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Júlio César, Nélson Semedo, Lisandro, Jardel, Sílvio, Fejsa, Samaris, Gaitán, Ola John, Talisca e Jonas. Éderson, Carcela, Diego Lopes, Bilal Ould-Chikh, Mitroglou, Murillo, Pelé, Taarabt, Marçal, e Francisco Vera. De um lado, temos os jogadores que foram titulares na Supertaça, no outro temos os jogadores contratados para esta época. Nomes em comum? Nenhum.

 

Rui Vitória herdou para o início da corrente época um plantel bicampeão, mas que viu sair o titular do lado direito da defesa, um dos avançados, Lima, e ainda temos o caso de Salvio que sofreu uma grave lesão no joelho. Para juntar a isso, o treinador do Benfica não pôde contar com o capitão Luisão para o jogo da Supertaça. Já durante a época passada, em Janeiro, o Benfica tinha vendido Enzo, e a equipa sentiu-se disso na 2ª volta, não tendo tido até agora um substituto à altura. Resta ver que desde a saída de Enzo, o Benfica tem menos pontos no campeonato que o Porto, mesmo com Jorge Jesus no comando da equipa. O plantel já era de si algo fraco, todos temos a noção disso, com lacunas. Quer se queira quer não, Jorge Jesus nos dois últimos anos conseguiu montar um colectivo extremamente forte e que conseguiu mascarar muitas das lacunas que vários jogadores tinham. Não há que esconder isso, tinha muitos defeitos mas também muitas virtudes, e eu até devo ser uma das pessoas no mundo que menos gosta do agora treinador do Sporting. 

 

Ora bem, a estrutura do Benfica achou por bem dar um avanço de um mês e meio. Para além de não se aperceber que a pré-época tinha sido preparada de um modo amador - assunto que ainda abordarei, mais uma vez -, decidiu que esta equipa só se devia começar a reforçar a sério na semana da Supertaça, mas antes disso decidiu contratar 11 jogadores, e que apenas um tem contado até agora, Carcela. Como se isso não bastasse, ainda deixou sair titulares sem se acautelar a tempo. Destes 11 jogadores que chegaram, muitos nem estão no clube, ou sequer se apresentaram. A estrutura do Benfica tem que perceber que são estes Marçais, estes Pelés, estes Veras, que roubam o lugar a jogadores da formação, não os craques que saem, e não se pode pensar que um Enzo sai e João Teixeira assume logo o lugar. Estamos com quase um mês e meio desde o início dos trabalhos e o Benfica jogou um jogo oficial sem 4 titulares do ano passado – 5 se for contar com Eliseu, mas como foi opção técnica não entra neste lote - e sem nenhum reforço na equipa. Lembrem-se, o campeonato começa esta semana.

 

Rui Vitória, tem estado a desiludir-me e muito, não vou mentir. Esperava muito muito mais, porque a jogar assim, nem com Ibrahimovic e Suárez na frente. Não tem conseguido retirar quase nada dos melhores jogadores da equipa, nem fazer com que outros mostrem algo. Há muito de mau que se pode falar do jogo da Supertaça, muitos equívocos, muitas coisas que não se entendem e acima de tudo, um péssimo futebol que o Benfica tem praticado. No entanto, também muita da responsabilidade não se pode culpar exclusivamente a ele. As condições que ele teve até agora foram bastante duvidosas. O fardo que ele herdou é muito grande e pesado. Deveria ter sido acautelada a forma tranquila como a equipa trabalharia. Estar 6 anos com um treinador e depois chegar outro, não é nada fácil, há muita coisa que é preciso mudar. O padrão de exigência dos adeptos é agora, naturalmente, maior para com o treinador. Só esta semana teve direito a um verdadeiro reforço, teve uma pré-época difícil e a equipa chegou a Portugal na semana em que disputaria um título, e que representava muito para os adeptos do Benfica. 

 

«Estivemos 16 dias fora e foi razão para muitos falarem de falta de organização da pré-temporada. Esses têm complexo de clube pequeno»

 

Esta foi uma das frases que Luís Filipe Vieira disse durante esta semana, e que me tocou particularmente. Não que tenha sido dirigida a mim, claro, sou apenas um simples adepto do Benfica que pensa pela sua cabeça, mas que foi dirigida a todos os que tentam entender algo e pensar pela sua cabeça. O que acha agora o presidente do Benfica depois de ver num jogo oficial, um jogo que estava um troféu em disputa, um jogo que contava bem mais que uma simples taça, ver aos 30 minutos um Samaris ou um Fejsa que já não podiam com o rabo? Isto de se vir falar e bater palmas a tudo é muito bonito, mas sem a exigência e a crítica construtiva, as coisas não melhoram. Para se melhorar, primeiro é preciso perceber que se erra, mas a estrutura do Benfica nunca vai admitir que errou nesta questão, porque precisava daquele dinheiro como de pão para a boca. Três semanas sem nenhum jogo, poucos jogos de pré-época, jogos em condições muito duvidosas para os jogadores, horários muito diferentes dos normalmente praticados, muitas viagens, o chegar a Portugal já na semana de jogo, quando os jogadores precisariam ainda de se voltar a habituar aos novos horários e clima, foi de uma incompetência atroz, ainda para mais quando a equipa viu chegar um novo treinador. E isso teve custos, não para a estrutura do Benfica, mas para a equipa e treinador, como se viu no Domingo. 

 

Os reforços irão chegar naturalmente agora, serão bons jogadores, e isso será quase o começar de uma nova pré-época para o treinador do Benfica, isto na semana do inicio do campeonato. Quem é que ainda não tinha percebido que o Benfica precisava de reforços que entrariam de caras na equipa titular? É preferível comprar pouco e bem, que muito e mal. Preferiria um jogador que fosse titular de caras da equipa, do que todos aqueles nomes que todos os verões vemos chegar à Luz e que pouco contam. A estrutura do Benfica que não pense que por termos sido bicampeões fazem tudo bem, e que não há nada que melhorar. Que não pense que estamos na frente por termos sido bicampeões e os outros é que têm de correr atrás de nós. É preciso exigência, trabalho, não andar a viver de anos anteriores, e não utilizar sempre o mesmo discurso para qualquer situação que aconteça.

 

Que no fim da época nada disto pese, e que o Benfica ganhe tudo o que ainda há para conquistar internamente, é só o que peço.

 

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publicado às 13:12


3 comentários

De Anónimo a 14.08.2015 às 02:59

Que surpresa! Mas ele tinha "um discurso muito agradável de ler e ouvir"!...

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