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Análise ao Benfica vs Marítimo

por R_9, em 07.01.16

 

Depois da vitória em Guimarães, ontem foi dia do Benfica receber o Marítimo em casa, numa jornada da Liga NOS disputada a meio da semana. Para este jogo, Rui Vitória fez apenas uma alteração na equipa titular, entrando Carcela para o lugar de Nico Gaitán. Júlio César, André Almeida, Lisandro, Jardel, Eliseu, Fejsa, Renato Sanches, Carcela, Pizzi, Jonas e Raúl. Foi com este 11 inicial que nos apresentámos no Estádio da Luz.

 

O jogo começou como era de esperar, com o Benfica a dominar a posse de bola. O Marítimo dava a iniciativa de jogo e tinha as linhas muito juntas em poucos metros do campo - defesa subida e bem colada ao meio-campo. A nossa equipa estava a tentar perceber se devia explorar a profundidade ou tentar entrar com bola controlada, pois penso que não esperava uma defesa assim alta como a que o Marítimo apresentou.

 

Aos 11 minutos o primeiro lance de perigo. Carcela é travado em falta e no livre Jonas atira ao lado da baliza de José Sá - tinha substituído Salin devido a uma lesão muscular. Dois minutos depois, Jonas isola Raúl na cara do guarda-redes adversário, mas o avançado mexicano falha incrivelmente, permitindo a defesa a José Sá.

 

O jogo continuava algo morno, com o Benfica a não arranjar soluções para furar as linhas do Marítimo. Aos 20 minutos, a equipa visitante está perto de marcar num contra-ataque, mas Lisandro consegue desviar o remate para canto. Poucos segundos depois, o Marítimo volta a criar perigo, mas Lisandro corta o cruzamento.

 

Quando o público já começava a perder a paciência com a falta de ideias da equipa, aparece o primeiro golo da partida aos 29 minutos. Bem jogado entre Eliseu e Carcela, e o extremo marroquino a cruzar para a área, indo a bola ter a Pizzi que com alguma felicidade faz o 1-0.

 

Com o golo sofrido, o Marítimo tentou subir no terreno e atacar mais. Esse adiantar não resulta em nada e quem faz o segundo golo é o Benfica, novamente por Pizzi. O 3-0 acontece logo na jogada depois do segundo golo. Recuperação de bola, Jonas a rematar e Raúl na recarga a fazer o 3-0.

 

Depois de uma falha de André Almeida na área, o Marítimo quase reduz, mas o remate de Marega acaba por sair ao lado da baliza de Júlio César. A equipa visitante estava agora completamente partida em campo e o Benfica tinha espaço para explorar. Renato Sanches aos 42 minutos está muito perto de servir Raúl para o 4-0, mas José Sá consegue evitar que isso aconteça.

 

Aconteceram mais alguns lances de ataque do Benfica mas em nada deram. O intervalo chegou mesmo com 3-0 no marcador.

 

 

Até ao primeiro golo, o Benfica sentiu enormes dificuldades em criar jogo ou entrar no bloco do Marítimo com posse de bola controlada. Raúl teve uma grande oportunidade e foi apenas isso que aconteceu durante quase meia hora de posse de bola do Benfica. Carcela e Pizzi ainda apareceram mais vezes a jogar no interior que o habitual, mas depois os laterais estavam muito para trás e no meio de tanta gente deixava de existir praticamente solução, já que ninguém dava largura. A equipa trouxe uma mudança para este jogo, que foi a subida de Renato no terreno, deixando de estar quase sempre a par com Fejsa. Com os médios interiores e Renato perto dos avançados, formou-se várias vezes um losango nas saídas a jogar, mas era tudo feito de uma forma muito lenta.

 

Júlio César não teve praticamente de intervir. Os centrais tiveram algumas falhas, mas depois um ou outro acabaram por corrigir. A linha teve várias falhas que não pode ter e espaços entre jogadores que podem ser fatais em outros jogos. Eliseu foi importante nesta primeira parte, subindo e dando soluções para o portador. André Almeida não se viu tanto ofensivamente e a equipa preferiu sempre o lado esquerdo para atacar.

 

Fejsa esteve bem a ocupar os espaços e a fazer pressão aos adversários. Já se sabe a dificuldade que tem a construir e isso não é nada de novo. Renato esteve mais adiantado no terreno, mas até o jogo se desbloquear com os golos, andou ali um pouco perdido. Carcela e Pizzi fizeram uma muito boa primeira parte. Já deu para perceber que tanto tempo a jogar no meio deu a Pizzi outras coisas ao seu jogo e com aqueles movimentos ele desequilibra as equipas adversárias. Carcela ainda não está bem ambientado a tarefas tão interiores, já que é um extremo de linha e de estar bem aberto. No drible é muito forte e até conseguiu estar bem na tomada de decisão, onde tantas vezes falha.

 

Sobre Jonas, não é preciso estar sempre a bater na mesma tecla. É fabuloso ter um jogador destes no Benfica. Raúl marcou o golo, mas mais uma vez andou ali perdido e a tentar andar em todo o lado. Não pode falhar uma oportunidade como aquela que falhou.

 

 

 

 

 

 

 

 

Delicioso o passe de Jonas e depois Raúl não pode falhar isto.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Péssima abordagem de André Almeida e por muito pouco o Marítimo não marca.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Rui Vitória não fez nenhuma alteração ao intervalo, continuando com o mesmo 11 em campo. Nos primeiros minutos da segunda parte notou-se a preocupação do Benfica em serenar o jogo e tentar guardar a bola, sem se expor muito. Aos 49 minutos, Jonas sofre falta dentro da área e de grande penalidade faz o 4-0. Logo de seguida, nova grande penalidade a favor do Benfica. Carcela é travado dentro da área e Jonas bisa na partida, fazendo o 5-0.

 

Claro que com um resultado destes, o jogo propriamente dito deixou de fazer tanto sentido. O Benfica baixou ainda mais o ritmo, o Marítimo não conseguia fazer grande coisa e estava completamente partido em campo. Íamos trocando a bola entre os nossos jogadores sem grande velocidade, gerindo assim o jogo e a posse de bola.

 

Rui Vitória mexe pela primeira vez na equipa aos 69 minutos, fazendo duas substituições. Entram Gonçalo Guedes e Talisca para os lugares de Jonas e Renato Sanches. Talisca não demora a mostrar serviço e marca logo de seguida num remate de longe, fazendo o 6-0.

 

Pizzi foi colocar-se junto a Raúl, enquanto Gonçalo Guedes e Carcela jogavam nas alas, com Fejsa e Talisca no meio-campo. Aos 75 minutos, Raúl tem tudo para fazer o sétimo golo, mas na cara de José Sá atira por cima da baliza. Logo de seguida, dá o seu lugar a Mitroglou.

 

O avançado grego está perto de marcar aos 80 minutos, mas José Sá consegue defender. O jogo ia caminhando para o fim, sendo jogado mais calmamente.

 

Nada de muito importante aconteceu até final e o Benfica acabou por vencer o Marítimo por 6-0.

 

 

Não há muito a dizer sobre esta segunda parte. Pouco depois de começar, o Benfica marca dois golos e é natural que com o resultado a estar em 5-0 aos 50 e poucos minutos, o jogo quase que acabe. Passaram a existir muitos espaços, o Marítimo estava perdido em campo, mas o Benfica não forçou para uma goleada maior, apesar de ter tido várias oportunidades. Apareceram alguns erros, mas também existiu mais relaxamento da equipa.

 

Falando nos suplentes. Talisca entrou e marcou e com tanto espaço foi fazendo uns bons passes. Guedes entrou com vontade mas não mostrou nada por aí além. Mitroglou teve a oportunidade para marcar ou assistir um colega e pouco mais se viu.

 

 

 

 

O lance em que Jonas sofre a grande penalidade que dá o 4-0. Lançamento de Pizzi em profundidade e Raúl muito bem a assistir Jonas de cabeça.

 

 

As duas grandes penalidades convertidas por Jonas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O golo de Talisca. Grande toque de Pizzi e o médio brasileiro a atirar de fora da área para fazer um belo golo. Contudo, e apesar de ter sido golo, o remate não foi a melhor decisão num lance como este.

 

 

 

 

O segundo grande falhanço de Raúl no jogo.

 

 

O lance em que Mitroglou opta pelo lance individual, mas num 3 para 2, tem de entregar a bola. Oportunidades não lhe faltaram para isso.

 

 

Uma vitória por 6-0 é sempre um grande resultado. Rui Vitória e os jogadores estão de parabéns por isso, e por terem feito esta grande homenagem ao nosso Rei. Confesso que me foi impossível de ver o jogo em directo e só apanhei os últimos 10 minutos. As opiniões dividiam-se muito com quem falei entretanto. Uns diziam que a equipa esteve muito melhor, outros que foi mais ou menos mas com algumas melhorias e outros que foi mais do mesmo, aproveitando as facilidades concedidas e para as quais não fizemos muito em campo para as ter.

 

Com este grande resultado, sinceramente, esperava mais do que aquilo que vi nos 90 minutos. Não digo que não existiram melhorias na equipa, porque existiram algumas, mas esperava bem mais. Até ao primeiro golo e durante meia hora, mostrámos um futebol bastante pobre e sem arranjar soluções para o que o Marítimo fazia em campo. Os problemas eram os mesmos de sempre. Dificuldade em entrar no bloco adversário, poucas boas linhas de passe, jogadores muito estáticos e pouco dinamismo em campo. O processo defensivo também esteve longe de me agradar - durante o jogo todo. O que vi melhor, foi uma tentativa de pressão mais alta, uma melhor reacção à perda - mas não em todos os lances - e a tentativa de criar ali uns triângulos  e linhas de passe com os jogadores mais próximos nas saídas a jogar. No entanto, isto era feito de forma tão lenta e previsível, que acabava por não dar em nada. Basta lembrar que na jogada que dá o primeiro golo, ouviram-se assobios quando a equipa trocava lentamente a bola.

 

Depois do golo, a equipa transfigurou-se durante alguns minutos. Pressão ainda mais alta e a asfixiar o Marítimo. Mais dinâmica e velocidade na posse de bola e o abrir de espaços na defesa contrária. Foi importante perceber-se que os laterais tinham de estar mais subidos nas saídas a jogar e assim dar linha de passe ao jogador interior que recebia a bola. Até se perceber isso, era muito fácil para o Marítimo, já que bastavam fechar ali aquele espaço e depois já nada saía dali. Basta recordar que nos dois primeiros golos, Eliseu participa na jogada. Foram 15 minutos interessantes da equipa em campo. Mais juntos a defender, mais rápidos e dinâmicos a atacar.

 

Com os golos na segunda parte logo de inicio, abrandámos o ritmo e tentámos descansar com bola, sem forçar muito. Os espaços dados pelo Marítimo eram tantos que mesmo assim criámos algumas oportunidades para marcar e que podiam ainda ter sido mais. O Marítimo também deixou cair por terra a sua estratégia logo depois do primeiro golo e mostrou que é uma equipa bastante pobre de ideias. Continuo a não estar contente com o nosso processo defensivo, apesar de mais uma vez não termos sofrido nenhum golo. Há ali várias coisas para melhorar.

 

Com isto tudo, dizer que fiquei agradado com o resultado e com algumas coisas que vi em campo durante um tempo de jogo, mas é preciso mais disto nos próximos jogos para me convencerem que não foi devido a facilidades depois do primeiro golo e não ser apenas durante 25 minutos. Uma das coisas que também gostei, foi de ver Rui Vitória mais activo no banco, a dar instruções e corrigir os jogadores. Nem sempre é preciso apenas palminhas para eles, já que há coisas para corrigir. Também gostei de o ver na conferência de imprensa antes do jogo. Só falta falar mais de futebol e não vir com aquelas frases feitas em casa.

 

Estamos numa boa série de resultados e que espero que sejam para continuar no difícil terreno do Nacional da Madeira.

 

Ps: Mais uma vez, obrigado e um grande abraço ao OrangeOne, já que graças a ele consegui ver o jogo e tratar da análise.

 

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publicado às 22:07


22 comentários

De Ricardo Fernandes a 09.01.2016 às 00:17

Ora essa, pelo que tenho aprendido aqui, era o mínimo que podia fazer. Um abraço

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