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Natural de Castanheira de Pera, João Carvalho tem passeado todo o seu enorme talento nos relvados do Caixa Futebol Campus, isto depois de ter chegado em tenra idade ao Benfica.
Aos 19 anos, e no seu primeiro ano de sénior, é titularíssimo na equipa B do Benfica. Contudo, não se pense que apenas este ano rumou ao futebol sénior, já que está nesta equipa B desde 2014/2015. Se há dois anos fez 19 jogos (principalmente na 2ª metade da época), no ano passado fez 41, baixando aos juniores apenas para disputar os jogos da UEFA Youth League, onde o Benfica acabou por ser eliminado pelo Real Madrid.
Também nas selecções mais jovens tem sido aposta. Conta com internacionalizações nos vários escalões de formação e, neste passado Verão, esteve a representar Portugal no Europeu Sub-19, na Alemanha, onde esteve a bom nível. Recentemente, e mesmo sendo ainda sub-20, Rui Jorge chamou-o para os jogos da selecção sub-21, dando-lhe bastantes minutos e duas titularidades. João Carvalho não se fez rogado, pois em três jogos apontou dois golos e fez boas exibições. Também Rui Vitória já chamou o jovem médio para o embate contra o Besiktas, na Liga dos Campeões, apesar de depois ter ficado na bancada.
João Carvalho joga como médio ofensivo, mas também pode jogar num corredor lateral, fazendo vários movimentos para o interior. Por exemplo, da forma como joga a equipa A, é um jogador que pode perfeitamente fazer (e com muita qualidade) os movimentos que vemos Pizzi demonstrar em campo, partindo do exterior para o interior, onde depois desequilibrará. Tem uma percepção fantástica daquilo que é o jogo, tomando quase sempre a melhor opção das muitas que consegue percepcionar. Joga sempre de cabeça levantada, percebendo o que o rodeia e antecipando as acções dos restantes jogadores. Tem evoluído muito ao longo do tempo, já que ainda há alguns anos atrás estava menos desenvolvido que alguns colegas da sua geração, como Guga Rodrigues, Renato Sanches, Pedro Rodrigues ou mesmo Yuri Ribeiro. Chegou a ser, inclusivamente, suplente do meio-campo formado por Pedro, Guga e Renato.
Fisicamente, não é muito alto nem tem um corpo robusto, o que lhe trouxe algumas dificuldades em escalões mais jovens, já que estava constantemente a jogar contra jogadores com índices físicos mais desenvolvidos (e talvez por isso tenha sido algumas vezes preterido). Contudo, isso foi em certa medida positivo, pois ajudou-o a crescer, já que foi percebendo o que tinha de fazer para contornar esse handicap. Tem uma agilidade tremenda, o que o ajuda em muitos contextos que encontra no jogo, tendo também boa aceleração e velocidade.
É um jogador muito elegante em campo e tem uma excelente relação com a bola (o pé direito é o seu mais forte). É dono de uma admirável capacidade de passe, de boa condução de bola, de recepções deliciosas, de dribles curtos com qualidade e de tantos outros pormenores que deixam água na boca. Apesar de ser bom a transportar a bola, esse não é o seu movimento preferencial, sobretudo pelo campo inteiro e a tentar driblar a equipa adversária toda, sendo mais forte em espaços mais curtos, onde sai muito bem e coloca em prática toda a sua capacidade de pensar o jogo a uma velocidade incrível. A sua preferência é mesmo por um jogo triangulado, de combinações e dinâmico, em vez de um de transporte e transições sucessivas, embora também apresente qualidade na transição ofensiva, fundamentalmente devido à sua capacidade decisória. O seu remate e a forma como finaliza é algo que precisa de melhorar, já que aparece bem em zonas de finalização, necessitando depois de ser mais assertivo e frio. Devido à sua baixa estatura, consegue ganhar poucos duelos aéreos, mas não se cansa de o tentar fazer.
Movimenta-se muito bem no campo e tem uma excelente percepção de onde deve estar e daquilo que o jogo pede. Sabe quando tem de acelerar ou travar, e percebe onde tem de procurar a bola. Tem jogado a partir do corredor central, mas aparece muitas vezes nos corredores laterais durante o jogo, dando aí também soluções aos colegas de equipa. Pensa tudo a uma grande velocidade, com uma grande criatividade e juntamente com Pedro Rodrigues são jogadores que conseguem encontrar quase sempre a melhor solução para a sua equipa e que se entendem muito bem. Gosta de ter a bola em sua posse e não tem receio de a ter, mostrando-se aos colegas de equipa. Tem qualidade a avançar com o esférico e a fixar os adversários, entregando de seguida ao colega de equipa que está bem posicionado para receber e já sem oposição.
Defensivamente, tenta sempre ajudar a equipa a recuperar a bola, sendo normal que muitas vezes o vejamos no seu meio-campo defensivo a auxiliar os seus companheiros. Nos duelos onde os adversários colocam o corpo tem naturalmente dificuldades, mas é rápido a reagir à perda da bola e a ler onde muitas vezes os passes adversários vão entrar. Por vezes, ainda desaparece do jogo, precisando de conseguir manter-se mais constante durante os 90 minutos. Devido a isto e ao facto de não ser um jogador que passe o jogo todo a correr, muitos adeptos ainda não lhe dão o devido valor. Tem um perfil silencioso, não se envolve em problemas no campo, mostrando também uma grande maturidade. Apesar de toda a sua qualidade, não joga para ele próprio ou para a bancada, sendo um jogador de equipa.
João Carvalho é um dos maiores talentos do Benfica e até acho que já devia ter tido vários minutos na equipa principal, pois é um jogador com capacidades muito acima da média. Claro que também não entrará em qualquer estilo de jogo, já que as suas capacidades pedem um jogo mais de posse, onde ele terá bola para criar e desequilibrar (e tem enormes capacidades para o fazer) e não um estilo de jogo de pontapé para a frente. Esta já é a 3ª época do jogador na equipa B e há que pensar seriamente em fazer subir o jogador de patamar, dando-lhe outros estímulos, pois a sua qualidade é inegável e é, certamente, um jogador de futuro para o Benfica.
Vídeo feito por mim sobre o João Carvalho. Não se esqueçam de subscrever o canal do blogue no YouTube, e de ver os restantes vídeos dos jogadores Made in Benfica!
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