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Na 6ª jornada da Liga NOS, o Benfica recebeu em casa o Paços de Ferreira. Para este jogo, Rui Vitória fez entrar a mesma equipa que tinha defrontado o FC do Porto na jornada anterior.

 

O Benfica entrou a dominar o jogo e a posse de bola. Aos 4 minutos, boa jogada entre Jonas e Gonçalo Guedes, mas Marafona evita o primeiro golo da partida. Pouco tempo depois, através de um remate de longe, Jota leva algum perigo à baliza de Júlio César. Por volta do quarto de hora, voltamos a chegar com perigo à baliza adversária, após boa jogada entre Gaitán e Jonas. Foram 15 minutos iniciais bons do Benfica, a conseguir chegar ao ataque com bola, apesar da boa organização defensiva do Paços de Ferreira.

 

Se era esperado que Samaris fosse o 8 da equipa e que André Almeida jogasse mais recuado, não era isso que se verificava. Ou jogavam muitas vezes a par, ou era Almeida a estar mais adiantado no terreno. A equipa de Jorge Simão não pressionava muito alto, apenas na entrada do seu meio-campo, tentando tapar os espaços entre linhas. Aos 21 minutos, Jardel faz um mau passe na saída a jogar e o Paços de Ferreira tem uma boa oportunidade para marcar, mas o remate sai um pouco ao lado.

 

Os minutos iam passando e o Benfica ia tendo cada vez mais dificuldade em chegar com a bola ao ataque. A equipa da capital do móvel começou a subir um pouco mais no terreno e a posse de bola do Benfica era agora mais lenta. O Paços de Ferreira marca aos 32 minutos, mas o golo é bem anulado por fora de jogo.

 

Perto dos 34 minutos e quando menos Benfica tínhamos no jogo, aparece o melhor jogador do campeonato a marcar um grande golo. Jonas a colocar a bola na gaveta da baliza de Marafona, com um grande remate de pé esquerdo. Pouco tempo depois, o Paços de Ferreira tem um contra-ataque muito perigoso, mas Jota atira ao lado. Aos 39 minutos, Jonas quase marca de novo com um remate de longe, mas desta vez a bola sai ao lado. O jogo chegou ao intervalo com o Benfica a vencer por 1-0.

 

 

Esta foi uma 1ª parte boa do Benfica até perto dos 20/25 minutos, depois o jogo da equipa desceu de qualidade. Começou com uma boa posse de bola, dinâmica, com velocidade, a conseguir chegar ao ataque e a criar perigo. Depois, tudo o que foi mencionado desceu de qualidade. O Paços de Ferreira também se apresentou bem organizado no Estádio da Luz, tentando evitar que o Benfica conseguisse chegar perto da sua baliza. Até não se notou tanto como era esperado a falta de capacidade ofensiva dos dois médios.

 

A defesa esteve a um nível aceitável, tirando a saída a jogar em que Jardel faz um mau passe e o contra-ataque em que não se conseguiu parar Jota. Eliseu e Nélson Semedo subiram pouco na 1ª parte e causaram poucos desequilíbrios. Samaris e André Almeida estiveram também num nível aceitável, mas precisam de coordenar melhor o espaço que deixam entre eles e a defesa e as zonas a que cada um vai.

 

Gaitán esteve abaixo do nível que se espera dele. Guedes também fez uma aceitável 1ª parte, sem dar muito nas vistas mas fez alguns bons movimentos. Jonas foi mais do mesmo, começam a faltar palavras. É um jogador genial, mas não só com bola. Mitroglou esteve abaixo do que tinha feito nos últimos jogos. Mais preso de movimentos e a participar menos no jogo ofensivo da equipa.

 

 

Se nos jogos anteriores o Benfica aparecia a fazer as saídas a jogar apenas com os centrais, desta vez aconteceu algo de diferente. A equipa tinha diversas saídas. Ora apenas com os centrais - como tinha sido hábito -, ora aparecendo um dos médios a fazer de 3º central. Nestes casos, vimos que tanto acontecia o médio meter-se no meio dos centrais, como de aparecer numa das linhas.

 

 

Uma boa troca de bola do Benfica. Jonas a receber entre linhas, Mitroglou a vir dar o apoio frontal e André Almeida a virar o jogo para Gaitán.

 

 

Porque é fácil o futebol com Jonas. Gonçalo Guedes faz um movimento interior com bola. Jonas sai do meio dos centrais e com uma simples tabela tira 4 adversários do lance.

 

 

Lance de ataque do Paços de Ferreira. André Almeida a fazer a pressão e Samaris na mesma linha que ele. O médio grego não tenta ocupar o espaço mais à sua direita, mesmo quando o jogador adversário que tem bola faz o movimento para jogar para aquele lado. Quando se apercebe da movimentação do outro médio, já é tarde, permitindo a tabela. Luisão ainda ameaçou sair naquele espaço e Nélson Semedo foi ultrapassado pela movimentação do extremo.

 

 

Como já disse, André Almeida apareceu muitas mais vezes que Samaris em zonas adiantados do terreno.

 

 

Neste lance, mostro a jogada que Gonçalo Guedes deveria ter feito. Era só dar de primeira em Jonas que dá o apoio frontal e rodar para ir buscar depois o passe do colega de equipa, mas o jovem extremo decidiu mal.

 

 

Péssima decisão de Eliseu e falta de um médio para aparecer no meio a pedir a bola. Era mais seguro dar em Jardel e depois a bola ser rodada para o outro lado.

 

 

André Almeida. 

 

 

Samaris com bola. Gonçalo Guedes faz a diagonal levando o lateral, aparecendo muito forte Nélson Semedo na direita, onde entra o bom passe do médio grego. Lateral sai a Nélson Semedo e Guedes fica sozinho para receber.

 

 

Boa compensação de André Almeida a Nélson Semedo, com a equipa a descer rápido e a controlar o espaço nas costas.

 

 

Como tirar 3 adversários do lance com uma tabela.

 

 

O entendimento nas transições ofensivas precisa de ser melhorado. Este é o típico lance que acontece muitas vezes.

 

 

Samaris a entrar à queima na linha, sítio que lhe é sempre favorável, podendo fazer a contenção e não deixar o adversário avançar. Com isso, foi ultrapassado e depois André Almeida volta a recuperar muito bem.

 

 

Equipa a demorar muito a sair em transição ofensiva.

 

 

O melhor jogador do campeonato.

 

 

Jogadores do Benfica a entrarem à queima e a serem ultrapassados por uma tabela, onde até estavam em superioridade numérica. Depois não existiu velocidade para acompanhar o jogador adversário.

 

 

A tal jogada que o Benfica faz muitas vezes. Gaitán abre bem na linha e Mitroglou vem chegar perto, arrastando o central e abrindo o espaço no meio do terreno. Gaitán dá de primeira para o avançado grego, fazendo logo o movimento de entrada no espaço, onde esperará a tabela de primeira. Neste caso, até foi Gaitán e Eliseu a fazer o mesmo movimento, mas infelizmente Mitroglou não conseguiu fazer o passe.

 

 

 

Rui Vitória não mexeu na equipa e entrou o mesmo 11 em campo depois do intervalo. Os primeiros 10 minutos da 2ª parte foram os piores do Benfica no jogo. A equipa entrou muito apática, a ver jogar e com muita lentidão. Aos 59 minutos e após uma boa saída do Benfica para o ataque, Mitroglou aparece na cara de Marafona, mas o guarda-redes do Paços defende a bola para canto. Pouco tempo depois, o avançado grego é substituído, entrando Raúl Jiménez.

 

Com o passar dos minutos, o Benfica ia melhorando, voltando a ser aquela equipa dos primeiros 20 minutos de jogo. Já dominava outra vez. A posse de bola era feita com mais velocidade e conseguia chegar à baliza adversária. Tudo isto é traduzido no golo de Gonçalo Guedes aos 67 minutos, após assistência de Gaitán.

 

Os minutos passavam e era o melhor Benfica no jogo, já com um Paços mais desorganizado. Jonas quase bisa aos 70 minutos, após desviar um remate de Gonçalo Guedes. Jiménez entrou bem no jogo, mexendo com a equipa. Pouco depois, Jonas faz mesmo o 3-0, após assistência de Gonçalo Guedes.

 

Carcela faz a sua estreia no Estádio da Luz aos 78 minutos. O extremo marroquino entra para o lugar de Gonçalo Guedes. Rui Vitória mexe de novo aos 81 minutos. Entra Talisca e sai Samaris. O jogo já se arrastava para o fim. O Benfica tentava pausar o jogo, procurando guardar a bola com mais segurança.

 

Júlio César evita o golo do Paços aos 84 minutos, com uma defesa atenta. Luisão quase marca aos 86 minutos, mas a bola vai ao poste, depois de um canto marcado por Gaitán. Nada de mais importante aconteceu, e o Benfica venceu o jogo por 3-0.

 

 

O Benfica entrou muito mal na 2ª parte, mas depois acordou e voltou a colocar em campo um futebol agradável. A entrada de Jiménez foi importante, o avançado entrou muito bem e veio mexer com o jogo da equipa e com a organização defensiva do Paços de Ferreira. A equipa chegou várias vezes à baliza adversária, fez boas jogadas e causou muitos desequilíbrios com uma posse de bola rápida e dinâmica.

 

A defesa esteve bem nesta 2ª parte, controlando quase tudo o que havia para controlar. Os laterais subiram mais no terreno, o que ajudou ao jogo ofensivo da equipa. Samaris e André Almeida mantiveram o nível da 1ª parte, com André Almeida a fazer um belo jogo. Gaitán não foi o que nos tem habituado, mas desequilibrou nas jogadas dos dois golos. Guedes também esteve bem, a marcar o golo que tanto procurava e numa boa assistência para o golo de Jonas.

 

Jonas é o normal, não há muito a dizer. É um enorme jogador e que aos 81 minutos andava a correr numa transição defensiva como se tivesse 18 anos. Mitroglou fez um mau jogo. Pareceu muito preso e falhou a oportunidade de marcar o seu habitual golo da ordem. Carcela teve pouco tempo para se mostrar mas entrou com vontade em campo.

 

 

Para os lances desta 2ª parte, apresentamos uma novidade ns nossas análises. 

 

Os lances em análise da 2ª parte.

 

 

Depois de uma derrota na jornada anterior, este seria sempre um jogo difícil. Os maus resultados mexem sempre com uma equipa e era muito importante a vitória neste jogo, ainda para mais com o empate do FC Porto na 6ª feira. Esperava que Rui Vitória fosse colocar alguém mais ofensivo a 8, mas ele apostou outra vez na dupla André Almeida e Samaris. Ganhou a aposta para este jogo, já que corresponderam bem, apesar de se notar em várias situações que nenhum deles consegue dar ofensivamente à equipa aquilo que o jogo muitas vezes pede. É natural, são jogadores mais defensivos. Creio que o treinador do Benfica tentou também ganhar mais rotinas entre os dois, já preparando o jogo da Liga dos Campeões, onde esta dupla deve ser de novo titular.

 

Uma coisa que tem estado mal, é que a equipa entra sempre mal para a 2ª parte. São normalmente os piores minutos do Benfica em campo e demoram sempre muito a voltar a entrar no jogo. Penso que Rui Vitória com o jogo resolvido, deveria ter dado descanso a Jonas e Gaitán, por exemplo. São dois dos jogadores mais desgastados da equipa, são também os dois melhores e é importante gerir bem a condição física deles.

 

A defesa ganha cada vez mais rotinas, parece-me que estão encontrados definitivamente os jogadores que jogarão mais vezes ao longo da época. Ainda há erros que precisam de ser corrigidos e que poderão custar muito caro contra jogadores de outro calibre. Os defesas parecem ter cada vez mais referências individuais e não de zona. Vamos ver se resulta. Com Jardel, a equipa ganha muitas coisas, não é por acaso que desde que chegou, Júlio César deixou de levar com jogadores isolados na sua cara - tirando Aboubakar e André André - já que a profundidade é melhor controlada. Contudo, tem de ter mais cuidado nas saídas a jogar. Já se sabe que tecnicamente não é bom, e falhas como a que teve neste jogo não podem acontecer.

 

Samaris continua a ter várias más abordagens ao lances, como lhe tenho apontado em muitos jogos. Ainda não percebeu que não pode ir a todas as bolas, nem fazer desarmes em todos os lances, sendo que é preferível ficar mais em contenção para tapar os espaços. Precisa de se entender melhor com André Almeida na ocupação de espaços. Gonçalo Guedes precisa ainda de crescer muito na tomada de decisão e em perceber o que deve fazer em cada situação. Onde está mais adulto é na recuperação defensiva. Com os erros irá aprender. Jiménez entrou muito bem, é um jogador diferente de Mitroglou. O Benfica tem três grandes avançados, jogue quem jogar a equipa estará sempre bem servida. Veremos se o avançado mexicano vai ter oportunidade de ser titular no jogo da Liga dos Campeões.

 

Segue-se agora um jogo muito difícil. O Atlético Madrid tem uma grande equipa e é o favorito no grupo. Apesar de não ser nem de perto nem de longe o favorito, espero um bom Benfica a apresentar-se na capital espanhola.

 

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publicado às 16:26

Fim de semana das Modalidades

por Miguel Martins, em 24.09.15

 

No jogo da 3ª jornada, a equipa de futsal do Benfica teve uma sempre difícil deslocação ao Fundão, onde defrontou a equipa local. Num jogo renhido, mas sempre com a ideia de estar controlado, vencemos por 1-3.

 

Com uma entrada muito forte, o Benfica desde cedo controlou o jogo, chegando à vantagem por intermédio de Ré, depois de uma boa jogada de Fernando. Pouco depois, o Fundão igualou, após uma perda de bola de Fábio Cecílio que permitiu ao jogador do Fundão aparecer completamente isolado frente a Juanjo. Ainda no decorrer da 1ª parte, o Benfica fez o 1-2 por intermédio de Fernando, com assistência de Ré.


Na 2ª parte, destaque para a exibição de Juanjo que segurou a vantagem, parando diversos remates perigosos da equipa adversária. Já com o Fundão a jogar em 5x4, o Benfica fez o 1-3 por Patias, após passe de Bruno Coelho. 

 

Vitória da melhor equipa num dos terrenos mais complicados do campeonato.


Sábado, defrontamos na Luz o CS São João, pelas 16h.

 




A equipa de basquetebol estreou-se em jogos oficiais com uma jornada dupla frente à Oliveirense para o Troféu António Pratas. O primeiro jogo foi na sexta-feira em Oliveira de Azeméis, onde vencemos por 68-77. Uma vitória tranquila da melhor equipa, embora ainda sem Cook, ausente por doença tal como o nosso técnico Carlos Lisboa.


Ao intervalo já íamos vencendo por 38-42, sendo que na 2ª parte alargámos a vantagem fruto da inspiração de Nuno Oliveira e Carlos Andrade. Os dois melhores jogadores em campo.


Os pontos foram marcados por: Carlos Andrade (19), Nuno Oliveira (15), Mário Fernandes (11), J. Wilson (8), João Soares (7), Marko Loncovic (6), Frederick Gentry (6), Tomás Barroso (3) e Diogo Gameiro (2).

 

 

No Domingo, o duelo voltou-se a repetir, desta vez em casa e já com Cook em campo. O Benfica voltou a vencer, desta vez por 71-64.


Num jogo com 2 partes distintas, a nossa equipa desde cedo controlou o jogo, chegando ao intervalo a vencer por 44-33. Na 2ª parte, fruto de uma reação da Oliveirense e de algum desacerto da nossa parte, o jogo equilibrou. Através de um forcing final, voltámos a descolar, vencendo o jogo com toda a naturalidade.


Destaque para a boa exibição de Carlos Andrade que para além dos pontos que marcou, defendeu extremamente bem.


Os pontos foram marcados por: C. Andrade (14), M. Loncovic (14), F. Gentry (11), D. Cook (10), T. Barroso (6), M. Fernandes (6), N. Oliveira (5), J. Wilson (4), C. Fonseca (1).


Sobre os reforços - embora ainda seja cedo para retirar grandes conclusões - já deu para ver que Cook é um atirador e que passará muito por aí o jogo do Benfica. Nuno Oliveira é um jogador com grande capacidade de penetração e forte no tiro exterior e que tanto Loncovic como J. Wilson se sentem muito bem próximos do cesto.


No próximo sábado temos um clássico, com o Benfica a defrontar o FC Porto às 21h, no Complexo Desportivo Municipal de São Pedro do Sul.

 




Em andebol, o Benfica teve um jogo tranquilo na Luz frente ao Avanca, onde a vitória nunca esteve em causa. Vencemos por 30-19 e ao intervalo já íamos liderando o marcador por 13-10.


Destaque para mais uma bela exibição do Belone Moreira que é definitivamente o reforço desta temporada. Grande jogador.


Os golos foram apontados por: Belone Moreira (7), Paulo Moreno (6), Davide Carvalho (5), Elledy Semedo (5), Uelington da Silva (2), João Pais (2), Javier Borragán (1), Tiago Ferro (1) e Tiago Pereira (1).

 

Sábado, às 18h30, defrontamos fora o Passos Manuel.

 




Destaque ainda neste fim-de-semana para a abertura oficial da época em Hóquei em Patins, com a disputa da Supertaça. Vão defrontar-se o Benfica, campeão nacional e vencedor da Taça de Portugal, e o finalista vencido da Taça de Portugal, o Sporting. Independentemente de tudo, é para ganhar, algo que esta secção tanto tem feito no seu passado recente. Depois de uma pré-época recheada de jogos e condicionada por algumas lesões, é importante vencer o primeiro troféu oficial da época e não repetir o erro do ano passado.

 

O jogo será no domingo às 18h, em Aljustrel, no Pavilhão Municipal de Desportos Armindo Peneque.

 

E porque o Benfica é mais do que futebol, tudo aos pavilhões!!

 

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publicado às 20:45

Análise a Franco Cervi

por R_9, em 19.09.15

 

Franco Cervi é o mais recente jogador contratado pelo Benfica. O médio ofensivo de 21 anos chegará do Rosario Central por um valor entre os 4 e 5 M de euros. Tem brilhado ao serviço da sua equipa durante esta época, a primeira que faz na equipa principal, sendo o dono da camisola 10. Tem 25 jogos até ao momento, contando com 5 golos e 6 assistências.

 

É um jogador bem cotado na Argentina, sendo unanimemente considerado como um dos maiores talentos a jogar naquele campeonato. O Benfica desde cedo se interessou pelo jogador, os relatórios foram positivos, mas só depois do mercado de verão fechar se partiu definitivamente para a sua contratação. Caso Nico Gaitán tivesse saído, creio que Cervi teria chegado ainda com o mercado aberto, mas felizmente que Nico ficou. Apesar de o ter debaixo de olho, o interesse do Sporting foi decisivo para o Benfica avançar neste momento para ele. Jorge Jesus era o treinador do clube quando os relatórios de Cervi chegaram e lhe foram apresentados. Com certeza que gostou do que viu e não ia esquecer o nome, mesmo mudando de clube. É natural.

 

Franco Cervi é um jogador franzino e de baixa estatura. O seu pé preferido é o esquerdo, sendo com ele que coloca em campo todo o seu futebol. Pode jogar em qualquer das posições de apoio ao avançado, quer seja numa das alas, quer seja ao meio. Quando falo no meio, refiro-me à posição 10, nunca a 8, e muito menos num meio-campo a 2. Apesar de já conhecer várias coisas do jogo dele, fui observar 4 jogos no Rosario Central. Jogos contra o Newell's Old Boys, San Martín, Belgrano e Tigre.

 

É um jogador com muita técnica e criatividade. A condução de bola que faz em velocidade, é mesmo muito boa e sempre com ela colada o pé. Consegue ir ziguezagueando pelos adversários ou ganhando metros em velocidade. É um jogador inteligente, daqueles que tenta estar um passo à frente dos adversários. Grande parte das vezes antes de receber a bola, já sabe o que irá fazer - com sucesso ou não - quando a bola chega até ele. Procura muito os espaços para receber a bola e desequilibrar. São frequentes as vezes em que sai do seu lugar para participar nos lances ofensivos. É um jogador rebelde, sem medo de arriscar e sem medo de partir no um para um com qualquer que seja o adversário, já que tem uma qualidade de drible acima da média. 

 

Quando joga nas alas, tem sempre a tendência de vir para dentro, quer seja com ou sem bola. Gosta de aparecer no meio para rematar - tem remate fácil -, ou então fazer diagonais nas costas da defesa para finalizar ou assistir depois os seus companheiros. Tem boa capacidade de passe, apesar de ainda se precipitar algumas vezes. Joga simples e ao primeiro toque, tocando a bola e dando o apoio para receber mais à frente. 

 

O seu maior problema, é muito provavelmente a forma como muitas vezes desaparece do jogo. Não é muito constante durante os 90 minutos. Tanto pode estar 15 minutos onde o jogo é todo dele, tendo iniciativas individuais, procurando muita bola, como pode estar 20 minutos completamente alheado, sem se notar por ele. O seu físico franzino faz com que perca vários lances corpo a corpo. Apesar de ele conseguir muitas vezes equilibrar a balança com a sua agilidade e velocidade, penso que vai ter de crescer um pouco fisicamente. Muitas vezes também é lento a fazer a transição ofensiva. Se não estiver envolvido na jogada, demora a chegar ao ataque, assistindo ao lance de longe. Apesar de ser um jogador que faz a diferença do meio-campo para a frente, tem uma assinalável qualidade na transição defensiva e na reacção à perda da bola, mas aqui terá de melhorar ainda mais, visto aqui ter de defender ainda mais vezes. 

 

 

Um lance que pode demonstrar o que Cervi tem de melhor. Grande capacidade técnica e de progredir com a bola em velocidade. 

 

 

Mais um pouco da técnica e irreverência do jogador argentino. 

 

 

Aqui demonstrada a forma como ele é capaz de entregar a bola e depois perceber o momento em que deve entrar no espaço para desequilibrar. Muito bom também o passe de calcanhar a assistir o colega. 

 

 

Dois bons momentos defensivos de Franco Cervi. Como já disse, é na frente que ele desequilibra, mas não é jogador que não tente recuperar a bola e não ajude nas tarefas defensivas, apesar de ainda ter de melhorar.

 

 

A forma como gosta de vir ao meio para rematar.

 

 

A boa visão de jogo e qualidade de passe. 

 

 

É muito bom a conseguir sair de espaços curtos com bola.

 

 

Excelente desmarcação e depois muita classe na hora de finalizar.

 

 

Mesmo estando a jogar na ala, vemos aqui como gosta de vir ao meio para ter bola.

 

 

Forte e ágil no um para um.

 

  

Penso que foi uma boa contratação do Benfica. É um jogador que pode dar muito ao clube. Tem muito potencial para crescer, qualidades muito interessantes, e que podem fazer dele um jogador muito acima da média. Percebe-se a urgência em não perder o jogador para outros clubes. A cada jogo que faz o interesse seria sempre maior. Também acho que pelas suas características, irá ter algumas dificuldades para se adaptar ao futebol europeu, precisando de algum tempo para assimilar estes processos, que são bem diferentes dos praticados na Argentina. Vamos ver o que sai daqui, as indicações são positivas e espero que se confirmem.

 

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publicado às 21:59

Semana das Modalidades

por Miguel Martins, em 17.09.15

 

A semana das modalidades começou da melhor forma no sábado, quando a equipa de futsal do Benfica recebeu e venceu uma aguerrida e bem trabalhada equipa do Leões Porto Salvo por 4-2. Pese a boa réplica adversária e o resultado nivelado, o jogo foi mais um autêntico “massacre” em termos ofensivos da equipa de Joel Rocha, com imensas oportunidades de golo desperdiçadas. Quer seja por demérito dos nossos jogadores ou por mérito do guarda-redes adversário.


Ao intervalo, o Benfica ia vencendo por 1-0, fruto de um golo de Rafael Henmi, depois de uma recuperação de bola de Chaguinha. Na 2ª parte os visitantes empataram o jogo, mas Patias devolveu a liderança no marcador aos encarnados. De seguida, os visitantes voltam a empatar o jogo, e Patias volta a marcar para o Benfica, fazendo 3-2. A cerca de 3 minutos do fim, Fernando fez o 4-2, quando o Benfica estava com mais uma unidade em campo, depois da expulsão por acumulação de amarelos de um jogador dos Leões de Porto Salvo. Não existiu mais nenhuma alteração no marcador, e 4-2 foi o resultado final.

Esta equipa está muito bem trabalhada, apresenta um ritmo bastante elevado e um futsal muito agradável e com bastante mobilidade. Destaque também para a forma como a equipa defende. O melhor em campo foi Patias que, com os seus 2 golos mostrou toda a sua qualidade.

No próximo sábado, às 15 horas, o Benfica tem uma difícil deslocação ao Fundão, onde defrontará a equipa local.

 



Seguidamente na Luz, a equipa de Andebol recebeu o Fafe, tendo vencido por 33-27, num encontro com duas partes muito distintas. Fruto de uma boa entrada em campo, o Benfica chegou a estar a ganhar por 9-5, momento em que o Fafe reagiu e virou o resultado para um 13-15 que se verificava ao intervalo. Na 2ª parte, a equipa do Benfica regressou mais concentrada e com uma atitude defensiva de maior qualidade, que se traduziu numa vitória tranquila.

É inadmissível o que se passou nos minutos finais da 1ª parte, a agressividade defensiva e a concentração têm de estar sempre presentes e tal não se verificou. Uma situação a rever.

O melhor em campo foi Belone Moreira que tem estado a um nível altíssimo, provando que foi uma belíssima aquisição do Benfica. Destaque ainda para o regresso de Elledy Semedo depois de lesão.

Os golos foram apontados por: Uelington (6), Belone Moreira (6),  Borragán (5), Hugo Lima (4), Elledy Semedo (2), João Pais (2) Davide Carvalho (2), Paulo Moreno (2), Hugo Freitas (2) e Tiago Pereira (2).



Ontem, a equipa do Benfica deslocou-se a Belém para defrontar o Belenenses, voltando a vencer mais um jogo, desta vez por 21-24. Entrámos bem no jogo e a 1ª parte foi muito equilibrada. No entanto, o Benfica voltou a ir para o intervalo a perder, com um resultado de 12-10, isto depois de ter liderado o marcador durante grande parte do tempo. Pese a expulsão de Elledy Semedo por volta dos 25 minutos, é necessário que a equipa seja capaz de ser mais regular, porque se neste tipo de jogos conseguimos dar a volta em outros podemos não o conseguir.

Na 2ª parte, fruto de uma bela exibição de Hugo Figueira e novamente de Belone Moreira – que jogador! -, o Benfica superiorizou-se ao adversário e venceu com toda a naturalidade. Vitória justa da melhor equipa.


Os golos foram apontados por: Belone Moreira (9), Paulo Moreno (3), Hugo Lima (3), Tiago Pereira (3), João Pais (2), Elledy Semedo (2), Hugo Freitas (1) e Borragán (1).


No próximo sábado, às 15 horas, defrontamos na Luz o Avanca.



Sexta-Feira começa a época da equipa de Basquetebol, com a 1ª jornada do Troféu António Pratas, onde o Benfica vai defrontar a Oliveirense em Oliveira de Azeméis às 21 horas. É a primeira oportunidade de ver os reforços em acção.

E porque o Benfica é mais do que futebol, tudo aos pavilhões!!

 

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publicado às 14:30

Análise ao Benfica vs Astana

por R_9, em 16.09.15

 

O Benfica começou ontem a sua campanha na Liga dos Campeões 15/16. O adversário foi o Astana, que se estreava na prova com uma visita ao Estádio da Luz. Para este jogo, Rui Vitória não mexeu na equipa, fazendo alinhar o mesmo 11 titular que defrontou o Belenenses na 6ª feira.

 

Os primeiros 15 minutos, como se esperava, foram de grande domínio do Benfica na posse de bola. O Astana remetia-se ao seu meio-campo, defendendo num 4-1-4-1, tentando ter a linha da defesa e dos médios próxima. Apenas o avançado pressionava mais na frente, o resto apenas o fazia quando a bola entrava no seu meio-campo. O Benfica teve quase toda a posse de bola durante esse tempo, mas não resultou em nada perigoso. Ou por maus passes, perdas de bola em iniciativas individuais ou falta de dinâmica ofensiva, o que é certo é que pouco se via ofensivamente.

 

Aos 20 minutos, livre perigoso a favor dos encarnados. Gonçalo Guedes faz uma diagonal servida por um passe de Jonas, sendo posteriormente derrubado em falta. O Benfica recuperava quase sempre muito rápido a bola depois de a perder, mas depois não conseguia criar grandes desequilíbrios. Aos 30 minutos surge a primeira grande oportunidade de golo do Benfica. Cruzamento de Nélson Semedo e Jonas na área a trabalhar muito bem, mas o guarda-redes do Astana evitou o golo. Pouco tempo depois, o Astana chega com algum perigo à baliza do Benfica. Gaitán perde a bola e fica a pedir falta ao árbitro, os jogadores do Benfica ficam também parados enquanto o jogador do Astana segue com a bola, mas o remate acaba por sair ao lado.

 

O intervalo aproximava-se e o jogo continuava igual a si mesmo. O Astana soltou-se um pouco mais nos últimos minutos da 1ª parte, mas não criava perigo. Um minutos antes do intervalo, a segunda grande oportunidade do Benfica. Boa transição ofensiva que resulta num 3 para 3, mas o remate de Jonas é defendido pelo guarda-redes. Pouco depois, chegou mesmo o intervalo, com 0-0 no marcador.

 

Esta foi uma má 1ª parte do Benfica. A equipa esteve bastante apática, lenta, previsível e com vários problemas ofensivos. Parece que esteve demasiado confiante nas suas capacidades e a subestimar o adversário. Sempre com aquela ideia de que mais tarde ou mais cedo as coisas se resolviam. Poucas boas jogadas ofensivas se criaram, existiu muita dificuldade em chegar com a bola controlada perto da defesa adversária e jogar entre linhas. Os avançados tiveram pouca bola e Jonas quase nunca conseguiu receber a bola entre linhas. O meio-campo teve dificuldades em fazer andar a equipa, com Talisca e Samaris a falharem muitos passes. Jogámos muito interiormente, com pouca largura e verticalidade na posse.

 

A defesa esteve bem, raramente foi importunada, controlando bem todas as situações, apesar de uma ou outra falha. Os laterais deram pouco ao jogo da equipa, raramente subiram para criar desequilíbrios e quando subiram pouco ou nada deu. Os centrais estiveram bem a subir e descer no terreno. A linha defensiva apanhou várias vezes os avançados contrários em fora de jogo.

 

O meio-campo esteve mal. Samaris e Talisca, como já disse, falharam muitos passes e tiveram abordagens aos lances que não podem ter, descompensando a equipa. Não conseguiram criar nada. Se Samaris ainda foi lutando e correndo muito nas recuperações, Talisca foi de uma nulidade completa. Guedes esteve apagado, raramente conseguiu criar algo pelo seu corredor. Gaitán desequilibrou muito no um para um, mas nesta 1ª parte isso resultou em pouco. Jonas ressentiu-se da falta de bola na zona dele e da muita ocupação do espaço por parte do Astana. Mitroglou mexeu-se muito, arrastando os defesas, como tem sido normal nestes últimos jogos, mas sentiu a falta de bola na área para finalizar.

 

 

Livre a favor do Benfica com Gonçalo Guedes a tomar uma má opção. Dois jogadores adversários fazem pressão nele de modo a evitar o remate e mesmo assim ele prefere rematar em vez de dar para Gaitán que estava completamente sozinho.

 

 

Dois lances praticamente iguais na 1ª parte. Mitroglou vem buscar a bola ao lado esquerdo, arrastando o defesa central que o marcava. Com isso, abre-se um enorme espaço no centro do terreno entre os dois centrais, mas que em nenhuma destas duas jogadas foi aproveitado. Fiquem com estes dois lances na memória, mais tarde vão lembrar-se deles, foi o segredo para a vitória do Benfica.

 

 

A forma como a equipa do Astana se posicionava a defender em 4-1-4-1. Um médio na frente da defesa, a servir quase como libero da linha de 4 médios que estavam na frente dele. Muito por culpa desse jogador, Jonas teve poucas hipóteses de receber a bola entre linhas. O avançado ficava mais na frente, pressionando um pouco mais.

 

 

Tentativa de saída para o ataque do Benfica. Talisca falha o passe, o Astana recupera a bola. Vemos depois Talisca e Samaris a irem os dois ao mesmo homem e ao mesmo local, abrindo um enorme espaço na frente da defesa.

 

 

Mais uma má abordagem de Talisca e Samaris. Em vez de ficarem a ocupar o espaço entre a baliza e a bola para obrigar o adversário a passar para trás ou recuar, vão ambos de lado e fazem com que ele se consiga virar para a baliza.

 

 

Mais uma vez demonstrada a forma como o Astana defendia e as dificuldades que o Benfica tinha em entrar naquele espaço. O jogador que esteve na frente da defesa a chamar o colega para ir ocupar o espaço, de forma a fazer a linha de 4. A bola roda para o outro lado e lá estão eles a tapar a entrada da bola entre linhas.

 

 

Uma das poucas vezes que um dos médios do Astana decidiu pressionar mais na frente, Jonas conseguir receber a bola no espaço e servir a diagonal de Gonçalo Guedes.

 

 

Uma situação que podia ter dado um ataque perigoso para o Benfica, mas que não deu em nada devido ao mau passe de Nico Gaitán. Devia ter dado a bola mais cedo em Talisca, e era isso que Jonas lhe dava sinal enquanto se movimentava. 

 

 

A pouca largura que muitas vezes existiu na 1ª parte, com Eliseu e Gaitán a jogarem dentro e assim a bola a ter de voltar para o lado direito.

 

 

Das poucas vezes que o Benfica conseguiu chegar perto da baliza adversária com a bola controlada na 1ª parte. Mitroglou a ir buscar a bola, a vir para dentro e a encontrar Gaitán aberto na ala que faz depois o passe para Jonas. Infelizmente, o lance depois não deu em nada.

 

 

Só perto dos 30 minutos de jogo o Benfica cria a primeira situação de grande perigo. Grande trabalho de Jonas na área, mas o guarda-redes adversário evita o golo.

 

 

Péssima abordagem de Eliseu ao lance. Gaitán ainda não chegou para lhe fazer a cobertura no interior, ele em vez de lhe dar a linha, dá-lhe o espaço interior, deixando o caminho aberto para a baliza. Depois acabou por cometer falta, que não foi marcada.

 

 

Um dos muitos passes falhados pelo Benfica na 1ª parte. Depois Samaris vai à queima em vez de aguardar um pouco e tentar compensar melhor aquele espaço todo.

 

 

Demonstradas as dificuldades que o Benfica tinha depois de chegar ao meio-campo. A circulação de bola era lenta e a equipa do Astana conseguia ir tapando quase todas as linhas de passe para o Benfica entrar no espaço mais adiantado do terreno. Talisca a jogar ao lado de Samaris também não ajudava. Como a circulação de bola era lenta e previsível, ainda era mais fácil para os adversários.

 

 

Boa transição ofensiva do Benfica. Mitroglou recebe para Jonas e a jogada transforma-se num 3 para 3. No último instante antes de rematar, Jonas poderia ter dado ao avançado grego, mas penso que naquela situação favorável o remate também foi uma boa opção.

  

 

Para a 2ª parte voltou a entrar a mesma equipa que saiu para o intervalo. O Benfica entrou mal na 2ª parte, e o Astana aos 46 minutos cria a situação mais perigosa que tinha existido até então. Cruzamento para a área, bola não é cortada, Jardel perde a frente do lance e o jogador adversário remata ao poste. O lance parece que serviu para acordar a equipa de Rui Vitória, que aos 51 minutos se adianta no marcador, fruto de um golo de Gaitán.

 

Com o golo, o Benfica ganhou confiança. A equipa passou a trocar a bola com mais dinâmica, verticalidade e velocidade. Passou a existir mais largura no terreno e as boas jogadas iam aparecendo. Os jogadores já se mexiam mais no campo e os laterais davam muito mais ao jogo ofensivo da equipa. Aos 62 minutos, Mitroglou faz o 2-0. Boa jogada entre Gaitán, Jonas e Eliseu, e o lateral aparece sozinho na área para oferecer o golo ao avançado grego.

 

Depois do 2º golo, o Benfica baixou o ritmo de jogo. Já não pressionava tanto e deixava o Astana jogar e trocar a bola com mais à vontade. As 72 minutos, Rui Vitória mexe pela primeira vez na equipa. Sai Jonas e entra Pizzi, indo Talisca colocar-se próximo de Mitroglou. Nova alteração aos 76 minutos. Sai Talisca e entra Raúl Jiménez.

 

O Benfica continuava a tentar descansar com a bola no pé, a não procurar tanto a baliza e a guardar mais a bola. Já se notava também o cansaço em alguns jogadores. Rui Vitória esgotou as substituições aos 85 minutos com a entrada de Fejsa para o lugar de Samaris. O jogo caminhou tranquilamente para o fim, registando ainda duas oportunidades de golo para o Benfica. Uma de Jiménez a passe de Eliseu após grande lance de Mitroglou e outra através de um livre de Eliseu mesmo no fim. O resultado acabou com 2-0 para o Benfica.

 

 

A 2ª parte do Benfica foi muito melhor que a 1ª, apesar de logo na entrada ter existido uma grande oportunidade de golo para o Astana. Depois disso, a equipa melhorou a agressividade ofensiva, a dinâmica e a qualidade de passe. Movimentou-se muito melhor na procura de espaço e abriu muito mais o jogo, fazendo com que os jogadores do Astana tivessem mais dificuldades em posicionar-se bem e fechar todos os espaços no terreno de jogo. Depois dos dois golos, a equipa optou por ter mais segurança no jogo, não arriscando tanto e guardando a bola, de maneira a se poupar para o próximo jogo.

 

A defesa continuou bem, apenas a registar a falha logo ao início, onde Jardel aborda mal o lance e perde a frente para o adversário. De resto, o controlo da profundidade e a linha defensiva estiveram bem. Os laterais subiram mais no terreno, e deram mais largura ao jogo. Ofensivamente, Eliseu fez um belo jogo, culminando com uma assistência para golo.

 

Samaris subiu muito de produção na 2ª parte, conseguiu acertar muito pais passes e ocupar melhor os espaços. Talisca também melhorou um pouco, mas apesar disso fez um mau jogo. Eliseu, Gaitán e Mitroglou foram os jogadores mais na 2ª parte. Jonas esteve um pouco abaixo do normal, mas esteve bem na tabela que resultou no 2º golo do Benfica.

 

 

A grande oportunidade do Astana. Passividade na área, Jardel perde a frente do lance e o Astana quase inaugura o marcador.

 

 

Mais um lance que mostra as dificuldades que o Benfica tinha em entrar na defesa do Astana até marcar. Seis jogadores na frente da bola, com pouco movimento nos espaços e ninguém a vir dar uma boa linha de passe. 

 

 

Benfica recupera a bola neste lance e podemos ver que já existe um bom entendimento entre os homens da frente. 

 

 

O lance do 1º golo do Benfica. Aquele espaço que existia entre os dois centrais de cada vez que um dos avançados do Benfica caía na linha, voltou a acontecer na 2ª parte. Desta vez, Gaitán seguiu por esse espaço e abriu o marcador, após boa tabela com Mitroglou.

 

 

A melhor circulação de bola e movimentação do Benfica na 2ª parte.

 

 

Grande passe de Samaris bom movimento de Nélson Semedo. Guedes a jogar dentro e a deixar o espaço aberto para o lateral. Na 1ª parte nada disto tinha acontecido. Pena Mitroglou ter cabeceado ao lado. 

 

 

Lance do 2º golo. Mais uma vez podemos ver a distância que existe entre os dois centrais e o espaço por ocupar, depois de Jonas ter levado um deles para lá. Eliseu aproveita muito bem e serve Mitroglou que se movimenta bem na área e encosta para o golo.

 

 

Grande jogada individual de Mitroglou e grande passe para Eliseu. O lateral passa depois a Raúl Jiménez que quase faz o 3º golo. Merecia o golo, esta jogada.

 

 

Acabou por não ser um jogo bem conseguido por parte do Benfica, ou pelo menos tanto como se esperava, mas o que interessava foi alcançado. A 1ª parte foi má e apenas na segunda se registaram melhorias, principalmente depois do primeiro golo. A equipa apareceu mais dinâmica, a procurar mais os apoios e com os jogadores a darem mais linha de passes e com uma melhor movimentação. Existiu também uma maior largura no terreno de jogo e os laterais envolveram-se no jogo ofensivo da equipa, ao contrário da 1ª parte. Já há algumas coisas que marcam a equipa de Rui Vitória. Acabou definitivamente a saída a jogar com o 3º central, sendo que agora é feita apenas pelos dois centrais. Movimentos interiores dos extremos com a tentativa de abertura de espaço para os laterais. Laterais esses que fazem várias vezes movimentos interiores. Equipa mais de posse e não de tanta aceleração, apesar ainda existirem vícios em alguns jogadores do contrário. Também há a tentativa de ser mais segura, não se expondo tanto depois de um possível erro.

 

A defesa esteve bem, apesar da falha aos 46 minutos que quase dava golo. Uma das maiores criticas que se fazia a Rui Vitória até ao jogo do Belenenses era, a quantidade de vezes que os adversários chegavam isolados na cara de Júlio César e as várias oportunidades flagrantes de golo que o adversário tinha em cada jogo. Nestes dois últimos jogos, apenas existiu um oportunidade flagrante de golo e que nasceu de um cruzamento. Isto deve-se à defesa estar melhor posicionada, a linha muito mais acertada e o controlo da profundidade ter melhorado a olhos vistos. Para se perceber isso, basta estar atento à forma como a defesa sobe ou desce em cada lance, apesar de ainda haver algumas falhas de coordenação e comunicação.

 

Samaris fez uma boa 2ª parte, mas na 1ª esteve mal. O jogador grego tem de perceber de uma vez por todas que não pode roubar todas as bolas que vai disputar. Jogando ali naquela posição, é muito importante que saiba posicionar bem, e que saiba pressionar em contenção, impedindo o adversário de avançar e levando-o para situações que lhe interessem, como para as linhas, a recuar no terreno ou a jogar para trás. O que Samaris faz é, tentar roubar todas as bolas, entrar à queima, fazer inúmeras faltas e desposicionar-se com a ânsia de querer fazer tudo ao mesmo tempo. Sei que ao jogar com Talisca ali, o trabalho para ele é muito maior, mas teima em dificultar a vida a ele próprio. Precisa de se posicionar melhor, perceber onde deve ou não deve ir, ter a noção do espaço que ocupa e fazer pressão em contenção, para assim a equipa ter tempo de recuperar de eventuais falhas. Contra equipas mais fracas isso pode não comprometer muito, mas contra equipas com mais qualidade, será um grande problema. Começo a achar que o melhor que lhe pode acontecer é levar o cartão amarelo cedo, assim ele acalma a sua agressividade e tenta ser mais racional. Depois de levar o cartão amarelo neste jogo, foi isso que aconteceu, e não foi por acaso que a sua produção subiu de qualidade.

 

Este foi mais um jogo em que é notório o problema no meio-campo do Benfica. É inadmissível que o Benfica não tenha contratado um número 8 titular para a equipa. Sem esse jogador, a equipa tem mais dificuldades, pois não há ali um jogador que faça boas transições ofensivas e defensivas, que saiba sempre que terrenos pisar, que tenha verticalidade com bola e que quebre as linhas adversárias com movimentações entre elas. Talisca já se sabe, é capaz do melhor e do pior, mas é curto para aquela posição num meio-campo a 2. Para Pizzi digo o mesmo, ou pior. Nos jogos mais fáceis ainda disfarçam, mas quando a dificuldade aumenta as fragilidades notam-se logo.

 

Guedes não fez um jogo bem conseguido. Até acho que a posição onde está a jogar é onde menos rende, de todas onde ele pode jogar na frente. Gaitán está em ponto de rebuçado, este foi mais um grande jogo do argentino. Mitroglou está a provar tudo o que disse dele na análise que publiquei na altura da sua contratação e ainda vai melhorar mais. Já se envolve mais no jogo da equipa, movimenta-se bem, e já se nota um bom entendimento com Jonas e Gaitán. Na área é o que se sabe, aquele rectângulo não tem segredos para ele, sabendo sempre para onde deve ir. Este foi mais um jogo em que ajudou a acabar com o mito de ser tosco e de que sabe marcar golos.

 

Segue-se o jogo no Estádio do Dragão, o jogo que é na teoria o mais difícil no campeonato. Espero ver um grande Benfica. Com um resultado positivo no final.

 

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publicado às 20:32

Análise ao Benfica vs Belenenses

por R_9, em 12.09.15

 

Depois da paragem de 15 dias, o Benfica recebeu o Belenenses no Estádio da Luz, na 4ª jornada da Liga NOS. Para este jogo, Rui Vitória fez 3 alterações relativamente ao último 11 titular. Jardel, Talisca e Gonçalo Guedes, entraram para os lugares de Lisandro, Pizzi e Victor Andrade. A entrada de Talisca e de Guedes era algo previsto. Acreditava-se que Lisandro poderia continuar a fazer dupla com Luisão, mas foi Jardel que voltou à equipa, depois de recuperar da lesão.

 

O Benfica entrou a pressionar muito a equipa do Belenenses e a tentar dominar o jogo. Na 1ª vez que chega à baliza contrária, Mitroglou marca de cabeça, após cruzamento de Jonas. Depois do golo, as coisas continuaram da mesma maneira. Benfica a ter muita bola e a pressionar muito assim que a perdia. A circulação de bola era feita com progressão no terreno. A equipa de Sá Pinto poucas dificuldades criava, estava perdida em campo e a pressionar pouco.

 

Aos 17 minutos, Jonas faz o 2º golo da partida, depois de um bela jogada de ataque. Boa circulação, jogadores a movimentarem-se bem, com Gaitán a ir à linha para cruzar uma bola que acaba por chegar aos pés de Jonas, que atira para o fundo das redes. Eram os melhores momentos do Benfica de Rui Vitória. A equipa parecia outra e dava gosto estar a assistir ao futebol praticado. Facilmente a bola passava jogável para os médios e atacantes. A equipa movimentava-se bem, procurava os espaços e os apoios, jogando de pé para pé. As boas jogadas e lances de perigo sucediam-se. A defesa ia controlando qualquer tentativa de ataque contrário.

 

Após uma perda de bola de Gaitán aos 35 minutos, o Belenenses remata, mas a bola sai longe da baliza de Júlio César. Por esta altura, já se notava um pouco de levantar do pé por parte do Benfica. Já se trocava a bola com mais calma e se deixava o adversário jogar em zonas recuadas do terreno. O intervalo aproximava-se, mas não chegou sem antes Jonas fazer o 3-0 após um canto. 

 

 

Esta foi uma grande 1ª parte do Benfica. Não só pelo resultado, mas também pelo futebol praticado. Equipa muito personalizada e adulta. Muita bola, boa dinâmica ofensiva, pressão eficaz e agressiva na tentativa de recuperação da bola. O Belenenses pouco fez, mas há muito mérito do Benfica.

 

A defesa apareceu em muito melhor plano para este jogo. A linha defensiva esteve muito mais certa - ainda não totalmente -, subindo e descendo em bloco de uma forma mais eficiente. Nas bolas paradas, a defesa à zona também cumpriu muito bem. Laterais a subir e a dar sempre mais caudal ofensivo à equipa. Onde a defesa esteve pior, foi em lances fáceis de resolver, onde faltou alguma tranquilidade, apesar de nunca ter sido criado grande perigo. Samaris e Talisca entenderam-se bem no meio-campo. Ainda falharam alguns passes, que precisam de sair bem para o jogo da equipa fluir.

 

A frente de ataque esteve muito bem. Gaitán a mostrar o fantástico jogador que é. Evitou fazer cruzamentos atrás de cruzamentos com pouco critério, procurando mais os apoios para depois a bola continuar a rolar. Guedes também fez uma boa primeira parte, boas diagonais e bom entendimento com Nélson Semedo. Mitroglou apareceu diferente. Muito mais participativo no jogo da equipa, não ficando tão estático e procurando vir dar apoio e fazer jogar. Dentro da área é o que se sabe, um jogador muito forte. Jonas é Jonas, não sei que dizer mais. É passar estes 45 minutos só a olhar para ele e perceber o jogador fantástico que é. Faz tudo bem. 

 

 

Três minutos de jogo bastaram para perceber que a linha defensiva ia estar melhor do que em jogos anteriores. Samaris e Talisca a saírem os dois ao mesmo homem e ao mesmo tempo, deixando ali um espaço vazio.

 

 

O lance do 1º golo. O poder físico de Mitroglou e a dificuldade que é marcar o avançado grego na área. Assim que ele faz o movimento, o defesa do adversário não consegue sequer chegar perto ou incomodar.

 

 

Um dos exemplos para perceber que o Benfica tem abdicado quase na totalidade de sair a jogar com o 3º central.

 

 

Pressão muito alta por parte do Benfica, sempre a evitar ao máximo que o Belenenses conseguisse sair a jogar.

 

 

Aqui demonstrada a maior agressividade do Benfica quando perdia a bola.

 

 

Gaitán vem da esquerda para a direita. Com isso, um dos médios adversários acompanha a sua movimentação, deixando ali o espaço aberto no meio. Samaris, com um belo passe, faz entrar a bola em Jonas, que serve a diagonal de Gonçalo Guedes. Boa jogada e bons movimentos.

 

 

O lance do 2º golo. Futebol apoiado, com movimentações e só depois do desequilíbrio feito, aparece o cruzamento.

 

 

Lançamento lateral, jogador adversário recebe de costas e logo os centrais a chegarem à frente para encurtar o espaço. Dá para perceber que Jardel dá sinal a Eliseu, pois o lateral devia ter acompanhado a subida, em vez de estar ali a passo.

 

 

A boa troca de bola do Benfica, com Mitroglou a sair de perto da área para se vir envolver muito bem com os colegas.

 

 

Vimos Luisão a sair muitas vezes da sua zona para pressionar. Este é um bom exemplo. O capitão do Benfica sai para fechar aquele espaço e pressionar o jogador do Belenenses que recebe a bola de costas. Samaris, muito bem, vai compensar a subida do central, assim como Talisca na frente da defesa. A linha mantem-se eficaz, colocando o extremo adversário em fora de jogo.

 

 

A qualidade da movimentação de Jonas na área. 

 

 

Finalmente, vimos algo trabalhado nas bolas paradas da equipa. Canto atrasado para Nélson Semedo, que coloca a bola ao 2º poste, para onde se movimentam os dois centrais.

 

 

Benfica voltou a defender as bolas paradas com muita gente. Neste livre, temos um jogador na barreira e os restantes 9 jogadores de campo na área. Parece ser para manter. 

 

 

Bola na linha, defesa a subir em bloco. Jogador adversário recebe a bola sozinho no meio - bola descoberta - a defesa recua logo em bloco.

 

 

 

Para a 2ª parte, não houve qualquer alteração na equipa do Benfica. O Belenenses, aos 50 minutos, incomodou Júlio César pela 1ª vez. Bola nas costas e Luís Leal a rematar para defesa apertada do guarda-redes encarnado.

 

Por volta dos 53 minutos de jogo, o Benfica volta a marcar. Boa jogada do Benfica, Gaitán a quebrar os rins ao lateral do adversário, chegando depois a bola a Mitroglou, que encosta para o 4-0. Continuava o bom futebol da 1ª parte. O que disse sobre o que se passou antes do intervalo, era o mesmo que se passava em campo na 2ª parte. Aos 60 minutos, momento de magia no Estádio da Luz. Brilhante jogada entre Jonas e Gaitán, onde o jogador argentino faz o 5-0. O tempo para saborear este golo foi muito pouco, já que aos 63 minutos Talisca faz o 6-0, com um grande remate do meio da rua.

 

Rui Vitória mexe pela primeira vez na equipa aos 66 minutos. Mitroglou é substituído por Raúl Jiménez. O futebol continuava muito vistoso. Com um resultado destes, os jogadores tinham a confiança em alta e as coisas saíam ainda com maior naturalidade. Eram grandes momentos de futebol que se viam no Estádio da Luz, com os jogadores a abrirem completamente o livro.

 

Aos 72 minutos, o treinador do Benfica volta a mexer na equipa. Sai Gaitán e entra Nuno Santos. O ritmo de jogo estava a baixar nitidamente. O Benfica já tentava descansar tendo a posse de bola, não sendo tão vertical. A última substituição acontece aos 77 minutos, saindo Jonas e entrando Pizzi. Talisca foi colocar-se mais perto de Jiménez.

 

Pouco de mais importante aconteceu até ao final do jogo. Os jogadores do Benfica foram aguardando o final do jogo. Apesar de terem feito vários ataques, já era mais em descompressão. Belenenses também pouco incomodou e o jogo acabou mesmo com 6-0 no marcador.

 

 

Não há muito para dizer da 2ª parte que não foi dito na 1ª. Pouca coisa mudou, a equipa continuou em grande nível. O Belenenses apenas criou uma situação de real perigo.

 

Rui Vitória mexeu bem na equipa. Deu descanso a jogadores que precisavam, poupando-os assim para os próximos jogos. A defesa continuou a portar-se de maneira positiva, o meio-campo a dar muita consistência à equipa e a frente de ataque a brilhar no relvado. Os jogadores que entraram cumpriram. 

 

 

Talisca e Samaris abordam mal o lance, permitindo que o jogador do Belenenses ganhe muito espaço. A defesa vai recuando, até que Jardel e Eliseu aproveitam o adiantamento da bola para sair e acabar com o lance.

 

 

O único lance de real perigo do Belenenses. Desatenção do Benfica e bola nas costas da defesa.

 

 

Gaitán a partir o defesa no lance do 4º golo. Depois a bola vai ter com Mitroglou que encosta para o golo. 

 

 

Lance do 5º golo do Benfica, com os dois melhores jogadores do campeonato em destaque. Não são necessários comentários. É apreciar o momento.

 

 

A bomba de Talisca. 

 

 

Samaris tem mostrado qualidade nos passes longos. Boas aberturas neste jogo, sendo esta um bom exemplo.

 

 

Como tem sido habitual, nos lançamentos de linha lateral o Benfica tentar encurtar ao máximo o campo. Podemos ver no inicio do lance, os 10 jogadores de campo do Benfica estão todos colocados para lá da metade do campo. Jogador recebe a bola de costas, defesa sobe em bloco. Quando o passe é feito, estão já os jogadores adversários em fora de jogo.

 

 

É um prazer, Jonas e Gaitán.

 

 

Os movimentos para o interior que Nélson Semedo tem feito. A cada jogo que passa, aparecem em maior número.

 

 

Este foi um grande jogo. De muito longe, o melhor da era Rui Vitória. Notou-se muita evolução no que a equipa fazia em campo e nas suas ideias. O Belenenses apresentou-se muito mal no Estádio da Luz, com falhas gritantes a vários níveis, no entanto nada disso ofusca a qualidade de jogo que os jogadores encarnados apresentaram.  

 

Nesta equipa, existiram várias mudanças relativamente aos jogos anteriores que a tornaram melhor. Melhor consistência defensiva, com um melhor controlo da profundidade e a linha muito mais certa. Muito mais agressivos na recuperação da bola. Maior dinâmica em campo. Futebol apoiado, mais vertical, com muitos apoios para o portador da bola. Cruzamentos continuaram acontecer, mas a equipa procurou primeiro desequilibrar equipa adversária e depois sim, cruzar para a área. Eu não sou contra os cruzamentos - até porque não faz sentido uma equipa com estes cabeceadores não o fazer -, só não acho que se devam fazer cruzamentos em qualquer que seja a situação. Defendo sim, o que foi feito neste jogo. A equipa também já merecia marcar um golo cedo, para depois jogar com outra tranquilidade.

 

Nas minhas análises, muita gente me dizia que batia sem razão no Lisandro e que ele não tinha falhas como as que apontava. Penso que neste jogo ficou clara a diferença entre ele e Jardel. Em termos posicionais, são diferenças de qualidade gritantes e que mudam muito a forma como a defesa se movimenta. Jardel acabou por falhar em coisas mais básicas, como cortes que eram fáceis e que complicou um pouco. Dá para ver que ele e Luisão se entendem quase de olhos fechados. Rui Vitória teve de tomar uma difícil decisão, que na teoria não foi justa, mas penso que foi o melhor para a equipa. Ambos os laterais atacaram bastante durante o jogo, com Nélson Semedo em mais evidência. Fazem vários movimentos interiores e isso parece-me que é uma coisa que tem estado a ser trabalhada.

 

Talisca fez o melhor jogo com a camisola do Benfica a jogar naquela posição. As facilidades em campo foram muitas, mas o brasileiro fez mesmo um bom jogo naquela posição. Veremos se é para manter contra adversários de maior qualidade nos próximos jogos. Samaris também esteve melhor, tem é de perceber que nem sempre pode ir a todas as bolas, pois descompensa a equipa.

 

Mitroglou mostrou o grande jogador que é. Que ninguém tenha dúvidas disso. Conseguiu envolver-se mais no jogo da equipa. Veio tabelar e dar apoios aos colegas. Dentro da área é o que se sabe, um bicho. Movimenta-se muito bem, é extremamente difícil de marcar e finaliza muito bem. Guedes também esteve bem, menos exuberante que os companheiros de ataque, mas com bom entendimento com Nélson Semedo. É um jogador inteligente, percebe que nem sempre pode ir na iniciativa individual e joga com a cabeça levantada. Sobre Jonas e Gaitán não vale a pena comentar, os lances falam por si.

 

Rui Vitória e os jogadores estão de parabéns pelo que fizeram neste jogo. Esperamos todos que isto seja para continuar, já que já os sinais dados foram bons. Ainda há coisas que precisam de ser melhoradas, não está tudo bem, como é óbvio. É continuar a trabalhar e mostrar evolução de jogo para jogo.

 

Nota: Na última análise, falei de um movimento de descontentamento de Rui Vitória para com Nélson Semedo. Se naquela imagem isso parecia óbvio, visto de outra câmara as coisas já parecem diferentes, apesar de ele pedir a bola na linha. Deixo-lhe aqui as minhas desculpas.

 

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publicado às 21:26

Fim-de-Semana das Modalidades

por Miguel Martins, em 06.09.15

 

A equipa de futsal do Benfica começou ontem a defesa do título nacional. A deslocação a Vila do Conde terminou com uma vitória por 0-9 sobre o Rio Ave. Num encontro sem grande história, o Benfica desde cedo controlou o jogo, batendo sem grande dificuldade a equipa da casa.


Ao intervalo, a equipa de Joel Rocha já vencia por 0-3, com golos de Chaguinha, Brandi e Ré. Na segunda metade assistiu-se ao avolumar do resultado, com golos de Fernando, Henmi, Fábio Cecílio, Brandi e mais dois de Ré. Destaques individuais para as exibições de Ré e de Fernando. O reforço argentino já é muito importante na manobra da equipa, sendo ele que controla e impõe o ritmo, sabendo aquilo que o jogo pede em cada momento.

Nota ainda para as ausências de Patias, castigado em virtude da expulsão na Supertaça e de Jefferson, que se encontra lesionado no menisco, não havendo ainda uma previsão para quando estará novamente disponível.

No próximo fim-de-semana, os campeões nacionais recebem os Leões de Porto Salvo. 


Começou também ontem o campeonato de Andebol, com o Benfica a receber o ISMAI e a vencer por 29-22. Fruto de uma entrada muito forte, o Benfica chegou ao resultado 8-1 muito cedo, gerindo depois esta vantagem ao longo do jogo. Ao intervalo, o resultado era de 17-6, sendo que na segunda parte existiu um equilíbrio maior devido à rotação de jogadores por parte do treinador do Benfica. O ISMAI equilibrou um pouco mais o resultado, mas sem nunca colocar em causa a vitória da equipa encarnada.

Os golos foram apontados por Davide Carvalho (3), Borregan (3), João Pais (6), Hugo Freitas (2), Belone Moreira (5), Paulo Moreno (2), Uelington Ferreira (5) e Hugo Lima (3).

 

Destaque para as exibições de Hugo Figueira e para a estreia de Belone Moreira. Foram os dois atletas em maior evidência, sendo que Uelington também mostrou características muito interessantes.

De realçar a forte aposta feita nos jovens oriundos da formação neste jogo. Foram diversos os jogadores jovens com minutos, tendo Hugo Freitas sido aquele que esteve em maior destaque.

Na próxima semana a equipa de Andebol do Benfica volta a jogar em casa, onde receberá o Fafe.

 

E porque o Benfica é mais do que futebol, tudo aos pavilhões!!

 

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publicado às 20:20

Os sete ingredientes mortais de Rui

por Aloutre, em 05.09.15

 

Era uma vez…


Um pasteleiro de seu nome Jorge, conhecido como o melhor pasteleiro na zona na arte de fazer pastéis de nata. Aqueles pastéis de nata tipicamente portugueses, que encantavam qualquer um que tivesse a oportunidade de os apreciar. A história do Jorge é algo caricata, ele foi subindo na vida a pulso, de empresa em empresa, até que surgiu a oportunidade de integrar a maior pastelaria de Portugal.


A pastelaria era a mais conceituada e reconhecida em Portugal (doravante pastelaria B) e tinha uma imagem muito positiva além fronteiras, devido a mais de 100 anos de história e de sucessos alcançados ao longo da sua vida, no entanto encontrava-se numa situação algo moribunda, à deriva e sem conseguir alcançar nos anos precedentes todo aquele sucesso que lhe era reconhecido. Andava a perder prémios, prestígio e reconhecimento para uma outra empresa situada mais a norte (doravante pastelaria P), que aliava qualidade a uma postura menos correta no nicho de mercado em que se encontra, algo que as autoridades competentes deixaram passar em branco (e amarelo, e mulato, e etc.), porque as suas pastelarias se faziam acompanhar de um café com leite e uma frutinha da época, capaz de fazer qualquer um atingir momentos de puro prazer.


Com a chegada do Jorge à pastelaria B, esta sofreu um safanão tal que começou novamente a voltar a encantar os seus clientes, a ganhar prémios e a mostrar o porquê de ser a mais conceituada e o porquê de merecer ser a maior e melhor pastelaria do país! Com altos e baixos entre 2009 e 2015, altura em que Jorge esteve à frente da pastelaria B alcançado alguns êxitos devido aos seus pastéis de nata maravilhosos, a pastelaria conseguiu colocar-se como a maior potência doceira nacional e o futuro prometia alguma estabilidade e confiança. Entre este período existiram algumas crises entre Jorge e a entidade patronal, que acabou por lhe dar a mão e manter no cargo mesmo contra a vontade de grande parte dos clientes que demonstravam algum descontentamento devido à qualidade dos seus croissants ter vindo a decair e a desiludir, batendo no fundo em 2013. A partir daí assentaram os pés no chão e até 2015 foi um regabofe de prémios e prestígio alcançados, que Jorge voltou ao trono com os seus pastéis de nata, altura em que… Foi vê-lo partir naquela estrada.


A empresa rival da área metropolitana de Lisboa (doravante pastelaria S) decidiu ir atrás do Jorge, e num golpe de charme conseguiu contratá-lo com um chorudo ordenado, deixando ao mesmo tempo a pastelaria B ferida no orgulho. Há lá coisa mais gostosa que conseguir uma estrela para a empresa, ao mesmo tempo que se enfraquece a empresa rival! Os pastéis do Jorge também são gostosos, mas isto é um gostoso daqueles que acontece muito raramente quando há um eclipse solar, e a empresa S bem que precisava de um ânimo renovado, depois de anos e anos na penumbra e na sombra das principais doçarias nacionais B e P. O Jorge também não fica isento de culpas, demonstrando toda uma falta de humildade e respeito perante quem lhe deu muito mais a ganhar que a perder, defeitos que lhe tinham sido apontados ao longo dos anos, sendo também por aí que os seus pastéis de nata serviam algumas vezes para um brilharete interno, mas além fronteiras acabavam por ser esmagados e fazer má figura. O seu ego era enorme mas os factos não o justificavam, e Jorge nunca viu isso dessa forma nem aceitaria algo nesses termos. Para si mesmo, ele era o maior e melhor pasteleiro de Portugal (até que o mundialmente reconhecido e emigrado José).


Passado todo este episódio e assente a maior poeira, o grande líder da empresa B, Luís, procura desesperadamente um substituto para Jorge. A clientela levou uma facada no coração ao perder o seu pasteleiro de renome nacional a seu lado já há alguns anos, e chorava pelos pastéis de nata maravilhosos que nos últimos anos tinham voltado em força às mesas da pastelaria B. Era Jorge ou o caos, nas fileiras da pastelaria B. Sem meias medidas e numa postura cuja intenção de Luís seria demonstrar que Jorge alcançou o sucesso devido à empresa e não o contrário, ele tomou uma decisão da sua (quase) inteira responsabilidade. Fazendo orelhas moucas a tudo e todos que o rodeavam, escolheu para substituto de Jorge um homem que trabalhava numa empresa mais a norte, em Guimarães, chamado Rui.


Rui é um pasteleiro mais novo e com menos experiência, tinha ganho algum bom nome devido ao trabalho feito na empresa de Guimarães, onde com poucos recursos tinha conseguido manter alguma qualidade no trabalho apresentado. A sua maior virtude tinha sido a aposta com sucesso em ingredientes caseiros, que mais tarde dariam um belo retorno financeiro à empresa. Contrariamente aos pastéis de nata que o Jorge confecionava, Rui habitualmente era especialista na arte dos croissants, algo mais internacional e requintado, utilizado na maior parte das grandes pastelarias europeias e mundiais. Já tinha trabalhado numa das sub empresas da pastelaria B, era conhecido e homem da confiança do patrão Luís, e foi em si que recaiu a escolha para assumir o cargo. Os clientes e associados da pastelaria B não ficaram muito satisfeitos com a escolha, na sua maioria, porque não lhe viam o perfil e a qualidade necessária para manter a batuta, e consequentemente o Luís perdeu alguma (muito pouca, diga-se) falange de apoio.


Eu, como cliente associado que sou da pastelaria B, confesso que fiquei contente quando na altura foi comunicado oficialmente este facto. Era um dos dois pasteleiros da minha preferência, juntamente com outro de seu nome Marco, que rumou à Grécia. Defendo que a pastelaria nacional está boa e recomenda-se, estes dois nomes estavam disponíveis e julgo que dariam conta do recado se lhes fosse dada essa oportunidade. Estava confiante que a mudança para os croissants seria o rumo certo por ser o meu alinhamento pasteleiro preferido, e via qualidades na confeção do Rui.


Poucos meses se passaram, o Rui fez o seu estágio na América, começou a trabalhar a doer, e eu sinceramente estou com algum receio neste momento. Acredito que pode dar certo, lá no fundo acredito, mas já acreditei muito mais. O que se tem visto nos últimos tempos a sair da mui nobre pastelaria B, não faz jus ao nome que acarreta. Os doces têm sido bons q.b. à rasquinha, já perdemos um dos prémios de início do ano e logo para o Jorge e a empresa S que bateu cá forte no orgulho. Seguem-se aqueles que para mim são os sete ingredientes mortais para o que aconteceu, acontece e infelizmente acho que acontecerá no mundo da empresa B:

 

  1. O estágio de Rui foi muito mal planeado, prejudicando seriamente o seu início a doer na pastelaria B. Sendo um pasteleiro novo na empresa, sem conhecer os seus colaboradores, começando um trabalho do zero, exigia-se que o estágio se pautasse por outros fatores. Sim, porque o fator em causa escolhido pelo patrão da empresa foi puramente económico quando se exigiam outros, nomeadamente o processo de dificuldade gradual, a proximidade e reconhecimento das suas próprias infraestruturas e ingredientes disponíveis, os testes de 3 em 3 dias.

  2. A desconfiança dos clientes e associados da empresa B. Por vezes diz-se que é por dentro que uma casa cai, e foi um pouco o que aconteceu com Rui. Desde início que uma grande parte dos clientes não concordaram com a escolha do novo pasteleiro, não lhe reconheciam a qualidade necessária para levar a pastelaria pelo caminho da fama e do sucesso. O problema é que por todo o lado se começou a transmitir este sentimento (fóruns, blogues, televisão, nos cafés, etc) propagando-se e conquistando os mais incertos e até os que confiavam na escolha. Não raras vezes foram as circunstâncias em que se chegou mesmo a colocar o Rui como alvo de chacota e de ridicularização em praça pública com o intuito de levar a sua ideia avante, criando instabilidade não só desnecessária como digo mesmo estupidamente prejudicial. E prejudicial não é problema para muitos, que preferem mesmo que tudo corra mal na pastelaria B para mais tarde poderem dizer “eu tinha razão, eu avisei, eu bem sabia”.

  3. A pressão da chegada de Rui à pastelaria B em nada se compara à pressão que Jorge encontrou aquando da sua chegada. É algo natural, e parece-me que é por aqui que o pecado mortal anterior tem origem. Quando Jorge chegou à pastelaria B para assumir o cargo de pasteleiro, a empresa encontrava-se numa situação de depressão, instabilidade e quase de acomodação a um segundo plano. Portanto, tudo o que Jorge pudesse fazer de positivo seria um sucesso, caso não conseguisse nada por aí além basicamente era mais do mesmo e continuar-se-ia na mesma senda. É algo que Rui não tem a seu favor, a margem de manobra. Este chega à pastelaria B após esta vir de um período positivo em termos de prémios e reconhecimento, de estreita relação com os seus clientes, de um mar de rosas à tona da água. Qualquer passo dado em falso por parte do Rui, é logo colocado como uma questão de vida ou de morte. As coisas ou correm bem, ou correm bem, porque nos últimos dois anos correram bem. E Rui tem de saber lidar com esta pressão enorme que lhe recai sobre os ombros, não tem alternativa.

  4. A pastelaria B era reconhecida pela especialidade do Jorge, os pastéis de nata. Estes pastéis de nata conjugavam ali uma mescla de 4 natas, 2 camadas de massa folhada, 3 ovos e 1 pitada de canela. Depois há sempre aqueles segredos que são alma do negócio e que caracterizam cada um dos bons pasteleiros, a sua imagem de marca. Ora, Rui não é especialista nesta arte, é especialista nos internacionais croissants, vistos nas melhores e campeãs pastelarias alemã, inglesa, espanhola, francesa, etc, onde se cozinham e namoram entre si 4 camadas de massa folhada, 3 pitadas de farinha e 3 retoques de gila, ovo, chocolate, é ao gosto. Um dos principais problemas reside aqui, pois Rui não foi suficientemente corajoso para cortar com o passado. Neste momento a pastelaria B não vê servir aos seus clientes o bom croissant com que ele foi evoluindo ao longo dos anos e que ele melhor domina. Não, Rui optou por ceder à pressão e quis tentar continuar a produzir os pastéis de nata que existiam antigamente, quis manter o paradigma já existente, correndo o risco de não ter o conhecimento e a experiência necessárias para a confeção do mesmo.

  5. Os ingredientes não se fundem de forma coesa e natural. Em virtude do que foi dito anteriormente. Quando os pastéis de nata de Rui chegam à mesa nos dias de hoje, não se denota um fio de sabor fluido e natural. Não se exige numa fase inicial um paladar esmagador e de levar aos céus os maiores críticos, mas pelo menos que demonstre alguma qualidade no controlo e no assumir de estatuto que tem necessariamente de lhe ser reconhecido. Não é com um pastel de nata confecionado aos trambolhões de início ao fim que se vai conseguir levar a nau a bom cais. Ou melhora muito a forma como todo um pastel de nata é elaborado do início ao fim como um todo, ou terá sérios problemas. Ou então começa novamente do zero e num ato racional e de coragem e pulso firme, assume que é bom a fazer croissants e é por aí que deve apostar. Já vai tarde, diga-se, porque deveria ter sido a sua postura desde início, é nisso que ele é bom, é nisso que tem de apostar, é na qualidade e no imediato que lhe vão recair as exigências e os fatores que lhe podem fazer alcançar o sucesso. Porque a pastelaria B ou começa em breve a apresentar qualidade aos seus clientes, ou corre o sério risco de entrar numa nova crise.

  6. Dispõe de muitos ingredientes de qualidade mediana. Sejamos francos, para não correr o risco de ser desonesto, no último ano de Jorge também já se denotou uma clara quebra de qualidade no que aos ingredientes diz respeito, ainda que ele tenha conseguido disfarçar esse facto e tenha conseguido alcançar alguns prémios. No entanto a toada mantém-se. A pastelaria B está muito longe de apresentar hoje em dia a qualidade de ingredientes que apresentou durante o passado recente, ainda mais que no ano passado. E fazer um brilharete com ovos puros do campo de reconhecida qualidade, não é a mesma coisa que com ovos de aviário. Culpa de quem deixou a empresa B chegar a este ponto, de quem gere os stocks, de quem olha para os recursos e assume que está bom como está.

  7. As condições orçamentais oferecidas são menores. Sim, sei que o Rui não está a conseguir manter a bitola nos pastéis de nata. Mas também não é menos verdade que naquela casa já houveram melhores condições para se fazer algo melhor, através de ingredientes de qualidade reconhecida, como eu disse anteriormente. Com a diferença que quando não os havia, compravam-se nem que fosse em cima do prazo de validade, e com Rui isso não aconteceu. O patrão cortou-lhe e de que maneira o orçamento disponível para abastecer o armazém de ingredientes de qualidade inegável. Parece até que longe vão os tempos recentes em que haviam ingredientes sérvios, brasileiros, argentinos, espanhóis de qualidade inegável, alguns até que não passaram muitas vezes de reserva no decorrer do ano. Hoje em dia existem ingredientes de primeira linha a serem utilizados constantemente que nem se aproximam da qualidade de alguns desses que por vezes eram meras reservas de ocasião. Capacidade para melhorar, não existiu. Outrora eram compradas verdadeiras especiarias a peso do ouro, hoje é vê-las a virem pesadas como o ouro.

Veremos o que acontece no futuro. Eu já confiei mais que a minha estimada pastelaria B tinha feito uma boa escolha, e que o homem escolhido tinha capacidade para o cargo. Continuo a ir lá tomar o pequeno-almoço diariamente, mas ainda denoto muita falta de açúcar para me adoçar o paladar ao meu gosto.

 

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publicado às 18:13

Estrutura para totós

por Zlatan, em 02.09.15

  1. Modo como as diferentes partes de um todo estão dispostas.
  2. Construção e disposição (de um edifício).
  3. Disposição (no seu conjunto) das partes do corpo humano.
  4. O que permite que uma construção se sustente e se mantenha sólida.
  5. O que serve de sustento ou de apoio.
  6. Objecto que se construiu (ex.: o edifício é uma estrutura sólida).
  7. Força física ou psicológica (ex.: ela não tem estrutura para aguentar tanta responsabilidade).

 

A palavra já não é vulgar para ninguém. Está na moda. Esteve durante muitos anos associada a outro clube, mas parece ser tendência no Benfica.

 

Esta época o Benfica decidiu colocar em prática aquilo que o presidente tem proclamado há vários anos - o desinvestimento equilibrado no futebol e a integração de jovens da formação no plantel principal. Os muitos milhões realizados em transferências ao longo dos anos certamente que contribuíram para a consolidação das finanças do clube, promovendo uma abordagem cada vez mais sustentável, e os jovens da formação já não serão vendidos prematuramente, envoltos em supostos empréstimos e cláusulas duvidosas, mas sim incluídos no plantel principal.

 

Polémicas à parte, a direcção do Benfica entendeu que podia abdicar do anterior treinador. De repente surgiu a necessidade de provar que não existia uma dependência de alguém que até parecia ganhar maior dimensão do que o próprio clube, algo que nunca pareceu incomodar o Benfica. Alguém a quem se permitiu e ofereceu tudo. De repente, o Benfica decidiu provar que venceu com Jesus e não devido a Jesus.

 

Sem surpresa, Rui Vitória foi o treinador escolhido. Antigo treinador da equipa de juniores do Benfica, conhecido por “apostar” na formação em Guimarães, Benfiquista e amigo de Vieira. É uma escolha exclusiva do presidente do Benfica, que se sente no direito de se isolar nesta decisão, já que acertou em 2009 com Jesus.

 

Anestesiando os adeptos através de reportagens de autopromoção, a estrutura foi vendendo a ideia de uma enorme máquina de competência, criando um modelo que permite a um treinador ser vitorioso. Hoje vemos claramente que não é assim.

 

A saída de Jesus permite, para já, tirar várias conclusões acerca da forma como o Benfica prepara as suas épocas. Continua a não existir uma linha de orientação relativamente à forma como o clube se movimenta na pré-época.

 

O pack de contratações que se apresenta no Seixal, qual casting do Ídolos, voltou a chegar, o que me leva a concluir que o suposto desinvestimento é uma farsa. O Benfica não decidiu gastar menos, nem contratar melhor. Todos os anos continuam a chegar jogadores que não vestem, sequer, a camisola do clube. Todos os anos se realizam contratações que me fazem comissão na orelha. Obviamente que estes negócios são decisivos para as contas do clube. Continuar a ignorá-los não é solução.

 

Vieira garantia em Junho que Rui Vitória teria as mesmas condições que Jesus. Hoje também vemos que isso está longe de ser verdade. A direcção encostou-se ao facto de manter, praticamente, o plantel campeão, esquecendo-se que este já era curto com Jesus e que precisava de reforços cirúrgicos, mas significativos. O Benfica vende Enzo em Janeiro, mas rapidamente se percebe que Pizzi não seria solução. Nem com a prolongada lesão de Salvio e a venda de Sulejmani, o Benfica decide trazer um extremo de qualidade inegável. Mais. O Benfica termina o mercado de transferências atrás de Siqueira, o mesmo lateral sobre o qual não foi exercida a opção de compra em 2014. Depois de considerar várias alternativas e de analisar o mercado com a devida calma, o Benfica não faz mais nenhuma contratação. Dos muitos jogadores que chegaram, poucos ficaram no plantel e ainda menos terão funções relevantes na equipa. Chegamos ao último dia e percebemos que os problemas que tínhamos em Maio são os mesmos de hoje.

 

É compreensível a alteração da política e que Rui Vitória não sinta que tem “autoridade” para exigir reforços, mas assiste-se actualmente a uma quebra gritante da qualidade global do plantel. Um exemplo esclarecedor: em 2014 o Benfica tinha Gaitán, Salvio, Markovic e Sulejmani para as alas. Hoje tem Gaitán, Victor Andrade, Gonçalo Guedes e Carcela. Naturalmente que não se impõem investimentos desmedidos, nem que um jovem da formação seja forçado a render no imediato, mas tem de existir um meio-termo. Esta loucura de 8 ou 800 é injustificável, sobretudo num clube que é bicampeão.

 

Questiono-me se os dirigentes do Benfica estiveram demasiado distraídos este Verão. Se com as batalhas pessoais que João Gabriel decide travar nas redes sociais, não tendo pudor de utilizar o nome do clube para se socorrer, se com os espectáculos a que o funcionário Pedro Guerra (Fernando Santos para os mais distraídos) se dispõe no canal do clube, onde agora defende ferozmente a aposta na formação, contrastando com a sua prévia opinião de que “o Benfica não é o Sporting”, ou se estariam maravilhados com as entrevistas de Domingos Soares de Oliveira, que no último mês ainda não tinha garantido a existência de um milagre financeiro, apesar de todos os anos existir uma insólita necessidade de vender jogadores. Certo é que passaram três meses e a estrutura não conseguiu resolver nenhuma das principais lacunas do plantel. É de lamentar que as reportagens do Nuno Luz não tenham conseguido captar estes momentos.

 

Percebe-se, portanto, que, mesmo sem Jesus, nada mudou. O Benfica continua a ser gerido ao sabor do vento, com base em crenças, instintos e impulsos. Não existe nada que caracterize a liderança e o projecto que a estrutura tanto se tem esforçado em vender aos adeptos. Não há nada que identifique o clube. Continuamos na mesma política de fogo-bombeiro: é preciso deixar que tudo corra mal, para se chegar à conclusão que é preciso fazer alguma coisa. Depois de acontecer, decide-se agir. Foi preciso o Benfica ser humilhado na Emirates Cup de 2014 para que jogadores como Júlio César, Samaris e Jonas finalmente fossem contratados, por exemplo. A habitual incompetência e negligência do Benfica nas pré-temporadas foi castigada com a perda de um título oficial, num jogo em que uma equipa se preparou para vencer e a outra andou perdida nas Américas à procura e à espera de qualquer coisa.

 

Desta forma, é possível concluir que, no final, quem faz a diferença é o treinador. Chegamos a esta altura e percebemos que o que realmente definiu o Benfica durante os últimos anos foi a influência do treinador. A estrutura do Benfica foi Jesus, que mesmo com os seus defeitos e alguma incompetência, conseguiu esconder e camuflar muito do desnorte presidencial. Por este motivo, a estrutura foi uma das culpadas de tornar o clube refém do anterior treinador, já que a exclusiva competência da direcção há muito que é conhecida. Criou-se, assim, o mito de que só Jesus é que poderia fazer a diferença, quando existem outros treinadores competentes que podem fazer o mesmo. Porém, esta direcção parece empenhada em tornar isso impossível. O problema não foi Jesus sair, mas sim quem ficou e entrou.

 

Esta época tem "Vieira" escrito na testa. Para o bem e para o mal, em Maio, saberemos todos muito bem para onde olhar.

 

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publicado às 20:45

A Supertaça é nossa!

por Miguel Martins, em 01.09.15

 

Disputou-se no domingo passado a Supertaça de Futsal. Em campo estava o Sport Lisboa e Benfica, campeão nacional e vencedor da Taça de Portugal, e o Fundão, finalista vencido da Taça de Portugal.

Foi um encontro de sentido único. Um Benfica muito forte, mas com grandes dificuldades em finalizar as jogadas com êxito. Foi com surpresa e injustiça que o Fundão chegou ao intervalo a vencer por 0-2, fruto dos golos de Anilton e Márcio Moreira. No reatar do jogo fez inclusive o 0-3, com mais um golo de Anilton. Por esta altura, o Benfica já tinha enviado 5 bolas aos postes e falhado inúmeras oportunidades de golo. Falhas por demérito na finalização ou por mérito do inspirado Iago Sanchéz, guarda-redes do Fundão.

A cerca de 8 minutos do fim do jogo, por intermédio de Bruno Coelho, o Benfica marcou o seu primeiro golo, obtido através de uma bela jogada coletiva e que fazia renascer a esperança. Com um público entusiasta, a equipa estava galvanizada e passou a jogar em 5x4. Através dessa superioridade numérica no ataque, Fernando reduziu o marcador para 2-3 a 3 minutos do fim, num lance em que Iago não esteve isento de culpas. A menos de 1 minuto para o fim do jogo, Joel Rocha pediu o desconto técnico a que tinha direito na 2ª parte, preparando assim o derradeiro lance do jogo. A jogada ensaiada acabou por resultar no golo do empate com alguma sorte à mistura, mas com imenso mérito o Benfica igualou a partida por Alan Brandi. Estava colocada um pouco mais de justiça no resultado.

O prolongamento não teve grande história. O Benfica dominou e materializou o seu domínio marcando 3 golos sem resposta, por intermédio de Fábio Cecílio, Juanjo e Fernando, sendo 6-3 o resultado final do jogo. 

Resultado inteiramente justo e que pecou por escasso. A equipa de Joel Rocha fez mais de 70 remates durante o jogo, enquanto o Fundão fez apenas 9. Entre bolas no poste, defesas de Iago ou golos salvos em cima da linha, existiu de tudo. A melhor descrição para este jogo está nas palavras do nosso treinador, Joel Rocha:

«Foi um jogo com todos os ingredientes, com 50 minutos de qualidade, argumentos diferentes, superação e entusiasmo. Quero deixar um agradecimento para quem tanto acredita naquilo que faz. Tivemos inúmeras ocasiões, estivemos em desvantagem mas conseguimos vencer. É este o carácter e as qualidades desta equipa. Somos muito mais do que uma equipa de futsal, somos uma equipa de Homens com H muito grande. Obrigado aos nossos adeptos que se fizeram ouvir e sentir. Obrigado a todos. O Fundão obrigou-nos a tudo dentro do nosso processo e mostrámos mais uma vez que acreditamos muito no que fazemos. É esta a nossa identidade»

Destaque para a exibição de Fernando, é o reforço desta temporada.

 

Parabéns Sport Lisboa e Benfica, a Supertaça é nossa!

 

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publicado às 20:00


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