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Depois da eliminação da Taça de Portugal, o Benfica defrontou o Astana na 5ª jornada do Grupo C da Liga dos Campeões. Rui Vitória fez algumas alterações em relação à equipa que tinha defrontado o Sporting no último sábado. Lisandro substituiu o lesionado Luisão no centro da defesa, Renato Sanches foi pela primeira vez titular no lugar de Talisca e Jonas e Raúl formaram a dupla de avançados. Júlio César, Sílvio, Lisandro, Jardel, Eliseu, Samaris, Renato Sanches, Pizzi, Gonçalo Guedes, Jonas e Raúl. Foi a equipa titular para este jogo.
Os primeiros 15 minutos foram bastante divididos, apesar de existir alguma superioridade do Benfica na posse de bola. Chegámos algumas vezes perto da baliza contrária, tivemos alguns cantos, mas não foi criado perigo. O Astana também não conseguiu incomodar Júlio César, estando a procurar mais as saídas rápidas para o ataque.
Perto dos 18 minutos, a equipa da casa cria um lance de perigo. Um minuto depois, adiantam-se no marcador, num lance de contra-ataque. A equipa sentiu o golo e nos minutos seguintes já se notava bastante nervosismo. Raramente conseguimos chegar à área adversária e perdíamos muitas bolas.
Aos 31 minutos e depois de um livre lateral, o Astana faz o 2-0 no jogo num lance em que existe fora de jogo. Pouco depois, Pizzi tem um bom remate de fora da área, mas o guarda-redes adversário defende bem. A equipa do Benfica reagiu melhor a este golo que ao primeiro que sofreu e esteve nos minutos seguintes por cima do jogo, com o Astana a baixar as linhas.
O Benfica faz o 2-1 aos 40 minutos, por intermédio de Raúl. Sílvio marca rápido o lançamento, Jonas cruza e o avançado mexicano marca com uma bela cabeçada. Tirando o lance ridículo de Lisandro que lhe valeu o amarelo e um remate de longe do Astana que levou algum perigo, pouco mais aconteceu até ao fim dos primeiros 45 minutos. O Astana foi para o intervalo a vencer por 2-1.
Esta foi uma primeira parte com um futebol fraco por parte do Benfica. A defesa esteve pior, sentindo a falta de Luisão. Dificuldades na linha defensiva, no controlo da profundidade e de ocupação dos espaços - jogaram também muito baixos no terreno. Continuamos com dificuldades em criar algo quando temos a bola no ataque, onde raramente se consegue um desequilíbrio e abusamos nos cruzamentos de longe. As saídas a jogar continuam sofríveis. Basta um pequeno aperto adversário - ou às vezes nem isso - e lá vai um charuto para a frente.
Os laterais tiveram pouco em jogo, perdendo muitas bolas. Eliseu abusou no pontapé para a frente nas saídas a jogar e Sílvio ainda não percebeu que todas as bolas que recebe não têm de ser cruzadas para a área. Jardel também teve algumas dificuldades no posicionamento e com as movimentações dos avançados. Lisandro, é uma velha luta minha. Foi mais do mesmo. Os erros que comete em campo, são os mesmos que cometia no inicio de época quando toda a gente o elogiava - coisa que nunca cheguei a perceber. É um central péssimo no posicionamento, em perceber o que é o jogo, na tomada de decisão e com um grau de inteligência em campo que roça o ridículo. É bom no desarme e é o que lhe vale muitas vezes para compensar.
Samaris foi o que tem sido habitual. Muita luta e disponibilidade, mas continua a correr muito para onde não precisa. Tem definitivamente de perceber que espaços ocupar e quando é que deve ir e não ir à bola. No passe continua sofrível. Renato esteve algo nervoso e as coisas a não saírem tão bem como desejaria e como ele sabe. No entanto, é logo outra loiça com ele em campo.
Pizzi fez uma primeira parte interessante, com muitos movimentos bons para ter bola. Guedes esteve mal na primeira parte, com algumas más decisões. Jonas procurou os espaços entre linhas mas já se sabe como é quando joga Raúl. Por vezes andam os dois no mesmo espaço na procura da bola. Raúl marcou um belo golo de cabeça, num dos seus melhores atributos. Sentem muito a falta de ter bola com qualidade na frente.
Bem jogado na saída para o ataque mas depois o passe de Pizzi sai mal.
Muito forte Renato a recuperar a bola e a progredir em velocidade com ela controlada. Depois o passe acaba por sair mal.
O primeiro golo do Benfica. Sílvio marca rápido o lançamento e Jonas cruza para Raúl que tem apenas um defesa junto a ele. Numa grande cabeçada, o avançado mexicano marca um belo golo.
Faltam-me as palavras.
Para a 2ª parte, nenhuma substituição na equipa. Aos 47 minutos de jogo, fantástica arrancada de Renato Sanches com bola, colocando depois em Gonçalo Guedes que permite a defesa ao guarda-redes adversário.
Se a primeira parte já foi bastante mal jogada, estes primeiros 15 minutos da segunda ainda foram piores. Péssimo futebol em campo e a existirem ainda menos - ou nenhumas - jogadas com pés e cabeça. Aos 60 minutos Jonas remata de primeira ao lado, levando algum perigo à baliza adversária. Um minuto depois, é Júlio César que evita o 3-1, com uma bela defesa.
Aos 64 minutos duas substituições na equipa do Benfica. Sai o lesionado Sílvio e entra André Almeida. Talisca também entra em jogo, saindo Samaris. O médio brasileiro foi colocar-se no meio-campo, junto a Renato Sanches. Júlio César volta a negar o 3-1 ao Astana, depois de mais um contra-ataque da equipa da casa, precedido de mais uma perda de bola do Benfica. A equipa ia perdendo muitas bolas e continuava sem conseguir chegar à baliza adversária com perigo.
Quando pouco ou nada o fazia prever, o Benfica empata o jogo aos 72 minutos, depois de uma bela jogada de ataque finalizada por Raúl com o pé direito. A equipa do Astana já estava sem forças, não conseguindo sair para o contra-ataque. O Benfica baixou ainda mais o ritmo de jogo, abdicando quase de atacar, apenas trocando a bola entre os seus médios e defesas. A terceira substituição acontece aos 80 minutos, com a saída de Jonas e a entrada de Cristante.
Com a entrada do médio italiano, Renato voltou a subir no terreno, sendo o 8 da equipa. Talisca foi colocar-se no apoio a Raúl, na frente de ataque. Talisca remata de longe aos 85 minutos, mas o guarda-redes do Astana defende com facilidade.
O jogo foi-se arrastando para o final, sem nada de interessante acontecer. Astana já sem forças para atacar e a equipa do Benfica a preferir guardar a bola e a não atacar. Pouco depois, o apito final, com 2-2 no marcador.
A 2ª parte não foi muito diferente da primeira. Tudo bastante lento, com más decisões e demasiado pontapé para a frente. E até havia espaço para muito mais e melhor, que o Astana é bem fraco - sim, sei que não perdeu em casa - e cedeu fisicamente. Salvou-se a muito boa jogada do golo, a arrancada de Renato Sanches e pouco mais.
A defesa continuou com falhas, mas nesta 2ª parte o Astana já não criou tanto perigo. Samaris saiu cedo na 2ª parte, nota-se muito desgaste nele e estava também a falhar muitos passes. Renato desceu de produção quando passou a ser o 6 da equipa, deixando de ser o motor que a equipa precisa.
Gonçalo Guedes continuou a não fazer um grande jogo, estando bem abaixo das suas capacidades. Pizzi fez um dos melhores jogos de águia ao peito, sendo um dos melhores jogadores da equipa. Jonas demonstrou o que é no lance do 2-2, conseguindo pensar toda aquela jogada. É um jogador fantástico. Raúl marcou mais um golo nesta 2ª parte, aparecendo bem a finalizar, mas continua com a dificuldade de saber onde deve e não deve estar.
Talisca entrou pessimamente no jogo. André Almeida não comprometeu e fez mesmo a assistência para o segundo golo. Cristante deu segurança no passe nos 10 minutos que jogou.
Há quanto tempo não se via uma arrancada destas num jogo do Benfica?
Samaris esteve muito mal no passe.
Muito forte Renato a recuperar defensivamente e a roubar a bola, mas depois precipita-se no passe. Que diferença enorme na velocidade a que recupera entre ele e os outros todos.
Foi assim que Talisca entrou em campo.
Boa saída para o contra-ataque, mas Gonçalo Guedes adianta a bola em demasia.
O golo do empate. Brilhante jogada em que Jonas dá um recital. Incrível como ele se vai movimentando e pensando toda a jogada. Bom cruzamento atrasado de André Almeida e Raúl finaliza para o fundo das redes.
Em primeiro lugar, dar os parabéns a Rui Vitória por esta classificação. Foi uma boa primeira fase que o Benfica fez e que espero que seja culminada com o primeiro lugar do grupo. Sou da opinião que é na Liga dos Campeões que o Benfica tem de se mostrar sempre. Na Europa dos grandes, onde teve ao longo da sua história inúmeros momentos de glória.
Quanto a este jogo, foi mais do mesmo. Um futebol fraco e com os problemas de sempre que se têm falado por aqui. Tirando o lance do segundo golo, não conseguimos criar grande perigo em ataque continuado. Sei que o terreno não facilitava e que os jogadores não estão habituados, mas mesmo assim exige-se mais futebol. Continuamos a abusar dos cruzamentos para a área. Sim, marcámos dois golos através de cruzamentos, mas um nasce de um lançamento rápido e outro de uma bela jogada onde depois aparece o lateral a cruzar bem. O que normalmente acontece é que a bola entra no lateral no meio do meio-campo adversário e procuramos logo o cruzamento. São lances com uma % de sucesso muito baixa. Não percebo.
A equipa precisa de melhorar defensivamente e nas transições, mas isso não é de agora. Em praticamente todos os contra-ataques o Astana conseguia criar perigo.Não percebi a entrada de Talisca para 8 e o recuo de Renato para 6, já que não é aí que ele mais rende. Gostei de ver Cristante a ter minutos, vamos ver se é para continuar. Já Talisca, não entendo. Também não gostei de ver a equipa durante os 15 minutos finais a trocar apenas a bola e sem ter qualquer preocupação em atacar a baliza contrária.
Como esperado, a entrada de Renato trouxe muita coisa que falta à equipa. Intensidade nas transições, progressão com bola, capacidade de pressão, procura de outros espaços para receber a bola. Ainda falhou muitos passes e tem de melhorar essa vertente, mas a qualidade é imensa. Caso tudo corra como normal, não sai mais da equipa. É o melhor 8 do plantel, e não é de hoje.
Vem aí um jogo bem difícil em Braga e onde somos obrigados a vencer. Não há outro caminho.
O Benfica começou ontem a sua campanha na Liga dos Campeões 15/16. O adversário foi o Astana, que se estreava na prova com uma visita ao Estádio da Luz. Para este jogo, Rui Vitória não mexeu na equipa, fazendo alinhar o mesmo 11 titular que defrontou o Belenenses na 6ª feira.
Os primeiros 15 minutos, como se esperava, foram de grande domínio do Benfica na posse de bola. O Astana remetia-se ao seu meio-campo, defendendo num 4-1-4-1, tentando ter a linha da defesa e dos médios próxima. Apenas o avançado pressionava mais na frente, o resto apenas o fazia quando a bola entrava no seu meio-campo. O Benfica teve quase toda a posse de bola durante esse tempo, mas não resultou em nada perigoso. Ou por maus passes, perdas de bola em iniciativas individuais ou falta de dinâmica ofensiva, o que é certo é que pouco se via ofensivamente.
Aos 20 minutos, livre perigoso a favor dos encarnados. Gonçalo Guedes faz uma diagonal servida por um passe de Jonas, sendo posteriormente derrubado em falta. O Benfica recuperava quase sempre muito rápido a bola depois de a perder, mas depois não conseguia criar grandes desequilíbrios. Aos 30 minutos surge a primeira grande oportunidade de golo do Benfica. Cruzamento de Nélson Semedo e Jonas na área a trabalhar muito bem, mas o guarda-redes do Astana evitou o golo. Pouco tempo depois, o Astana chega com algum perigo à baliza do Benfica. Gaitán perde a bola e fica a pedir falta ao árbitro, os jogadores do Benfica ficam também parados enquanto o jogador do Astana segue com a bola, mas o remate acaba por sair ao lado.
O intervalo aproximava-se e o jogo continuava igual a si mesmo. O Astana soltou-se um pouco mais nos últimos minutos da 1ª parte, mas não criava perigo. Um minutos antes do intervalo, a segunda grande oportunidade do Benfica. Boa transição ofensiva que resulta num 3 para 3, mas o remate de Jonas é defendido pelo guarda-redes. Pouco depois, chegou mesmo o intervalo, com 0-0 no marcador.
Esta foi uma má 1ª parte do Benfica. A equipa esteve bastante apática, lenta, previsível e com vários problemas ofensivos. Parece que esteve demasiado confiante nas suas capacidades e a subestimar o adversário. Sempre com aquela ideia de que mais tarde ou mais cedo as coisas se resolviam. Poucas boas jogadas ofensivas se criaram, existiu muita dificuldade em chegar com a bola controlada perto da defesa adversária e jogar entre linhas. Os avançados tiveram pouca bola e Jonas quase nunca conseguiu receber a bola entre linhas. O meio-campo teve dificuldades em fazer andar a equipa, com Talisca e Samaris a falharem muitos passes. Jogámos muito interiormente, com pouca largura e verticalidade na posse.
A defesa esteve bem, raramente foi importunada, controlando bem todas as situações, apesar de uma ou outra falha. Os laterais deram pouco ao jogo da equipa, raramente subiram para criar desequilíbrios e quando subiram pouco ou nada deu. Os centrais estiveram bem a subir e descer no terreno. A linha defensiva apanhou várias vezes os avançados contrários em fora de jogo.
O meio-campo esteve mal. Samaris e Talisca, como já disse, falharam muitos passes e tiveram abordagens aos lances que não podem ter, descompensando a equipa. Não conseguiram criar nada. Se Samaris ainda foi lutando e correndo muito nas recuperações, Talisca foi de uma nulidade completa. Guedes esteve apagado, raramente conseguiu criar algo pelo seu corredor. Gaitán desequilibrou muito no um para um, mas nesta 1ª parte isso resultou em pouco. Jonas ressentiu-se da falta de bola na zona dele e da muita ocupação do espaço por parte do Astana. Mitroglou mexeu-se muito, arrastando os defesas, como tem sido normal nestes últimos jogos, mas sentiu a falta de bola na área para finalizar.
Livre a favor do Benfica com Gonçalo Guedes a tomar uma má opção. Dois jogadores adversários fazem pressão nele de modo a evitar o remate e mesmo assim ele prefere rematar em vez de dar para Gaitán que estava completamente sozinho.
Dois lances praticamente iguais na 1ª parte. Mitroglou vem buscar a bola ao lado esquerdo, arrastando o defesa central que o marcava. Com isso, abre-se um enorme espaço no centro do terreno entre os dois centrais, mas que em nenhuma destas duas jogadas foi aproveitado. Fiquem com estes dois lances na memória, mais tarde vão lembrar-se deles, foi o segredo para a vitória do Benfica.
A forma como a equipa do Astana se posicionava a defender em 4-1-4-1. Um médio na frente da defesa, a servir quase como libero da linha de 4 médios que estavam na frente dele. Muito por culpa desse jogador, Jonas teve poucas hipóteses de receber a bola entre linhas. O avançado ficava mais na frente, pressionando um pouco mais.
Tentativa de saída para o ataque do Benfica. Talisca falha o passe, o Astana recupera a bola. Vemos depois Talisca e Samaris a irem os dois ao mesmo homem e ao mesmo local, abrindo um enorme espaço na frente da defesa.
Mais uma má abordagem de Talisca e Samaris. Em vez de ficarem a ocupar o espaço entre a baliza e a bola para obrigar o adversário a passar para trás ou recuar, vão ambos de lado e fazem com que ele se consiga virar para a baliza.
Mais uma vez demonstrada a forma como o Astana defendia e as dificuldades que o Benfica tinha em entrar naquele espaço. O jogador que esteve na frente da defesa a chamar o colega para ir ocupar o espaço, de forma a fazer a linha de 4. A bola roda para o outro lado e lá estão eles a tapar a entrada da bola entre linhas.
Uma das poucas vezes que um dos médios do Astana decidiu pressionar mais na frente, Jonas conseguir receber a bola no espaço e servir a diagonal de Gonçalo Guedes.
Uma situação que podia ter dado um ataque perigoso para o Benfica, mas que não deu em nada devido ao mau passe de Nico Gaitán. Devia ter dado a bola mais cedo em Talisca, e era isso que Jonas lhe dava sinal enquanto se movimentava.
A pouca largura que muitas vezes existiu na 1ª parte, com Eliseu e Gaitán a jogarem dentro e assim a bola a ter de voltar para o lado direito.
Das poucas vezes que o Benfica conseguiu chegar perto da baliza adversária com a bola controlada na 1ª parte. Mitroglou a ir buscar a bola, a vir para dentro e a encontrar Gaitán aberto na ala que faz depois o passe para Jonas. Infelizmente, o lance depois não deu em nada.
Só perto dos 30 minutos de jogo o Benfica cria a primeira situação de grande perigo. Grande trabalho de Jonas na área, mas o guarda-redes adversário evita o golo.
Péssima abordagem de Eliseu ao lance. Gaitán ainda não chegou para lhe fazer a cobertura no interior, ele em vez de lhe dar a linha, dá-lhe o espaço interior, deixando o caminho aberto para a baliza. Depois acabou por cometer falta, que não foi marcada.
Um dos muitos passes falhados pelo Benfica na 1ª parte. Depois Samaris vai à queima em vez de aguardar um pouco e tentar compensar melhor aquele espaço todo.
Demonstradas as dificuldades que o Benfica tinha depois de chegar ao meio-campo. A circulação de bola era lenta e a equipa do Astana conseguia ir tapando quase todas as linhas de passe para o Benfica entrar no espaço mais adiantado do terreno. Talisca a jogar ao lado de Samaris também não ajudava. Como a circulação de bola era lenta e previsível, ainda era mais fácil para os adversários.
Boa transição ofensiva do Benfica. Mitroglou recebe para Jonas e a jogada transforma-se num 3 para 3. No último instante antes de rematar, Jonas poderia ter dado ao avançado grego, mas penso que naquela situação favorável o remate também foi uma boa opção.
Para a 2ª parte voltou a entrar a mesma equipa que saiu para o intervalo. O Benfica entrou mal na 2ª parte, e o Astana aos 46 minutos cria a situação mais perigosa que tinha existido até então. Cruzamento para a área, bola não é cortada, Jardel perde a frente do lance e o jogador adversário remata ao poste. O lance parece que serviu para acordar a equipa de Rui Vitória, que aos 51 minutos se adianta no marcador, fruto de um golo de Gaitán.
Com o golo, o Benfica ganhou confiança. A equipa passou a trocar a bola com mais dinâmica, verticalidade e velocidade. Passou a existir mais largura no terreno e as boas jogadas iam aparecendo. Os jogadores já se mexiam mais no campo e os laterais davam muito mais ao jogo ofensivo da equipa. Aos 62 minutos, Mitroglou faz o 2-0. Boa jogada entre Gaitán, Jonas e Eliseu, e o lateral aparece sozinho na área para oferecer o golo ao avançado grego.
Depois do 2º golo, o Benfica baixou o ritmo de jogo. Já não pressionava tanto e deixava o Astana jogar e trocar a bola com mais à vontade. As 72 minutos, Rui Vitória mexe pela primeira vez na equipa. Sai Jonas e entra Pizzi, indo Talisca colocar-se próximo de Mitroglou. Nova alteração aos 76 minutos. Sai Talisca e entra Raúl Jiménez.
O Benfica continuava a tentar descansar com a bola no pé, a não procurar tanto a baliza e a guardar mais a bola. Já se notava também o cansaço em alguns jogadores. Rui Vitória esgotou as substituições aos 85 minutos com a entrada de Fejsa para o lugar de Samaris. O jogo caminhou tranquilamente para o fim, registando ainda duas oportunidades de golo para o Benfica. Uma de Jiménez a passe de Eliseu após grande lance de Mitroglou e outra através de um livre de Eliseu mesmo no fim. O resultado acabou com 2-0 para o Benfica.
A 2ª parte do Benfica foi muito melhor que a 1ª, apesar de logo na entrada ter existido uma grande oportunidade de golo para o Astana. Depois disso, a equipa melhorou a agressividade ofensiva, a dinâmica e a qualidade de passe. Movimentou-se muito melhor na procura de espaço e abriu muito mais o jogo, fazendo com que os jogadores do Astana tivessem mais dificuldades em posicionar-se bem e fechar todos os espaços no terreno de jogo. Depois dos dois golos, a equipa optou por ter mais segurança no jogo, não arriscando tanto e guardando a bola, de maneira a se poupar para o próximo jogo.
A defesa continuou bem, apenas a registar a falha logo ao início, onde Jardel aborda mal o lance e perde a frente para o adversário. De resto, o controlo da profundidade e a linha defensiva estiveram bem. Os laterais subiram mais no terreno, e deram mais largura ao jogo. Ofensivamente, Eliseu fez um belo jogo, culminando com uma assistência para golo.
Samaris subiu muito de produção na 2ª parte, conseguiu acertar muito pais passes e ocupar melhor os espaços. Talisca também melhorou um pouco, mas apesar disso fez um mau jogo. Eliseu, Gaitán e Mitroglou foram os jogadores mais na 2ª parte. Jonas esteve um pouco abaixo do normal, mas esteve bem na tabela que resultou no 2º golo do Benfica.
A grande oportunidade do Astana. Passividade na área, Jardel perde a frente do lance e o Astana quase inaugura o marcador.
Mais um lance que mostra as dificuldades que o Benfica tinha em entrar na defesa do Astana até marcar. Seis jogadores na frente da bola, com pouco movimento nos espaços e ninguém a vir dar uma boa linha de passe.
Benfica recupera a bola neste lance e podemos ver que já existe um bom entendimento entre os homens da frente.
O lance do 1º golo do Benfica. Aquele espaço que existia entre os dois centrais de cada vez que um dos avançados do Benfica caía na linha, voltou a acontecer na 2ª parte. Desta vez, Gaitán seguiu por esse espaço e abriu o marcador, após boa tabela com Mitroglou.
A melhor circulação de bola e movimentação do Benfica na 2ª parte.
Grande passe de Samaris bom movimento de Nélson Semedo. Guedes a jogar dentro e a deixar o espaço aberto para o lateral. Na 1ª parte nada disto tinha acontecido. Pena Mitroglou ter cabeceado ao lado.
Lance do 2º golo. Mais uma vez podemos ver a distância que existe entre os dois centrais e o espaço por ocupar, depois de Jonas ter levado um deles para lá. Eliseu aproveita muito bem e serve Mitroglou que se movimenta bem na área e encosta para o golo.
Grande jogada individual de Mitroglou e grande passe para Eliseu. O lateral passa depois a Raúl Jiménez que quase faz o 3º golo. Merecia o golo, esta jogada.
Acabou por não ser um jogo bem conseguido por parte do Benfica, ou pelo menos tanto como se esperava, mas o que interessava foi alcançado. A 1ª parte foi má e apenas na segunda se registaram melhorias, principalmente depois do primeiro golo. A equipa apareceu mais dinâmica, a procurar mais os apoios e com os jogadores a darem mais linha de passes e com uma melhor movimentação. Existiu também uma maior largura no terreno de jogo e os laterais envolveram-se no jogo ofensivo da equipa, ao contrário da 1ª parte. Já há algumas coisas que marcam a equipa de Rui Vitória. Acabou definitivamente a saída a jogar com o 3º central, sendo que agora é feita apenas pelos dois centrais. Movimentos interiores dos extremos com a tentativa de abertura de espaço para os laterais. Laterais esses que fazem várias vezes movimentos interiores. Equipa mais de posse e não de tanta aceleração, apesar ainda existirem vícios em alguns jogadores do contrário. Também há a tentativa de ser mais segura, não se expondo tanto depois de um possível erro.
A defesa esteve bem, apesar da falha aos 46 minutos que quase dava golo. Uma das maiores criticas que se fazia a Rui Vitória até ao jogo do Belenenses era, a quantidade de vezes que os adversários chegavam isolados na cara de Júlio César e as várias oportunidades flagrantes de golo que o adversário tinha em cada jogo. Nestes dois últimos jogos, apenas existiu um oportunidade flagrante de golo e que nasceu de um cruzamento. Isto deve-se à defesa estar melhor posicionada, a linha muito mais acertada e o controlo da profundidade ter melhorado a olhos vistos. Para se perceber isso, basta estar atento à forma como a defesa sobe ou desce em cada lance, apesar de ainda haver algumas falhas de coordenação e comunicação.
Samaris fez uma boa 2ª parte, mas na 1ª esteve mal. O jogador grego tem de perceber de uma vez por todas que não pode roubar todas as bolas que vai disputar. Jogando ali naquela posição, é muito importante que saiba posicionar bem, e que saiba pressionar em contenção, impedindo o adversário de avançar e levando-o para situações que lhe interessem, como para as linhas, a recuar no terreno ou a jogar para trás. O que Samaris faz é, tentar roubar todas as bolas, entrar à queima, fazer inúmeras faltas e desposicionar-se com a ânsia de querer fazer tudo ao mesmo tempo. Sei que ao jogar com Talisca ali, o trabalho para ele é muito maior, mas teima em dificultar a vida a ele próprio. Precisa de se posicionar melhor, perceber onde deve ou não deve ir, ter a noção do espaço que ocupa e fazer pressão em contenção, para assim a equipa ter tempo de recuperar de eventuais falhas. Contra equipas mais fracas isso pode não comprometer muito, mas contra equipas com mais qualidade, será um grande problema. Começo a achar que o melhor que lhe pode acontecer é levar o cartão amarelo cedo, assim ele acalma a sua agressividade e tenta ser mais racional. Depois de levar o cartão amarelo neste jogo, foi isso que aconteceu, e não foi por acaso que a sua produção subiu de qualidade.
Este foi mais um jogo em que é notório o problema no meio-campo do Benfica. É inadmissível que o Benfica não tenha contratado um número 8 titular para a equipa. Sem esse jogador, a equipa tem mais dificuldades, pois não há ali um jogador que faça boas transições ofensivas e defensivas, que saiba sempre que terrenos pisar, que tenha verticalidade com bola e que quebre as linhas adversárias com movimentações entre elas. Talisca já se sabe, é capaz do melhor e do pior, mas é curto para aquela posição num meio-campo a 2. Para Pizzi digo o mesmo, ou pior. Nos jogos mais fáceis ainda disfarçam, mas quando a dificuldade aumenta as fragilidades notam-se logo.
Guedes não fez um jogo bem conseguido. Até acho que a posição onde está a jogar é onde menos rende, de todas onde ele pode jogar na frente. Gaitán está em ponto de rebuçado, este foi mais um grande jogo do argentino. Mitroglou está a provar tudo o que disse dele na análise que publiquei na altura da sua contratação e ainda vai melhorar mais. Já se envolve mais no jogo da equipa, movimenta-se bem, e já se nota um bom entendimento com Jonas e Gaitán. Na área é o que se sabe, aquele rectângulo não tem segredos para ele, sabendo sempre para onde deve ir. Este foi mais um jogo em que ajudou a acabar com o mito de ser tosco e de que só sabe marcar golos.
Segue-se o jogo no Estádio do Dragão, o jogo que é na teoria o mais difícil no campeonato. Espero ver um grande Benfica. Com um resultado positivo no final.
Realizou-se hoje o sorteio da fase de grupos da Liga dos Campeões. O Benfica ficou no grupo C, juntamente com Atlético Madrid, Galatasaray e FC Astana. Acabou por ser um sorteio bem simpático para o Benfica.
Atlético Madrid
Do pote 2 calhou em sorte o Atlético Madrid, clube que irá voltar ao Estádio da Luz onde perdeu a final de 2014 para o Real Madrid.
A equipa de Simeone fez algumas mudanças no plantel para esta época. Entraram jogadores bem conhecidos do público em geral, como Jackson Martínez, Yannick Ferreira Carrasco, Vietto e Filipe Luís. Óliver Torres também regressou ao plantel, depois do empréstimo de um ano ao FC Porto. Saíram peças importantes da equipa colchonera. Miranda, Mário Suárez, Arda Turan e Mario Mandžukić foram transferidos.
Na primeira jornada do campeonato venceram o Las Palmas em casa por 1-0. É uma equipa bastante forte que o Benfica vai encontrar. São muito agressivos em campo, muito fortes nas bolas paradas, conseguem tanto jogar um jogo mais de posse como baixar o bloco e jogar em contra-ataque, têm grandes jogadores mas é o colectivo que faz a força. É uma equipa à imagem de Diego Simeone, um dos melhores treinadores da Europa.
Na baliza não deverá haver rotatividade, o dono do lugar é o nosso conhecido Jan Oblak, um dos melhores guarda-redes do mundo e dispensa apresentação. A defesa titular sofreu duas alterações para esta época. Filipe Luís regressa para ser o lateral esquerdo titular e José Giménez, um dos melhores jovens centrais do mundo, vai fazer companhia a Godín no centro da defesa. Juanfran continuará intocável na direita. No meio-campo haverá alguma rotatividade. A dupla de médios centro pode variar muito, mas Tiago e Gabi partiram para a época como titulares. Koke é um jogador muito versátil e que joga bem em todo o lado, podendo começar na esquerda e depois procurar outras zonas do terreno. Óliver Torres parece ter ganho a confiança de Simeone, jogando descaído na direita e procurando zonas interiores, deixando o corredor aberto para as constantes subidas de Juanfran. Na frente poderemos ter como dupla de avançados Griezzman e Jackson Martínez. O avançado colombiano dispensa apresentações, todos o conhecemos. Griezmann é um dos jogadores em foco no futebol europeu. Jogador muito versátil, bom tecnicamente, chuta bem e aparece bem em zonas de finalização. É um autêntico perigo à solta no ataque.
Saúl Ñiguez, Raúl Garcia,Yannick Ferreira Carrasco, Fernando Torres, Vietto e Ángel Correa são soluções muito boas que Simeone tem para utilizar e podem muito bem estar na equipa titular que o Benfica defrontará. É um plantel muito forte, terá um 11 titular sempre bem acima da média, jogue quem jogar.
Galatasaray
O Galatasaray, campeão turco, foi a equipa sorteada do pote 3. O Benfica volta assim à Turquia, onde em 2013 defrontou o Fenerbahce nas meias-finais da Liga Europa.
A equipa é treinada por Hamza Hamzaoglu, um treinador respeitado na Turquia e com uma carreira sustentada até chegar ao Galatasaray. Foi campeão da 2ª divisão Turca em 2011/2012, subindo o Akhisar à Superliga. No ano seguinte, em 2012/2013, começam a época como os bombos da festa e surpreendem ao continuar no principal escalão sofrendo poucos golos e fazendo uma época relativamente tranquila. É um treinador pragmático que gosta de futebol apoiado, toque curto e sectores compactos. Chegado ao Galatasaray em Dezembro de 2014 é campeão na primeira época, depois de lutar pelo título com Fenerbahce e Besiktas, não cedendo à pressão. É um treinador que se mexe bem no lançamento dos jogos, tendo já inclusivé mandado uma pequena alfinetada ao Benfica, dizendo que 'é um grupo relativamente fácil.Para esta época, a equipa turca também mexeu no seu plantel. Chegaram jogadores como Lukas Podolski, José Rodríguez , Bilal Kisa, Jem Karacan e Lionel Carole, jogador que já pertenceu aos quadros do Benfica. Bruma, Pandev e Amrabat foram as saídas mais importantes.
Não começaram bem o campeonato mas ganharam a Supertaça. Nas duas primeiras jornadas, cederam um empate fora de portas e perderam o outro jogo em casa. São uma equipa que não defende muito bem, sofrendo muito golos. Os centrais têm fragilidades, podendo o Benfica aproveitar isso. São também uma equipa agressiva. O ataque é o ponto mais forte da equipa, com jogadores como Podolski ou Yilmaz, apoiados por Sneijder. Vai ser difícil jogar na Turquia, o ambiente é muito complicado, sendo o maior handicap para as equipas que lá vão jogar.
Muslera, o habitual titular da selecção do Uruguai, é o dono da baliza. Na lateral esquerda joga Alex Telles, um dos jogadores mais em foco e que tem chamado a atenção de grandes clubes europeus, como o Chelsea. A dupla de centrais tem sido composta por Chedjou e Balta, com Sarioglu a lateral direito. Inan é quase que intocável no meio-campo, podendo Kisa, José Rodríguez ou Filipe Melo jogar junto a ele. Podolski jogará muitas vezes descaído numa das alas ou até jogando a avançado. Yasin Oztekin é um médio que joga na direita. Yilmaz joga na frente de ataque, podendo jogar sozinho ou acompanhado. Bulut, apesar de não ser um titular absoluto, salta quase sempre do banco para entrar, sendo por vezes escolhido para o 11. Todo o ataque é alimentado por Sneijder, que todos conhecemos o que vale. O ataque é versátil e com várias soluções possíveis, podendo ser alterado de jogo para jogo.
Também é provável que a equipe turca ainda se reforce até ao fecho do mercado.
FC Astana
O outsider do grupo chega do Cazaquistão, tendo sido a equipa sorteada do pote 4. É o campeão em título daquele país. O FC Astana chega a esta fase de grupos após eliminar o Maribor, HJK e APOEL nas pré-eliminatórias, com alguma surpresa. É treinado por um antigo jogador do Campomaiorense, Stanimir Stoilov.
Este clube foi apenas fundado em 2008 com o nome de Lokomotiv Astana, e só em 2011 passou a ser chamado de FC Astana. Tem sido investido dinheiro no clube através de empresas de gás natural, petróleo, urânio e aviação. Têm mesmo um estádio super moderno, com capacidade para 30 mil pessoas. Estão neste momento em 2º lugar do campeonato, mas com menos um jogo. É uma equipa que tem sofrido poucos golos, e só na vitória de 4-3 frente ao HJK isso não aconteceu. Nos restantes 5 jogos, sofreram apenas 3 golos. O treinador mexe pouco no 11 titular, jogaram quase sempre os mesmos jogadores nas eliminatórias.
Para quem acompanhou o recente mundial de Sub-20, não se esquecerá certamente de Nemanja Maksimovic, uma das peças chave da campeã Sérvia, que bateu na final o Brasil. Este médio joga no Astana e marcou o golo que deu o apuramento na eliminatória com o APOEL. Kéthévoama é outro nome em destaque. O camisola 10 da equipa é forte tecnicamente, rápido e com bom pontapé de longe. O capitão Nuserbayev joga na frente de ataque mas dá muitas vezes o lugar a Kabananga durante os jogos, que entra sempre para mexer com o jogo. Patrick Twumasi é um jogador que esteve muito bem nas primeiras duas eliminatórias, mas depois levou vermelho contra o HJK e não jogou contra os cipriotas.
Penso que o Benfica tem condições para passar o grupo. Será obrigatório fazer os 6 pontos contra o Astana, não se podendo perder pontos nos jogos contra a equipa mais fraca. Galatasaray em casa também é para ganhar, já que fora será sempre muito complicado. Jogos contra o Atlético serão muito difíceis, pois a equipa espanhola é a melhor do grupo, como todos sabemos. A ordem dos jogos foi favorável ao Benfica. Receber logo o Astana é uma oportunidade para se adiantar no grupo, e pode ser que no último jogo o Atlético já venha ao Estádio da Luz relaxado e com a passagem no bolso. É preciso que a equipa jogue muito mais do que tem feito até agora, pois a continuar assim a passagem para a próxima fase será muito mais difícil.
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