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Finalmente o Benfica disputou hoje o seu primeiro jogo desta temporada. Rui Vitória apostou num 11 sem nenhum reforço, continuando a apostar numa equipa com dois avançados. A maior surpresa foi mesmo a titularidade de Talisca, que se previa ir jogar numa ala, fazendo o lugar de Salvio. Sílvio foi o dono da lateral direita, como já se tinha dado a entender nos treinos, de resto foi mais ou menos o esperado.
O Benfica entrou no jogo a pressionar muito alto. Jonas e Lima a pressionarem muito a defesa do PSG, assim como Pizzi e Samaris também a fazer uma pressão muito alta. Talisca, como era previsto, começou o jogo na direita e Gaitán na esquerda. Nos primeiros minutos o Benfica teve algumas dificuldades em sair a jogar, não conseguindo ultrapassar a linha de médios e avançados do PSG.
Nos primeiros 15 minutos, o jogo foi muito divididido, com muita luta a meio-campo e com as equipas algo nervosas. Se era esperado que Talisca e Gaitán abrissem jogo nas alas como era habitual, não foi isso que aconteceu. Ambos procuravam muito o jogo interior quando a equipa tinha a bola, deixando os flancos aberto para os laterais. Também os dois faziam constantes mudanças de lado, nunca estando a jogar apenas num e alternando. Esta foi a principal novidade no jogo do Benfica.
Perto dos 13 minutos o Benfica fez o seu primeiro remate à baliza, com Sílvio a rematar para defesa de Trapp. O Benfica começou a assentar o seu jogo, tendo cada vez mais bola. Aos 16 minutos, o Benfica quase marcou, mas Trapp evitou o golo de Talisca.
Devido a estar com a equipa tão subida, o Benfica teve muita dificuldade defensivamente quando a bola ultrapassava a sua linha de médios. Havia muito espaço entre a defesa e os jogadores do meio-campo, e foi sempre um problema quando a equipa do PSG conseguiu entrar nesse espaço.
Jardel e Eliseu tiveram sempre muitas dificuldades perantes os seus adversários. Jardel fez mesmo um mau jogo, parecendo estar sempre muito desconcentrado e com dificuldades perante o espaço entre ele e os médios.
O Benfica já conseguia sair a jogar, mas foi o PSG que se adiantou no marcador aos 29 minutos após uma falha de Jardel.
O Benfica não se deixou afectar pelo golo, e empatou pouco depois. Remate de Jonas que Trapp volta a defender, mas desta vez Talisca não perdoa e empata o jogo na recarga. Esta era a melhor fase da equipa de Rui Vitória, a procura do jogo interior por parte de Talisca e Gaitán deixava os laterais contrários sem saber o que fazer.
Com essa mesma procura de jogo interior, aos 39 minutos Talisca recebe bem a bola no meio e remata ao poste. A equipa do PSG já não conseguia sair a jogar, o Benfica continuava a defender muito alto. Foi graças a isso que Gaitán com a ajuda de Samaris recupera uma bola, recebendo depois mais à frente o passe de Pizzi, aparecendo isolado e com toda a classe do mundo senta Trapp e assiste Jonas para encostar para o golo aos 42 minutos.
Esta primeira parte teve algumas coisas muito interessantes, mas também os jogadores benificiaram do facto de jogarem juntos há muito tempo e haver já muitas rotinas de jogo e entrosamento. O maior interesse foi mesmo a procura do jogo interior por parte de Gaitán e Talisca, fazendo uma espécie de 4x4x2 losango em vários momentos do jogo. Esta variante do jogo exige muito dos laterais, visto o espaço exterior ficar todo para eles aproveitarem, e neste jogo eles não o conseguiram. Também pode ser explicado pela falta de pernas, mas creio que o Rui Vitória caso queira continuar neste modelo, precisa de outros laterais que aproveitem este espaço e estejam em constante rotação ofensiva e defensiva. Talisca tem o problema de quase sempre não ser inteligente a jogar, pois podia aproveitar e muito este espaço mais ao meio. Gaitán ganha outra vida quando joga mais no meio, visto a sua criatividade ser toda posta em prática. Por falar em Gaitán, o Benfica tem de evitar a todo o custo perder o astro argentino.
A defesa esteve em pior plano. Jardel e Eliseu estiveram mal, e mesmo Silvio não fez uma grande primeira parte. Continuo a achar que Silvio rende muito mais na esquerda, mas se este sistema é para continuar, aí terá mais dificuldade para aproveitar o espaço, sendo mais dificil para ele chegar à linha e cruzar, visto ter a tendência para procurar o meio com o seu pé direito. A defesa esteve bastante longe do meio-campo, e isso foi um problema durante parte do tempo. Depois e com os avançados muito rápidos do PSG, as dificuldades eram muitas para os parar. A defesa não estava habituada a ter Samaris tão subido no terreno, e Rui Vitória tem de arranjar maneira de fechar aquele espaço. Samaris, Gaitán, Talisca e Jonas foram os jogadores mais do Benfica nesta primeira parte. Passemos a alguns momentos desta primeira parte, onde esteve equipa que será mais perto daquilo que será a equipa titular.
Como podemos ver aqui, a equipa do Benfica começou o jogo a pressionar muito alto. Samaris e Pizzi muito subidos no terreno, e principalmente em Samaris isso não era habitual. O Benfica tentou a todo o custo evitar que a bola conseguisse passar jogável pela sua linha de médios, onde depois havia muito espaço para jogar.
Aqui podemos ver o tal espaço que existe quando a equipa do PSG conseguia ultrapassar a linha de médios do Benfica. O meio está completamente sem ninguém do Benfica, estando lá um jogador do PSG pronto para receber a bola.
Aqui podemos ver duas saídas do Benfica a jogar. Normalmente, o que acontecia era só Samaris fazer de 3º central e sair o Benfica a jogar, mas neste jogo tivemos várias vezes Samaris e Pizzi a virem buscar a bola à linha para o Benfica sair com bola.
Aqui a saída normal do Benfica a jogar, com Samaris a fazer de 3º central. Ao principio o Benfica teve dificuldades em fazer esta saída, e por isso procurou ir com um dos médios buscar a bola na lateral, mas com o passar do tempo estabilizaram e conseguiram sair a jogar da maneira clássica.
Aqui temos 5 exemplos da forma como o Benfica procurou o jogo interior e como a equipa se posicionava. Talisca e Gaitán em nenhuma destas vezes abriram muito na ala, procurando sempre aproveitar o espaço interior.
Aqui podemos ver mais uma vez a forma como Samaris pressionava muito mais alto. Foi a principal mudança no jogo do médio grego, e que bom jogo que ele fez.
Temos aqui Jonas a abrir na esquerda numa saída a jogar do Benfica. Durante esta 1ª parte foi Lima que fez muitas vezes esse trabalho, de cair algumas vezes na ala esquerda quando o Benfica tentava sair a jogar.
Para a 2ª parte, Rui Vitória deixou Jonas, Silvío e Pizzi no balneário, fazendo entrar André Almeida, João Teixeira e Carcela. Talisca passou a fazer companhia a Lima na frente de ataque, Carcela jogou a médio direito, João Teixeira a 8, e André Almeida a lateral. Tudo o resto ficou igual.
Depois do intervalo, o jogo do Benfica foi muito pior, o que era de prever. Se durante a 1ª parte havia muitas rotinas de jogo e entre os jogadores, na 2ª isso já pouco existiu. A fadiga também começou a aumentar e os jogadores acusaram o desgaste.
O jogo do Benfica nunca mais fluiu como tinha acontecido até ao intervalo, entraram jogadores que não me parece que possam ser opção para o Benfica. Carcela foi o que mais conseguiu mostrar, sendo muito agressivo defensivamente e ofensivamente, mas sempre com a tendência de abrir fora, apesar do que o Benfica estava a fazer era os alas virem buscar jogo por dentro.
Entraram também Paulo Lopes, Marçal, Lindelöf, Lisandro, Cristante, Ola John, Gonçalo Guedes e Nélson Oliveira nesta 2ª parte. Estes jogadores pouco mostraram, destes todos que falei agora, acho que o Benfica devia ficar apenas com Lindelöf, Lisandro, Gonçalo Guedes e Cristante, o resto não me parece que sejam soluções.
João Teixeira entrou muito nervoso, falhou muitos passes, e terá de mostrar muito mais caso queira mesmo ser opção para o Benfica.
Como já disse, esta 2ª parte foi mesmo muito má, cheia de erros individuais e colectivos, tendo o PSG dado a volta ao marcador com golos aos 64 e 79 minutos. Não houve jogo colectivo, cada um jogou quase por si. O que Rui Vitória poderia ter feito, era fazer um misto, ou seja, colocar alguns destes jogadores, principalmente aqueles que ele acredita que fiquem no plantel, inseridos na equipa da 1ª parte. Aí, e muito provavelemente em alguns deles, o rendimento teria sido muito melhor, pois estavam inseridos num colectivo forte.
Este jogo mostrou, caso ainda houvesse dúvidas, que o Benfica precisa de reforços. Verdadeiros reforços, jogadores que sejam capazes de entrar de imediato no 11, e não jogadores para fazer número. Um ou dois laterais, um médio, e um avançado para jogar com Jonas na frente e fazer a diferença.
Rui Vitória mostrou algumas coisas boas na equipa, outras nem tanto. Vamos ver o que ele consegue fazer com aquele futebol que a equipa mostrou na 1ª parte, e que foi do meu agrado. Equipa a pressionar muito, Gaitán mais a jogar no meio e um futebol objectivo, mas é preciso ainda trabalhar muito mais.
Por fim, deixar uma nota para o planeamento da pré-época do Benfica. O Benfica disputa muito tarde o seu primeiro jogo, e apenas vai disputar 5 jogos até ao primeiro jogo oficial. Não devem haver muitas equipa nos distritais que só disputem 5 jogos antes do primeiro jogo a doer. Era preciso muito mais, principalmente com esta mudança no comando técnico da equipa, em que é preciso hábito a novos métodos, e onde há muitos jogadores sem o futuro definido. O que acontece é, que estamos já no dia 19 e ainda andamos com 30 jogadores a treinar, e muitos jogadores com o futuro indefinido.
Do futebol ao hóquei, do basquetebol ao voleibol, uma visão livre, imparcial e plural do Sport Lisboa e Benfica.
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