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Apesar de ainda nada estar confirmado pelo Sport Lisboa e Benfica, Bilal Ould-Chikh já assumiu publicamente que seguirá a sua carreira de águia ao peito. O extremo de 17 anos revelou-se muito entusiasmado com a oportunidade de jogar num clube tão grande como o Benfica.
Depois de já ter visto alguns minutos dele pela equipa principal do Twente, foi altura de o ver a representar a sua selecção. Apesar dos seus 17 anos, foi titular na selecção da Holanda que disputa a fase final do Europeu de Sub-19. Era unânime que seria um dos melhores jogadores da equipa e que provavelmente muito ia dar nas vistas.
Bilal começou o jogo encostado à direita, mas não se ficou sempre por aí. Alternou sempre entre o lado esquerdo do ataque e a direita. Se na direita abria sempre na linha para pedir a bola, na esquerda teve quase sempre a tendência de vir para o meio e procurar outros espaços. O mesmo acontecia a defender, quando estava na esquerda vinha sempre mais para o meio, mas isso pareceu mais estratégia do treinador. No processo defensivo, poucas vezes passou para trás do seu meio-campo. Isto é habitual para alguém de 17 anos que faz a diferença com bola e a viver num futebol tão atacante como é o que se pratica na Holanda.
As comparações com Robben na sua forma de jogar, são bastante bem conseguidas, pese as enormes diferenças de qualidade. Com o seu magnífico pé esquerdo, é na direita que mais rende, onde se sente mais confortável a sair do drible partindo para o meio ou para a linha, e onde as coisas saem com mais naturalidade. Tem uma agilidade, mobilidade e aceleração muito boas, o que lhe permite ganhar muitos duelos de um para um. Alia uma finta curta muito boa, a uma capacidade magnífica de levar a bola bem colada ao seu pé esquerdo, progredindo em velocidade pelo campo. Através do seu grande poder de aceleração consegue tocar a bola e ir buscar à frente, deixando os adversários em enormes dificuldades. Foi através destes seus dribles que conseguiu ganhar uma falta aos 42 minutos, depois de tirar dois adversários do caminho. Ele próprio executou muito bem o livre, assistindo de maneira perfeita o seu companheiro de equipa para fazer o único golo da partida.
Com os seus 17 anos, está a defrontar jogadores mais velhos que ele neste Europeu, e não teve qualquer receio de assumir o jogo com a sua técnica refinada, e o seu forte um para um. Tem de melhorar muito a forma de defender, pois ainda é muito rudimentar nesse aspecto, precisando de ganhar a preocupação de recuperar a bola depois de a perder e ajudar no trabalho defensivo. Como é natural em alguém com esta capacidade de drible e técnica, usa e abusa das iniciativas individuais, tendo de perceber quando deve soltar a bola e assim melhorar a eficácia do seu jogo.
Saiu aos 60 minutos de jogo, estava já bem cansado, mas foi até esse momento o melhor jogador em campo.
É um jogador com um potencial tremendo para explorar, que precisa ainda de crescer muito, mas que é um jogador especial. Não irá ser já titular no Benfica, caso efectivamente venha, mas será um jogador para ir crescendo na sombra e um dia assumir um papel importante na equipa.
Do futebol ao hóquei, do basquetebol ao voleibol, uma visão livre, imparcial e plural do Sport Lisboa e Benfica.
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