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Análise ao Benfica vs Rio Ave

por R_9, em 21.12.15

 

Depois do empate a meio da semana na Madeira, o Benfica voltava a jogar em casa. Desta vez, foi o Rio Ave a visitar o Estádio da Luz. Para este jogo, Rui Vitória fez apenas uma alteração relativamente ao jogo anterior, entrando Samaris para o lugar de Fejsa. Júlio César, André Almeida, Lisandro, Jardel, Eliseu, Samaris, Renato Sanches, Gonçalo Guedes, Pizzi, Jonas e Mitroglou.Foi esta a equipa titular escolhida pelo treinador do Benfica para este jogo.

 

O jogo começou da melhor maneira para o Benfica, e Jonas faz o 1-0 aos 4 minutos de jogo, depois de uma boa jogada, aproveitando o momento em que o Rio Ave jogava com 10 jogadores. Pouco depois, é Renato Sanches que remata ao lado da baliza de Cássio. Entrámos bem no jogo, mas depois do remate de Renato ao lado caímos de produção. O Rio Ave pressionava alto e tentava atacar. Através de um livre directo, o empate chega por Bressan, aos 9 minutos.

 

Em contra-ataque, o Benfica está perto de marcar por Pizzi. Passe longo de Renato Sanches e Pizzi a aparecer a rematar para defesa de Cássio, num lance em que o defesa do Rio Ave acaba por empurrar o médio português antes do remate. O jogo estava bastante dividido, com o Rio Ave a jogar sem medo no Estádio da Luz e a ter bastante posse de bola.

 

Não havia grande perigo em nenhuma das balizas, apesar de haver muito espaço em campo. Perto dos 30 minutos, temos um livre lateral. Pizzi bate e Jonas cabeceia, embatendo depois a bola no braço de um jogador do Rio Ave, antes de chegar a Cássio.

 

A equipa de Vila do Conde ia conseguindo trocar a bola com tranquilidade no campo e o Benfica não pressionava muito. Depois de um canto, estão mesmo perto de marcar aos 38 minutos, mas a bola sai ao lado.

 

Não aconteceu nada de muito importante até ao intervalo e 1-1 foi o resultado no final dos primeiros 45 minutos.

 

 

O Benfica entrou bem no jogo, marcando o 1-0 nos minutos iniciais, mas depois não conseguiu partir para uma boa exibição durante a primeira parte. Pressionámos pouco, criámos poucas oportunidades de golo, deram-se muitos espaços e o Rio Ave conseguiu trocar a bola com tranquilidade em pleno Estádio da Luz. Não se conseguiu criar muito jogo e voltámos a insistir em muitos cruzamentos. Pouca gente a atacar e muito espaço entre sectores.

 

Júlio César não teve hipótese no golo que sofreu, tendo o livre sido marcado muito bem, apesar de Guedes não ter saltado na barreira. Eliseu e André Almeida não tiveram grande trabalho defensivamente e ofensivamente foram uma nulidade, como tem sido normal. Sobre os centrais pouco ou nada há a dizer, tendo cumprido bem.

 

Samaris esteve péssimo, fazendo 45 minutos horríveis. Renato também não esteve ao seu nível normal e jogou mais amarrado, muitas vezes a par com o médio grego. Guedes voltou a fazer uma má exibição, enquanto Pizzi esteve muito mexido como tem sido habitual.

 

Jonas marcou o golo e tentou fazer jogar, procurando os espaços. Já Mitroglou esteve muito parado e com pouca bola na frente, mal se notando a sua presença em campo.

 

 

 

 

O primeiro golo da partida. Boa jogada com Pizzi a tocar de primeira para Jonas, Cássio defende o primeiro remate do avançado brasileiro, mas na recarga já não teve hipóteses.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Para além do lance que deu o 1-0, a outra oportunidade de golo na primeira parte. Passe longo de Renato e Cássio a defender o remate de Pizzi.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ao fim de 6 meses, finalmente um canto estudado.

 

 

Para a segunda parte, uma alteração na equipa. Saiu Samaris e entrou Fejsa. Entrámos melhor no jogo do que aquilo que tínhamos feito em grande parte da primeira. Conseguíamos ter mais bola e pressionar mais o Rio Ave, não os deixando jogar no nosso meio-campo. A circulação de bola e a criação de jogo é que continuava bastante sofrível.

 

Rui Vitória faz a segunda alteração aos 59 minutos, fazendo entrar Carcela para o lugar de Gonçalo Guedes. Depois de uma boa tabela entre André Almeida e Jonas, o avançado brasileiro atira de fora da área para defesa de Cássio aos 62 minutos. Na sequência do lance e depois do lançamento de linha lateral, é Pizzi que atira fraco para nova defesa de Cássio.

 

A última substituição no Benfica acontece aos 69 minutos, com a entrada de Raúl para o lugar de Mitroglou. Depois de um lançamento de linha lateral, Pizzi remata por cima após um desvio de Jardel ao primeiro poste. Pouco depois, é Carcela a atirar ao lado da baliza de Cássio. Renato Sanches é o seguinte a tentar marcar, mas Cássio defende o remate de fora da área do médio do Benfica.

 

O Benfica já pressionava muito mais nesta altura e o Rio Ave já não conseguia sair a jogar, nem tinha pernas para ter bola ou sair em contra-ataque. O 2-1 no marcador aparece aos 81 minutos pelo jogador do costume. Carcela a cruzar e Jonas a cabecear para o fundo da baliza de Cássio. O 3-1 aparece logo depois. Passe magistral de Jonas a isolas Raúl, e o avançado mexicano a não perdoar fazendo o golo.

 

Pizzi, muito perto do apito final, tem um grande remate, mas a bola bate na barra da baliza do Rio Ave. Logo a seguir acabou o jogo, com o Benfica a vencer por 3-1.

 

 

Como já disse, a segunda parte do Benfica foi melhor, mas no entanto não foi nada por aí além. O Rio Ave também se foi abaixo, não tendo pernas depois dos 120 minutos de jogo a meio da semana e isso acabou por pesar. Apareceram mais espaços e as individualidades do Benfica acabaram por resolver. Não conseguimos criar grandes oportunidades de golo, já que grande parte dos lances acabaram por nascer de remates de fora da área, cruzamentos ou lançamentos laterais. Apesar dos espaços, dificuldades em entrar no último terço do terreno com bola. A pressão aumentou e já não se deixou jogar o adversário com tanta facilidade. 

 

Júlio César não teve grande trabalho, assim como a defesa do Benfica. Os laterais pouco voltaram a dar ofensivamente. Renato esteve mais adiantado no terreno com a entrada de Fejsa e procurou outros espaços para ter bola, fazendo também mais pressão. Guedes nem 15 minutos esteve em campo no segundo tempo, onde pouco voltou a mostrar. Pizzi com o espaço que apareceu esteve mais em jogo, tentando criar mais volume ofensivo.

 

Jonas apareceu para resolver. É um jogador fantástico. Mitroglou voltou a mostrar pouco até ser substituído. A entrada de Fejsa permitiu a Renato soltar-se mais, tendo o médio sérvio ficado sempre na frente da defesa, sem construir. Carcela entrou para dar dinamismo à equipa. É certo que raramente toma a melhor opção, mas mexe com o jogo quando entra, fazendo a assistência para o 2-1. Raúl marcou o 3-1, mas também pouco se mostrou até fazer esse golo. 

 

 

 

 

 

 

 

 

Não consigo perceber este tipo de jogada em que se cruza a meio do meio-campo.

 

 

 

 

Jonas a desequilibrar no um para um, mas depois não aparece ninguém a finalizar.

 

 

Parece fácil, não é? Duas tabelas, movimentos rápidos e está desmontada grande parte da equipa adversária. Procurar este tipo de soluções mais vezes, era capaz de ser uma boa ideia. Digo eu.

 

 

 

 

 

 

 

 

Pressão mais alta do Benfica e a recuperar rapidamente a bola depois de a perder.

 

 

O 2-1. Cruzamento de Carcela, três para dois em zona de finalização e Jonas a não perdoar.

 

 

Grande passe de Jonas a isolar Raúl, e o avançado mexicano a fazer o 3-1.

 

 

Merecia golo.

 

 

Esta foi mais uma exibição não muito bem conseguida por parte do Benfica. A equipa não demonstrou muito futebol e em demasiado tempo o Rio Ave jogou como quis no Estádio da Luz. A primeira parte, depois do golo, foi bastante má e é inexplicável como depois de nos adiantarmos em casa no marcador tão cedo, descemos as linhas, deixamos de pressionar e não criamos quase nada.

 

Na segunda parte a equipa melhorou, mas mesmo assim não mostrou grande futebol. Apenas a pressão foi maior e o Rio Ave já não conseguiu trocar a bola no nosso meio-campo. A arbitragem foi tendenciosa, mas existiram quase tantos casos de grande penalidade para analisar como verdadeiras oportunidades de golo da nossa equipa. Acho que já todos esperamos um futebol sofrível da nossa parte em cada jogo que disputamos. Uma coisa que tem marcado a época é que a equipa rende mais quando se solta das amarras perto do final do jogo e joga mais livre e com o coração. E isto aconteceu em vários jogos e há conclusões a retirar disso. Acabámos por ganhar os 3 pontos, que é o que interessava mais. 

 

Os problemas são sempre os mesmos, não vale a pena escrever em todas as conclusões que faço. Rui Vitória acho que ainda não percebeu que a equipa tem muitas dificuldades quando baixa as linhas da defesa e do meio-campo, defendendo em 4-4-2. Estando Jonas e Mitroglou na frente da linha da bola e o Benfica defendendo com duas linhas de 4 no seu meio-campo, aparecem muitos espaços para os adversários trocar a bola, e isso tem acontecido quase sempre. Depois a ocupação de espaços é má e a pressão feita pelos 8 jogadores também, o que faz com que a equipa não consiga recuperar rapidamente a bola. Exige-se mais pressão alta, tentando evitar que os adversários consigam entrar no nosso meio-campo com bola, já que depois aí temos muita dificuldades.

 

Mais uma vez, o melhor jogador do campeonato a aparecer para salvar a equipa, com dois golos, uma assistência e um enorme leque de jogadas que protagonizou. São muito injustas as críticas que fazem ao avançado brasileiro e dizerem que um dos problemas da equipa é ele - já que dependemos dele e temos de jogar com dois avançados - chateia-me mesmo muito. Nenhum equipa pode ter um problema ao ter um jogador como Jonas, com tudo o que ele consegue dar ao jogo da equipa. Muitas vezes, as pessoas só conseguem ver é golos, golos, golos, e não percebem tudo o que ele faz em campo - que é sublime. Se ele marcar, jogou bem. Caso não marque, já não presta. É um jogador fabuloso e um jogador à Benfica. Aquele festejo diz tudo. Fantástico.

 

Com a derrota do Sporting, voltámos a estar mais na luta pelo campeonato. Talvez fosse altura para perceber que a equipa em 6 meses não melhorou nada e era altura de mudar alguma coisa, mas penso que isso não será feito. As próximas jornadas para o campeonato não serão nada fáceis, mas se queremos ter aspirações temos de as ganhar. Com o que vejo dos outros lados, eu acho que um Benfica com melhor qualidade de processos, mais qualidade de jogo e melhor comandado, ganhava este campeonato fácil, mesmo com todas as deficiências do plantel e lesões. 

 

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publicado às 19:48


25 comentários

De bcool973 a 22.12.2015 às 13:18

Os jogadores fazem em campo aquilo que treinam diariamente.
Os posicionamentos fora do bloco são mais que evidentes e traduzem a vontade do treinador de atacar com vários jogadores atrás da linha da bola, para em caso de perda poder ter vários jogadores atrás. Ao mesmo tempo, costuma ter uma linha de 4 na frente para os centros que normalmente são feitos de trás para a frente, o que por um lado facilita a tarefa dos defesas, pois estão de frente para a bola, por outro dificulta a tarefa dos avançados que normalmente estão em inferioridade. A outra razão para ter tantos jogadores fora do bloco, prende-se com a opção preferencial em atacar pelos corredores laterais e não pelo corredor central. Também as saídas dos centrais aos avançados, mesmo que impliquem idas às laterais deixando o buraco ao meio, resultam das opções de treino e pela troca que houve das referências zonais pelas referências individuais. Ou o esticar na frente que tantas perdas de bola origina. Nada do que acontece hoje é mais responsabilidade dos jogadores, do que do treinador, pois já estamos com quase 6 meses de trabalho e os movimentos da equipa são bem claros. Isto que vemos jogo sim, jogo sim, é o resultado dos treinos e do trabalho do treinador. Para quem só se preocupa com o resultado, foi um bom jogo, mas quem liga ao processo, a ver os jogadores sempre a procurarem a ala mesmo quando têm linhas de passe ao meio, a cruzarem bolas atrás de bolas, este jogo esteve ao nível do jogo na Madeira, uma confrangedora pobreza franciscana.

De João Gonçalves a 22.12.2015 às 22:58

Então as perspectivas para o futuro não são brilhantes...
Ao menos que com Luisão, Gaitán, Salvio e o novo defesa esquerdo que parece estar para chegar, disfarcem este mau futebol.
Ao que parece, Rui Vitória, por mais reforços que tenha, pouco passará disto...

De R_9 a 23.12.2015 às 00:59

Uma ideia que se está a tornar viral é que só não aparece trabalho porque o plantel é fraco e que com os bons jogadores as coisas aparecerão. Tudo errado, como é claro. As ideias presentes têm de estar lá, jogando com o Messi ou com o Mawete Júnior. A qualidade individual é que depois vai trazer outras coisas ao jogo do Benfica, mas não ao colectivo e às ideias gerais. Os buracos não vão desaparecer porque no treino não se cria nada com que se faça que eles desapareçam. Assim como os apoios aos avançados ou a colocação de bolas entre linhas. É desesperante. O Jonas passa o jogo louco a esperar pela bola, tanto que passados 20 minutos de jogo anda no meio-campo.

Abraço aos dois.

De bcool973 a 23.12.2015 às 01:23

É natural que melhoremos em termos de resultados porque com maior qualidade individual, torna-se mais fácil ganhar mesmo com maus princípios de jogo, porque terás mais jogadores com capacidade para individualmente resolverem problemas, isto é, contra equipas mais fracas. Contra equipas mais fortes, podemos sempre confiar na sorte, embora ache que essa carta também já foi gasta em Madrid.
O Zenit, não é das equipas com melhores princípios de jogo, mas tem um conjunto de individualidades muito superior ao nosso. A jogar assim acho que temos menos possibilidades do que eles, mas ainda falta algum tempo. O problema, é que numa equipa de futebol, os problemas não se devem resolver individualmente.

Com o anterior treinador, o modelo baseava-se também e muito nos desequilíbrios individuais, mas com a diferença de ter movimentos colectivos que potenciavam esses mesmos desequilíbrios, ou seja, a equipa criava situações para que se potenciasse o 1x1 de Salvio ou de Gaitán. Hoje muitas vezes temos o 1x2, 1x3 ou ainda pior. Além disso, a fase construção era muito superior, com excepção nos jogos com adversários de qualidade igual ou superior à nossa e que pressionassem, em que a solução era pôr a bola na cbeça do jogador-referência e depois ganhar a segunda bola. Hoje em dia, quando se bate na frente, nem é para um jogador-referência, nem os jogadores se posicionam para ganhar as segundas bolas, pelo que as bolas batidas na frente normalmente acabam no adversário.

De resto subscrevo quase tudo, sem um bom modelo, mesmo os bons jogadores renderão muito menos. Agora se se utilizasse o Mawete, mesmo com um bom modelo, duvido que se tivesse bons resultados, pelo menos de uma forma constante. Quanto ao Messi, mesmo com um modelo muito fraco, conseguiu levar a Argentina à final do mundial.

De R_9 a 23.12.2015 às 01:31

Em relação ao Mawete e ao Messi, era que as ideias estariam presentes, não se iam resultar ou não. :)

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