seu meio-campo e depois a tentar fechar os espaços em zonas mais recuadas do terreno.
A partir dos 60 minutos, começou a notar-se muito cansaço na equipa do Moreirense. Já não conseguiam tapar tão bem os espaços entre linhas, mas o Benfica continuava a fazer muitos cruzamentos em vez de tentar jogar mais apoiado, ainda por cima com o desgaste dos médios adversários a ser cada vez mais notório. Cada vez que a bola entrava no último terço do terreno e chegava à linha, saía cruzamento, muitas vezes sem critério nenhum. Continuava a haver pouca dinâmica e agressividade - no bom sentido - em campo. Gonçalo Guedes e Talisca pouco vierem dar ao jogo.
Aos 68 minutos, boa jogada do Benfica. Nico Gaitán a avançar com a bola, dá no apoio frontal de Mitroglou que entrega de primeira a Jonas, que acaba por atirar por cima. Passados alguns segundos, Mitroglou após cruzamento de Gaitán cabeceia para uma grande defesa de Stefanovic, embatendo a bola depois na trave. Rui Vitória faz a última substituição aos 73 minutos. Sai Eliseu e entra Raúl Jiménez, passando Gaitán a fazer a ala esquerda toda.
Na primeira vez que toca na bola, o avançado mexicano empata o jogo. Grande cruzamento de Gaitán, e um belo cabeceamento de Jiménez. Pouco mais de um minuto depois, o Benfica volta a marcar. Nélson Semedo desequilibra e entrega a bola a Mitroglou que segura de costas para a baliza, entregando depois para Samaris, que de fora da área remata para o 2-1.
Com a vantagem, a equipa tentou serenar mais o jogo, mas notava-se muito nervosismo. Aos 84 minutos, depois de um lançamento de linha lateral, o Moreirense empata o jogo em fora-de-jogo. O Benfica reagiu rápido e um minuto depois volta a adiantar-se no marcador. Cruzamento de Gaitán na esquerda e Jonas aparece a finalizar de primeira para o fundo das redes. Nada de mais importante aconteceu até ao apito final, acabando o jogo com a vitória do Benfica por 3-2.
O 2º tempo até o adversário começar a ceder fisicamente e a abrir espaços, voltou a ser o deserto de ideias que foi a 1ª parte. Demasiados cruzamentos, poucos apoios e um futebol que não é nada agradável à vista. A partir do momento da quebra física, as individualidades do Benfica fizeram a diferença.
Rui Vitória acabou por ganhar a aposta na 3ª substituição. Talisca e Guedes que entraram ao intervalo, não acrescentaram muito, mas o avançado mexicano fez a diferença na área. O Moreirense estava de rastos, não atacou quase nenhuma vez. Gaitán conseguiu fazer o corredor todo pois não precisava de defender. Mitroglou melhorou bastante na 2ª parte, deixou de estar tão estático e passou a vir buscar bola e a movimentar-se mais. Jonas marcou o golo que tanto merecia, é um enorme jogador e um grande homem.
Nélson Semedo também desequilibrou pelo seu flanco. A defesa acabou por quase não ser posta à prova, o Benfica teve quase a totalidade da bola na 2ª parte e nem em contra-ataque a equipa do Moreirense conseguiu sair.
Jogo interior de Gaitán que dá para Talisca. Apoio frontal de Jonas que pede bola para depois entregar em Gaitán que faz um movimento de entrada pela defesa contrária, mas Talisca prefere fazer isto.
Gaitán a sair bem do drible, mas mais uma vez a primeira preocupação é fazer o cruzamento. Nem vê que assim que sai do drible e antes de cruzar, tem duas boas linhas de passe fora da área.
Depois de um pontapé do guarda-redes do Arouca, é este o espaço entre a defesa e o meio-campo.
O golo do empate. Muito bem Jiménez a vir dar o apoio e a partir em velocidade para a área. Assim que entra na área, faz o movimento para atacar o 1º poste, ganhando a frente do lance ao defesa e marcando o golo.
Lance do 2º golo do Benfica. Nélson Semedo desequilibra na linha, colocando depois a bola no apoio frontal de Mitroglou que recebe bem e protege do defesa. O avançado grego encontra depois Samaris na entrada da área, que remata para o fundo das redes. Repare-se na reacção de desagrado de Rui Vitória quando Nélson Semedo ultrapassa o adversário e vai para dentro, e não colocando a bola na linha como ele pedia. Felizmente que o lateral direito do Benfica fez este movimento, desequilibrando a equipa adversária e não fez o que o treinador queria.
Abordagem patética de Lisandro no lance do golo do empate. Nem corta a bola nem evita o choque com o adversário.
Lance do 3-2. Jogadores do Moreirense já não acompanham os avançados do Benfica, que por sua vez estão em superioridade numérica e se movimentam bem na área. Jonas finaliza de primeira.
O modelo de jogo continua muito fraco, as ideias são poucas e as que há não são muito boas. O Benfica na 1ª parte contra o Moreirense em casa - uma das equipas mais fracas do campeonato - teve uma (!!) ocasião de golo. É muito pouco para uma equipa que luta pelo título. Como o modelo continua fraco, notam-se ainda mais as fragilidades de alguns jogadores e cada erro individual é uma aflição para a equipa, mesmo contra o Moreirense.
Acabámos por ganhar o jogo porque temos grandes individualidades, jogadores na frente acima da média e que resolvem muitas vezes quando o adversário tem um nível mais baixo. Quando a dificuldade subir de nível, o problema será muito maior, pois aí esses jogadores já não farão tanta diferença. Nesses jogos também não veremos o adversário a claudicar fisicamente a partir dos 60 minutos.
Continua o problema no meio-campo. Pizzi não pode ser solução para um meio-campo a 2, e lá está, com os problemas que o colectivo tem, ainda se nota mais. A equipa faz demasiados cruzamentos, até foi dessa maneira que o jogo se resolveu, mas alguém acredita que é essa a solução para ganhar todos os jogos até ao fim da época? Fizemos 27 cruzamentos durante o jogo, um número que faz inveja a qualquer equipa onde o Peter Crouch seja titular. A equipa pouco jogo dá aos seus avançados, pouco jogo ofensivo cria, poucas vezes chega com a bola controlada ao sector atacante. Se contra um adversário fraco como este é assim, é melhor nem pensar como será contra alguém mais forte. O Benfica tem a melhor frente de ataque em Portugal, jogue qual dos avançados jogar, é preciso criar jogo e soluções para eles finalizarem. Não será sempre com o chuveirinho que as coisas se vão resolver.
Qualquer treinador do campeonato sabe como anular este Benfica. Alternar entre a pressão alta e a pressão no meio-campo, não deixar Jonas receber a bola entre linhas, e lançar dezenas de bolas para as costas da defesa. Só a fazer isto, em 3 jogos, adversários de nível muito inferior, criaram inúmeros problemas ao Benfica. A transição defensiva e organização defensiva está no nível de uma equipa do CNS, e estou a ser simpático. Isso precisa de ser muito e bem trabalhado, que contra outras equipas pode ser o descalabro.
Também não percebo porque se joga com o Ola John a titular quando ele fazia pouco por merecer. Depois ele faz 45 minutos bons contra o Arouca, sai ao intervalo e no jogo seguinte nem joga. A titular joga o Victor Andrade, um jogador que nem a pré-época fez com a equipa e que acaba por sair ao intervalo. Para a 2ª parte entra Gonçalo Guedes, mais um jogador que tinha tido poucos minutos. Que confiança é que Rui Vitória tem nas suas decisões iniciais quando faz isto em 2 jogos seguidos? Pois. Nenhuma.
Samaris foi o jogador do Benfica que foi ao flash interview, entre outras coisas, disse: "Não conseguimos na 1ª parte procurar tão bem o jogo directo com os nossos avançados". Estou a tentar convencer-me desde ontem, que aquele "jogo directo" tenha sido um problema de português e não as ordens que a equipa tem para fazer o jogo todo.
Rui Vitória diz que o Benfica teve muita posse de bola, muitos remates, mas de que serve isso quando a equipa joga um futebol tão pobre e passa o jogo a bombear bolas? Isso é o que diria qualquer pessoa que chegasse, olhasse para as estatísticas e não presenciado o jogo. A equipa fez um bom jogo só por causa do domínio das estatísticas? Não. Que se aproveite esta paragem para trabalhar algo, mas trabalhar a sério, e não o que se vê em campo. É preciso muito mais, os problemas são muitos e as soluções apresentadas em campo são poucas. Temos também dois dias para contratar dois reforços que entrem de caras na equipa titular.
Desta vez foi a sério e o Benfica voltou a jogar pouco. Muito pouco. Já se passaram 5 semanas e ainda há muito trabalho pela frente, a equipa continua muito desgarrada, muito fraca ofensivamente e com os sectores a jogar muito longe uns dos outros. Na frente Jonas recebe a bola, vira-se e tem a equipa quase no seu meio-campo, muito longe para o apoio, obrigando-o a temporizar para sofrer uma falta ou ficar sem a bola. Passar ao Talisca não é opção, é preferível chutar logo a bola para a bancada. O Talisca é, para mim, um dos casos mais enigmáticos dos últimos anos, porque passa constantemente por bom jogador - jogos a titular e o primeiro a saltar do banco quando lá está - e continua a mostrar uma banalidade constrangedora. Arrisco dizer: o Talisca, neste momento, não seria titular numa equipa que luta para não descer à 2ª Liga. E o problema dele não se resume exclusivamente ao plano técnico, o Talisca é um jogador pouco inteligente; e não vou dizer de outra forma para não ser ofensivo com ele, já que para todos os efeitos é 'jogador' do Sport Lisboa e Benfica.
Com a análise ao jogo, começo por uma jogada que em 3 imagens mostra bem o que é o Benfica de Rui Vitória em 3 momentos do jogo distintos. Isto é tudo na mesma jogada, passam apenas alguns segundos entre todas as imagens:
Na primeira imagem o Benfica perde a bola, organiza-se em 4-2-3-1 e Samaris é o primeiro a sair para pressionar. É incrível o buraco que se forma atrás dele. Incrível. Neste momento há uma linha de passe para o João Mário e o jogador que está mais próximo e que deveria fazer a pressão é o Talisca. É preciso explicar? Desenrolar da jogada: o João Mário recebe a bola tranquilamente, tem em cima uma pressão sufocante do Talisca com os olhos e acelera o jogo, e põe facilmente na linha. Assim não há pressão que resista, o Sporting com alguma segurança a sair a jogar, conseguiu criar um momento ofensivo.
Na imagem seguinte, é a continuação da jogada, o jogador do Sporting recebe na linha e tem logo uma linha de passe no meio para o Slimani, que desceu no terreno para fazer a ligação. A jogada só não deu mais porque as lacunas técnicas de Slimani sobressaíram e ele embrulhou-se com a bola. Excelente movimento do Sporting, péssimo movimento do Benfica. O buraco no meio-campo continua lá.
Depois o Benfica recupera e sai a jogar por Gaitán. Mas é o Nico contra o mundo, a equipa do Benfica não subiu, Gaitán teve que arriscar levar a bola e acabou por conseguir pôr na linha em Sílvio que entretanto subiu. A equipa do Benfica tem que subir em bloco para dar apoio ao transportador da bola, desta forma só criamos perigo através de jogadas individuais.
Momento defensivo do Benfica na saída da bola do Sporting: Jonas sai na bola, Samaris sobe no terreno para fechar linhas de passe interiores, Gaitán por dentro para fazer campo mais curto e Talisca a fazer qualquer coisa que não consigo perceber o que é, mas é útil para a equipa de certeza. Este momento parece-me bem defendido e o Benfica recuperou a bola rapidamente.
O Benfica recupera a bola na sua zona defensiva, Samaris é quem tem a bola e não tem ninguém para passar em segurança pois a equipa continua muito distante entre sectores. A única solução era para Fejsa, mas Slimani está por perto e um passe interior naquela situação seria sempre arriscado. O grego acabou por bater a bola porque era a única opção que tinha. Bola recuperada pelo Sporting.
Num lançamento lateral, Semedo põe no Talisca que cabeceia para trás, mas aqui sem grande responsabilidade do brasileiro, o Benfica está partido em dois e ele não tem ninguém com quem trocar a bola. É urgente resolver este problema do Benfica; é preciso atacar e defender com um único bloco, jogar com uma equipa que defende e outra que ataca, não favorece o nosso jogo.
É das poucas coisas positivas que se pode tirar do jogo do Benfica: a pressão na saída da bola do adversário; começamos mal mas com o passar do tempo adaptámo-nos bem e conseguimos obrigar o Sporting a ter que ir batendo a bola. Samaris saiu sempre para formar uma primeira barreira e Fejsa fechou bem as suas costas para a bola não entrar entre linhas. O Sporting teve que jogar longo e perdeu a bola.
Está assim apresentado o Benfica ofensivamente. Boa subida no terreno de Nélson Semedo, ganha espaço para cruzar, faz um bom cruzamento e os jogadores do Benfica presentes estorvam-se na área em momento de finalização. Não há grandes comentários a fazer quando isto acontece numa equipa como o Benfica.
E só para esclarecer, não estava ninguém na área para finalizar. Sintomático.
Na análise que fizemos da Eusébio Cup, o P1nheir8 mostrou uma imagem do Sílvio completamente desposicionado a marcar na linha e a dar todo o interior do campo para a bola entrar; parece que isso lhe serviu de aviso já que desta vez não repetiu o erro, não encostou na linha e ficou por dentro, como resultado teve um excelente corte a um passe de desmarcação para o Carrilo que o ia deixar entrar na área com grandes possibilidades de criar perigo. Muito bem o Sílvio neste movimento. A imagem é no momento do passe para o Carrilo, o Sílvio ainda não cortou a bola.
Esta imagem é já na segunda parte e nota-se logo uma alteração no Benfica: Talisca é encostado à esquerda e Gaitán fica a 10, a tentar ligar o jogo entre Jonas e o resto da equipa. Ola John mantém-se na direita.
Movimento ofensivo do Sporting, a bola entra com facilidade em Carrilo em zona mais interior, que mesmo com Sílvio e Talisca posicionados para defender, a bola entra em profundidade na linha em João Pereira que se desmarca bem. O lance acaba com um cruzamento bombeado que o Sporting não aproveitou. Bom movimento ofensivo e mais uma vez o Benfica defende com muita gente e defende mal. Talisca tem que ser mais ativo a defender, não pode simplesmente ficar a olhar para a bola a entrar.
Benfica recupera a bola e tenta sair a jogar. Sílvio joga na linha em Talisca que tem linha de passe completamente aberta para Sílvio e dá logo para perceber que ele vai devolver, mas Talisca resolve segurar a bola mais um pouco e faz o passe para o Silvio quando ele já tem um jogador adversário em cima. Talisca esteve mal, muito mal, mas também dá para perceber que o Benfica continua com os setores muito longe uns dos outros e era difícil sair a jogar.
Começa assim o golo do Sporting. Carrilo vem buscar a bola por dentro e consegue passar para Gutiérrez que recebe a bola entre as linhas do Benfica. É um movimento típico das equipas de Jorge Jesus, mas parece que ainda há quem não o conheça. Teo recebe a bola, roda, acelera e joga em Carrilo que depois remata. Custa-me entender como é que o Benfica permitiu sempre este movimento ao Sporting, os dois avançados desciam entre linhas para receber a bola com a maior facilidade do mundo. O Benfica não pode ser apanhado desprevenido num movimento destes, é imperdoável.
Depois de sofrer o golo, Rui Vitória tira do jogo Talisca e põe Pizzi. O Benfica passa a defender em 1-2 no meio-campo com Fejsa atrás, Samaris e Pizzi mais à frente. O Benfica teve mais jogo porque Pizzi circula melhor a bola, mas o Sporting também baixou linhas e deu espaço ao Benfica.
A partir daqui não há muito a assinalar. O jogo foi mais pelo coração do que pela cabeça, o Benfica dominou mas sem criar grande perigo, continuou desorganizado e a tentar explorar as alas, onde Nélson Semedo foi importante porque dá mais balanceamento ofensivo à equipa. Boa exibição do Nélson. Rui Vitória foi tentando mexer no jogo entrando Mitroglou e Gonçalo Guedes, mas o resultado prático não foi nenhum, pois o Sporting foi defendendo com mais gente e sempre organizado.
Em resumo, o Benfica tem que dar mais, muito mais. No plano ofensivo a equipa praticamente não existiu, e jogar com Talisca a avançado para fazer a ligação com Jonas simplesmente não funciona. É preferível jogar com o Guedes porque é mais incisivo e tem vontade de fazer qualquer coisa, já que o Talisca parece que está em campo a fazer um favor a todos os Benfiquistas. Não é só ele, mas é o jogador que mais se destacou pela negativa.
Depois do golo de Jonas ao PSG, o Benfica só marcou 1 golo em 498 minutos. Sintomático.
No plano defensivo, a equipa esteve melhor, mas também era mais fácil porque defendeu com mais gente e teve sempre muito trabalho pela frente, nunca dando espaço para que existissem desconcentrações. A dupla Fejsa/Samaris dá robustez ao meio-campo, mas deixa a equipa muito distante entre setores, porque nenhum deles é um jogador típico de ligação. Na minha opinião, Rui Vitória deveria apostar num sistema 1-2 no meio-campo, como fez depois de estar a perder. Nesse sistema pode jogador Fejsa - Samaris e Pizzi, por exemplo. Pizzi seria o jogador de ligação.
O Benfica disputou ontem o último jogo de preparação antes da Supertaça. Rui Vitória disse que a equipa titular iria ser perto daquilo que ia usar no jogo contra o Sporting, mas que não ia ser a mesma. Para este jogo, o Benfica apresentou-se em campo com Júlio César na baliza, André Almeida a lateral direito e Sílvio a lateral esquerdo, com Luisão e Lisandro López a formarem a dupla de centrais. No meio-campo estiveram Fejsa e Pizzi, com Talisca e Gaitán nas alas. A dupla de avançados foi composta por Jonas e Jonathan Rodríguez. As duas principais novidades foi a entrada de Lisandro para o lugar do lesionado Jardel, e de Jonathan para o ataque.
Os primeiros 10 minutos foram divididos. O Benfica a tentar ter bola, mas a não correr riscos a jogar a sair de trás, fazendo posse de bola principalmente quando chegava a zonas de mais segurança. O Monterrey começava a aperceber-se que ia ter espaço para jogar, principalmente no espaço entre a defesa e meio-campo do Benfica e nas costas da defesa.
Aos 13 minutos, Pabón, jogador do Monterrey aparece isolado, mas Júlio César defende. Aos 18 minutos, e após procurar o espaço interior, Talisca remata com perigo, mas a bola passa por cima. Perda de bola de Pizzi aos 21 minutos, e o Monterrey em contra-ataque quase marca, valeu mais uma vez Júlio César.
Pouco de interessante se passava no jogo, até que aos 27 minutos Fejsa recupera muito bem uma bola e avança no terreno. A equipa desdobra-se bem, aparecendo Jonas e Gaitán a combinar, mas Gaitán quando devia ter rematado tenta a assistência e o lance acaba por se perder. Aos 30 minutos o Benfica pressiona muito alto a saída a jogar de um pontapé de baliza do Monterrey, Jonathan consegue recuperar a bola e cruza a área, onde aparece Jonas a cabecear mal.
Aos 33 minutos de jogo, voltamos a ter um jogador do Monterrey isolado, após se desmarcar entre Lisandro e Sílvio, mas acaba por rematar ao lado. Por volta dos 37 minutos, contrariedade na equipa do Benfica. O capitão Luisão sai lesionado, com queixas na zona abdominal, e entra Samaris, recuando Fejsa para central. Perto do intervalo, o Benfica consegue trocar a bola, aparecendo Pizzi a rematar de fora da área, mas a bola vai por cima da barra. O jogo acabou por chegar ao intervalo sem mais nada de interessante acontecer e com o 0-0 no marcador.
Esta primeira parte foi quase uma cópia do jogo contra o América. Equipa a ter alguma segurança na posse de bola, principalmente quando conseguia chegar com ela aos médios ou quando a recuperava no meio-campo, mas mesmo assim apenas criou lances de maior perigo com recuperações de bola alta e não em ataque continuado. A posse de bola foi muito lenta, com muito pouco dinamismo e velocidade. As saídas a jogar voltaram a piorar, com a equipa a jogar cada mais longo na frente e arriscar cada vez menos. A defesa foi apanhada com muitas bolas nas costas, principalmente entre Lisandro e Sílvio. Nota-se também cada vez mais um buraco entre o meio-campo e a defesa, mesmo com Fejsa em campo. A defesa não tem estado tão subida como se calhar devia, e tem havido pouco controlo da profundidade.
Rui Vitória continua a insistir em Pizzi a 8, com um meio-campo com dois homens. Se nos jogos em casa e contra equipas mais fracas ele ainda consegue esconder as suas fragilidades naquela posição, em jogos mais a doer, não dá mesmo. André Almeida foi mais do mesmo nesta primeira parte, não conseguindo dar nada ofensivamente à equipa, e Sílvio do lado oposto com tanto corredor para explorar, também não esteve bem. Com o jogo interior de Gaitán, ele tem muito espaço para avançar, mas depois com a necessidade de vir para dentro com a bola, não consegue dar a profundidade desejada. Talisca fez um péssimo jogo, onde apenas num remate de fora de área conseguiu criar perigo. Péssimo a nível do passe e nas restantes acções do jogo. Já se viu, e não é de agora, que Talisca não pode jogar na ala, mesmo passando muito tempo a jogar mais interior. Jonas voltou a fazer um jogo longe do que nos habituou. De Jonathan, o que posso dizer é que o melhor que tem conseguido mostrar é a boa capacidade de pressão que consegue fazer, porque de resto pouco mais. Deve ter tocado umas 10 vezes na bola durante a 1ª parte. Também se viu que Lindelöf pouco conta, com a saída de Luisão o treinador do Benfica preferiu apostar em Fejsa a central do que fazer entrar aquele que será, eventualmente, o 4º central do plantel.
Aqui, o problema da linha defensiva e do espaço entre a defesa e o meio-campo. Jogador do adversário com bola, a preparar-se para fazer um passe longo para as costas da defesa. Luisão e André Almeida a formarem uma linha e depois Lisandro e Sílvio mais atrás. O capitão faz sinal a Lisandro com o braço para eles os dois subirem, mas eles não o fazem, e o Benfica leva com uma bola nas costas. O passe nesta altura ainda não saiu e o jogador do Monterrey já se está a movimentar e a avançar no terreno. Se os jogadores do Benfica estivessem em linha, o avançado do Monterrey estava em fora-de-jogo. Os médios poderiam também ter pressionado mais o portador da bola.
Duas vezes em que a equipa podia tentar sair a jogar e não o tentou, tendo Júlio César batido a bola para a frente.
Temos aqui três exemplos do que é o grande afunilamento do jogo ofensivo do Benfica em posse de bola. Assim, e sem largura nas alas, ou situações de 2 para 1, é muito difícil criar-se perigo. No primeiro lance vemos mesmo André Almeida e Talisca bem no meio do terreno, e nem um jogador aberto na ala para depois de tentar bascular o jogo para cá.
O jogo interior dos médios ala em praticamente todas as tentativas de sair a jogar, deixando as alas para os laterais.
Jogada simples de saída a jogar do Monterrey, que consegue entrar com a bola na ala. Fejsa vai dobrar André Almeida na ala, ficando um enorme buraco no meio-campo, com Pizzi muito longe e André Almeida a não tentar rapidamente fechar o espaço de Fejsa. O Monterrey desdobra-se bem e aparece com um jogador solto à entrada da área, que remata com muito perigo quase sem oposição. Só quase no momento do remate, Pizzi chega perto e nenhum defesa do Benfica saiu para tentar estorvar o jogador adversário. Sobre este lance, José Calado, comentador da BTV, descreveu-o como muito bom por parte do Benfica.
Médio do Monterrey a avançar com a bola sem grande pressão por parte dos jogadores do Benfica, Sílvio muito aberto na ala e com muito espaço entre ele e Lisandro. Bola fácil entre o lateral e central, diagonal do jogador da equipa mexicana que se isola.
A pressão alta que a equipa do Benfica faz sempre que o guarda-redes adversário tem a bola, tentando sempre obrigar a que ele jogue longo na frente.
Uma coisa que tem mudado no Benfica, é o número de jogadores que defendem e que estão atrás da bola. Nesta jogada, podemos ver os 11 jogadores do Benfica atrás da linha da bola.
Mais uma vez, a equipa do Benfica a pressionar com vários jogadores muito perto da bola, mas a defesa do Benfica muito longe do meio-campo e baixa no terreno, assim como desalinhada.
Para a 2ª parte, não houve substituições, tendo entrado a mesma equipa que tinha acabado a 1ª parte. Aos 48 minutos, e após recuperar uma bola, Lisandro preocupa-se mais em colocar a mão na cara do adversário do que em bater a bola e acabar com o lance, tendo o árbitro marcado falta. Livre lateral, ninguém do Benfica ataca a bola e aparece o jogador da equipa mexicana a fazer o primeiro golo da partida. Logo de seguida o Benfica quase empata, com um jogador adversário perto de fazer auto-golo, mas a bola vai ao poste.
O jogo continuava aquilo que foi na 1ª parte, com a diferença de que o Benfica não conseguia pressionar tanto e começava a haver ainda mais espaço entre os sectores. A equipa começava a mostrar também muito cansaço. Aos 56 minutos Pizzi tenta cortar uma bola de carrinho, mas acaba por tocar com a mão na bola, sendo assinalada grande penalidade. Funes Mori faz o 2-0 para os mexicanos. Logo de seguida, Rui Vitória faz entrar Lindelöf, Nélson Semedo, Carcela e Nélson Oliveira, para os lugares de André Almeida, Pizzi, Talisca e Jonathan. Lindelöf foi para central, Nélson Semedo para lateral direito, Samaris e Fejsa formaram a dupla de meio-campo, Carcela a médio direito e Nélson Oliveira a fazer dupla com Jonas na frente. Nélson Semedo mostrou mais em termos ofensivos em 30 segundos, que André Almeida na pré-época toda.
O jogo acalmou muito, ambas as equipas baixaram a pressão, deixando jogar mais o adversário. Samaris era o único que continuava em rotação mais alta. Nada de importante se passou em quase toda esta segunda parte. Jogo em ritmo baixo, jogadores a passo e um mau futebol. Rui Vitória aos 78 minutos tirou Jonas e lançou Nuno Santos, passando Gaitán a apoiar Nélson Oliveira no ataque. Os 80 minutos, os mexicanos fazem o 3-0 no marcador, que foi o resultado final.
Esta 2ª parte foi terrível para o Benfica, como o próprio resultado indica. Equipa completamente desligada entre si, cada um quase a jogar como se não houvesse nada trabalhado, nada de jogadas delineadas, três golos sofridos, passividade defensiva e ofensiva, tudo horrível. Se na 1ª parte Júlio César conseguiu evitar os golos, nesta nada conseguiu fazer. O cansaço e as condições justificam algo, mas não tudo.
Mais uma vez, Nélson Semedo mostrou em meia hora que consegue ser o lateral que mais dá ao jogo do Benfica. Não consigo entender como é que Rui Vitória coloca André Almeida a lateral, sabendo que lhe vai dar o corredor todo para atacar, visto Talisca estar a jogar mais dentro. Não entendo também porque Gaitán fez o jogo todo, acabando mesmo por se agarrar à coxa perto do fim. Os minutos que se dão aos jogadores também me fazem alguma confusão. Por exemplo, Djuricic mostrou algo quando jogou, mas não voltou a ter minutos
Sim, é o mesmo lance nas duas imagens, com um passe do guarda-redes mexicano para o seu médio, que recebe a bola e roda, e veja-se o buraco que há no meio-campo do Benfica.
Os dois médios ala do Benfica, um ao lado do outro.
Nélson Semedo entrou e conseguiu criar desequilíbrios na equipa adversária, ou pelo menos tentou.
Se o que se esperava era que a equipa fosse em crescendo com os jogos que ia fazendo, o que se verificou foi o oposto nesta pré-época. A humidade, o horário, o cansaço, o calor, não explicam tudo isto. Não vou mentir, estou muito desiludido com o que vi em campo nestes últimos jogos. Leio muito que nos anos anteriores também aconteceu o mesmo, e depois a equipa ganhou, mas infelizmente nem sempre a regra é essa. Há que ser também exigente e saber ver as coisas, e o que se viu em campo foi péssimo. As coisas podem perfeitamente mudar, que isto é apenas a pré-época, mas os sinais foram maus e nem o mais confiante adepto do Benfica terá gostado do que viu nestes jogos.
O problema nem é tanto os resultados, é a falta de ideias que se vê em campo. Não vi evolução nenhuma no jogo do Benfica desde o primeiro jogo e isso é o que me preocupa. O Benfica está há 263 minutos sem marcar um golo, e desde que Jonas fez o 2-1 frente ao PSG, em 408 minutos a partir desse momento, a equipa marcou um golo.
Vejo Rui Vitória sem saber o que fazer e perdido. Por um lado deve ter as suas ideias para tentar dar aquilo que ele quer para este Benfica, mas por outro existe a história que vem de trás, e o que herdou do seu antecessor. Não consegui ainda perceber o que Rui Vitória quer para este Benfica, para além de mais posse de bola e segurança. O que muita gente pede é que o Benfica jogue em 4x4x2 e que essa táctica é que é boa, mas não é fácil colocar aquele modelo em prática, porque quer se queira ou não, Jorge Jesus conseguiu construir algo de muito bom e forte. Se o treinador do Benfica não pensa dessa maneira, tem de seguir as suas ideias. As pessoas têm de perceber que não há tácticas melhores, nem tácticas piores, o que é importante é a dinâmica dos jogadores em campo e o que eles conseguem construir e dinamizar. Não é por se ter dois avançados ou três que a equipa vai passar a marcar mais ou menos golos. O Benfica ganhou dois campeonatos seguidos a jogar em 4x4x2, mas também perdeu 3 seguidos para um 4x2x3x1. Não estou a defender nenhuma táctica, o que eu defendo é a qualidade, os bons métodos, bom colectivo, bons processos de trabalho, bom modelo de jogo, boas dinâmicas em campo, e isso sim, é o que traz sucesso.
Esta pré-época mostrou também que o Benfica precisa urgentemente de verdadeiros reforços, daqueles que entrem de caras na equipa titular. E com o que se viu, se calhar são precisos mais do que o que se esperava, e é obrigatório ir ao mercado. Em relação ao planeamento da pré-época, Rui Vitória não tem culpa de ter sido horrível, mas em relação a isso já falámos em outros artigos.
A única coisa boa, é que tenho a certeza absoluta que na Supertaça a equipa não vai conseguir fazer pior que a imagem que deixou nesta digressão e vai melhorar. Venha de lá essa Supertaça e que a equipa esteja a guardar para os jogos oficiais tudo aquilo que não mostrou nesta pré-época, e isso é o que eu, e todos nós desejamos.
Com a chegada de Rui Vitória ao Benfica, muito se tem falado do sistema e modelo que será usado pelo novo treinador. A dúvida é se o novo treinador irá manter o 4-4-2 que Jorge Jesus usou durante grande parte das suas 6 épocas no Benfica. Nas entrevistas dadas por Rui Vitória até ao momento, deixou sempre no ar a ideia que iria continuar a utilizar o sistema do seu antecessor, mas com alternância de sistema entre competições ou mesmo durante o próprio jogo.
É verdade que Rui Vitória já utilizou o 4-4-2 em vários momentos da sua passagem pelo Vitória, mas será extremamente difícil imprimir a dinâmica das equipas de Jorge Jesus, até porque o modelo de jogo adoptado por Rui Vitória é diferente. Enquanto que Jorge Jesus privilegia o apoio frontal de um dos avançados e o jogo interior, Rui Vitória prefere o jogo exterior e a entrada de um dos médios para procurar a profundidade.
O jogo a analisar será o que ditou o 34º título, o Vitória vs Benfica. Um jogo de grande pressão para as duas equipas: de um lado o Campeão à procura do Bi, do outro uma equipa que com pouco a ganhar na classificação, queria evitar a todo o custo que o Benfica fizesse a festa em sua casa. É assim Guimarães, são assim os Vitorianos.
O então treinador do Vitória preparou bem o jogo porque sabia que Benfica ia encontrar - Jorge Jesus nunca mudou a forma de jogar - e por isso começou o jogo em 4-4-2:
A ideia é simples: o Benfica na saída de bola projeta os laterais e fica com 3 defesas - Samaris vai para o meio dos 2 centrais -, com os 2 avançados o Vitória consegue pressionar mais à frente, dificultando a troca de bola entre os defesas, Otávio e Sami nas alas fecham os laterais e André André fica próximo de Pizzi para que a bola não entre no número 8 do Benfica - como se vê na 2ª imagem. Rui Vitória pensava ter fechado assim todos os caminhos para a saída de bola do Benfica. Este sistema do Vitória obrigou um trabalho de maior sacrífico de Jonas e Lima, foram eles que tiveram que descer no terreno e baralhar o bem trabalhado meio-campo do Vitória. E que bem fizeram esse trabalho, nos primeiros 20 minutos foram eles que impulsionaram o Benfica, mas Rui Vitória responde a esta mexida tática do Benfica e readapta-se:
O Vitória muda para 4-3-3. Ricardo Valente vai para a esquerda e Sami continua na direita. No meio-campo fica Josué no vértice defensivo do meio-campo e André André juntamente com Otávio ficam com a missão de transportar jogo e dificultarem a saída de bola do Benfica. E é neste momento que o Benfica deixa de criar perigo da mesma forma sufocante que o tinha feito antes. Josué fica com uma missão importante: vigiar de perto o avançado do Benfica que desce no terreno; nesta sequência de imagens dá para ver Josué a seguir de muito perto Lima, não o deixando ficar com espaço para o apoio frontal tão típico do Benfica de Jorge Jesus:
Josué foi a chave para bloquear grande parte das tentativas de ataque do Benfica. Nota mais para esta alteração tática de Rui Vitória.
No momento ofensivo, realce para a projeção dos laterais que o Vitória usou. Uma equipa com medo de sofrer golos, a querer apenas defender, nunca entraria numa situação de risco deste tipo:
Centrais a sair a jogar e os laterais completamente abertos na ala. É aqui que cai por terra a ideia de que Rui Vitória apenas joga para defender. No jogo com o Sporting em Guimarães, esta projeção causou muitos problemas à equipa leonina. Nesse jogo o resultado final foi 3-0 e uma exibição de sonho para o Vitória.
Na próxima sequência será possível ver novamente a projeção que Rui Vitória pede aos laterais. Num momento de pressão alta do Vitória, a bola é recuperada no meio-campo do Benfica e vê-se Luís Rocha - o lateral esquerdo - a subir no terreno para dar profundidade na esquerda:
A bola não entra em Luís Rocha porque Otávio resolve segurar a bola e perde o tempo de passe. Má decisão do brasileiro emprestado pelo FC Porto aos Vitorianos.
Noutra situação de ataque, é possível ver uma das caraterísticas do modelo de Rui Vitória - e onde difere de Jorge Jesus. O médio 'box to box' procura a profundidade para criar perigo. Na próxima imagem está André André a jogar no limite do fora de jogo para receber a bola e com isto baralhar a organizada defesa do Benfica:
O Vitória atacou sempre com muitos homens, mas nem assim criar grande perigo porque tinha do outro lado uma das mais bem organizadas defesas do campeonato.
Se no meio-campo do Benfica o Vitória defendia com 4-4-2 para pressionar mais à frente, quando o Benfica entrava no meio-campo do Vitória, estes transformavam o sistema num 4-1-4-1 bem definido. Um bloco bastante junto para evitar as rotações de posições do Benfica, limitando espaços e tentando controlar a profundidade dos Bicampeões. Este lance aconteceu ainda antes da alteração para 4-3-3:
É isto que espero do Benfica de Rui Vitória. Uma equipa que ataque e defende no meio-campo adversário com 4-4-2 e que defende no seu meio-campo com 4-1-4-1 ou 4-2-3-1. Será este o pensamento do novo treinador do Benfica para a época que se avizinha.
No lado psicológico do jogo, Rui Vitória esteve bem neste jogo. Ambiente infernal nas bancadas e objetivos a atingir para os dois lados, o Vitória esteve sempre bem no jogo, tentando sair a jogar e nunca despejando bolas sem sentido, facto que poderia denunciar alguma ansiedade. O Vitória deu sempre a sensação que estava confortável e conseguiu manietar o Benfica durante grande parte do jogo. Boa preparação da equipa por parte da equipa técnica comandada por Rui Vitória.
Falta saber como será o percurso de Rui Vitória no Benfica, mas isso, só os resultados o dirão. Porque pode jogar da forma A ou B, mas são sempre os resultados que classificam o trabalho de um técnico, por muito injusto que isso às vezes possa ser.
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