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O Benfica anunciou no seu site oficial que a 8ª Edição da Eusébio Cup será realizada no México, mais propriamente em Monterrey no novo Estádio BBVA Bancomer, frente ao Club de Fútbol Monterrey, estando o encontro marcado para o dia 2 de Agosto.
Por um lado compreendo esta decisão, pois Eusébio é uma figura universal e daí possa ser plausível a realização esporádica desta competição fora de portas, com o objectivo de levar os nomes de Benfica e de Eusébio pelo mundo fora até aos seus simpatizantes estrangeiros e aos emigrantes, ao mesmo tempo que se honra, perpetua e publicita o nome do nosso Rei. Para este ano ainda serve mais uma justificação, devido a Eusébio ter jogado no Monterrey na temporada 1774-1975, realizando 10 jogos e tendo marcado 1 golo. A juntar a tudo isto, o facto da Eusébio Cup ter visto decair consideravelmente a sua assistência presente no Estádio da Luz nos últimos anos também pode ter pesado na hora da decisão, senão vejamos:
2008: 64 000 espectadores
2009: 62 342 espectadores
2010: 45 000 espectadores
2011: 45 000 espectadores
2012: 35 476 espectadores
2013: 30 638 espectadores
2014: 25 240 espectadores
Ainda que compreenda esta decisão, não concordo completamente com ela e custa-me um bocado a aceitar. A Eusébio Cup é dos Benfiquistas, para os Benfiquistas. É um dos poucos jogos realizados no Estádio da Luz em pleno Verão, sendo portanto uma das poucas oportunidades que os nossos emigrantes têm de ir até ao seu estádio, com os seus familiares e amigos, com os seus iguais benfiquistas, ver o seu clube, ver os seus ídolos e as novas esperanças! Enquanto familiar de emigrantes em França e Brasil, sinto especialmente na pele este factor e confesso que me incomoda. Além disto, é a Taça do nosso Eusébio, que melhor local que a nossa casa, entre nós? Não há outro local no mundo melhor para ser prestada a devida homenagem. Sim, porque não é um jogo qualquer, não é um vulgo jogo de apresentação da equipa aos sócios e simpatizantes, é antes de mais um jogo de homenagem a Eusébio da Silva Ferreira, e tenho em crer que este seria o próprio desejo do próprio. Por outro lado este jogo é simultaneamente a Eusébio Cup e o jogo de inauguração do estádio do Monterrey, cujos adeptos ridicularizaram e rebaixaram o Benfica ao máximo como forma de manifestarem o seu descontentamento e desilusão por não terem visto ser cumprida, na sua óptica, a promessa da direção de lhes levar um clube de primeira linha mundial para a ocasião. Se a direção do clube me merece todos os elogios por terem organizado com o Benfica este jogo e com o simbolismo que acarreta, não perdoo os seus adeptos e digo convictamente que não merecem o Benfica, não merecem Eusébio, não merecem que lhes seja reconhecido o estatuto de clube amigo.
Vi ser sugerida uma proposta que me agradou sobremaneira devido a tudo o que referi anteriormente. Realizar a Eusébio Cup alternadamente entre o Estádio da Luz e um outro qualquer local no mundo. Desta forma acredito que no Estádio da Luz se valorize mais a homenagem e se consigam alcançar melhores números de espectadores no Estádio da Luz dada a maior “esporadicidade” do evento que combata a banalização em que caiu ao longo dos anos. Não obstante, também permite à direção do Benfica criar um plano estratégico em torno desta competição, tendo em conta os factores económico, sentimental e humano à escala global. Há jogos que podem ser explorados (Hajduk e Torino, por exemplo), há cidades (Berna na Suíça, Amesterdão na Holanda), há países (França, Alemanha, Luxemburgo). Saiba-se encontrar em equilíbrio e uma razão de ser.
Do futebol ao hóquei, do basquetebol ao voleibol, uma visão livre, imparcial e plural do Sport Lisboa e Benfica.
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