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Análise ao Galatasaray vs Benfica

por R_9, em 22.10.15

 

Na 3ª jornada do Grupo C da Liga dos Campeões, o Benfica deslocou-se à Turquia para defrontar o Galatasaray. Rui Vitória apresentou a equipa que se esperava, colocando Raúl no lugar de Mitroglou e Sílvio a lateral direito. Júlio César, Sílvio, Luisão, Jardel, Eliseu, Samaris, André Almeida, Gaitán, Gonçalo Guedes, Jonas e Raúl Jiménez. Foi esta a equipa titular para o jogo.

 

O Benfica começa o jogo da melhor maneira e adianta-se no marcador aos 2 minutos. Grande passe de Jonas e Gaitán a finalizar de forma brilhante. Até aos 10 minutos, o jogo esteve algo dividido. Benfica a tentar controlar, jogando em ritmo baixo e o Galatasaray a tentar chegar perto da baliza de Júlio César, colocando já alguma pressão no jogo. Começava a existir superioridade da equipa da casa, tendo mais bola. Quando não a tinha, recuperava rápido.

 

O Galatasaray ia criando cada vez mais perigo junto da baliza de Júlio César. Aos 18 minutos de jogo, grande penalidade a favor da equipa da casa, após braço na bola de André Almeida. Inan, empata o jogo. O jogo acalmou um pouco e a pressão da equipa da casa já não era tão grande. Mesmo assim, estavam por cima no jogo.

 

Desatenção da defesa do Benfica aos 33 minutos e Podolski dá a volta ao marcador. O Galatasaray desceu bastante o seu ritmo em campo depois do golo, permitindo ao Benfica ter mais bola e estar mais confortável até ao fim da 1ª parte.

 

O jogo caminhou para o intervalo, sem que nada de grande revelo se tivesse passado. Galatasaray foi para os balneários a vencer por 2-1.

 

 

A equipa do Benfica não podia ter tido um inicio melhor de jogo. Marcar cedo e adiantar-se no marcador, foi uma grande entrada. O pior foi a forma como a equipa reagiu a esse golo. Deixou-se dominar completamente, deixou de tentar jogar e de ter bola, sucumbindo perante um adversário que dominou o jogo até conseguir virar o resultado, sem que a equipa de Rui Vitória fizesse grande coisa para o contrariar.

 

A defesa abriu muitos espaços, muito devido a saírem ao homem e depois as zonas de cada um terem ficado completamente descompensadas. Faltou também agressividade defensiva e vislumbraram-se muitas lacunas no posicionamento. Os laterais pouco ou nada deram ao jogo ofensivo e mesmo a defender foram bastante sofríveis. André Almeida e Samaris foram tentando tapar alguns espaços que apreciam, mas nem sempre bem e com qualidade. Tiveram pouca bola e deram pouco ofensivamente à equipa.

 

Gaitán marcou um belo jogo, e tentou um pouco remar contra a maré, mas sem grande consistência. Gonçalo Guedes também pouco se viu e nem nas tarefas defensivas apresentou a qualidade que vinha demonstrando em jogos anteriores. Jonas esteve desaparecido do jogo, estando muito recuado. Com as descidas de Raúl para vir buscar bola, ele não se sente tão confortável no jogo, ou pelo menos foi o que pareceu. Raúl também pouco apareceu, perdeu algumas bolas e não conseguiu ser a referência no ataque.

 

 

Grande jogada de Jonas no início do jogo. Da falta sofrida, ia resultar o golo.

 

 

O golo de muita classe de Nico Gaitán e o grande passe de Jonas.

 

 

Saiu Nélson Semedo da equipa, mas Sílvio também sai sempre o homem, sendo André Almeida a ir fazer a compensação quando consegue. Se antes tinha dúvidas, agora é quase certo que isto é estratégia.

 

 

André Almeida a transformar a saída a jogar com 3 centrais.

 

 

Boa e rápida recuperação defensiva da equipa, depois da bola ser perdida. Muito bem Samaris a fechar o meio e a obrigar o jogador a entregar na linha.

 

É Luisão que sai a Sneijder, mesmo com vários jogadores do Benfica por perto. Depois, não há compensação e abre-se uma clareira entre os dois centrais e no espaço mais perigoso. O do centro do terreno. 

 

 

Eliseu a vir tapar a linha de passe para o árbitro assistente.

 

 

Mais uma vez, Luisão perdido, sem nunca se entender com Sílvio e com o posicionamento entre eles e compensações. Por sorte, não foi Sneijder a receber o passe no meio. Se fosse ele, teria isolado aquele jogador que ficou com a linha aberta para a baliza. Acho que as coisas ali andam confusas, com zonas e marcações ao homem, tudo misturado. Era mais fácil Luisão esperar pela diagonal do adversário, ficando na sua zona e Sílvio com o homem que foi aparecer do lado dele.

 

 

Sílvio sai muito na linha, não há compensação de Samaris ao homem que se desmarcou e a defesa não está alinhada. Problema detectado na linha defensiva e na abertura dos laterais foi recorrente e ia criar dissabores nos lances dos golos.

 

 

Mais uma vez, Sílvio muito aberto. Sneijder consegue receber de costas e fazer logo o passe naquela situação, aproveitando o enorme espaço entre central e lateral numa situação destas.

 

 

E que tal se ir para dentro, Eliseu?

 

 

Estava dado o mote para o que se ia passar dois minutos depois.

 

 

Lance do segundo golo do Galatasaray. A única linha de passe onde a bola entrava, foi a que deu golo e era a mais perigosa também. Eliseu com os apoios virados para fora, e a aguardar que a bola fosse entrar na linha, mesmo Gaitán estando a tapar essa linha de passe. Com isso, não fecha dentro, espaço entre ele e Jardel e golo. Podemos ver no lance uns a marcarem junto ao homem e outros zona. Linha também mal definida, com os dois centrais mais atrás que os laterais. A bola não pode nunca entrar no espaço ao meio. É o mais perigoso e passou entre 4 jogadores do Benfica.

 

 

Bom passe de Samaris e bom movimento de Sílvio, mas faltou presença na área.

 

 

Luisão mais uma vez  ir a uma zona com gente e depois é correr atrás do prejuízo.

 

 

Falta de agressividade defensiva. Jogador recebe a bola dentro da área e tem tempo para chutar. Dois homens soltos na entrada da área e ainda outro que se movimenta na direcção da baliza. Samaris a recuar a passo.

 

 

Para a 2ª parte, não existiram alterações. Entrou a mesma equipa em campo. Logo de entrada, Jonas tem um remate perigoso, mas Muslera consegue defender bem. Pouco depois, Sneijder atira ao poste, depois do remate ter sido desviado. Num dos seguintes lances, é Júlio César que evita o 3-1, com uma grande defesa, após um canto. No minuto seguinte, é Jonas que remata de fora da área com algum perigo, mas a bola sai ao lado. Eram minutos com perigo em ambas as balizas.

 

Aos 54 minutos, boa saída do Benfica para o ataque, mas Gaitán remata ao lado. Mais um bom lance de ataque do Benfica, mas o remate de Jiménez é defendido por Muslera. Eram momentos de domínio da equipa de Rui Vitória, com os lances perto da baliza de Muslera a sucederem-se.  Desta vez, é um defesa a cortar o remate de Gaitán quase em cima da linha de golo.

 

Rui Vitória mexe pela primeira vez na equipa aos 66 minutos. Sai Eliseu e entra Pizzi. Sílvio passou para lateral esquerdo, André Almeida para lateral direito e Pizzi foi colocar-se junto a Samaris no meio-campo. O Benfica estava claramente por cima do jogo, o Galatasaray já só saía em contra-ataque. Aos 68 minutos, é Jonas que vê o seu remate a ser desviado por Jiménez, quando podia levar muito perigo.

 

Aos 75 minutos a segunda substituição no Benfica. Sai Gonçalo Guedes e entra Victor Andrade. O jogo caminhava para o fim, sem existirem lances de grande perigo em nenhuma das balizas. Pizzi e Victor Andrade pouco ou nada vieram dar ao jogo da equipa, de positivo. Rui Vitória esgota as substituições aos 81 minutos, entrando Mitroglou para o lugar de Sílvio. Pouco depois de entrar, o avançado grego surge a rematar à malha lateral da baliza de Muslera.

 

Pizzi perde a bola, e Júlio César evita o 3-1, com uma grande defesa aos 86 minutos. A derradeira oportunidade do Benfica surge aos 91 minutos, mas o defesa do Galatasaray corta o lance quando a bola se dirigia para a cabeça de Luisão. O jogo acabou por chegar ao fim com a equipa da casa a vencer por 2-1.

 

 

A 2ª parte foi muito melhor por parte do Benfica. A equipa foi principalmente muito mais agressiva na procura da bola e isso fez toda a diferença. Continuaram a existir problemas, mas muito menos que na 1ª parte. Teve mais bola e mais oportunidades de golo, que infelizmente não concretizou. O Galatasaray também cedeu fisicamente - apesar de ter tido também várias oportunidades - e isso ajudou a que o Benfica mandasse mais no jogo. 

 

A equipa chegou com a bola mais perto da baliza adversária, mas pecou tanto na finalização como na decisão. Alguns lances podiam ter sido decididos de maneira diferente e não o foram.

 

A defesa manteve-se mais ou menos como na 1ª parte, melhorando em termos posicionais. Já não existiram bolas nas costas e a linha esteve muito melhor. Samaris fez uma boa 2ª parte, tentando defender e atacar enquanto as forças o permitiram, mas continua a falhar alguns passes que poderiam ser muito importantes. Jonas teve mais espaço, e conseguiu jogar mais, mas não conseguiu ser tudo aquilo que nos habituou.

 

As substituições não vieram trazer grande coisa ao jogo do Benfica. Os jogadores que entraram pouco contribuíram para a possível mudança do rumo de jogo. Palavra para Júlio César, foi mais uma vez um muro na baliza do Benfica.

 

 

Sneijder a receber sozinho a bola no meio. Teve de ser o lateral direito a vir tentar fechar, deixando o extremo para Gonçalo Guedes.

 

 

Gaitán opta pelo remate mas temos Eliseu a subir pelo corredor, com possível situação de 3 para 2 junto da baliza de Muslera.

 

 

Uma boa jogada do Benfica. Quando Gaitán ecebe, podia ter virado e depois sim decidir o que fazer, mas entregou logo em Raúl.

 

 

A passividade defensiva do Benfica a permitir que aquela bola entre em Sneijder e ele toque de primeira para Podolski.

 

 

Tenho a bola, vou olhar para a área, vejo 4 defesas adversários contra o Gaitán. O que é que faço? Cruzo. Sou o Pizzi.

 

 

Nem parece teu, Jonas.

 

 

Situação de 3 para 2 por parte do Benfica no contra ataque. Da forma como o lance ocorreu e de como os 2 defesas o fizeram, parece-me que havia duas boas soluções para Gaitán. Ou servia logo a possível diagonal em velocidade do Guedes, ou antes daquele último toque dá em Guedes e vai receber na frente. Era difícil o passe entrar em Raúl que aparece na esquerda apesar de ser possível antes do desarme. Mérito para os dois defesas do Galatasaray nunca perderam o norte e assim que Gaitán toca mais longo, um deles desarma. Aquele toque mais longo, foi fatal.

 

 

Sou o Victor Andrade e mesmo sozinho perante dois adversários, vou na iniciativa individual e para a linha.

 

 

Samaris devia ter entregue em Gaitán e depois ele sim, ou fazer o passe para Jonas ou para Raúl.

 

 

Foi por pouco.

 

 

Deste jogo, fica um grande sabor amargo. Era, claramente, uma equipa ao alcance do Benfica. Aqueles 30/35 minutos na 1ª parte acabaram por fazer toda a diferença no resultado final. O resultado mais justo até era bem capaz de ser o empate, mas elas contam é dentro da baliza. E aí o Galatasaray foi mais eficaz.

 

Não podemos continuar a falhar tantas vezes defensivamente. Não consigo perceber algumas situações da equipa. Vejo por vezes jogadores a marcarem à zona, depois muitos outros com referências individuais e aquilo acaba por dar tudo numa grande confusão. Os lances da 1ª parte são um bom exemplo. Só Jardel tem estado em bom nível da defesa e acaba por resolver muitos lances. 

 

Não percebo também a gestão de alguns jogadores que é feita. Vejamos o Victor Andrade. Não fez a pré-época, mas depois aparece no 1º jogo do campeonato a entrar na 2ª parte e a ser titular no 2º jogo. Depois volta a desaparecer da equipa, jogando inclusive na equipa B a titular. De repente, volta a aparecer nos dois últimos jogos da equipa A, sendo um dos primeiros a entrar na equipa. É ao sabor do vento?

 

Depois Pizzi. Até quando vamos continuar a insistir com ele naquele lugar? Entrou mais uma vez e nada acrescentou. Bem pelo contrário. Continuo a dizer que o melhor 8 que o Benfica tem, esteve ontem na Turquia, mas a jogar pela hora de almoço. Até mesmo o João Teixeira. Não acredito que fizesse pior que o Pizzi com as mesmas oportunidades que este teve.

 

Depois a nossa equipa tem muitas lacunas e sem Nélson Semedo ainda se notou mais. Sílvio tem dificuldades defensivas como se viu ontem e que colocam a equipa em perigo. André Almeida tinha estado bem no meio até ontem, e penso que seja para manter. Eliseu é muito fraco, não serve para o Benfica. Depois lances como o do golo de Podolski acontecem, já que ele tem umas noções muito fracas do lugar que ocupa.

 

Raúl tem estado sempre muito bem a sair do banco e até disse que ele merecia a titularidade num jogo como este, mas cada vez me convenço mais que Mitroglou e Jonas funcionam muito melhor, entrando depois o avançado mexicano na 2ª parte. Mitroglou desgasta imenso as defesas contrárias, torna a missão deles muito mais difícil, e Raúl quando entra tem logo outro espaço para jogar. Claro que não será sempre a regra, mas parece-me o melhor.

 

A equipa sentiu esta longa paragem que apareceu na pior altura. Domingo há jogo grande. Que seja um grande Benfica em campo e um grande apoio nas bancadas.

 

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publicado às 20:12


6 comentários

De CK a 23.10.2015 às 11:19

Com o banco que levámos, que substituições farias (ou não farias)?

De R_9 a 23.10.2015 às 23:23

O banco era muito fraco e com poucas soluções.

Teria colocado o Mitroglou bem mais cedo, segurando ainda mais os centrais e dando mais espaço ao Jonas para jogar. Acho que aí Rui Vitória jogou com o jogo de Domingo, poupando o avançado grego, que deve ser titular.

Depois colocaria Talisca em vez de Pizzi. Já havia mais espaço e o brasileiro - apesar de não ser fã dele - poderia trazer algo de novo ao jogo, já que o Galatasaray já se remetia mais ao seu meio-campo. Tinha tirado André Almeida e a defesa tinha-se mantido.

É difícil, mas acho que apenas faria estas duas substituições. Mexer por mexer não vale a pena.

Cumprimentos.

De CK a 26.10.2015 às 10:13

Obrigado pela resposta. Infelizmente parece q o Mitro nao estava a ser poupado para domingo.

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