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Na 24ª jornada da Liga NOS, o Benfica recebeu em casa o União da Madeira. O jogo era para se ter realizado no Domingo, mas teve de ser adiado para segunda-feira devido ao mau tempo que impediu o voo da equipa madeirense. Para este jogo, Rui Vitória fez algumas alterações na equipa. Entradas de Nélson Semedo, Grimaldo e Talisca para o 11 inicial. Júlio César, Nélson Semedo, Victor Lindelöf, Jardel, Grimaldo, Samaris, Talisca, Pizzi, Gaitán, Jonas e Mitroglou. O 11 com que nos apresentámos em campo.

 

 

Como era de esperar, a equipa de Norton de Matos apresentou-se no Estádio da Luz a jogar com um bloco muito baixo, com praticamente todos os jogadores remetidos ao último terço do campo, tentando fechar todos os espaços para a baliza de Gudiño. Contudo, o Benfica consegue um golo bastante cedo. Aos 5 minutos e depois de um livre lateral, a bola vai ter com Jonas e o avançado brasileiro não perdoa, fazendo o 1-0.

 

Com o golo, nada mudou no jogo. União muito recuado e a tentar tapar os espaços para a sua baliza, dando a totalidade da posse de bola ao Benfica. Pizzi, aos 16 minutos, remata de fora da área com perigo, mas a bola sai muito pouco ao lado do poste direito da baliza de Gudiño. Mitroglou, aos 19 minutos, depois de um belo trabalho, aparece na cara de Gudiño, mas o guarda-redes mexicano defende muito bem para canto.

 

O União tentava criar perigo em contra-ataque, ganhando algumas bolas depois do Benfica as perder com muita displicência. Depois a nossa reacção à perda era bastante fraca e demorávamos a recuperar a bola. Mitroglou volta a estar perto de marcar aos 22 minutos, mas Gudiño volta a evitar com mais uma boa defesa. Três minutos depois, o guarda-redes do União volta a evitar o golo, desta vez a Pizzi, com mais uma grande defesa.

 

A equipa visitante tem um contra-ataque muito perigoso aos 33 minutos, mas Júlio César sai muito bem da baliza e consegue cortar o lance com os pés. O jogo continuava igual, com o Benfica a dominar completamente e o União a jogar muito baixo no terreno. A nossa troca de bola estava a ficar mais lenta e previsível, ajudando a que o União tivesse mais facilidade em fechar os espaços. De fora da área, Talisca obriga Gudiño a mais uma boa defesa aos 41 minutos.

 

Já quase no fim da primeira parte, Pizzi em boa posição cabeceia mal, saindo a bola ao lado. E foi com a vantagem mínima do Benfica no marcador que a primeira parte chegou ao fim.

 

 

A equipa do Benfica até entrou bem no jogo, conseguindo a vantagem bem cedo e mostrando bastante dinamismo e mobilidade na frente. O União veio jogar com um bloco imensamente baixo e isso trouxe dificuldades, mas por várias vezes conseguimos criar lances de perigo, devido a diversos bons movimentos. Os médios ala estiveram quase sempre no interior, deixando a largura para os laterais, causando dificuldade aos laterais contrários na marcação. Jonas teve marcação individual neste jogo, não conseguindo ter tanto espaço para receber, mas mesmo assim, procurou outras zonas e teve bola. Os dois médios centro estiveram quase sempre fora do bloco contrário e pegaram na bola em zonas onde ainda podiam ser os defesas a levar, o que trouxe menos acutilância ofensiva. Como pior desta primeira parte, a péssima reacção à perda da bola e transições defensivas a passo de caracol.

 

Júlio César mostrou-se sempre concentrado. Grande saída com os pés num lance, apesar de muito arriscada - confesso que temi uma falta e expulsão. Nelsinho começou muito bem o jogo, dando muita ajuda no ataque e desequilibrando, mas depois foi perdendo algum gás com os minutos. Grimaldo esteve bem, tanto a defender como a atacar. É um jogador que dá muitas coisas ao jogo, percebendo muito do que se passa e procurando sempre a melhor solução. Tem uma grande escola. Os centrais, mostraram algumas falhas na linha defensiva e no controlo da profundidade.

 

Samaris e Talisca andaram por ali a passar muitas bolas, - umas melhores e outras piores - e praticamente sem participarem no processo ofensivo. Já no defensivo, quando foi preciso uma boa pressão, serem rápidos a recuar ou a fechar os espaços centrais, facilitaram bastante. Gaitán e Pizzi estiveram bastante interiores, conseguindo boas combinações com os avançados e também com os laterais que apareciam embalados de trás. Jonas teve sempre marcação cerrada, mas é um génio e conseguiu várias vezes desequilibrar mesmo sem tocar na bola, arrastando as marcações para os colegas terem espaço. Mesmo com Tiago Ferreira sempre em cima dele, conseguiu receber algumas vezes no espaço central. Mitroglou esteve sempre rodeado pelos centrais, mas teve ali vários bons lances, onde depois Gudiño evitou o golo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

 

 


 

 

 


 

 

 


 

 

 


 

 

 


 

 

 


 

 

 


 

 

 


 

 

 


 

 

 


 

 

 


 

 

 


 

 

 


 

 

 


 

 

 


 

 

 


 

 

 


 

 

 


 

 

 


 

 

 


 

 

 


 

 

 

Para a segunda parte, nenhuma alteração no Benfica. Pouco ou nada mudou na segunda parte, pois tudo o que estava a ser o jogo nos primeiros 45 minutos, era o que acontecia agora. Muita posse para o Benfica, muito recuada a equipa do União e a defender com todos os jogadores praticamente no último terço do campo. A nossa equipa estava agora a jogar com muito pouco dinamismo e velocidade, facilitando assim o trabalho defensivo da equipa madeirense.

 

O tempo passava e ao contrário da primeira parte, nem oportunidades de golos conseguíamos criar. Rui Vitória mexe pela primeira vez na equipa aos 70 minutos, fazendo entrar Salvio para o lugar de Talisca. Com esta substituição, Pizzi foi para o meio-campo.

 

Mitroglou quase marca aos 76 minutos depois de um cruzamento, mas Gudiño volta a defender bem a bola. Na sequência desse canto, fazemos o 2-0. Bola vai ter com Mitroglou que remata de primeira e Jonas desvia depois a bola para o fundo da baliza.

 

Nem a perder por dois golos o União decidiu subir as linhas, continuando a jogar muito recuado no terreno. Rui Vitória volta a mexer aos 82 minutos, fazendo entrar Raúl para o lugar de Mitroglou.

 

O União tem um contra ataque muito perigoso aos 84 minutos, onde o avançado aparece isolado, mas acaba por demorar muito tempo e perde a bola. Logo de seguida, ultima substituição na nossa equipa. Sai Gaitán e entra Gonçalo Guedes.

 

Muito perto do apito final, primeiro Guedes e depois Jonas estão perto de fazer o 3-0, mas isso não acontece e o jogo chega ao fim com uma vitória do Benfica por 2-0.  

 

 

Neste segundo tempo, a exibição do Benfica não foi tão bem conseguida. Em termos ofensivos, estivemos bem pior que na primeira parte. Muito parados, sem dinâmica e a não conseguir criar grandes desequilíbrios na defesa contrária, nem oportunidades. Melhorou um pouco a reacção à perda da bola, já que a conseguimos recuperar mais vezes logo depois de ser perdida, mas nada por aí além. O União pouco ou nada criou enquanto o 1-0 esteve no marcador, mas apesar disso, pairava algum receio nos adeptos até aparecer o 2-0. 

 

Júlio César não teve trabalho nenhum neste segundo tempo. Nelsinho continuou a perder algum gás, aparecendo poucas vezes no ataque a desequilibrar, estando seguro defensivamente - tirando a linha mal feita perto do fim. Grimaldo continuou bem, com movimentos interiores com e sem bola, com bons cruzamentos e a entender-se bem com os colegas. Jardel e Victor Lindelöf melhoraram na linha defensiva e no controlo da profundidade, estando sempre bem subidos no terreno. De resto, pouco ou nenhum trabalho.

 

Samaris e Talisca foram mais do mesmo, alternando alguns bons passes com outros péssimos. Foram um pouco mais agressivos na procura da bola. Gaitán e Pizzi já não estiveram tanto em destaque neste segundo tempo, tendo menos oportunidades para desequilibrar. Pizzi foi importante ao passar para o meio, dando mais critério na gestão da posse de bola. Jonas também teve menos bola, mas algumas vezes existiu a possibilidade de ser servido e os colegas de equipa não o conseguiram fazer. Mitroglou esteve também mais apagado.

 

Salvio não conseguiu mostrar muito, ainda está com muita falta de ritmo - o que é normal. Raúl e Guedes tiveram pouco tempo de jogo.

 

 

 

 

 


 

 

 


 

 

 


 

 

 


 

 

 


 

 

 


 

 

 


 

 

 


 

 

 


 

 

 


 

 

 


 

 

 


 

 

 


 

 

 

Não foi uma grande noite da nossa equipa contra o União da Madeira. Conseguimos o que era exigido, mas sem deslumbrar. Ainda mais significaram estes 3 pontos depois do empate do Sporting em Guimarães, deixando a nossa equipa a 1 ponto da liderança. Penso que Rui Vitória fez bem em não colocar Renato em campo, mas sendo assim, deveria ter forçado o cartão amarelo em Paços de Ferreira. Fiquei agradado com a aposta naqueles que considero os dois melhores laterais da equipa e que mais nos conseguirão dar em campo. 

 

Apesar do União estar muito recuado, este foi mais um jogo onde se viu o menos risco que temos assumido em campo nos últimos jogos. No processo ofensivo, os dois médios centro voltaram a vir buscar a bola em zonas que poderiam ser os centrais a levar, deixando de causar assim outros desequilíbrios ofensivos e não gerando mais linhas de passe. Depois, também não participam quase nunca no ataque, ficando a par e não entrando no bloco adversário com movimentos de ruptura.

 

A nossa equipa não pode ter uma reacção à perda da bola tão má. Neste jogo, durante a primeira parte, foi incrível a forma como depois de perdemos a bola, os jogadores ficavam a olhar e vinham a passo para trás, fazendo a transição defensiva muito lentamente. Contra o União, acabou por não custar caro, mas em outros jogos irá custar. Depois, voltou a existir espaço central aberto no meio do campo nas zonas entre os dois médios, deixando alguns adversários receber facilmente a bola e colocando depois nas costas da defesa. Isto tem de ser melhorado. Samaris precisa de subir urgentemente de nível exibicional que assim é muito complicado.

 

Apesar de algumas falhas, Victor Lindelöf tem mostrado ser uma opção muito segura para o centro da defesa e eu não esperava que fosse apresentar um nível tão bom como tem acontecido. Grimaldo e Nelsinho nas laterais dão outro trato à bola e dão muitas mais coisas ao nosso jogo ofensivo. Grimaldo esteve bastante bem.

 

Não podemos ter também toda aquela apatia ofensiva a que se assistiu na segunda parte, ainda por cima com apenas um golo de vantagem. Foi tudo feito demasiado a passo e não conseguindo criar quase nada em zonas adiantadas do terreno, ao contrário do que tinha acontecido na primeira parte.

 

Sábado, um jogo de tripla e que pode decidir muito. Não sei que equipa Rui Vitória irá colocar em campo, pois tenho dúvidas em algumas posições. Acho que está na hora de ganhar um jogo grande esta época ou de pelo menos não o perder. Espero ver um grande Benfica em campo e a jogar sem medo.  

 

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publicado às 23:10


6 comentários

De aquaporina a 03.03.2016 às 01:03

Mais uma excelente análise. Estou com vocês na apreciação que fazem ao Lindelof, o rapaz tem feito jogos bem conseguidos. O Talisca com bola é bastante bom, sem bola é pior que um iniciado, não compreende, ou não quer compreender, que é preciso deslocar-se consoante o movimento dos seus colegas. o gajo escolhe um sítio para estar numa jogada defensiva e dali ninguém o tira.

De Ricardo Fernandes a 03.03.2016 às 10:23

Excelente análise como sempre. Vamos ver... eu não tenho fé nenhuma.

De Paulo M a 03.03.2016 às 15:18

Excelente análise! Sinceramente tenho algumas duvidas na equipa que entra no sábado, principalmente nas laterais e no centro do terreno! No meio campo o Samaris teima em não render e perde muitas bolas, devido a isso talvez coloca-se o par Renato(na função do Samaris) com o pizzi ao lado, colocando do lado direito o guedes ou o salvio (se o carcela não recuperar). Nas laterais, o nelsinho esteve bem mas não sei se será o melhor jogo para entrar, a defender ainda apresenta algumas lacunas, no entanto dá outra profundidade. No lado esquerdo o mesmo, nota-se grande qualidade no Grimaldo (técnica e posicional), mas foi apenas um jogo e não deu para ver como é o jogador em termos defensivos. Isto atendendo que não há reforço do meio campo, que a acontecer poderá ficar em desvantagem face ao meio campo do sporting. Posto isto, acredito que o jogo de sábado vai ser o único derby\clássico ganho esta época!

De bcool973 a 04.03.2016 às 01:01

Boas Pinheiro,

Finalmente estamos em desacordo, alguma vez teria que acontecer. Acho que o Nelson fez um jogo fraquinho, com muita falta de critério com bola, apesar das boas diagonais (depois raramente soube dar continuidade) e defensivamente esteve horrível. Não o acho minimamente preparado para ser titular.
Ao invés gostei muito do Grimaldo. Nas movimentações ofensivas, nas decisões (um ou outro cruzamento desnecessários) e especialmente a fechar junto do central defensivamente. É muito superior ao Eliseu, só não sei se terá estofo para um derby que pode ser muito importante para a decisão do campeonato. Talisca péssimo, Samaris muito fraco e muita descoordenação dos centrais. Apesar de alguns bons movimentos que permitiram criar muitas oportunidades pelo centro do terreno, ao contrário do que o palerma do Calado dizia, apesar do bloco baixo do União e da marcação ao homem do Tiago Ferreira, na primeira parte.

Confesso que me parece de há uns tempos para cá que a equipa tem vindo a regredir. Penso que a derrota com o Porto terá peaso bastante e acho que o retomar de algumas das ideias de RV tem tirado bastante qualidade ao jogo - alas por fora a fazer campo grande e médios centro fora do bloco. Felizmente que Pizzi e Gaitán têm outro perfil e buscam o interior que assegura a maior criação de perigo.

Estou muito apreensivo para o derby, pois apresentamo-nos muito frágeis defensivamente há vários jogos e penso que o JJ é muito capaz de explorar essas deficiências. Ainda por cima depois teremos o Zenit que já conta com 2 jogos oficiais (Taça e Campeonato) e que terá muito mais ritmo e capacidade física do que o que teve na Luz.

De qualquer modo a esperança é a última a morrer e mesmo que a razão me diga que o Benfica deve perder, o coração continua a acreditar que o Jonas ou o Mitroglou resolvem se o Gaitán ou o Pizzi criarem com qualidade. Gostava que o Pizzi tivesse mais serenidade e se sentisse menos ameaçado pelo regresso do Salvio para libertar mais a bola em vez de procurar fazer golo. Já no jogo do Porto isso nos custou bastante. Contra o União, esses egoísmos até podem não fazer mossa, mas contra adversários melhores não se podem desperdiçar oportunidades e devem-se servir os colegas em melhores condições para marcar.

Um abraço e continuação de boas análises, desejando muito que as próximas sejam sobre vitórias.

De João Ferreira a 04.03.2016 às 10:15

Boas,

Excelente análise discordando apenas de uma facto que não estava à espera vindo de ti, sendo tu tão criterioso e atento aos pormenores.

O Nelsinho fez um jogo péssimo.

É verdade que defendeu bem, mas como tu dizes e bem foi um jogo contra o União da Madeira, sem desprimor pela equipa madeirense, a exigência defensiva à qual o Nelson Semedo esteve exposto foi mínima. Entrou muito bem no jogo fazendo uma óptima jogada individual mas depois eclipsou-se.

Eu estive na catedral e estava do lado do campo do Nelson e foram para aí umas 5/6 vezes que o Pizzi fugiu para o meio, rodou quis libertar na ala para a subida do lateral e o Nelson não estava lá. Sempre que recuperava a bola a tendência era soltar para trás, deu muito mas mesmo muito pouca profundidade ao jogo, e ficou explicado o porquê de Rui Vitória apostar ainda no André Almeida.

Na segunda parte melhorou uns furos, ao contrário do que dizes, dando mais profundidade mas nada de especial. Foi para mim a grande desilusão deste jogo.

É verdade que precisa de ritmo e sem dúvida voltará ao seu nível habitual, mas gostava que reveses os pormenores de que falei, principalmente na primeira parte, e corrigisse essa desatenção.

Grande Abraço e continua com este trabalho fantástico

De Bruno a 04.03.2016 às 11:00

Boas,
Parece-me que a equipa deixou de fazer alguns dos movimentos e trocas posicionais que ocorreram na melhor fase da época. O jonas e o Mitroglou já quase que não aparecem próximo da linhas laterais trocando de posição com o Pizzi e Gaitan.
Tambem deixaram de haver tantos jogadores próximos da bola e a equipa voltou a estar mais afastada. Isto talvez tenha acontecido com a entrada de Gaitan que não reage tão bem à perda de bola como o Carcela.
A entrada de Gaitan, que para mim tem de ser titular, no onze e sem lhe ser exigido nada defensivamente, coincidiu com a utilização dos médios centros a par.
RV talvez pense que assim está a equilibrar a equipa.

Cumprimentos
Bruno

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