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Depois da vitória frente à Académica, o Benfica recebeu em casa o Atlético Madrid, naquele que era o último jogo do grupo C da Liga dos Campeões. Com o apuramento já garantido para ambas as equipas, o que estava em jogo era o primeiro lugar do grupo. Um empate ou vitória servia ao Benfica. Para este jogo, uma alteração na equipa que defrontou a Académica. Entrou Gonçalo Guedes e saiu Mitroglou. Gaitán juntou-se a Jonas na frente e Guedes ficou na ala esquerda. Júlio César, André Almeida, Lisandro, Jardel, Eliseu, Fejsa, Renato Sanches, Pizzi, Gonçalo Guedes, Gaitán e Jonas. Foi este o 11 inicial.

 

Os primeiros 10 minutos foram algo divididos. O Atlético pressionava algo alto, mas o Benfica conseguia trocar a bola entre os seus defesas e médios, sempre sem conseguir avançar muito com ela. Não havia perigo em nenhuma das balizas. Íamos conseguindo pressionar alto depois de perder a bola na frente, mas ao recuperar não se sabia o que fazer com a bola. Trocava-se muito, mas nada daí resultava.

 

Aos 18 minutos, golo bem anulado ao Atlético, já que Godín estava em fora de jogo. Poucos minutos depois, Júlio César evita por duas vezes o golo do Atlético, com boas intervenções. Depois é Lisandro com um grande corte a evitar o golo. A equipa espanhola estava agora por cima do jogo.

 

Num contra-ataque, o Benfica sai rápido e com algum perigo, mas Savić acaba por desarmar Pizzi. Pouco tempo depois, a equipa espanhola adianta-se no marcador por Saúl Ñíguez, depois de uma jogada bem conseguida. Através de um remate de fora da área, Guedes leva algum perigo à baliza de Oblak aos 38 minutos, mas a bola acaba por sair ao lado.

 

O Atlético dominava agora completamente o jogo e geria-o ao ritmo que mais lhe convinha. O Benfica apesar de estar a perder, estava mais recuado no terreno e a pressionar muito pouco. E foi com o Atlético a vencer por 0-1 que os primeiros 45 minutos acabaram.

 

 

A equipa de Rui Vitória não entrou mal no jogo. Tivemos ali bola e existia a preocupação de a recuperar alto no terreno quando ela era perdida em zonas adiantadas do campo. Não durou foi muito, já que a partir dos 20 minutos as linhas se baixaram. Escusado será dizer que com tanta posse de bola não criámos nada, mas isso não é de hoje. Está bem que era contra o Atlético Madrid, mas o Benfica não criou nenhum lance de grande perigo na primeira parte em posse. Depois com a pressão a ser feita pior, eles jogavam muito facilmente entre as nossas linhas e trocavam a bola como queriam e à velocidade que queriam.

 

Júlio César esteve bem como normalmente. Os laterais pouco atacaram e defensivamente passaram algumas dificuldades. Lisandro e Jardel estiveram bem, com destaque para Lisandro. Fejsa e Renato cumpriram o que lhes foi pedido. Nenhum deles se aventurou no ataque, mas isso penso que é o que está delineado por Rui Vitória.

 

Pizzi continuou com os seus movimentos que trazem algo à equipa, mas raramente foram servidos, tendo pouca bola no meio-campo ofensivo. Guedes tem estado a cair de produção e este foi mais um jogo onde isso se notou. Jonas procurou muito os espaços para receber, mas raramente foi solicitado e, quando o foi, depois não havia soluções. Gaitán foi tentando remar contra a maré mas esteve muito individualista e pouco ou nada de bom fez no ataque.

 

 

 

 

 

 

Um bom movimento da equipa com a bola a ser circulada rapidamente e a existirem movimentações.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Rui Vitória mexeu na equipa ao intervalo. Saiu Gonçalo Guedes  e entrou Mitroglou, indo Gaitán para a esquerda. Logo de entrada, o avançado grego tem uma boa oportunidade, mas a bola acaba por sair ao lado. Estes primeiros minutos não foram muito diferentes dos finais da primeira parte. O Atlético geria o jogo como queria, conseguindo trocar a bola sem grande pressão no meio-campo do Benfica. Quando não tinha a bola deixava jogar o Benfica, mas só até ao meio-campo, e depois não passávamos daí.

 

Aos 55 minutos, aparece o 0-2 no jogo. Boa jogada do Atlético e Vietto aparece a finalizar. Rui Vitória mexe pela segunda vez na equipa aos 61 minutos. Sai Jonas e entra Raúl. Com o golo, o Atlético baixou as linhas e deixou jogar mais o Benfica, mas não deixando a bola entrar em zonas perigosas. Era uma posse de bola consentida e em zonas mais recuadas do terreno.

 

Raúl remata de longe aos 63 minutos, mas Oblak segura a bola com facilidade. O Benfica não conseguia criar nada de nada. Ia-se trocando a bola quando a tínhamos, mas sem progredir com ela. O Atlético sempre que tinha posse conseguia avançar com ela no terreno, mesmo sem acelerar muito.

 

Quando pouco o fazia prever, o Benfica faz o 1-2 aos 75 minutos. Passe de Raúl para Mitroglou e o avançado grego a rodar bem sobre Godín e a fazer o golo. Logo a seguir, a terceira substituição no Benfica. Sai Gaitán e entra Carcela. Com o golo, a equipa empolgou-se. Renato Sanches remata de longe aos 78 minutos, mas a bola sai por cima.

 

O Atlético passava agora por dificuldades. O Benfica estava claramente por cima no jogo e conseguia encostar a equipa espanhola no último terço do terreno, recuperando logo a bola depois de a perder. Quase empatamos o jogo aos 85 minutos, mas o cabeceamento de Raúl sai um pouco ao lado.

 

Eliseu aos 87 minutos remata de longe, mas Oblak segura bem a bola. Pouco ou nada de mais importante aconteceu até ao final do jogo, acabando por ser 1-2 o resultado final.

 

 

Até ao golo do Benfica, esta segunda parte foi como aqueles 25 minutos finais da primeira. Como equipa, fomos muito fracos e não se conseguiu criar nada, sendo o domínio da posse de bola consentido pelo adversário que depois quando a recuperava a conseguia trocar e avançar no terreno sem grandes problemas. Com o golo de Mitroglou, a equipa ganhou uma nova alma.

 

A defesa continuou a ser o que tinha sido na primeira. Laterais a participarem pouco no jogo ofensivo. Os centrais estiveram bem, com destaque para Lisandro, que foi um dos melhores em campo. Fejsa continuou a sua tarefa de destruição no meio-campo, mas depois não consegue ajudar na construção quando temos bola. Renato esteve muito amarrado e recuado, mas por volta dos 60 minutos soltou-se.

 

Pizzi não apareceu tanto na segunda parte e ainda teve menos bola. Gaitán também pouco ou nada fez. Jonas continuou a procurar os espaços para receber mas quase nunca teve bola. Mitroglou veio dar outras coisas ao jogo do Benfica. Sozinho segura os dois centrais e depois dá muitos apoios. O golo foi muito bem trabalhado por ele. Raúl também não entrou mal e foi importante naquele forcing final. Carcela veio dar mais largura e irreverência ao ataque.

 

 

Bem trabalhado, mas Mitroglou atira ao lado.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fácil a trocarem a bola entre as nossas linhas.

 

 

 

 

O golo de Mitroglou. Bom passe de Raúl e o avançado grego a rodar muito bem e a bater Oblak.

 

 

Grande remate de Renato Sanches que sai um pouco por cima da baliza.

 

 

 

 

Muito perto o Benfica de empatar, mas o cabeceamento de Raúl sai um pouco ao lado.

 

 

A equipa do Benfica não defrontou um adversário qualquer neste jogo, já que o Atlético tem uma grande equipa e são muitos fortes. No entanto, a exibição não me agradou muito. Já li por aí que dominámos o jogo porque tivemos mais bola e etc, mas quem dominou o jogo foi o Atlético, mesmo tendo menos bola e fazendo menos passes. Tirando os últimos 15 minutos, deram a bola ao Benfica quando quiserem, encostaram o Benfica quando achavam que deviam, o jogo foi jogado à velocidade que eles queriam, ou seja, iam gerindo os momentos do jogo como mais lhes convinha ou estava delineado. Esse é um dos problemas do Benfica. Não sabemos gerir os momentos do jogo.

 

Mais uma vez, tivemos muita posse de bola, mas a equipa não conseguiu criar nada com ela. Alguns jogadores ainda aparecem a dar linhas de passes, mas invariavelmente elas não são servidas. E isso não é de agora. Os jogos são os reflexos dos treinos e se a equipa não coloca aí as bolas, por alguma razão é. Não há estimulo nem confiança para tal. A pressão, tirando aqueles 15 minutos iniciais, foi fraca. O Atlético tem qualidade mas a facilidade como eles trocavam a bola no nosso meio-campo era inacreditável. 

 

Os médios estiveram muito amarrados. Continuamos a atacar com poucos. Foram inúmeras as vezes que dois ou três jogadores nossos apareceram rodeados por 6, 7, 8 ou mesmo 9 adversários. Continuamos a reagir mal à perda da bola. Não percebo porque se pressiona alto durante 15 minutos e depois se baixam logo as linhas. Para este jogo, a estratégia foi a mesma de Braga, mas este adversário era bem mais forte. Entrar bem, a pressionar e a aguardar por um golo. Como ele não apareceu, a equipa deixa de ter soluções para criar algo, aguardando sempre que alguém resolva individualmente.

 

Aqueles 15 minutos finais foram bastante intensos, mas aconteceram mais devido a jogar-se com o coração de com a cabeça. É a magia do futebol. O Benfica empolgou-se com o golo e foi para cima do Atlético, mas mesmo assim denotou-se a falta de ideias da equipa que depositou a esperança do golo do empate nos movimentos de trás para a frente de um miúdo que tem, com este, 3 jogos na equipa principal. O único lance de perigo foi originado por um cruzamento da esquerda de Carcela, surgindo Raúl a cabecear ligeiramente ao lado.

 

O objectivo foi cumprido, passar de grupo, e Rui Vitória está claramente de parabéns. Fica é um sabor um pouco amargo por não ter sido conseguido o primeiro lugar, que esteve ali mesmo à mão de semear. Não se pode é tentar mascarar a má época até ao momento com este apuramento, independentemente do que aconteceu em anos anteriores. Já são demasiadas derrotas e a equipa continua sem evoluir praticamente nada desde que a época começou e isso não é apenas uma questão de falta de qualidade no plantel. Já se coloca em causa a qualidade dos melhores jogadores e já se começa a dizer que nenhum presta, não se percebendo que o problema é o colectivo e a falta de muitas coisas da equipa em campo.

 

Vamos ver o que nos reservam os próximos jogos.

 

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publicado às 22:04


10 comentários

De bcool973 a 10.12.2015 às 00:33

Boas Pinheiro,

Concordo globalmente com a tua análise à qual queria juntar umas pequenas notas:

-Fala-se muito de empolgação e que o Benfica esteve por cima e que encostou o Atlético de Madrid às cordas, mas afinal, a seguir ao golo, quantas oportunidades criámos, quantas jogadas de perigo? Que eu me lembre, apenas o cruzamento do Carcela para o fraco gesto técnico do Jimenez.

-Aliás, em todo o jogo, quantas jogadas de perigo criámos? 3 - a jogada que o Mitroglou finalizou assim que entrámos na segunda parte, o golo e a cabeçada do Jimenez e pronto, 3 jogadas, 3 ocasiões em 90 e tal minutos. Muito pouco...

- No primeiro golo, há uma falha que apontas e bem ao Renato, mas para mim, tão ou mais grave é o facto do Almeida não vir fechar. O Rui Vitória continua sem perceber que este misto entre zona e homem a homem, se falhar uma compensação cria um buracão. A saída de Fejsa à lateral, a saída de Jardel ao homem, a marcação de Eliseu ao extremo, a apatia do Renato a defender e a falta de cérebro do Almeida, tornam este sistema um ponto que equipas minimamente competentes e na LC há-as aos magotes, facilmente explorarão.

- No lance do Pizzi, que não passa para o Jonas, penso que tal se deveu mais à deficiente recepção e imediata pressão do jogador do Atlético, do que a decisão do Pizzi.

- No segundo golo, pior que Almeida e Pizzi, está Lisandro, que para mim é o principal culpado, apesar de o Jardel também ter perdido a frente do lance.

Gostei da entrada, com a equipa compacta e junta, com pressão alta, mas o golo fez tudo esboroar-se. Há quem diga que isso aconteceu com a mudança de posição do Griezmann aos 15 minutos. Não sei. Sei que depois do golo, mais do mesmo, jogadores muito afastados, muita bola por fora, aqui ou ali o Renato tentava-a levar por dentro e Jonas um peixe fora de água, apenas compreendido por Pizzi e às vezes, quando se lembra de não ser individualista, por Gaitán. Não compreendo que Jonas e Mitroglou não joguem sempre. Gaitán na ala a vir para dentro, seja na esquerda ou na direita, encontrará companheiros para tabelar. Gaitán no lugar do Jonas é pura parvoíce. Ao Guedes, recomendo banco, não só para perceber que deve ser mais colectivista a jogar, como também porque as alternativas são melhores.

Atacar com poucos, conforme prevíamos, foi o que aconteceu e o que acontecerá com RV nos jogos de média ou grande dificuldade.

abraço

De R_9 a 11.12.2015 às 01:53

Boas bcool,

Verdade. Tirando essa, apenas os remates de longe do Eliseu e do Renato.

Sim, o Almeida não fecha dentro como devia. Apenas meti as linhas da distância entre defesas e depois não falei mais desse aspecto. Tens toda a razão. Esse misto é o que continuamos a falar aqui todas as semanas e que resulta tão mal. Eles andam todos trocados e não pensam como um todo. Se um sai ao homem, o outro tem de compensar, mas nem sempre isso é feio, já que os da compensação não sabem quando o outro vai ao homem ou não vai.

Certo, o Lisandro também esteve mal no segundo golo.

Não foi de facto um grande jogo, mas eu já não espero grande futebol da equipa, por isso é mais do mesmo.

Abraço

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