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Depois de algum impasse sobre se ficaria ou não no Benfica e já depois de estar a treinar às ordens de Rui Vitória, Óscar Benítez foi hoje oficialmente apresentado como jogador do Sport Lisboa e Benfica. O extremo chega do Lanús, clube que recentemente se sagrou campeão argentino, após bater na final do campeonato o San Lorenzo por 4-0.
Óscar Benítez está na equipa sénior do Lanús desde 2012, onde realizou perto de 130 jogos pelo clube, já que foi regularmente aposta. No ano de 2015, disputou mesmo os 48 jogos máximos, pelo seu clube e, durante esse período, marcou um golo. Não é um jogador que tenha um grande registo de golos, apenas marcando sete tentos nos jogos realizados. Durante o presente ano de 2016 começou por ser opção inicial, mas depois foi perdendo a titularidade e passando a ser suplente. Contudo, nos últimos 4 jogos, regressou à titularidade, onde apontou inclusive o primeiro golo no jogo da final do campeonato.
O extremo argentino de 23 anos, pode jogar em qualquer das alas e até andar solto no ataque apesar de, preferencialmente, ser numa das alas que mais joga. Joga nos dois corredores laterais com facilidade, mas a ideia que dá é que na direita rende mais e sente-se mais à vontade, aparecendo sempre mais em jogo a partir daí. Praticamente tudo o que faz em campo, é colocado em prática pelo seu pé mais forte, o direito. Já o esquerdo, é usado para muito pouco, mostrando dificuldades cada vez que é necessário fazer qualquer execução com ele. É um jogador que, apesar de ter um drible curto interessante e explosivo, misturado com alguma agilidade, não mostra muitas vezes um grande à vontade com a bola. A conduzir em velocidade, por exemplo, a bola foge sempre muito dos pés, não consegue ir com ela colada ao pé, tendo de a colocar mais na frente. No capítulo do passe, apresenta algumas deficiências, perdendo várias vezes a bola. Tem alguns pormenores interessantes, saindo bem dos adversários caso esteja no 1x1. A partir da direita, consegue ganhar muitas vezes a linha final, com o seu arranque em velocidade. Nos cruzamentos, opta quase sempre por os fazer rente à relva, procurando fazer chegar a bola a um companheiro.
Não é um extremo de desequilíbrios constantes e que esteja sempre a ser solicitado, mas quando é, mostra alguma assertividade no que faz em campo. A partir da esquerda, ou até mesmo da direita, faz bons movimentos interiores sem bola, deixando a amplitude para o lateral da sua equipa. Gosta também de combinar com os colegas, entregando e depois chegando para receber e dar continuidade. Normalmente, é um jogador que precisa de algum espaço para jogar, e assim sair nas suas iniciativas, já que se a zona estiver muito congestionada, tem tendência a ter muito mais dificuldades. Não é alguém que esteja sempre a procurar bola e assumir o jogo, e por isso várias vezes desaparece um pouco em campo. Mostra uma boa agilidade, boa aceleração e velocidade, embora muitas vezes seja algo passivo em campo.
Para um extremo, tem um muito bom jogo de cabeça, ganhando muitos duelos no ar e cabeceia bem a bola, sendo perigoso nos lances de bola parada ofensiva. Não possui um bom remate e tem tendência a falhar várias vezes na finalização, precisando de melhorar esse aspecto. É rápido em transição ofensiva, procurando dar amplitude e ocupando o seu corredor. A defender, tenta fechar o seu corredor, mas é aquela marcação típica ao lateral contrário, não ao seu espaço. Se o lateral subir, acompanha individualmente, se ele não subir, fica pela zona do meio-campo. Nos duelos defensivos, recupera várias vezes a bola, sendo agressivo na recuperação.
Algumas combinações com os colegas de equipa.
Recebe, temporiza e entrega no ponta de lança.
Parte da direita para o interior, tentando dar solução. Recebe depois e entrega no lateral.
Recebe a bola no corredor central, sai bem do primeiro adversário, mas depois quando tenta ganhar a linha final perde o lance.
A falhar na finalização.
Fica com a bola, sai bem no drible curto, sendo que o passe apesar de interceptado, chega a um colega de equipa.
Alguns lances individuais.
Algumas perdas de bola.
Ganha as costas do lateral vindo para dentro e depois cruza rasteiro.
Bom cruzamento rasteiro.
Recebe, aguenta a carga e entrega a bola.
Ganha a linha do lado esquerdo, mas depois tem dificuldades no cruzamento com o pé esquerdo.
Sai bem no primeiro momento e depois mau cruzamento.
Alguma passividade.
O bom movimento e golo de cabeça.
Os movimentos defensivos, procurando sempre a referência do lateral contrário.
Recupera bem defensivamente e ganha a bola, entregando a um colega. Volta a receber e é desarmado depois.
Recuperar a bola e conseguir manter a posse.
Apesar de mostrar qualidades em alguns aspectos do jogo, Óscar Benítez não é um extremo que entusiasme tanto, comparando com Cervi, Carrillo ou Andrija Živković. Pode ser uma solução em determinados momentos e contextos, mas não creio que consiga a curto prazo ser solução para titular no Benfica. É que se na análise a Andrija Živković falei da enorme concorrência, para Óscar Benítez ainda será pior. Caso não existisse tanta gente, até poderia ser uma solução para alguns momentos do jogo, mas assim fica difícil. Não sei como Rui Vitória vai gerir esta situação dos nomes que tem para os corredores laterais ofensivos. O que é certo, é que é impossível esta gente toda ter minutos e ser opção com regularidade. Até para ele será difícil trabalhar com tantos extremos e que podem ser solução para aquela posição, podendo ter dificuldade em tentar solidificar já algumas dinâmicas. Vamos aguardar os primeiros amigáveis e ficar já com uma ideia de quem conta e quem não conta.
*Gifs feito através dos jogos disponibilizados pelo canal do YouTube Fútbol Para Todos e que transmite o campeonato argentino.
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