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in·fer·no |é|
(latim infernum, -i)
substantivo masculino
2. [Religião] Lugar destinado ao castigo eterno da alma dos pecadores, por oposição ao céu. (Geralmente com inicial maiúscula.)
6. Coisa desagradável.
7. Desassossego, sofrimento.
8. Grande confusão ou gritaria. = INFERNEIRA
Vídeos partilhados até à exaustão no Facebook. Inferno da Luz. Lotação esgotada. #EstáTudoAP3n5arNoMesmo. #KONoDragão. Tremam. #SejaOndeFor. Coreografias. O Benfica no seu pico de forma, o FC Porto à beira do abismo. Fotos de perfil com uma tarja a dizer #Juntos. Tudo fazia crer que o Inferno da Luz estaria de volta.
Mas não.
Antes do jogo o speaker pediu-nos que prestássemos atenção aos ecrãs do estádio. Começa então a passar o vídeo da moda; o público comenta, ovaciona e aplaude. Acaba o vídeo e o primeiro "SLB Glorioso SLB" é-nos incitado pelo speaker para ser logo de seguida interrompido pela explicação do que fazer durante a coreografia. A equipa nunca mais entrava em campo e o hino nunca mais começava quando, por iniciativa própria, a Catedral explode num "Benfica dá-me o 35" em uníssono, momento que seria de arrepiar, se o speaker não estivesse constantemente a interromper. Começa o hino - aquilo que devia ser o catalisador do Inferno, torna-se um mero momento de karaoke: letra a passar nos ecrãs gigantes e a música muito alta. As colunas conseguem abafar as vozes de mais de 60 mil pessoas. Terminado o hino, começa então a tocar uma música digna de discoteca. O estádio volta a explodir em cânticos de apoio, que mal se ouviam dado o volume da música, porém o speaker volta a intervir com o cântico da sua escolha. "Oh Sport Lisboa E Benfica, o campeão" deu duas voltas, o jogo começou e com ele os assobios.
Volta o Inferno na Luz.
Assobios e insultos ao defesa direito do FCP, o que seria de esperar. Porém quando não estavam a assobiar, estava tudo calado. Um ocasional "SLB Glorioso SLB" que dura pouco mais de dois minutos. E mais silêncio. Os No Name Boys foram fieis ao que costumam ser em Clássicos: mudos. Os Diabos Vermelhos pouco se faziam ouvir. O restante público estava no cinema.
Eu entendo a existencia de pessoas que não se sentem confortáveis a cantar, que gostam de ver "a bola" sossegados, mas num jogo com esta dimensão isso não pode acontecer. É obrigatório o apoio à equipa, não pode ser só de vez em quando. Os assobios a um jogador insignificante nunca podem ser mais importantes que o apoio ao Benfica.
Estar 90 minutos a ouvir a claque adversária não é o Inferno da Luz, é o Inferno na Luz. Não é um senhor de microfone ou uma votação da Eurosport que diz que somos os melhores adeptos do Mundo. Nós somos os melhores adeptos do Mundo, a tirar selfies, a partilhar vídeos do Guilherme Cabral e a pedir camisolas aos jogadores.
O mítico mas recente minuto 70 foi apenas uma amostra do que devia ser sempre. Nada nem ninguém está acima do clube. Apoiem o BENFICA!
Sou uma pessoa extremamente pessimista. Por vezes gosto de me convencer que sou apenas realista (e sou!), mas tenho tendência para ser demasiado negativo. Levo a Lei de Murphy demasiado a sério. Talvez por isso tenha alguma dificuldade em “confiar” no Benfica. Vou quase sempre preparado para o pior e dessa maneira custará menos se correr mal. Ou pelo menos tento acreditar nisso. Sinto que vivo o Benfica de uma forma complicada. Pouco saudável, vá. Procuro um equilíbrio que sei que nunca irei encontrar. Sou capaz de delirar com uma vitória, como colocar tudo em causa depois de um empate com uma má exibição. É o Benfica, é normal.
Gostava de ser aquele adepto que puxa imediatamente um cântico de apoio no estádio quando sofremos um golo, que acha que é possível recuperar de uma derrota aos 70 minutos ou que acredita que o Luisão vai marcar de cabeça após livre de Petit num derby a terminar o jogo. Esse tipo de coisas.
Por todos estes motivos, sinto que provavelmente não sou a pessoa mais indicada para escrever este texto ou para vos dizer que acredito na vitória do Benfica. Isto é, no fundo, um desabafo.
Torna-se desnecessário assumir todas as semanas que o jogo desse dia é “muito importante”. Porque é sempre. É certo que surgem sempre motivos diferentes, mas cada jogo ganha um peso e um significado particular porque isso faz parte da nossa cultura. Espera-se a vitória. Vencer e convencer. Ganhar à Benfica. É isso que se exige. Todos os jogos são muito importantes, mas este é muito importante.
Esta Supertaça é apenas um jogo, apesar de não o ser. Depois de dois meses quase surreais, surge o nosso momento. O momento em que teremos de justificar e dar resposta a tudo o que aconteceu. Com o cérebro, mas também com o coração. Correndo o risco de ser estupidamente dramático, este jogo não é só um troféu, um derby ou um início de época. Não o consigo ver dessa forma, não faz sentido assim. Precisamos de mostrar que estamos vivos, mas que não vivemos obcecados com terceiros. Que temos ainda mais vontade de continuar a vencer, que não somos reféns de ninguém e que a resposta, como sempre, é apresentada em campo. É, sobretudo, um teste à nossa honra.
É também um teste de peso para Rui Vitória, que terá a responsabilidade de corrigir e melhorar o que tem sido feito até agora, passando a mensagem certa para os jogadores. Sendo o nosso treinador e estando perfeitamente alinhado e identificado com a identidade e filosofia do clube, também ele quererá, certamente, mostrar que somos superiores.
Podia descrever detalhadamente todos os motivos que tornam este jogo numa ocasião nuclear, recorrer a chavões e frases feitas ou apresentar situações semelhantes em que fomos felizes, mas parece-me curto e até escusado. Todos temos consciência do que este jogo significa e caberá à equipa do Sport Lisboa e Benfica dar uma resposta à altura do clube.
Nunca nenhuma equipa perdeu um campeonato por falhar na Supertaça, mas vamos começar a vencê-lo ao conquistar estre troféu. Porque é o Benfica, é normal.
Começou ontem a caminhada dos jovens do Benfica B na 2ª liga. Nesta abertura, a equipa B deslocou-se a Olhão para defrontar o Olhanense. O resultado final foi de 1-1, com os jovens benfiquistas a serem muito superiores, principalmente na 2ª parte, valendo aos algarvios a grande exibição do seu guarda-redes.
Esta equipa B do Benfica é muito jovem, mas com muito talento. Neste jogo vimos vários jogadores que ainda são juniores a jogarem a titulares. Estes jogadores estão a queimar etapas e é muito bom que encontrem maiores dificuldades no jogo, para se desenvolverem.
O jogo foi jogado num campo que é um autêntico batatal. A liga devia preocupar-se tanto com estes relvados como se preocupa com os sintéticos, pois um campo naquele estado consegue ser ainda pior que um sintético. Muito difícil a missão para o Benfica num campo daqueles, visto serem jogadores muito mais técnicos e uma equipa que joga mais em posse.
Foi um bom jogo do Benfica. As laterais defensivas, assim como na equipa A, são o ponto menos forte da equipa. Alexandre Alfaiate é um central de origem e dá pouca amplitude. Rebocho na esquerda é muito lutador, mas precisa de evoluir muito mais. João Nunes é um jogador que sempre gostei muito, desde que o vejo nas camadas jovens do Benfica. É um líder natural, mostrou-o neste jogo, sempre a comandar a defesa e a definir as subidas ou descidas da defesa. Fez dupla de centrais com Lysctov, e não estiveram mal, pese algumas dificuldades de entrosamento entre os dois. João Nunes vem de um Mundial de Sub-20 onde esteve fantástico, e este ano terá oportunidade de mostrar todo o seu valor, caso queira um dia chegar à equipa principal.
O trio do meio-campo que jogou neste jogo é muito forte, apesar de ter dois juniores, Renato Sanches e João Carvalho. Paweł Dawidowicz é o jogador mais recuado, aquele que jogou na frente da defesa e começa a primeira fase de construção. Como é seu hábito, esteve muito forte no desarme, mas precisa de evoluir muito no passe, ser mais rápido e ser mais assertivo. Sou um grande admirador de Renato Sanches e João Carvalho. Renato é um portento físico, é um jogador que ainda é júnior e ontem aos 90 minutos de um jogo de seniores andava a fazer piscinas de uma área à outra. Fisicamente raramente perde um lance, mas tenho notado que ainda não conseguiu nos últimos anos dar aquele passo em frente na parte técnica, e que tanta diferença podia fazer. A sua capacidade de transportar jogo com a bola no pé é muito forte. Perde é ainda várias bolas, não tomando muitas vezes a opção mais correcta, mas até apareceu melhor no passe. Ainda é novo, tem ainda tempo para melhorar e será naturalmente um dia jogador de equipa principal. João Carvalho é um jogador muito dotado tecnicamente e super inteligente. Sabe fazer tudo em campo, e bem. Sabe aparecer onde deve, temporizar, fazer grandes passes, driblar, e isto tudo aliado a ser o jogador mais inteligente da equipa, faz a diferença. Tem algumas fragilidades físicas, mas consegue fazer com que isso não se note muito. Finalmente, parece que ser mais forte fisicamente ou ser mais rápido, não é importante para decidir quem joga na formação do Benfica.
Na frente jogaram Victor Andrade e Diogo Gonçalves nas alas e Sarkic a avançado. Andrade é um jogador que se nota ter mais andamento que os outros, mas é muito previsível, acaba por fazer sempre o mesmo, e perde muitas bolas, mas quem o viu no ano passado e o vê agora, nota uma grande melhoria. Diogo é um extremo mais objectivo, que tem sempre a baliza em mira, e num jogo de tanta posse e tentativas de desequilíbrio nas alas, a equipa ressente-se um pouco com a previsibilidade que ele dá. Sarkic também ainda precisa de melhorar mais, pois ainda tem muitas dificuldades perante a marcação dos centrais, o que é normal para um jogador tão jovem e com menos poder físico que os centrais. Tem movimentos muito interessantes e finaliza com qualquer pé.
Hélder também mexeu bem na equipa. Entraram Hildeberto, Clésio e Elbio Álvarez durante a segunda parte, e a equipa melhorou. Tenho esperanças em Hildeberto Pereira, pode fazer a diferença na frente, mas precisa de ganhar outras coisas no seu jogo e não fazer apenas a diferença na sua explosividade e capacidade física.
Gostei do jogo que vi, é sempre bom ganhar, mas neste momento não é o mais importante para estes jovens. Importante é eles crescerem, terem dificuldades que pela primeira vez muitos sentem ao colocar o seu futebol em campo. A capacidade que eles têm precisa de ser posta à prova, é preciso que eles percebam o que têm de fazer para continuarem a fazer a diferença no futebol sénior, pois aí as facilidades não são as mesmas que na formação.
É continuar a trabalhar assim, talento há muito.
Naquele que foi o 3º jogo da pré-época, o Benfica defrontou hoje os New York Red Bulls da MLS. Para este jogo, Rui Vitória fez a tal mistura das micro-estruturas que tinha falado antes do encontro com a Fiorentina. Na baliza jogou Ederson, que fez os seus primeiros minutos de águia ao peito. Nélson Semedo foi o dono da lateral direita, enquanto que Sílvio jogou na esquerda, ficando Luisão e Lisandro com a zona central da defesa. A dupla no meio-campo foi composta por Samaris e Pizzi, estando Ola John na ala esquerda e Carcela na direita. Taarabt também fez os seus primeiros minutos de águia ao peito, jogando no apoio a Jonathan Rodríguez.
Se nos jogos anteriores o Benfica jogou com dois avançados, desta vez isso não aconteceu. Taarabt jogou no apoio a Jonathan, mas não tão avançado, e baixando mais para buscar bola.
Este adversário do Benfica e apesar de estar a jogar sem muitos titulares, é uma equipa com muito mais andamento, pois estão em competição há muito tempo. Isso notou-se logo no início do jogo, com a pressão muito alta que faziam para evitar que o Benfica conseguisse jogar a partir da sua área.
Aos 7 minutos, o Benfica na primeira vez que chega à baliza adversária, adianta-se no marcador. Depois de uma boa basculação de jogo, Nélson Semedo aparece a rematar para corte de um adversário, Pizzi ganha a segunda bola combinando com Carcela e isolado atira para dentro da baliza dos New York Red Bulls.
Nestes primeiros 10 minutos, para além de Taarabt estar a jogar mais a número 10 e o Benfica não estar num esquema de dois avançados, outra coisa estava diferente. Os movimentos interiores dos extremos deixaram de existir, e em vez disso, abriam quase sempre na ala. Nenhuma equipa dominava o jogo, mas o Benfica começava a crescer, obrigando o adversário a baixar mais as linhas. Já tinha mais bola, fazia mais circulação e aos 15 minutos Carcela quase marca, mas o guarda-redes adversário evita o golo.
Taarabt começava a tentar pegar mais no jogo e jogando simples, apesar de se notar perfeitamente que ainda está com algum peso a mais, e com muita falta de ritmo, o que é normal para quem esteve tanto tempo parado. Pizzi na parte ofensiva fazia jogar a equipa e Nélson Semedo já dava outra largura à lateral direita do Benfica, coisa que tanto faltou nos dois primeiros jogos. Aos 21 minutos e após erro de um jogador adversário, Jonathan aparece isolado, mas permite a defesa ao guarda-redes.
O Benfica continuava com mais bola, mas tinha dificuldades em conseguir chegar com ela ao último terço do campo. O processo ofensivo continua com dificuldades. Carcela começava a dar nas vistas, muito forte no 1 para 1, e também agressivo a defender e a atacar.
Aos 33 minutos e quando nada o fazia prever, o Benfica sofre o empate. Lisandro e Luisão trocam a bola, e o capitão do Benfica faz um passe muito curto para Ederson que isola um adversário que facilmente empata o jogo.
A equipa sentiu o golo e retraiu-se nos minutos seguintes. Deixou de ter tanta bola e recuou no campo. Até ao intervalo pouco mais de interessante houve, tirando o livre dentro da área a favor do Benfica, mas o remate de Pizzi foi cortado por um jogador adversário perto da linha de golo.
Depois dos 10 primeiros minutos e até ao empate, o Benfica conseguiu fazer um jogo relativamente bom. Esta primeira parte foi mais uma prova de que Rui Vitória está a tentar transformar uma equipa de explosão e de muita verticalidade ofensiva, em uma equipa de mais posse e segurança com bola, vamos ver se resulta. Claro que vai sempre demorar algum tempo a isto conseguir ser feito. Nélson Semedo só foi uma surpresa nesta primeira parte para quem não o conhecia, esteve bem, apesar de ter sido pouco posto à prova defensivamente, que é onde tem mais dificuldades. Consegue dar outra vida à lateral, e no sistema dos dois jogos anteriores, ainda seria melhor para ele, que tem capacidade para aproveitar toda a ala.
Os dois médios centro estiveram menos efectivos na pressão e recuperação de bolas, apesar de a equipa não ter pressionado tanto. Pizzi tem muitas dificuldades sem bola e quando Samaris decide subir e pressionar mais à frente, essa dificuldade ainda é maior. Em termos ofensivos, a equipa ganha muito com ele a 8, mas perde em outras coisas, o que com equipas de melhor valia pode custar caro. Taarabt mostrou que está ainda mal fisicamente, precisa de tempo. Aguentou ainda 30 minutos a um ritmo aceitável, jogando simples e procurando o espaço e bola, mas depois desapareceu até ao intervalo. Ola John nem vale a pena comentar, foi péssimo, mais uma vez. Carcela também a cumprir os requisitos, enquanto Jonathan Rodríguez continua esforçado, mas aquela vontade enorme de marcar e mostrar serviço às vezes prejudica-o. Tem de jogar mais de cabeça levantada e procurar os colegas.
Esta foi a pressão muito alta que o Benfica encontrou nos primeiros 10 minutos de jogo, e com isso não conseguiu sair do seu meio-campo defensivo. Outra coisa que tenho notado nos jogos do Benfica, é que durante os 10 primeiros minutos de jogo a equipa arrisca pouco a sair a jogar, não tentando muito as saídas e preferindo jogar mais directo. Depois sim, tenta assentar o jogo e partir com a bola jogável de trás.
Se nos outros jogos isso aconteceu muito, esta foi das poucas vezes que o Benfica pressionou tão alto e em superioridade numérica do lado da bola. Para este jogo Rui Vitória baixou a pressão que se fazia em campo.
Se nos primeiros dois jogos os extremos procuram quase sempre fazer movimentos interiores, nesta primeira parte essa situação quase não ocorreu. Benfica com bola ao centro, e Ola John e Carcela bem abertos nas alas.
Esta foi uma recuperação de bola, em que Taarabt e Jonathan partiram para o ataque. Como podemos ver na primeira imagem, os restantes jogadores estavam um pouco longe dos dois jogadores mais avançados do Benfica, mas mesmo assim só depois de Jonathan chegar perto da área contrária e já depois de perder a bola, é que vemos jogadores do Benfica a chegar relativamente perto do local. A equipa tem de ser mais rápida a sair para o ataque, e ajudar nestas transições. Com a bola, Jonathan e Taarabt conseguiram percorrer mais espaço que os restantes jogadores o fizeram sem bola, mas estavam numa situação de 2 para 5 e o lance não deu em nada. Os jogadores adversários foram muito rápidos a recuperar, ao contrário do tempo que demoraram os jogadores do Benfica a avançar no terreno.
Esta foi uma situação que ia custar caro ao Benfica na 2ª parte. O espaço na frente da defesa está muito desprotegido, mas ninguém sai ao homem, deixando ele ir avançando com a bola sem oposição.
Muito estranhamente neste jogo, o Benfica não utilizou nenhuma vez na 1ª parte a saída a jogar em que se coloca um médio a fazer de 3º central. Esta situação é um exemplo em que a equipa sobe e nem tentam essa saída a jogar, e isso aconteceu muitas vezes. Ou se saía a jogar apenas com os dois centrais, ou se batia a bola.
Nélson Semedo é o lateral do plantel que mais capacidade tem para dar largura à equipa e que melhor sobe no terreno, dando sempre mais uma opção. Este é um belo exemplo do que ele pode fazer.
Nélson Semedo, numa situação em que me deu um déjà vu com o anterior lateral direito do Benfica.
Para a segunda parte, Rui Vitória fez duas alterações. Saíram Ola John e Taarabt e entraram Gonçalo Guedes e Djuricic. Ambos foram fazer os lugares em que estavam os jogadores que saíram ao intervalo.
O Benfica entrou bem nos primeiros minutos. A ter mais bola, a pressionar a equipa adversária e com Djuricic a pedir muito jogo para fazer jogar os colegas.
Aos 51 minutos e após uma bela transição ofensiva de Gonçalo Guedes, Pizzi e Djuricic, Jonathan recebe a bola e remata para uma grande defesa do guarda-redes adversário. Aos 56 minutos e quando nada o fazia prever, o New York Red Bulls adianta-se no marcador. O avançado da equipa americana domina a bola e entrega a um dos médios, ninguém sai ao jogador que está à entrada da área, que por sua vez domina e com todo o tempo remata para um belo golo.
Na resposta, o Benfica quase marca. Djuricic tabela com Carcela, mas o remate do sérvio é defendido para canto. Pouco depois, Carcela volta a fazer uma bela jogada, entregando a Jonathan que remata por cima, quando podia levantar a cabeça e tentar servir um colega. Por volta dos 66 minutos, Rui Vitória faz entrar Talisca, Gaitán e Jonas, para os lugares de Pizzi, Carcela e Jonathan. Talisca foi para número 8, fazendo com Samaris a dupla de médios-centro. Jonas na frente de ataque e Gaitán numa das alas.
Assim que entra, Gaitán após combinar com Sílvio, assiste Djuricic que cabeceia muito fraco quando podia fazer melhor. Por esta altura, o Benfica dominava o jogo. Tinha mais bola e a equipa adversária quase não passava do meio-campo, perdendo muito rapidamente a bola quando a tinham. Jonas apesar de estar a jogar sem nenhum avançado junto a ele, jogava como um falso 9, fugindo muitas vezes das zonas de finalização para tentar ter mais bola.
Muita bola do Benfica por esta altura do jogo, mas com muitas dificuldades em entrar em zonas de finalização. Com as substituições, os extremos do Benfica começaram também a vir mais para dentro, procurando mais jogo interior. Talisca ainda dá menos consistência ao meio-campo jogando naquela posição, e com o desgaste que Samaris já tinha, começou também a haver mais espaço entre a defesa e o meio-campo.
Rui Vitória voltou a mexer na equipa aos 81 minutos, fazendo entrar Marçal para o lugar de Sílvio e João Teixeira para o lugar de Luisão. Com isto, Samaris desceu para central, assumindo João Teixeira a posição do grego. Aos 83 minutos e após uma grande jogada de Djuricic, o sérvio entrega a bola para Marçal que atira incrivelmente por cima. Perto do fim, Gonçalo Guedes é servido por Talisca, e após uma grande arrancada é travado em falta quando já entrava dentro da área. Livre muito perigoso, mas um jogador dos New York Red Bulls corta o remate de Talisca quase em cima da linha de golo.
O jogo caminhou para o final, e o Benfica acabou por não conseguir chegar ao empate.
Nestes 3 primeiros jogos, o Benfica tem tido alguns problemas em fazer bem a linha defensiva.
Nesta imagem, podemos ver os tais movimentos interiores que Gaitán e Guedes começaram a fazer desde que Rui Vitória mexeu na equipa. Jonas foge da zona do avançado e está na linha a pedir bola. Neste momento do jogo, estão os 10 jogadores de campo do Benfica num relativo curto espaço.
Aqui é visível o espaço que a certa altura começou a haver entre a defesa e o meio-campo.
Este jogo acabou por trazer um resultado muito injusto para o Benfica, que fez por ganhar o jogo. As vitórias não são o mais importante da pré-época, mas quer se queira ou não, acabam sempre por dar mais moral e confiança aos jogadores.
Neste jogo finalmente tivemos a oportunidade de ver melhor alguns jogadores que talvez já mereciam mais tempo de jogo. Nélson Semedo, como já disse, esteve bem. Espero que se aposte mais nele e não se tenha receio, apesar de ainda ter várias lacunas. Carcela foi outro jogador que também deu nas vistas. Muito forte no um para um e muito rápido, mas é claramente um jogador para estar aberto no corredor e aí explorar as suas qualidades. Djuricic também mostrou vontade de fazer por merecer um lugar no plantel, vamos ver se é para continuar.
Como já disse, este Benfica está diferente, está mais cerebral e menos explosivo. A equipa quer mais bola, e ter mais segurança, mas tem tido muita dificuldade em termos ofensivos. Essa segurança da posse de bola tem crescido ao longo dos jogos disputados, e está melhor. Os processos no ataque são ainda fracos, não se vê muita coisa boa a sair dali, e acabam quase sempre por ser rasgos de alguns jogadores a desequilibrar. É preciso ainda muito trabalho nessa vertente. A linha defensiva continua com alguns problemas, precisando de ser muito mais certa. A equipa tem tentado ocupar melhor o espaço desde o primeiro jogo. Sílvio desiludiu-me um pouco, esperava um jogo mais conseguido da parte dele. Pizzi é o que disse na 1ª parte, muito bom com a bola, e mau sem bola. Para este jogo e até às substituições a equipa jogou de forma diferente, mais aberta. Só Rui Vitória também pode explicar porque neste jogo se deixou de se sair a jogar com os 3 centrais.
Ainda há muito trabalho pela frente, há algumas coisas boas que se vê, mas ainda muito melhorar também, o tempo é cada vez menor e a Supertaça está cada vez mais próxima. Do que vi nestes três jogos, a equipa que mais segurança me dá, seria: Júlio César, Nélson Semedo, Luisão, Jardel, Sílvio, Fejsa, Samaris, Gaitán, Carcela, Talisca e Jonas.
Hoje o Benfica fez o seu 2º jogo nesta pré-época, agora contra a Fiorentina. Se pelas palavras de Rui Vitória se esperava que desta vez houvesse uma mistura entre titulares e jogadores que ainda procuram o seu espaço, não foi bem isso que aconteceu. O treinador do Benfica voltou a apresentar uma equipa titular com jogadores quase todos rotinados entre eles, onde a excepção era mesmo Jonathan, que ocupou a vaga de Lima. André Almeida substituiu Sílvio na lateral direita, Fejsa entrou para fazer a dupla de meio-campo com Samaris, enquanto tudo o resto se manteve relativamente ao jogo com o PSG. Com esta pré-época tão curta em jogos, faz sentido Rui Vitória tentar apostar mais nos jogadores que devem jogar na Supertaça, mas mesmo assim, esperava ver outros jogadores também a ter oportunidades.
O Benfica não entrou muito bem no jogo, não conseguia ter muita bola. Nos primeiros 10 minutos, a equipa praticamente só teve bola nos seus defesas, mas sem conseguir sair a jogar, visto a Fiorentina estar a pressionar muito alto a saída do Benfica.
A partir dos 10 minutos, o Benfica começou a ter mais bola, e a conseguir sair a jogar. Com a forma como Talisca e Gaitán vinham buscar interiormente o jogo nas saídas a jogar, o Benfica começou a ultrapassar a pressão dos italianos. Aos 14 minutos, e após a bola sair da defesa, a equipa de Rui Vitória conseguiu construir um bom lance de ataque, onde Jonathan rematou para a defesa do guarda-redes da Fiorentina.
O jogo continuava muito dividido, mas o Benfica já era a equipa com mais bola, apesar de não criar perigo para a baliza contrária. Havia posse, mas havia pouca verticalidade e poucos desequilíbrios causados na defesa contrária.
Assim como no primeiro jogo, o Benfica continuou a vir com os extremos ao meio. Talisca e Gaitán procuraram quase sempre o jogo interior, deixando as alas para os laterais ou para um avançado que lá caísse de vez em quando.
O jogo continuava a arrastar-se, pouco ou nada de perigo se passava. O Benfica a continuar a tentar ter mais bola e a jogar sempre com a bola no pé, não criando perigo, e a Fiorentina a ter menos bola mas a chegar com mais perigo à baliza de Júlio César, tendo dois remates, um deles muito perigoso, mas que saiu ao lado. Apesar dos remates, os italianos não conseguiam entrar na área do Benfica, criando perigo apenas nos remates de fora de área. O jogo começava a tornar-se mais duro também.
Com o passar do tempo, o Benfica conseguiu levar a Fiorentina cada vez para mais longe da baliza de Júlio César. Samaris e Fejsa a fazerem um grande trabalho no meio-campo, principalmente na pressão e na forma como ganhavam por esta altura todas as segundas bolas.
O jogo acabou por chegar ao intervalo empatado a zero.
Esta 1ª parte do Benfica, em termos ofensivos, foi inferior aquilo que a equipa tinha feito frente ao PSG. Em termos defensivos, a equipa esteve muito melhor. Com Fejsa e Samaris no meio-campo, a equipa ganha outra consistência defensiva, principalmente pela capacidade que o sérvio tem em fechar aquele espaço entre a defesa e o meio-campo, e que tantos problemas tinha causado no anterior jogo. Com isso, Jardel já esteve melhor, e não teve tantas dificuldades perante esse espaço. Foi conseguido manter a equipa italiana fora da grande área do Benfica, criando apenas perigo em remates de longe. A nível da pressão, a equipa continuou bem, a pressionar muito alto, e desta vez evitou quase sempre a chegada da bola jogável ao espaço entre a defesa e o meio-campo.
Em termos ofensivos, e como já disse, a equipa esteve pior. O Benfica até conseguiu chegar várias vezes com a bola controlada até ao sector avançado, mas depois nada conseguia. Muito poucas ideias e processos ofensivos ainda muito fracos. Jonathan lutou muito, e pressionou muito, mas pareceu um pouco à parte dos restantes, e até acaba por ser algo normal, visto nunca ter tido uma oportunidade como esta. Continuo a achar que caso Rui Vitória continue com esta ideia, o Benfica precisa de contratar um jogador com muita qualidade para jogar ao lado de Jonas. Esta falta de poder ofensivo também é explicado por o Benfica ter jogado com Fejsa e Samaris no meio-campo, que não são jogadores criativos e com muita capacidade de criar desequilíbrios na equipa adversária. Se ganhamos muito em consistência defensiva, perdemos ofensivamente, pois o grego, que é quem mais se liberta para tarefas ofensivas, não tem capacidade criativa de ajudar muito no processo ofensivo. Acabou por fazer alguns bons passes, mas fazer rupturas em progressão, chegar perto da área adversária, de ter verticalidade ofensiva, e de criar perigo para a equipa adversária, não são as suas principais características. Vou passar agora a alguns momentos desta 1ª parte, voltando no fim do jogo a fazer um apanhado.
Foi muito por causa desta pressão que a Fiorentina fez, que o Benfica não conseguiu sair a jogar nos primeiros minutos. Pressão muito alta da equipa italiana. Provavelmente, o Benfica não esperava isto, mas ainda bem que aconteceu. Serviu para a equipa de Rui Vitória se tentar habituar a pressões deste género e só assim com estas dificuldades a equipa vai crescendo.
Uma das coisas em que a equipa não tem estado tão bem, é na sua linha defensiva. Neste lance, vemos Eliseu completamente mal na linha defensiva, muito aberto, com grande espaço entre ele e Jardel, e ainda por cima a colocar os jogadores da Fiorentina em jogo. Por sorte, a bola depois de chegar ao médio centro da equipa italiana não entrou em nenhum dos avançados, que estavam em jogo, e com caminho livre para a baliza.
Mais uma vez, Eliseu a estar mal. Saiu a uma zona onde já estava Fejsa, descompensando a equipa, e o resultado foi aquele buraco que se vê na segunda imagem.
Aqui e como tinha acontecido no primeiro jogo, a procura dos espaços interiores por parte de Talisca e de Gaitán. A primeira imagem é de uma saída a jogar a partir da defesa, e na segunda num ataque em posse. Em ambos os casos, o espaço foi aberto na ala para Eliseu, que acabou por não o aproveitar.
Mais uma saída a jogar do Benfica com Samaris e Jonas a fazerem o movimento de vir buscar a bola ao meio, depois de Fejsa em vez de ir receber a bola como 3º central, foi buscar na linha. A Fiorentina pressiona alto, os médios acompanham Jonas e Samaris, mas a bola consegue entrar no grego depois da tabela com Jonas. Talisca com o seu movimento interior arrasta o lateral, e André Almeida fica com todo o espaço do mundo para o ataque. A bola acabou por se perder e não dar em nada, visto o passe não ter sido muito bom, e André Almeida ter continuado na linha em vez de começar a vir para dentro, onde tinha todo o espaço para levar a bola. Esta foi uma das melhores saídas a jogar do Benfica nestes dois jogos, apesar do risco do passe de Fejsa para o meio.
Temos aqui duas vezes em que o Benfica pressiona a equipa adversária em superioridade numérica. A primeira num lançamento lateral, tentando evitar que a bola saia dali, ocupando todo o espaço. A segunda numa tentativa de sair a jogar dos italianos, e assim que a bola entra na linha, o Benfica tapa todos os espaços.
Outra coisa que o Benfica fez em ambos os jogos, foi obrigar a equipa adversária a bater a bola pelo seu guarda-redes nos pontapés de baliza, evitando que ela saia a jogar.
Por último, a forma como a equipa se posicionou defensivamente quando a bola entrava no meio, e como Fejsa e Samaris, assim que o jogador da Fiorentina recebe a bola de costas, o pressionam e ganham a bola.
Para a 2ª parte, e ao contrário do que tinha acontecido no jogo anterior, voltaram a entrar os mesmos jogadores, não havendo nenhuma substituição.
O jogo voltou ao mesmo, muita pressão, muita luta e poucos lances de perigo. Jogo muito dividido a meio-campo e sem oportunidades de golo. O Benfica continuava a pressionar bem, a fechar quase todos os espaços no caminho para a sua baliza, com boa circulação de bola, mas o jogo ofensivo continuava péssimo.
Aos 56 minutos a Fiorentina quase marca. Eliseu sai a Joaquín que recebe o passe na linha, e apesar de depois a bola vir para o meio, o jogador do Benfica ficou bem aberto na linha. A bola entra no enorme espaço entre Jardel e Eliseu, e o jogador da Fiorentina atira à trave.
Um minuto depois, o Benfica tem uma grande oportunidade. Assim como aconteceu na 1ª parte, o médio da Fiorentina recebe a bola de costas no meio-campo, e três jogadores do Benfica fazem logo a pressão, obrigando ao erro. Jonas recupera e após excelente jogada, atira ao lado.
Aos 58 minutos, Rui Vitória mexe pela primeira vez na sua equipa. Entram Sílvio, Pizzi e Ola John, e saem Eliseu, Talisca e Samaris.
As substituições nada alteraram na equipa, o jogo continuou igual, os mesmos defeitos e as mesmas virtudes, até que aos 66 minutos Luisão leva o segundo amarelo e é expulso. A partir deste momento e como é obvio, o jogo mudou, deixando o Benfica de ter as mesmas armas do adversário, tentando não sofrer e atacando muito menos, mas não deixando a Fiorentina criar muito perigo. O jogo arrastou-se até final, ainda entrando Cristante, Nélson Oliveira, Carcela e Lisandro. Nas grandes penalidades, o Benfica acabou por perder por 4-5.
Este foi mais um jogo com aspectos positivos e negativos. Mais uma vez, digo que o Benfica precisa de reforços, principalmente nas laterais. Nesta forma de jogar, e mesmo que seja noutra forma, estes não dão garantias. Sílvio pode servir para a esquerda, mas depois tem a tendência de vir para o meio. Neste jogo foi ainda mais evidente a falta que laterais ofensivos fizeram ao jogo da equipa. Eliseu não pode ser titular no Benfica.
A equipa melhorou muito defensivamente, apesar da linha da defesa ter tido algumas falhas. A inclusão de Fejsa no 11 inicial foi muito importante para isso acontecer. O sérvio consegue ter um grande raio de acção, fechando muito espaço e recuperando muitas bolas. Esta dupla de meio-campo é muito forte defensivamente e na pressão, mas depois o Benfica perde muito quando o jogo passa para a parte ofensiva. Com os extremos a vir buscar jogo dentro, e os laterais a não ajudarem no processo ofensivo, o Benfica tem muitas dificuldades em criar perigo e em chegar à baliza contrária. Apesar da pressão dos italianos, a equipa já mostrou qualidade e ideias a sair com a bola a jogar desde a sua defesa. Também, quando viram que não dava, não inventaram para não cometerem erros. A posse de bola esteve mais segura durante este jogo, mas menos vertical, principalmente desde o meio-campo para a frente.
Acho que Talisca poderia render mais se jogasse perto do Jonas na frente de ataque, pois acredito que quanto mais perto da baliza adversária, mais solto e a pensar menos, mais rende. Jonathan não fez um mau jogo, fez muita pressão e mostrou alguns dotes, mas com a equipa a ter pouca bola junto dele, não deu para ver muito mais que isto. Gaitán continua a mostrar que não pode sair do Benfica.
Se esta dupla de médios for para manter, Rui Vitória terá de pensar em colocar ali no meio um jogador mais cerebral na frente de Fejsa e Samaris, alguém que pense mais o jogo e consiga levar a equipa para a frente. Nenhum destes dois médios consegue isso, e Jonas tem ainda mais a tendência de se afastar da baliza para ter mais bola. Pensava que Rui Vitória ia fazer alterações tácticas mediante aquilo que o jogo lhe estaria a dar nestes dois jogos, ou mudar algo com as substituições, mas continuou sempre com a mesma forma de jogar, o que me desiludiu. Acho que não deve estar agarrado a nada, só porque resultou bem anteriormente. Se não se sente à vontade com um 4x4x2, só tem de experimentar outras coisas.
Para acabar, dizer que não consigo perceber como é que Ola John continua a ter oportunidades e outros jogadores não as têm, mas isso só Rui Vitória pode explicar. Que venha o próximo jogo.
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