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Formar para ganhar

por R_9, em 02.07.16

 

Depois de se ter estreado esta época na equipa principal do Benfica e de ter sido transferido para o Bayern por uma grande soma de dinheiro (ainda com idade de júnior), Renato Sanches tem maravilhado ainda mais o mundo do futebol no Euro 2016. Tudo isto faz com que os olhares estejam cada vez mais postos sobre o Caixa Futebol Campus, que já viu sair nos últimos anos jogadores como Bernardo Silva, João Cancelo ou André Gomes - apesar de este último ter chegado mais tarde.

 

Renato saiu, mas ele é mais uma prova que é preciso acreditar no talento que temos dentro de portas. E o talento que existe nos nossos escalões jovens é imenso, mais que em qualquer outro clube deste país. Não acho que os clubes devem depender sempre e apenas da formação, terão de existir os Gaitáns, os Jonas, os Matics, os Saviolas, os Cardozos nas equipas, mas é preciso continuar a dar oportunidades aos jogadores que produzimos e não tapar as suas oportunidades com entradas de elementos com qualidade muito duvidosa.

 

Claro que nem todos, ou se calhar nenhum, tem a capacidade que Renato demonstra aos 18 anos. Mas isso é porque o jovem médio é um fenómeno. Aquilo que mostra actualmente é bom, mas pode ainda melhorar muito - tendo ainda uma enorme margem de progressão -, o que faz com que o futuro esteja nas suas mãos e cabeça. Para tudo isto, conta muito o contexto e não apenas o talento e qualidade. Por exemplo, apesar de todas as suas mais-valias, a entrada de Renato Sanches naquele momento crítico da equipa fez com que as suas qualidades ainda se notassem mais. Caso a equipa estivesse melhor, teria tido muito mais dificuldades em impor-se e mostrar que era tão diferenciado.

 

Não tenho conseguido falar tanto como queria sobre os escalões jovens do Benfica. Nos campeonatos nacionais, vencemos apenas o título de Iniciados A, onde éramos infinitamente superiores aos outros clubes. Em Juniores, perdemos naturalmente o título, visto termos os melhores jogadores quase todos na equipa B. De relembrar, que esta geração que na época que findou fazia o último ano de juniores, foi provavelmente a melhor em termos de qualidade que o CFC já viu. Juntou-se Yuri Ribeiro, Rúben Dias, Ferro, Aurélio Buta, Pedro Rodrigues, Guga, Renato Sanches, João Carvalho e Diogo Gonçalves no mesmo ano, o que é algo fortíssimo. Mesmo com uma equipa com menos valia, exigia-se mais a João Tralhão e aos juniores, já que a qualidade de jogo e algumas escolhas foram duvidosas.

 

Deixo para último os Juvenis A. Uma geração forte e que perdeu o titulo para o Sporting quando estava em boas condições para o conseguir, mas ressentiram-se muito nas jornadas finais, com alguns jogadores condicionados e outros muito mal fisicamente. Já li muitas críticas a Renato Paiva e aos jogadores sobre terem perdido o campeonato. É certo que é preferível formar a ganhar, mas isso não será o mais importante. Importante é os jogadores terem estímulos suficientes para continuarem a evoluir, serem corrigidos e, a cada dia que passa, melhorarem as suas capacidades. Nenhum deles vai ser mais ou menos jogador por ser campeão nacional, apesar de ser uma marca importante para a carreira deles. Renato é o que é hoje, e ficou em último lugar na fase final de Juvenis A, com a tal geração...

 

Também ganhámos vários outros campeonatos distritais, como os Juvenis B, os Iniciados B e nos outros escalões mais jovens. Era importante o Benfica conseguir arranjar o “seu Padroense” a fim de dotar os seus Juvenis de primeiro ano com competição nacional, em vez de andarem um ano no campeonato distrital a jogarem com equipas tremendamente inferiores. Seria muito bom para a evolução dos nossos jovens. Assim como seria bom estabilizar a equipa B e não colocar jogadores com tanto talento a jogar em modo de chutão para a frente, ou com 6 defesas e 3 médios com características mais defensivas em campo. Ter tanta gente para treinar, com subidas e descidas constantes entre equipa A e B, é certo que não ajuda, mas é preciso muito mais. É necessário também mudar algumas ideias que vimos no ano passado.

 

Quanto aos jogadores mais jovens, como já se percebeu, o talento não se esgota em Renato Sanches. Brevemente poderemos ver no Europeu Sub19 muito talento proveniente do CFC. Ferro e Rúben Dias, dois centrais de grande qualidade e com potencial de equipa principal. Yuri Ribeiro é um lateral esquerdo com qualidade e que deverá ser titular no Europeu e na equipa B esta época. Pedro Rodrigues de quem tanto gosto e já falei aqui, tem de jogar muito mais na equipa B, assim como Guga (já devia ter tido minutos). João Carvalho é um dos maiores talentos que existe na nossa formação e que penso que poderia ter ido jogar uma ou outra vez na Taça da Liga. Diogo Gonçalves é um extremo mais finalizador e de quem Rui Vitória parece gostar muito. Aurélio Buta tem sido adaptado a lateral direito com algum sucesso, vamos ver como continua a sua evolução.

 

Nos Juniores, Tiago Dias e Jorge Pereira são elementos com qualidade e que poderão ser jogadores a ter em conta no futuro. Nos Juvenis A temos jovens como Gedson Fernandes, Florentino Luís, Filipe Soares ou João Félix que fizeram uma excelente época. Também os mais conhecidos José Gomes, um ponta de lança muito superlativo que já todos conhecemos, e João Filipe, que é um jovem com uma capacidade de desequilíbrio no 1 para 1 como poucos já apareceram. Falta perceber como ficará quando der o salto a nível físico que tanto precisa. Jordan van der Gaag passou muito tempo lesionado, mas é um médio de pequena estatura com um grande talento.

 

Um ano mais novos, temos Pedro Álvaro, um muito interessante projecto de defesa central e que foi titular nos juvenis A, ficando inclusive com a braçadeira num jogo depois da saída de Filipe Soares. Tem muita qualidade e um perfil de liderança muito forte. Miguel Nóbrega é outro excelente projecto de defesa central, assim como Gonçalo Loureiro. Também com minutos nos Juvenis A, aparece Luís Pinheiro, lateral direito com excelente qualidade e enorme propensão ofensiva, mas que precisa de crescer muito defensivamente. Tiago Dantas, um pequeno génio, passou a época nos juvenis B a espalhar qualidade. Diego Batista e Ricardo Campos também jogadores com qualidade, assim como Pedro Fonseca, que, segundo algumas notícias, infelizmente poderá estar de saída do clube.

 

A geração de Iniciados A era fortíssima. Apesar do pouco trabalho que teve durante a época, João Monteiro mostrou segurança nos postes, podendo colmatar uma falha que tanto existe na nossa formação. Uma dupla de centrais muito competente, composta por Alexandre Penetra e Francisco Saldanha, que tanto com bola como sem bola mostraram muita qualidade. A lateral direito, João Ferreira, uma autêntica locomotiva naquele corredor, precisando de ser mais constante e não facilitar tanto em termos defensivos. No meio-campo, jogadores como José Gata, Joel Silva, Henrique Jocu ou Ronaldo Camará - este último com idade de infantil e que vai mostrando uma enorme qualidade. Numa das alas (preferencialmente na direita), um desequilibrador incrível como Úmaro Embaló e que fez o que quis neste campeonato, sendo inclusive chamado para a fase final de Juvenis A, onde até poderia ter jogado mais cedo. Na outra ala, Jair Tavares, que tem qualidade mas que eu esperava um pouco mais este ano.

 

Estes nomes em conjunto com alguns outros que estarão em patamares de desenvolvimento físico e emocional mais baixos, poderão também constituir opções para a equipa principal num futuro próximo, já que com jogadores tão jovens é muito dificil de prever com grande assertividade o futuro. Para que isso aconteça, é necessário que se aposte neste talento e que os levem a errar. Sim, errar. Porque é no erro e na adversidade que os homens se criam e que os grandes jogadores se formam. Esses erros também terão de ser corrigidos, a fim de não se chegar a um dia em que já não é possível e num patamar onde eles já não consigam fazer a diferença. Isto é o verdadeiro título do Benfica, a promoção de jogadores com raízes no Seixal e que sentem a camisola que envergam por reconhecer a elevada dimensão que esta acarreta.

 

 

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publicado às 12:00


7 comentários

De Rosso a 02.07.2016 às 15:46

Excelente post. Já andava atrás de uma análise desta dos nossos jovens há imenso tempo. Já agora deixo uma sugestão, o que acham de fazerem uma análise tipo a que fazem dos jogos dos seniores mas de um ou outro jogo das equipas jovens? Era fixe até para os miúdos que eventualmente vissem o post para identificarem alguns aspectos de melhoria. Para vocês também podia ser uma forma de mostrarem a vossa qualidade técnica de análise e quem sabe até se abrirem as portas para trabalho nas camadas jovens do Benfica. Obrigado pelo vosso serviço gratuito. Oxalá tenham a recompensa no futuro do que estão a dar.

De António Madeira a 03.07.2016 às 00:01

Subscrevo o que foi dito pelo De Rosso.
Uma análise eloquente do que se está a formar e a ser formado no CFC e que nos enche de orgulho e esperança num futuro (ainda) melhor.

Estes artigos também são importantes para mostrar aos miúdos e a quem trabalha com eles todos os dias que os Benfiquistas estão atentos e que os apoiam na sua caminhada.
Como diz o Pinheiro, e bem, oxalá possam errar, cair e crescer rumo à glória. O caminho foi aberto pelo Renato e como ele se torna tão mais fácil sem mestres da treta...

De bcool973 a 03.07.2016 às 13:27

Boas Pinheiro,

Concordo quase que inteiramente com o post. No entanto, acho que o Renato não foi capaz de se adaptar ao problema que o João Couto lhe colocou com a entrada do Rafael Leão. Ainda nos Juvenis, não fiquei impressionado com o Pedro Álvaro que optava quase sempre pelo chutão e mostrava ter algumas dificuldades técnicas com a bola nos pés, ao contrário do Jorge Silva que me pareceu muito acima dele e que só não vingou no Porto porque estava tapado pelos Diogos.

João Félix, Tiago Dantas e José Gata são craques à séria, assim tenham as oportunidades e os modelos de jogo que mereçam para se desenvolverem. Gostava de ter visto mais do Jordan.

Quanto aos treinadores, a desculpa que o Hélder e o Tralhão usaram que os melhores tinham subido de escalão e que portanto estavam limitados parece-me uma desculpa esfarrapada, especialmente no caso dos B's em que se viu reforçado com Benitez, Saponjic e em vários jogos perto do fim com Jovic, Guedes e até Semedo e mesmo assim foi um ai jesus. Tralhão também teve o Zé Gomes e o JP, mas preferiu apostar em Alfa Semedo devido às suas características físicas. Nem vale a pena falar do jogo com o Real Madrid ara a Youth League.

Quanto aos sub-19, acho que existe da tua parte uma visão um pouco optimista. Espero estar enganado, mas há vários jogadores por ti mencionados que não me pareceram ser assim tão bons, pelo que sou levado a pensar que se calhar essa geração no futebol português não é assim tão boa. Mas quando vejo que o Daniel Bragança do Sporting não estava na selecção que se sagrou campeã europeia, chego à conclusão que às vezes a qualidade não é o único critério que preside às convocatórias. A aposta no físico pode dar vitórias nos escalões de formação, mas não é isso que assegura o desenvolvimento dos jogadores.

Grande abraço

De bcool973 a 03.07.2016 às 14:06

Uma última questão:

Como vês ser possível compaginar a "aposta no Seixal" com as contratações de:

- Cervi, Carrillo, Celis, Kalaica e as mais eminentes Zivkovic, Benitez e Bakic sem esquecer Jovic e Saponjic?

Não inclui aqui o André Horta pois passou muitos anos no Seixal, mas mesmo assim tenho algumas dúvidas sobre o tempo de jogo que lhe será possível com tantos jogadores. Nem vale a pena falar do João Carvalho ou do Diogo Gonçalves, que apesar de existirem notícias que o RV gosta muito dele, eu acho-o muito inferior ao Carvalho.

Para extremos temos neste momento:
Pizzi, Salvio, Carcela, Guedes, Cervi, Carrillo falando-se ainda de Zivkovic e Benitez
Para avançados temos:
Jonas, Mitroglou, Jimenez, Jovic, Saponjic
Para Médios Centro temos:
Talisca, André Horta, Celis falando-se ainda de Bakic
Para Médios Defensivos temos:
Fejsa, Samaris
Para Centrais temos:
Lindelof, Jardel, Luisão, Lisandro, Kalaica, César
Para as Laterais:
Eliseu, André Almeida, Grimaldo, Nelson Semedo
Para Guarda-Redes:
Éderson, Júlio César, Paulo Lopes

Sem as iminentes contratações temos 29 jogadores, isto não contando alguns jogadores que não contam para o Rui vitória como Ola John, Djuricic, Nelson Oliveira, Mukhtar, Frisenbichler, Lolo ou alguns que estão a treinar com a equipa principal enquanto não chegam os titulares: Dawidowicz, Gilson, João Teixeira.

A menos que se verifiquem muitas saídas, mesmo algumas das contratações terão dificuldades em jogar pelo que, neste momento não vejo grandes hipóteses de haver alguma promoção de jovens para a equipa principal.

A sensação que tenho é que ou o plantel vai mudar muito face ao que existia na época passada, ou contrataram-se jogadores a contar com saídas que não estão certas, ou a aposta no Seixal, simplesmente desapareceu, pois com tantos jogadores, será muito difícil aos jovens, mesmo com a experiência da equipa B, lutarem pelos lugares.

De R_9 a 04.07.2016 às 17:46

Boas Rosso,

Eu adorava fazer isso, mas infelizmente não há tempo para tudo. Adoro acompanhar os escalões jovens do Benfica, mas não consigo arranjar tempo para escrever sobre tudo. Para a próxima época vou tentar escrever mais sobre os miúdos. Quanto a analisar os jogos deles, é difícil ter os jogos disponíveis, logo aí é um grande entrave.

Abraço e obrigado. :)


Boas António Madeira,

Sim, é importante os miúdos perceberem isso, mas os blogs e os adeptos do Benfica só se lembram deles na altura das vitórias e títulos. Pouca gente fala deles e do trabalho que se faz, mas vamos tentar arranjar maneira de fazer aqui algo com mais qualidade, até porque os textos chegam a alguns deles. ;)

(Ao resto, já respondi em cima)

Abraço e obrigado.



Boas bcool,

Sim, o Renato não se conseguiu ajustar à entrada do Rafael Leão, mas a equipa do Benfica estava completamente desgastada. Havia ali gente que já não conseguia mesmo mais, como se viu na semana anterior em Braga, mesmo jogando com jogadores limitados e não a 100%. Os jogadores rápidos e fortes do Sporting fizeram a diferença. Quanto ao Pedro Álvaro, discordo. Ele deve ter sido, na minha opinião, o melhor jogador do Benfica nesta fase final. Em Alcochete, fez um excelente jogo, sendo o melhor do Benfica. Contra o Porto em casa também esteve muito bem, sendo que neste último esteve pior. Ainda é juvenil de 1º ano, e também não nos podemos esquecer disso, principalmente quando apanha jogadores como aqueles. Ele com bola ainda apresenta limitações, mas tem evoluído, sendo que tem um muito bom passe longo. Acho-o superior ao Jorge Silva, mas neste escalão estamos muito bem servidos de centrais.

O João Félix tem uma excelente relação com a bola e faz dela o que quer, Falta-lhe alguma explosividade. Vamos ver como evolui no próximo ano. Acho que os nossos modelos, até aos Juniores, privilegiam os jogadores que falas, depois é outra história. Eu percebo as criticas que lhes fazes, e concordo, mas não podia escrever sobre tudo e já estava extenso. A equipa B foi muito má, aquilo não pode acontecer de novo. E mesmo os juniores é preciso muito mais.

Eu acho a geração dos sub19 muito boa, e no Euro sub17 mostraram isso. Faltará lá o Renato e o Rúben Neves, onde no europeu sub17 estiveram bastante bem. Duvido que o Benfica consiga juntar mais alguma vez nomes como aqueles, e nem estes Iniciados são assim tão fortes.

Isso é uma questão problemática. Continuamos a contratar em demasia e muitas vezes mal, chegando jogadores em número absurdo. É provavelmente a pior parte desta direcção e que não parece mudar.

Então em extremos temos um número absurdo e vai ser difícil haver oportunidades para todos. Eu acho que devíamos investir em certezas e não em tudo o que mexe, já que depois andamos com mais de 100 jogadores com contrato. Concordo com a tua opinião sobre o Diogo e o João, mas eu também adoro o João e por isso sou algo influenciado. :P

Eu acho que vão sair vários jogadores e se calhar alguns importantes. O problema é que mesmo assim existirão outros em demasia a aguardar oportunidade e assim fica difícil. Com azar, ou sorte, a pré-época corre mal e temos de ir a compras de última hora.

Acho que muita gente vai ser emprestada e depois os miúdos com mais qualidade andarão entre a A e a B, mas é algo difícil de prever. Vamos ver o que acontece com os cortes iniciais, e empréstimos, para ter alguma noção do que vai acontecer. Aí já poderemos falar melhor sobre isso, apesar de não me agradar ver chegar tanta e tanta gente.

Grande abraço.

De moleculasdeamorpelobenfica a 04.07.2016 às 18:46

Excelente post.
Observo imensa qualidade na formação, e começo a pensar que Hélder pode não ser o treinador que nos convém na B (aguardemos por este ano)... quanto aos juniores de facto mesmo com as saídas, esperava que o plantel tivesse sido re-equilibrado, fica-se com a ideia de falta de critério (peço antecipadamente desculpa pela observação que pode ser inadequada).
Apesar de ter boas vibes que tenho da maioria das contratações que se vão anunciando, o paradigma da formação parece ter-se diluído, desde Janeiro entraram cerca de 14 jogadores, fico estupefacto com esta "estratégia?", onde está o paradigma da formação? Isto é aparentemente dissonância cognitiva, está identificada esta "patologia" (Festinger 1957). A distância entre o que a Direcção diz e faz em variadíssimos temas revela que a organização padece de uma qualquer "doença", digo isto com respeito, não quero ofender ninguém.
Grande abraço. As considerações do BCool são interessantes.

De moleculasdeamorpelobenfica a 04.07.2016 às 18:48

... Apesar das boas vibes que tenho... (sorry)

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