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Voleibol 2015/2016

por Miguel Martins, em 31.08.15

 

Depois de vencer todas as provas nacionais e chegado a uma final europeia, a equipa de Voleibol do Benfica parte para esta época com várias mexidas. Estas alterações no plantel devem-se, em parte, ao sucesso alcançado, já que vários jogadores estiveram numa montra mais alargada na Europa, onde há outra visibilidade.

 

Com muita pena, o plantel viu sair os distribuidores Vinhedo e Perini, os centrais Marc Honoré e Kibinho, o zona 4 Flávio Cruz e ainda o libero João Magalhães. Para além destes jogadores, José Jardim, jovem distribuidor, saiu por empréstimo para o Caldas.

São diversas mexidas num grupo muito forte. Vinhedo, Perini e Honoré tiveram propostas com as quais não podíamos de forma alguma competir. Deixam saudades a quem acompanhou a equipa.

Para colmatar estas saídas, o Benfica fez diversas contratações. Do UJFJ da Superliga brasileira, chega o distribuidor Danilo Gelinski, de 25 anos e 1,90 metros. É um jogador experiente e com um passado interessante numa liga extremamente competitiva. Para a mesma posição, volta aos pavilhões da Luz um velho conhecido, Paulo Renan de 30 anos. É um jogador regular e que poderá acrescentar experiência e qualidade vinda do banco.

Para a posição de central, chega o brasileiro Rogério. Oriundo do SESI, tem 30 anos e 2,07 metros, sendo uma das grandes esperanças da época, pois é um jogador com um currículo muito vasto. Tem a difícil missão de fazer esquecer Honoré. Para a mesma posição, chega da liga francesa o holandês Mart van Werkhoven, com 23 anos e 2,06 metros. É expectável que vá ser um elemento para a rotação no plantel.

Da Fonte de Bastardo, chega Ivan Kolev, jogador da posição de zona 4. Tem 28 anos, cerca de 2 metros e é conhecido pelo seu forte serviço. Foram estas as contratações do Benfica.

A equipa continuará a ser orientada pelo professor José Jardim. No plantel, continuam o capitão Hugo Gaspar e Ché para a posição de oposto, Roberto Reis, André Lopes e João Oliveira para a posição de Zona 4, Zelão para central e Ivo Casas como libero. Destaque ainda para a promoção do jovem Robertto Rychard, oriundo da equipa de juniores e que joga a libero.

Esta época poderá ser marcada pela afirmação de uma das maiores promessas do voleibol nacional – na minha opinião já é uma certeza – que é o João Oliveira. É um jovem que chegou ao Benfica oriundo do Vitória de Guimarães em 2013 e que paulatinamente tem vindo a ganhar o seu espaço, mesmo concorrendo com jogadores como Roberto Reis, André Lopes ou Flávio Cruz na sua posição. Este ano, com a saída de Flávio Cruz, terá todas as portas abertas para se impor de forma definitiva na equipa do Benfica. O voleibol nacional também agradecerá muito que isso aconteça.

Esta será uma época complicada, as mexidas foram muitas e a fasquia está muito alta, depois da melhor época da história da secção. É esperar que os reforços sejam grandes mais-valias e que se continue a trabalhar bem como tem acontecido nas épocas anteriores.

Porque o Benfica é mais do que futebol, tudo aos pavilhões!

 

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publicado às 14:00

 

Depois da derrota na semana passada frente ao Arouca, ontem foi a vez do Benfica receber em casa o Moreirense. A equipa de Moreira de Cónegos vinha de duas derrotas em dois jogos para o campeonato. Para este jogo, Rui Vitória fez apenas uma alteração em relação à equipa titular da semana passada. Entrou Victor Andrade e saiu Ola John.

 

Os comandados de Miguel Leal desde cedo mostraram ao que vinham. Não pressionavam as saídas a jogar até a bola chegar perto do meio-campo ou entrar na ala, sendo nesses dois momentos que a pressão era feita, encurtando sempre o espaço. Nos primeiros 10 minutos a intensidade foi baixa, o Benfica a ter a tal posse consentida pelo adversário até chegar a determinadas zonas do terreno, mas depois a não conseguir avançar.

 

Jogando em casa, o Benfica foi assumindo sempre o jogo, tentando recuperar a bola depois de a perder e evitar as tentativas de contra-ataque do Moreirense que jogava apenas no erro. Continuava a haver muito circulação de bola, mas em zonas baixas do terreno e com pouca intensidade. Eram feitos também muitos cruzamentos na procura dos avançados. Os extremos procuravam muito o jogo interior, como tem sido hábito. 

 

Aos 28 minutos, a equipa visitante adianta-se no marcador após jogada de contra-ataque. O Benfica sentiu o golo, a equipa já se mostrava algo nervosa. Continuou a registar-se muita troca de bola, agora com o Moreirense a pressionar ainda menos, mas a equipa continuava a mostrar muito pouco futebol aos seus adeptos. Porém, aos 37 minutos na sequência de um bom movimento de Jonas e Pizzi, o avançado brasileiro tem uma grande oportunidade, mas atira ao lado. Pouco de importante aconteceu no restante tempo até ao intervalo.

 

 

Esta foi uma primeira parte muito fraca. A equipa teve muita bola, mas grande parte dela atrás da primeira linha de pressão do Moreirense. O Benfica contra uma das piores equipas do campeonato, criou um lance de perigo em 45 minutos. Isto é demasiado mau para um candidato ao título. Continuou a haver dificuldade de jogar futebol apoiado no meio-campo ofensivo, linhas muito distantes, falta de apoios ao portador da bola, demasiados cruzamentos e péssimas transições defensivas. O filme visto nos jogos anteriores.

 

Samaris falhou muitos passes na primeira parte, andou perdido em campo. Pizzi também não conseguiu dar muito à equipa, para além da bela jogada que fez com Jonas. Não percebo a insistência de Pizzi a 8, foi provavelmente umas das piores invenções de Jorge Jesus no Benfica, a equipa sofre muito com ele ali. Se no ano passado nos jogos em casa isso nem se notava muito, este ano é em qualquer estádio e contra qualquer equipa.

 

Victor Andrade foi uma aposta falhada. É certo que é irreverente e mexe de vez em quando com o jogo, mas tem de levantar a cabeça e procurar os colegas. O futebol ainda é um desporto colectivo. Jonas desgastou-se muito a baixar entre as linhas para tentar ter bola, mas qualquer treinador já sabe que ele faz isso e tentam sempre fechar esse espaço. Mesmo assim, ainda conseguiu receber algumas vezes, mas acabava depois por ter os apoios longe e poucas linhas de passe, acabando por perder a bola. Mitroglou esteve muito perdido no meio dos centrais. Sem a equipa criar jogo ofensivo e oportunidades, é muito complicado ele mostrar no que é bom, mas mesmo assim, podia de vez em quando tentar envolver-se mais no jogo, já que a bola não chega lá tanto à frente.

 

 

A pressão que o Moreirense fazia. Linha da defesa e do meio-campo a encurtarem espaço para não deixar o Benfica jogar entre linhas, e a pressão a sair quando a bola chegava perto do meio-campo ou entrava na ala.

 

 

Lisandro tenta construir jogo. Tem Jonas a pedir a bola, mas opta por uma linha de passe mais difícil. Nenhum médio compensa a subida do central e após a perda da bola temos uma situação de um para zero.

 

 

Dos poucos bons movimentos do Benfica na 1ª parte. Jonas a jogar entre linhas, Victor Andrade a fazer o movimento interior para receber a bola. Depois de receber, nem levanta a cabeça, tendo duas boas opções de passe. Virou-se e rematou, perante um mar de pernas de defesas.

 

 

Pizzi perde infantilmente a bola no meio-campo. Samaris faz uma má pressão ao portador da bola e o mesmo faz Pizzi de seguida, deixando um buraco entre a defesa e meio-campo. Os dois são facilmente ultrapassados, Luisão tenta fechar o espaço mas acaba por ser ultrapassado também. Por sorte, o jogador do Moreirense não colocou a bola em nenhuma das duas óptimas linhas de passe que tinha, sofrendo depois falta. 

  

 

Nélson Semedo com bola a sofrer a pressão de dois adversários. Apenas tem uma linha de passe na linha que é Gaitán, mas também tem um adversário por perto. Samaris e Pizzi a assistirem ao lance e ninguém vem dar uma linha de passe naquele espaço todo entre a bola e os avançados.

 

 

Lance do golo do Moreirense. Repare-se na altura do cruzamento de Nélson Semedo. A equipa do Moreirense tem 9 jogadores entre a linha da grande área e a baliza, e o Benfica tem 4. Passados uns segundos, está em superioridade numérica de 3 para 2 no ataque. Lisandro corta a bola para onde não devia, mas é incrível o buraco no meio-campo e o tempo que a equipa demora a fazer a transição defensiva.

 

 

Saída perigosa no pontapé de baliza. Pizzi vem pedir a bola a Júlio César, mas assim que recebe a bola de costas vai ter a pressão de um adversário, e de outros dois que estavam perto. Mal posicionada a equipa, e como se pode ver, o resto da equipa está distante, já que mais nenhum jogador aparece na imagem. Valeu que o jogador do Moreirense fez falta.

 

 

A melhor jogada do Benfica na 1ª parte. Jonas vem buscar a bola e Pizzi vai fazer o seu lugar procurando o espaço entre linhas. Nélson Semedo leva um adversário com ele, Pizzi respeita o movimento de Jonas, entregando-lhe a bola para uma finalização em boa posição.

 

 

Lateral e ala esquerdo a jogarem interiores, sem ninguém abrir. A bola perde-se após Pizzi fazer um mau passe, e Eliseu quase que é multado por excesso de velocidade na recuperação defensiva. Valeu ao Benfica o médio do Moreirense não ter feito feito o passe antes de sofrer a falta de Pizzi. Samaris também pouco se preocupa em recuperar defensivamente.

 

 

Eliseu com a bola na ala no um para um, e nenhum jogador do Benfica se mexe para dar uma linha de passe ou o apoio. Quatro jogadores metidos na área e Pizzi a assistir ao lance uns metros atrás.

 

 

Gaitán recebe a bola. Tem espaço para avançar, mas a preocupação é logo receber e meter na área. Pizzi desmarca-se bem e a bola até poderia entra nele.

 

 

 

Para a 2ª parte, Rui Vitória fez entrar Talisca para a posição de Pizzi e Gonçalo Guedes para o lugar de Victor Andrade. O inicio da 2ª parte foi igual ao fim da 1ª. Moreirense com as linhas mais recuadas a deixar o Benfica jogar à vontade no seu meio-campo e depois a tentar fechar os espaços em zonas mais recuadas do terreno. 

 

A partir dos 60 minutos, começou a notar-se muito cansaço na equipa do Moreirense. Já não conseguiam tapar tão bem os espaços entre linhas, mas o Benfica continuava a fazer muitos cruzamentos em vez de tentar jogar mais apoiado, ainda por cima com o desgaste dos médios adversários a ser cada vez mais notório. Cada vez que a bola entrava no último terço do terreno e chegava à linha, saía cruzamento, muitas vezes sem critério nenhum. Continuava  a haver pouca dinâmica e agressividade - no bom sentido - em campo. Gonçalo Guedes e Talisca pouco vierem dar ao jogo.

 

Aos 68 minutos, boa jogada do Benfica. Nico Gaitán a avançar com a bola, dá no apoio frontal de Mitroglou que entrega de primeira a Jonas, que acaba por atirar por cima. Passados alguns segundos, Mitroglou após cruzamento de Gaitán cabeceia para uma grande defesa de Stefanovic, embatendo a bola depois na trave. Rui Vitória faz a última substituição aos 73 minutos. Sai Eliseu e entra Raúl Jiménez, passando Gaitán a fazer a ala esquerda toda.

 

Na primeira vez que toca na bola, o avançado mexicano empata o jogo. Grande cruzamento de Gaitán, e um belo cabeceamento de Jiménez. Pouco mais de um minuto depois, o Benfica volta a marcar. Nélson Semedo desequilibra e entrega a bola a Mitroglou que segura de costas para a baliza, entregando depois para Samaris, que de fora da área remata para o 2-1.

 

Com a vantagem, a equipa tentou serenar mais o jogo, mas notava-se muito nervosismo. Aos 84 minutos, depois de um lançamento de linha lateral, o Moreirense empata o jogo em fora-de-jogo. O Benfica reagiu rápido e um minuto depois volta a adiantar-se no marcador. Cruzamento de Gaitán na esquerda e Jonas aparece a finalizar de primeira para o fundo das redes. Nada de mais importante aconteceu até ao apito final, acabando o jogo com a vitória do Benfica por 3-2.

 

 

O 2º tempo até o adversário começar a ceder fisicamente e a abrir espaços, voltou a ser o deserto de ideias que foi a 1ª parte. Demasiados cruzamentos, poucos apoios e um futebol que não é nada agradável à vista. A partir do momento da quebra física, as individualidades do Benfica fizeram a diferença. 

 

Rui Vitória acabou por ganhar a aposta na 3ª substituição. Talisca e Guedes que entraram ao intervalo, não acrescentaram muito, mas o avançado mexicano fez a diferença na área. O Moreirense estava de rastos, não atacou quase nenhuma vez. Gaitán conseguiu fazer o corredor todo pois não precisava de defender. Mitroglou melhorou bastante na 2ª parte, deixou de estar tão estático e passou a vir buscar bola e a movimentar-se mais. Jonas marcou o golo que tanto merecia, é um enorme jogador e um grande homem.

 

Nélson Semedo também desequilibrou pelo seu flanco. A defesa acabou por quase não ser posta à prova, o Benfica teve quase a totalidade da bola na 2ª parte e nem em contra-ataque a equipa do Moreirense conseguiu sair.

 

 

Jogo interior de Gaitán que dá para Talisca. Apoio frontal de Jonas que pede bola para depois entregar em Gaitán que faz um movimento de entrada pela defesa contrária, mas Talisca prefere fazer isto.

 

 

Gaitán a sair bem do drible, mas mais uma vez a primeira preocupação é fazer o cruzamento. Nem vê que assim que sai do drible e antes de cruzar, tem duas boas linhas de passe fora da área.

 

 

Depois de um pontapé do guarda-redes do Arouca, é este o espaço entre a defesa e o meio-campo.

 

 

O golo do empate. Muito bem Jiménez a vir dar o apoio e a partir em velocidade para a área. Assim que entra na área, faz o movimento para atacar o 1º poste, ganhando a frente do lance ao defesa e marcando o golo.

 

 

Lance do 2º golo do Benfica. Nélson Semedo desequilibra na linha, colocando depois a bola no apoio frontal de Mitroglou que recebe bem e protege do defesa. O avançado grego encontra depois Samaris na entrada da área, que remata para o fundo das redes. Repare-se na reacção de desagrado de Rui Vitória quando Nélson Semedo ultrapassa o adversário e vai para dentro, e não colocando a bola na linha como ele pedia. Felizmente que o lateral direito do Benfica fez este movimento, desequilibrando a equipa adversária e não fez o que o treinador queria.

 

 

Abordagem patética de Lisandro no lance do golo do empate. Nem corta a bola nem evita o choque com o adversário. 

 

 

Lance do 3-2. Jogadores do Moreirense já não acompanham os avançados do Benfica, que por sua vez estão em superioridade numérica e se movimentam bem na área. Jonas finaliza de primeira.

 

 

O modelo de jogo continua muito fraco, as ideias são poucas e as que há não são muito boas. O Benfica na 1ª parte contra o Moreirense em casa - uma das equipas mais fracas do campeonato - teve uma (!!) ocasião de golo. É muito pouco para uma equipa que luta pelo título. Como o modelo continua fraco, notam-se ainda mais as fragilidades de alguns jogadores e cada erro individual é uma aflição para a equipa, mesmo contra o Moreirense. 

 

Acabámos por ganhar o jogo porque temos grandes individualidades, jogadores na frente acima da média e que resolvem muitas vezes quando o adversário tem um nível mais baixo. Quando a dificuldade subir de nível, o problema será muito maior, pois aí esses jogadores já não farão tanta diferença. Nesses jogos também não veremos o adversário a claudicar fisicamente a partir dos 60 minutos.

 

Continua o problema no meio-campo. Pizzi não pode ser solução para um meio-campo a 2, e lá está, com os problemas que o colectivo tem, ainda se nota mais. A equipa faz demasiados cruzamentos, até foi dessa maneira que o jogo se resolveu, mas alguém acredita que é essa a solução para ganhar todos os jogos até ao fim da época? Fizemos 27 cruzamentos durante o jogo, um número que faz inveja a qualquer equipa onde o Peter Crouch seja titular. A equipa pouco jogo dá aos seus avançados, pouco jogo ofensivo cria, poucas vezes chega com a bola controlada ao sector atacante. Se contra um adversário fraco como este é assim, é melhor nem pensar como será contra alguém mais forte. O Benfica tem a melhor frente de ataque em Portugal, jogue qual dos avançados jogar, é preciso criar jogo e soluções para eles finalizarem. Não será sempre com o chuveirinho que as coisas se vão resolver.

 

Qualquer treinador do campeonato sabe como anular este Benfica. Alternar entre a pressão alta e a pressão no meio-campo, não deixar Jonas receber a bola entre linhas, e lançar dezenas de bolas para as costas da defesa. Só a fazer isto, em 3 jogos, adversários de nível muito inferior, criaram inúmeros problemas ao Benfica. A transição defensiva e organização defensiva está no nível de uma equipa do CNS, e estou a ser simpático. Isso precisa de ser muito e bem trabalhado, que contra outras equipas pode ser o descalabro.

 

Também não percebo porque se joga com o Ola John a titular quando ele fazia pouco por merecer. Depois ele faz 45 minutos bons contra o Arouca, sai ao intervalo e no jogo seguinte nem joga. A titular joga o Victor Andrade, um jogador que nem a pré-época fez com a equipa e que acaba por sair ao intervalo. Para a 2ª parte entra Gonçalo Guedes, mais um jogador que tinha tido poucos minutos. Que confiança é que Rui Vitória tem nas suas decisões iniciais quando faz isto em 2 jogos seguidos? Pois. Nenhuma.

 

Samaris foi o jogador do Benfica que foi ao flash interview, entre outras coisas, disse: "Não conseguimos na 1ª parte procurar tão bem o jogo directo com os nossos avançados". Estou a tentar convencer-me desde ontem, que aquele "jogo directo" tenha sido um problema de português e não as ordens que a equipa tem para fazer o jogo todo.

 

Rui Vitória diz que o Benfica teve muita posse de bola, muitos remates, mas de que serve isso quando a equipa joga um futebol tão pobre e passa o jogo a bombear bolas? Isso é o que diria qualquer pessoa que chegasse, olhasse para as estatísticas e não presenciado o jogo. A equipa fez um bom jogo só por causa do domínio das estatísticas? Não. Que se aproveite esta paragem para trabalhar algo, mas trabalhar a sério, e não o que se vê em campo. É preciso muito mais, os problemas são muitos e as soluções apresentadas em campo são poucas. Temos também dois dias para contratar dois reforços que entrem de caras na equipa titular.

 

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publicado às 18:09

 

Realizou-se hoje o sorteio da fase de grupos da Liga dos Campeões. O Benfica ficou no grupo C, juntamente com Atlético Madrid, Galatasaray e FC Astana. Acabou por ser um sorteio bem simpático para o Benfica.

 

 

Atlético Madrid

 

Do pote 2 calhou em sorte o Atlético Madrid, clube que irá voltar ao Estádio da Luz onde perdeu a final de 2014 para o Real Madrid.

 

A equipa de Simeone fez algumas mudanças no plantel para esta época. Entraram jogadores bem conhecidos do público em geral, como Jackson Martínez, Yannick Ferreira Carrasco, Vietto e Filipe Luís. Óliver Torres também regressou ao plantel, depois do empréstimo de um ano ao FC Porto. Saíram peças importantes da equipa colchonera. Miranda, Mário Suárez, Arda Turan e Mario Mandžukić foram transferidos. 

 

Na primeira jornada do campeonato venceram o Las Palmas em casa por 1-0. É uma equipa bastante forte que o Benfica vai encontrar. São muito agressivos em campo, muito fortes nas bolas paradas, conseguem tanto jogar um jogo mais de posse como baixar o bloco e jogar em contra-ataque, têm grandes jogadores mas é o colectivo que faz a força. É uma equipa à imagem de Diego Simeone, um dos melhores treinadores da Europa.

 

Na baliza não deverá haver rotatividade, o dono do lugar é o nosso conhecido Jan Oblak, um dos melhores guarda-redes do mundo e dispensa apresentação. A defesa titular sofreu duas alterações para esta época. Filipe Luís regressa para ser o lateral esquerdo titular e José Giménez, um dos melhores jovens centrais do mundo, vai fazer companhia a Godín no centro da defesa. Juanfran continuará intocável na direita. No meio-campo haverá alguma rotatividade. A dupla de médios centro pode variar muito, mas Tiago e Gabi partiram para a época como titulares. Koke é um jogador muito versátil e que joga bem em todo o lado, podendo começar na esquerda e depois procurar outras zonas do terreno. Óliver Torres parece ter ganho a confiança de Simeone, jogando descaído na direita e procurando zonas interiores, deixando o corredor aberto para as constantes subidas de Juanfran. Na frente poderemos ter como dupla de avançados Griezzman e Jackson Martínez. O avançado colombiano dispensa apresentações, todos o conhecemos. Griezmann é um dos jogadores em foco no futebol europeu. Jogador muito versátil, bom tecnicamente, chuta bem e aparece bem em zonas de finalização. É um autêntico perigo à solta no ataque.

 

Saúl Ñiguez, Raúl Garcia,Yannick Ferreira Carrasco, Fernando Torres, Vietto e Ángel Correa são soluções muito boas que Simeone tem para utilizar e podem muito bem estar na equipa titular que o Benfica defrontará. É um plantel muito forte, terá um 11 titular sempre bem acima da média, jogue quem jogar.

 

 

Galatasaray

 

O Galatasaray, campeão turco, foi a equipa sorteada do pote 3. O Benfica volta assim à Turquia, onde em 2013 defrontou o Fenerbahce nas meias-finais da Liga Europa.

 

A equipa é treinada por Hamza Hamzaoglu, um treinador respeitado na Turquia e com uma carreira sustentada até chegar ao Galatasaray. Foi campeão da 2ª divisão Turca em 2011/2012, subindo o Akhisar à Superliga. No ano seguinte, em 2012/2013, começam a época como os bombos da festa e surpreendem ao continuar no principal escalão sofrendo poucos golos e fazendo uma época relativamente tranquila. É um treinador pragmático que gosta de futebol apoiado, toque curto e sectores compactos. Chegado ao Galatasaray em Dezembro de 2014 é campeão na primeira época, depois de lutar pelo título com Fenerbahce e Besiktas, não cedendo à pressão. É um treinador que se mexe bem no lançamento dos jogos, tendo já inclusivé mandado uma pequena alfinetada ao Benfica, dizendo que 'é um grupo relativamente fácil.Para esta época, a equipa turca também mexeu no seu plantel. Chegaram jogadores como Lukas Podolski, José Rodríguez , Bilal Kisa, Jem Karacan e Lionel Carole, jogador que já pertenceu aos quadros do Benfica. Bruma, Pandev e Amrabat foram as saídas mais importantes.

 

Não começaram bem o campeonato mas ganharam a Supertaça. Nas duas primeiras jornadas, cederam um empate fora de portas e perderam o outro jogo em casa. São uma equipa que não defende muito bem, sofrendo muito golos. Os centrais têm fragilidades, podendo o Benfica aproveitar isso. São também uma equipa agressiva. O ataque é o ponto mais forte da equipa, com jogadores como Podolski ou Yilmaz, apoiados por Sneijder. Vai ser difícil jogar na Turquia, o ambiente é muito complicado, sendo o maior handicap para as equipas que lá vão jogar.

 

Muslera, o habitual titular da selecção do Uruguai, é o dono da baliza. Na lateral esquerda joga Alex Telles, um dos jogadores mais em foco e que tem chamado a atenção de grandes clubes europeus, como o Chelsea. A dupla de centrais tem sido composta por Chedjou e Balta, com Sarioglu a lateral direito. Inan é quase que intocável no meio-campo, podendo Kisa, José Rodríguez ou Filipe Melo jogar junto a ele. Podolski jogará muitas vezes descaído numa das alas ou até jogando a avançado. Yasin Oztekin é um médio que joga na direita. Yilmaz joga na frente de ataque, podendo jogar sozinho ou acompanhado. Bulut, apesar de não ser um titular absoluto, salta quase sempre do banco para entrar, sendo por vezes escolhido para o 11. Todo o ataque é alimentado por Sneijder, que todos conhecemos o que vale. O ataque é versátil e com várias soluções possíveis, podendo ser alterado de jogo para jogo.

 

Também é provável que a equipe turca ainda se reforce até ao fecho do mercado. 

 

 

FC Astana

 

O outsider do grupo chega do Cazaquistão, tendo sido a equipa sorteada do pote 4. É o campeão em título daquele país. O FC Astana chega a esta fase de grupos após eliminar o Maribor, HJK e APOEL nas pré-eliminatórias, com alguma surpresa. É treinado por um antigo jogador do Campomaiorense, Stanimir Stoilov.

 

Este clube foi apenas fundado em 2008 com o nome de Lokomotiv Astana, e só em 2011 passou a ser chamado de FC Astana. Tem sido investido dinheiro no clube através de empresas de gás natural, petróleo, urânio e aviação. Têm mesmo um estádio super moderno, com capacidade para 30 mil pessoas. Estão neste momento em 2º lugar do campeonato, mas com menos um jogo. É uma equipa que tem sofrido poucos golos, e só na vitória de 4-3 frente ao HJK isso não aconteceu. Nos restantes 5 jogos, sofreram apenas 3 golos. O treinador mexe pouco no 11 titular, jogaram quase sempre os mesmos jogadores nas eliminatórias.

 

Para quem acompanhou o recente mundial de Sub-20, não se esquecerá certamente de Nemanja Maksimovic, uma das peças chave da campeã Sérvia, que bateu na final o Brasil. Este médio joga no Astana e marcou o golo que deu o apuramento na eliminatória com o APOEL. Kéthévoama é outro nome em destaque. O camisola 10 da equipa é forte tecnicamente, rápido e com bom pontapé de longe. O capitão Nuserbayev joga na frente de ataque mas dá muitas vezes o lugar a Kabananga durante os jogos, que entra sempre para mexer com o jogo. Patrick Twumasi é um jogador que esteve muito bem nas primeiras duas eliminatórias, mas depois levou vermelho contra o HJK e não jogou contra os cipriotas.

 

 

Penso que o Benfica tem condições para passar o grupo. Será obrigatório fazer os 6 pontos contra o Astana, não se podendo perder pontos nos jogos contra a equipa mais fraca. Galatasaray em casa também é para ganhar, já que fora será sempre muito complicado. Jogos contra o Atlético serão muito difíceis, pois a equipa espanhola é a melhor do grupo, como todos sabemos. A ordem dos jogos foi favorável ao Benfica. Receber logo o Astana é uma oportunidade para se adiantar no grupo, e pode ser que no último jogo o Atlético já venha ao Estádio da Luz relaxado e com a passagem no bolso. É preciso que a equipa jogue muito mais do que tem feito até agora, pois a continuar assim a passagem para a próxima fase será muito mais difícil. 

 

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publicado às 00:09

Basquetebol 2015/2016

por Miguel Martins, em 24.08.15

 

Após uma época fantástica em termos de resultados, o Benfica procedeu a alguns reajustes no plantel da sua equipa de Basquetebol.

Saíram os fantásticos Jobey Thomas - que terminou a carreira - e Seth Doliboa. Foram dois jogadores que marcaram os Benfiquistas com toda a sua qualidade, dedicação e títulos. Jobey, era mesmo de muito longe o melhor jogador em Portugal. Saíram também Ronald Slay que esteve cá uma época, Fábio Lima que teve uma fugaz passagem pelo Benfica e Artur Castela, um jovem oriundo da formação que foi cedido ao Galitos.

Para suprimir estas saídas, o Benfica fez primeiramente um ataque ao mercado nacional. Do Barcelos chegam o base/extremo Nuno Oliveira e o extremo/poste Marko Loncovic. Nuno Oliveira é um internacional português que tinha vindo a ser um dos destaques da nossa liga. Loncovic foi também um dos melhores jogadores da época passada e chega após obter a nacionalidade portuguesa.

Do mercado internacional, vemos chegar Jeremiah Wilson, oriundo do Denizli da Turquia e que pode jogar a extremo ou poste. Vem com o rótulo de ser um bom ressaltador e um lançador claramente acima da média, sendo também fisicamente muito forte e rápido.

O outro jogador americano contratado, foi uma bomba no mercado de transferências da nossa liga. Trata-se do jogador com maior currículo que já passou por Portugal, um jogador com passado recente na NBA, que jogou inclusivamente uma final, tendo vencido também o concurso de lançamentos triplos do All Star Game. Falo de Daequan Cook, um base/extremo que vem do SPO Rouen Basket da Liga Pro-A Francesa e que foi o 3º melhor marcador da prova. Este será o jogador da liga e o legitimo herdeiro de Jobey.

Da época passada, mantém-se Carlos Lisboa e restante equipa técnica . Ficaram também no plantel o capitão Diogo Carreira, Tomás Barroso, Mário Fernandes e Diogo Gameiro para a posição de base, Carlos Ferreirinho para base/extremo, Carlos Andrade e João Soares para extremos, Gentry e Cláudio Fonseca para postes.

Olhando para este plantel, salta à vista não estarem totalmente preenchidas as vagas de americanos - temos espaço para mais um - e a de comunitário não é preenchida também. O Benfica poderia optar por tentar trazer mais um poste, alguém que fosse capaz de trazer os centímetros que na Europa podem marcar a diferença, mas neste momento essa opção ficou colocada de parte, sabendo que o mercado fecha apenas em Janeiro. Nessa luta das tabelas, já sabemos que de Gentry podemos esperar muita regularidade, entrega e defesa de grande qualidade. Cláudio Fonseca tem de se assumir como opção válida, para isso tem de mostrar mais vontade, mais garra, mais empenho, já que aquilo que mostra na maioria das vezes é curto. Tem capacidade para mais, muito mais, e apenas depende dele.

Depois de uma época onde fomos capazes de ganhar os 5 troféus oficiais em Portugal, o Benfica tem a difícil missão de repetir a mesma dose, sabendo que o grande rival está de volta e tentará quebrar essa hegemonia.

Por que o Benfica é mais do que futebol, tudo aos pavilhões!!

 

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publicado às 13:20

Renato Sanches o 8 do futuro

por R_9, em 22.08.15

 

Renovou ontem contrato com o Benfica, aquele que pode ser no futuro - ou até no presente - o grande médio centro do Benfica. Após ter feito 18 anos recentemente, ainda ser júnior e ser titular na equipa B, Renato Sanches renovou contrato até 2021.

 

Renato é um jogador que não tem passado despercebido a quem acompanha as camadas jovens do Benfica. Desde cedo deu nas vistas e sempre houve alguma gente - pouca - a defender que Renato deveria saltar escalões. Deveria estar num escalão acima do que a idade dele corresponde, porque a qualidade dele era bem superior às dificuldades que encontrava, num nível superior e com dificuldades maiores ele evoluiria mais.

 

Recorde-se que quando Luís Norton de Matos era treinador do Benfica B, quis levar o Renato para essa mesma equipa B, sendo ele ainda juvenil de 1º ano, mas isso não foi possível. Também, os responsáveis dos escalões de formação da Alemanha, disseram um dia que Portugal deveria ter jogadores muito bons na 1ª Liga, para o Renato ainda não estar a jogar lá. A ideia normalmente denominada de queimar etapas, era muito criticada em Portugal, mas parece que finalmente as pessoas começam a perceber que em muitos casos isso é o melhor, e só tem de ser feito para o bem de alguns jogadores.

 

Olhando mais para aquilo que é o jogador, ele é o protótipo quase perfeito do que é o médio centro do futebol moderno, aquele 8 evoluído e que enche o campo. É capaz de jogar num meio-campo com 2 ou 3 jogadores, sem grandes problemas. Tem uma capacidade física fantástica, capaz de dividir lances com jogadores muito mais velhos que ele, andando o jogo todo em alta rotação, subindo ou descendo no terreno vezes sem conta. Uma das suas melhores capacidades, é a forma como é capaz de progredir em velocidade com a bola, queimando as linhas adversárias. É um jogador criativo, e que gosta de chegar à área adversária, criando desequilíbrios.

 

É bastante agressivo - no bom sentido - na forma como reage quando perde a bola. Por vezes ainda falha alguns passes, mas este ano até apareceu melhor nesse capítulo nos dois jogos que disputou. Chuta bem de longe, tendo um remate forte. Tem boa capacidade posicional no campo, e a forma como faz a transição defensiva é bastante assinalável.

 

Onde precisa de melhorar é na tomada de decisão. Algumas vezes ainda demora demasiado tempo a pensar e depois acaba por não tomar a melhor opção. Com esta chegada ao futebol sénior, isso tem de melhorar, pois já percebeu que tem de ser muito mais rápido a pensar e decidir-se, ao contrário do que acontecia na formação.

 

Já se diz que Renato Sanches vai passar a fazer parte do plantel da equipa A. Eu ainda acho que o Benfica deve contratar um número 8, mas um jogador que entre de caras na equipa e que não venha para fazer número. Se isso não acontecer, eu não vejo ninguém com melhor capacidade no plantel do Benfica que o Renato para fazer a posição que foi desempenhada por Pizzi na abertura da Liga. Por tudo o que descrevi em cima, é o jogador mais capaz para assumir esse lugar na equipa principal. Sim, sei que ele ainda é júnior, mas a idade futebolística que ele tem, está bem acima da sua idade real. Por exemplo, comparando com Pizzi que foi o titular, só o vejo a perder na capacidade de passe e nas bolas paradas, nas funções do número 8.

 

Acho-o parecido a Enzo Pérez, quando o jogador argentino fazia aquele lugar no Benfica. Aquela capacidade de recuperação, de progredir com a bola, de jogar entre linhas, de aparecer a desequilibrar, faz lembrar muito o que Enzo fazia. Para os que ainda se lembram daquele rapaz chamado Manuel Fernandes que apareceu no Benfica, também terão aqui uma boa medida de comparação, porque são jogadores com algumas características em comum.

 

Passemos a alguns lances de Renato Sanches nestes dois jogos e que demonstram o que ele é como jogador.

 

Capacidade de recuperar a bola, de percorrer muitos metros com ela em progressão, dividindo depois fisicamente o lance e ganhando ao seu adversário.

 

 

Lance em que vai buscar a bola perto da linha, consegue progredir com a bola no pé, tirando depois o adversário da frente e entregando ao colega.

 

 

Capacidade de pressão e recuperação. Entrega a bola ao colega fazendo logo o movimento para receber e dar continuidade à jogada. Cabeça levantada e passe para o extremo que se desmarcava. Esta jogada deu golo.

 

 

O tal problema que ele às vezes ainda enfrenta na tomada de decisão, mas repare-se que não fica parado, tentando recuperar logo a posição.

 

 

Neste lance vemos como é rápido a perceber que o seu lateral está sozinho na ala. Parte logo em velocidade, passando pelas costas dele e criando a dúvida no defesa, entre sair na bola ou fazer a contenção para um possível passe. O lateral adversário acabou por ir recuando, dando espaço para o remate. 

 

 

Um exemplo do forte remate de que ele é capaz.

 

 

Boa capacidade de passe longo demonstrado nesta jogada.

 

 

Recuperação de bola, bom passe para o colega, e depois a velocidade com que progride no terreno para criar desequilíbrios, a uma velocidade superior a todos os restantes.

 

 

Aos 89 minutos, ainda consegue fazer este sprint para tentar pressionar o guarda-redes após perder uma bola.

 

 

Caso jogue pela equipa A, vai errar algumas vezes, mas vai aprender com os erros e tornar-se um jogador melhor. Não se pense que ele vai chegar lá, fazer tudo bem e resolver os problemas todos da equipa, porque não vai. Irá é ajudar e dar mais soluções. Na posição que ocupa, Renato é um dos melhores do mundo com a sua idade, ainda com margem para crescer mais e mais. Não tenho dúvidas que caso corra tudo dentro do normal, o Benfica terá aqui um jogador que será dos melhores jogadores do país e até bem mais que isso. 

 

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publicado às 13:39

Hóquei em Patins 2015/2016

por Miguel Martins, em 19.08.15

 

Após uma época de sucesso, a equipa de Hóquei em Patins do Benfica apresenta-se ao trabalho com poucas mudanças no plantel. Saíram dois jogadores e entraram outros dois, e que dois reforços o Benfica conseguiu.

Da equipa que fez a dobradinha a nível nacional, saem os internacionais argentinos Tuco e Carlitos, dois jogadores que foram decisivos no regresso à glória desta secção. Em especial Carlitos, um profissional fabuloso, um génio na pista e um grande ser humano, faltando-me as palavras para o descrever. É com muita pena que o vejo partir, mas faz parte do desporto.

Para colmatar estas saídas, o Benfica atacou o mercado cirurgicamente, e trouxe 2 internacionais espanhóis com imensa qualidade. 

Jordi Adroher chega dos italianos do Breganze. É um avançado fantasista e muito evoluído tecnicamente, chega aos 30 anos com muita vontade de vencer. É o substituto natural do Carlitos no que às características diz respeito. O outro reforço, é o consagrado Marc Torra, que chega depois de muitos anos no Barcelona. É um avançado extremamente completo e dos melhores jogadores do mundo, também com 30 anos.

O restante plantel transita da época anterior, Trabal e Pedro Henriques na baliza, o capitão Valter Neves, Tiago Rafael, Diogo Rafael, Miguel Rocha, João Rodrigues e Carlos Nicolia, que chega para esta época como campeão do mundo, depois de ter sido o melhor jogador desse Mundial.

Ao olhar para estas alterações, salta à vista o facto de o Benfica ter visto sair um defesa e um avançado, tendo contratado 2 avançados. Esta troca irá possibilitar o recuo de 2 jogadores para as suas posições origem. Na teoria, iremos ver Diogo Rafael e Miguel Rocha a serem utilizados como parceiros de Valter no duo mais recuado.

Diogo é um jogador tecnicista, extremamente veloz e com um bom remate, aparecendo embalado de trás é muito complicado de ser parado. Penso que esta troca irá beneficiar o jogo dele. Já Miguel Rocha é conhecido pelo seu forte remate, recuando terá mais possibilidades de o colocar em prática. Recorde-se que na formação ambos jogavam nesta posição.

Para além disto, o hóquei é cada vez mais um desporto colectivo onde a distinção entre defesas e avançados é menos perceptível. Até nisso este plantel está bem apetrechado, pois Marc Torra é um avançado que defende extremamente bem.

Pedro Nunes tem desta forma um plantel de luxo para atacar todos os troféus, tanto em Portugal como na Europa. É um plantel versátil e a seu gosto.

Porque o Benfica é mais do que futebol, tudo aos pavilhões!!

 

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publicado às 20:30

 

O Benfica iniciou ontem o caminho que todos esperamos que acabe com o tricampeonato. O adversário foi o Estoril, que veio jogar ao Estádio da Luz. Para este jogo, Rui Vitória fez algumas alterações na equipa que tinha defrontado o Sporting na Supertaça, como podemos ver na imagem acima. Surpreendente a saída de Samaris do 11, mas entre ele e Fejsa, num meio-campo a 2, só um pode jogar e a escolha caiu no sérvio.

 

Os primeiros 10 minutos de jogo foram muito divididos, muita luta e pressão das duas equipas. O Benfica tentava sair a jogar, mas tinha dificuldades em ultrapassar a linha do Estoril. A circulação de bola era feita muito baixa no terreno.

 

Mais 10 minutos de jogo, e mais do mesmo. Muita luta, muita correria, e pouco futebol, com nenhuma oportunidade para qualquer equipa. Dificuldades do Benfica em chegar perto da área contrária com a bola controlada. 

 

Aos 22 minutos a primeira ocasião de golo para o Benfica. Grande cruzamento de Gaitán, mas Jonas atira de cabeça ao lado. Menos de um minuto depois, grande cruzamento de Jonas, bola teleguiada para o pé esquerdo de Mitroglou, mas o grego acerta mal na bola. Aos 25 minutos, golo bem anulado ao avançado grego, após grande passe de Gaitán. 

 

Nova chegada do Benfica à área contrária aos 31 minutos. Cruzamento de Nélson Semedo que Mitroglou recebe, mas o remate é desviado por um adversário para canto. Aos 40 minutos, a grande oportunidade do Benfica na 1ª parte. Gaitán ganha a bola de cabeça e Luisão completamente cara a cara como o guarda-redes atira a bola à barra.

 

O jogo caminhava tranquilamente para o intervalo, sem nada de muito interessante acontecer, até que aos 46 minutos e após uma infantilidade inacreditável do Benfica, um jogador do Estoril se isola, mas Júlio César evita o golo com uma grande defesa. O jogo foi para o intervalo empatado a zero.

 

Esta não foi uma primeira parte muito bem conseguida pela equipa do Benfica em termos de futebol jogado. Júlio César esteve muito bem, como nos tem habituado desde que chegou. A equipa continuou a não conseguir chegar muitas vezes perto da baliza adversária com a bola controlada, e os lances de perigo nasceram de lances de cruzamentos ainda longe da área ou de bolas após os lances de bola parada. A posse de bola foi feita num espaço de terreno muito recuado e com pouca qualidade. A equipa falhou também muitas saídas a jogar, mas evitou ao máximo recorrer ao pontapé para a frente. Voltou a existir a tentativa de saída a jogar com o 3º central, mas depois as outras linhas estavam quase sempre muito longe.

 

O meio-campo não funcionou bem. Fejsa nota-se que ainda não está em grande forma física, apesar de ser enorme a defender, e Pizzi foi mesmo o pior jogador do Benfica. Se a defender sabemos todos que é muito sofrível, desta vez também o foi a atacar. Gaitán foi o melhor da equipa na 1ª parte, enquanto que Ola John pouco fez, apenas se notou mais a defender que a atacar. O extremos voltaram a fazer muitos movimentos interiores, deixando as alas para os laterais, e durante a 1ª parte já se viu os laterais do Benfica com mais acutilância ofensiva.

 

Jonas mostrou o que ainda não tinha mostrado este ano, jogando muito melhor e aparecendo entre linhas. Mitroglou teve uma boa oportunidade que acabou por falhar. Notou-se que ainda está longe da melhor forma e longe de se entender com os companheiros. 

 

 

Neste lance podemos ver as dificuldades posicionais de Lisandro e como ele muitas vezes joga demasiado baixo. Acabou por cortar o lance, porque é rápido e depois consegue recuperar, mas tem de estar muito mais atento a isto e posicionar-se melhor.

 

 

Aqui dois lances em que Pizzi está muito mal. No primeiro não vai fechar o espaço nem recua, mostrando grande passividade defensiva, e valeu Gaitán a ir cortar a bola. No segundo tem uma abordagem ao lance digna de um iniciado. 

 

 

Duas situações do Benfica a sair a jogar, mas com muito espaço entre o portador da bola e os companheiros de equipa. Ninguém desce para receber a bola entre as linhas do Estoril, ficando ali aquele enorme espaço no meio do campo, e assim fica muito difícil para quem leva a bola encontrar uma linha de passe.

 

 

Boa transição ofensiva do Benfica, com Eliseu a dar largura ao ataque, com Mitroglou e Jonas com superioridade numérica na área. Pena o passe ter saído com força a mais.

 

 

Os muitos jogadores que o Benfica coloca junto à bola, encurtando o campo e tentando fazer com que a equipa adversária não consiga sair a jogar dali.

 

 

O que Nélson Semedo consegue dar à equipa ofensivamente é isto. É um lateral com grande capacidade ofensiva.

 

 

Grande infantilidade por parte do Benfica. Luisão vai bater um livre e faz mal o passe. Jogadores mal posicionados. Lisandro poderia por exemplo estar mais perto de Luisão e mais recuado, dando assim uma linha de passe ao capitão. Depois a equipa perde a bola e o jogador do Estoril isola-se completamente.

 

 

Para a 2ª parte, Rui Vitória não mexeu na equipa, e entraram os mesmos jogadores em campo. Aos 47 minutos e após uma perda de bola do Benfica, Júlio César evita miraculosamente o golo do Estoril. Os primeiros 10 minutos da 2ª parte foram iguais ao que foi a 1ª parte, muita luta e pouco futebol. Aos 55 minutos e após uma boa jogada de ataque do Benfica, Jonas aparece numa situação de um para um com um defesa, mas a bola acaba por ser cortada para canto.

 

Rui Vitória mexe na equipa aos 60 minutos. Saem Pizzi e Ola John e entram Talisca e Victor Andrade. Os jogadores que entraram foram fazer as posições dos que saíram, nada mudou. A equipa mostrava a cada minuto que passava ainda mais ansiedade. Se na 1ª parte ainda se viram algumas ideias de jogo, por esta altura já se começava a jogar mais com o coração. Já se enviavam muitas bolas directas para a frente de ataque, em vez das tentativas de sair a jogar. Aos 67, minutos bom entendimento entre Jonas e Mitroglou, em que o avançado grego falha o golo depois de uma grande assistência de Jonas.

 

Chega o minuto 73 e chega a tão esperada explosão de alegria no Estádio da Luz. Boa saída a jogar por parte do Benfica, Gaitán com um grande cruzamento e Mitroglou a finalizar muito bem de cabeça na área. Com este golo, o Benfica quebrou um jejum de 428 minutos sem marcar.

 

A equipa empolgou-se com o golo, a pressão e a ansiedade diminuíram muito e o futebol começou a fluir. Grande penalidade a favor do Benfica aos 77 minutos e Jonas a marcar o seu primeiro golo no campeonato 15/16.

 

Poucos minutos depois, e após jogada de entendimento entre Nélson Semedo e Victor Andrade, o extremo brasileiro cruza para Jonas, que com um belo cabeceamento faz o 3-0. Aos 84 minutos, última substituição no Benfica, sai Mitroglou e entra Gonçalo Guedes. O jovem português foi jogar para o lado esquerdo do ataque, juntando-se assim Gaitán e Jonas na frente.

 

O Estoril foi abaixo no jogo e nunca mais conseguiu criar verdadeiro perigo para a baliza de Júlio César. Aos 89 minutos e após uma grande jogada do Benfica, Nélson Semedo marca o 4-0 para o Benfica. Que estreia do menino no Estádio da Luz.

 

O Benfica dominou a posse de bola até o jogo acabar e nada de mais importante se passou, acabando assim o jogo.

 

Esta 2ª parte e até ao golo, mostrou uma equipa do Benfica ainda mais ansiosa. Se na 1ª a equipa tentou sempre ou quase sempre sair a jogar e tentar chegar na frente com a bola controlada, na 2ª e com o passar dos minutos começou a jogar-se muito mais directo, o que também se percebe pelo passar dos minutos e com o jogo empatado.

 

As substituições foram muito importantes para a vitória do Benfica e vieram dar mais dinâmica à equipa. O Estoril também se foi abaixo fisicamente na 2ª parte, e depois do primeiro golo do Benfica eles quase que acabaram para o jogo. A equipa conseguiu ter muito mais presença na área do que aquilo que nos habituou até agora durante esta época. Júlio César foi determinante para a vitória, aparecendo a evitar dois golos feitos do Estoril.

 

 

Mais uma vez, a equipa do Benfica a encurtar muito o campo com muitos jogadores. Normalmente estes lances acontecem sempre em lançamentos laterais da equipa adversária.

 

 

Mais uma saída do Benfica a jogar com o 3º central. Gaitán tem feito sempre movimentos interiores, deixando a ala para o lateral. Jonas também a vir buscar a bola entre linhas, mas a distância é grande entre o portador da bola e os companheiros.

 

 

O muito tráfego que há no jogo interior do Benfica. Neste lance ninguém a dar jogo exterior à equipa, com todo este espaço para aproveitar.

 

 

A movimentação de Mitroglou no golo. Faz que vai para a frente e volta a dar dois passos atrás. O central também devido à movimentação de Jonas tenta fechar mais e depois já não tem hipótese de cortar a bola.

 

 

O lance do 3º golo do Benfica. Arrancada de Nélson Semedo que dá para Victor Andrade cruzar. Podemos ver na área o Benfica com superioridade em zona de finalização.

 

 

O último golo do Benfica. Bonita jogada com futebol apoiado e movimentos de ruptura na defesa contrária. A genialidade de Gaitán fez o resto, com Nélson Semedo a antecipar o que Nico ia fazer.

 

 

Esta acabou por ser uma boa vitória do Benfica, mas por números bem enganadores. Nem tudo está bem, nem tudo está mal, mas nota-se perfeitamente que a equipa precisava de um golo, e estava muito ansiosa não se conseguindo soltar. A equipa mostrou melhores ideias neste jogo, não recorreu tanto ao chutão que nos tinha habituado anteriormente. A pressão não foi tão boa, e o Estoril conseguiu sair várias vezes a jogar. Notei também a equipa pouco agressiva – no bom sentido – na disputa de lances e a perder vários bolas divididas e segundas bolas. A circulação de bola foi também muito baixa e muitas vezes com pouca qualidade e Rui Vitória tem de arranjar maneira de conseguir com que a equipa ultrapasse com mais qualidade a pressão e linhas dos adversários. Com os laterais tão projectados ofensivamente nas saídas a jogar, o Benfica não pode falhar tantos passes nessas saídas, pois aí a equipa estará muito descompensada. Equipa finalmente conseguiu ter mais presença na área, e isso acabou por fazer a diferença.

 

A defesa não esteve mal, apesar do Benfica ter passado por vários calafrios e ter dificuldades no controlo da profundidade. Luisão é muito importante para a equipa. Lisandro fez um bom jogo, é um central que dá muito nas vistas, faz inúmeros cortes e isso faz com que pareça que está sempre bem no jogo. No entanto, o seu posicionamento tem de ser melhorado, já que está inúmeras vezes mal posicionado e tem a tendência de jogar muito baixo e recuar a linha defensiva. É melhor tecnicamente que Jardel, e com isso sai a jogar com mais facilidade e qualidade. Eliseu também fez um jogo razoável, mas o Benfica precisa de um verdadeiro lateral esquerdo. Nélson Semedo brilhou, apesar de ainda mostrar várias lacunas defensivas e de posicionamento - não tantas como seria de esperar já que grande parte das vezes que foi apanhado fora da posição se deveu a estar avançado no terreno nas saídas a jogar do Benfica - , mas isso é normal que ainda está a crescer e aprender. É um lateral que dá muito à equipa ofensivamente, é um desequilibrador. É também um poço de forças, aos 93 minutos ainda andava a atacar pelo seu corredor como se fosse aos 5 minutos de jogo. Mereceu o golo que marcou.

 

Fejsa e Pizzi não funcionaram bem, e a equipa precisa de um número 8 que entre de caras na equipa. Entre Samaris e Fejsa não há grande diferença, na posição 6 o Benfica pode dormir descansado. Gaitán voltou a mostrar que é o jogador mais genial do campeonato, fazendo um enorme jogo e Ola John notou-se mais pelo trabalho defensivo que ofensivo.

 

Mitroglou e Jonas ainda não se entenderam muito bem, apesar de ter havido várias boas indicações. O grego ainda está em má forma e sem ritmo, mas fez aquilo que tão bem sabe, marcar golos, apesar de duas falhas em que devia ter marcado. Jonas já foi parecido ao Jonas da época passada que tanta magia espalhou pelo campeonato. 

 

Talisca a Victor Andrade entraram muito bem. Quem vê Victor Andrade e quem o viu. O jogador cheio de limitações que mostrou ser no ano passado, mudou completamente, e eu que fui grande crítico dele, visto o que mostrava no ano passado na equipa B. Fez no ano passado um dos piores jogos que vi um jogador profissional fazer ao vivo, mas este ano está completamente diferente e espero que me continue a deixar sem palavras. Talisca também esteve bem, mas acho que não serve para a posição 8.

 

Palavra para Rui Vitória, não teve medo em apostar em Victor Andrade, e em Talisca para a posição 8. Estes dois jogadores vieram revolucionar um pouco o jogo. Muito bem nas substituições. Ainda há muito para melhorar, precisa de dois reforços - número 8 e lateral esquerdo - e que a equipa agora com esta vitória se liberte e comece a jogar verdadeiramente. Esta semana há mais, todos a Aveiro.

 

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publicado às 18:00

Análise a Raúl Jiménez

por R_9, em 13.08.15

 

Depois de na semana passada ter oficializado a contratação de Kostas Mitroglou, hoje foi o dia em que o Benfica oficializou a contratação de Raúl Jiménez. O avançado mexicano chega do Atlético Madrid, depois de anteriormente ter brilhado no América do México.


Jiménez é um jogador bastante alto. Mede 1.90m, e isso traz-lhe várias vantagens no seu jogo. O que ele no México mostrou foi, que apesar da sua altura não é um daqueles avançados posicionais, daqueles que apenas conseguem jogar dentro da área e que não dão nada à sua equipa fora dela, apesar de ser aí que marcou a diferença. Sempre foi capaz de vir buscar jogo, de ir à linha buscar bola, ou recuar no terreno, sendo móvel e rápido. 

 

 

Podemos ver aqui a forma rápida como ele corre o campo todo, ganhando mesmo metros a todos os jogadores, e depois finalizando bem perante o guarda-redes.

 

 

Na área sempre mostrou uma boa capacidade de desmarcação, sendo muito difícil de marcar. Para além de se movimentar bem, conseguia ganhar grande parte dos duelos de cabeça na área, e depois a sua muito boa técnica de cabeceamento levou-o a marcar muitos golos de cabeça no futebol mexicano. Mostrou ter finalização fácil, sendo frio na cara do guarda-redes. Contudo, o futebol mexicano é bem diferente do futebol europeu. Lá existe muito menos rigor e qualidade táctica, o jogo é mais vertiginoso e com mais espaços, com qualidade mais baixa dos intervenientes - apesar do campeonato mexicano devido aos seus altos salários ter vários bons jogadores - e é jogado com mais coração do que com cabeça. 

 

 

Aqui temos demonstrado a boa técnica de cabeceamento que ele tem.

 

 

Uma das melhores coisas que Jiménez mostrou, é a sua excelente técnica de bater grandes penalidades. Utiliza a fórmula que Mendieta usou no passado, ou que Eden Hazard utiliza. Sempre olhos no guarda-redes e nunca na bola, até o guarda-redes decidir ir para um lado antes de ele bater e assim ele coloca no outro. É extremamente mecanizada, a distância para a bola é medida criteriosamente até à linha da grande área, alguns passos para a esquerda, e partida para a bola com os passos devidamente contados até à altura do remate, sem colocar os olhos na bola antes de rematar. Acredito que tenha passado muitos meses a treinar isto, pois não é nada fácil.

 

  

Em 14/15, e antes de se transferir para Espanha, marcou 4 golos em 4 jogos pelo América. No Atlético Madrid acabou por não ser tantas vezes utilizado como ele esperaria, apesar de no início ter feito vários jogos a titular, inclusive o jogo no Santiago Barnabéu, frente ao Real Madrid. Depois dos 4 primeiros jogos onde foi titular em 3, só voltou a ser titular em mais um jogo no campeonato, sendo 17 vezes suplente utilizado e tendo marcado um golo. Na Liga dos Campeões apenas fez 24 minutos, ao saltar do banco no jogo contra o Olympiakos. Na Taça do Rei foi titular em dois jogos, mas não marcou qualquer golo. 

 

Dos poucos jogos que fez a titular pelo Atlético, fui observar mais incisivamente dois. O jogo contra o Real Madrid no Santiago Barnabéu na 3ª jornada do campeonato, e o jogo contra o Celta Vigo na 4ª jornada, onde foi titular em ambos. O jogo contra o Real Madrid foi muito difícil, ainda para mais quando se chega do campeonato mexicano. A equipa jogou quase sempre em bloco muito baixo, procurando saídas em contra-ataque. Jiménez deu muita luta aos centrais do Real, mas não deu para ver muito mais que isso.

 

Já o jogo contra o Celta Vigo foi diferente, e é nesse que me vou centrar. Jiménez, assim como fazia no México, demonstrou uma grande mobilidade na frente, fazendo dupla de ataque com Antoine Griezmann. Apesar de estar a jogar a ponta-de-lança, não teve problemas em procurar outros espaços do terreno, e depois sim, movimentar para a área. Mostrou também que consegue fazer jogar, vir receber e depois dar a bola jogável para os seus companheiros. Nota-se que se movimenta bem na área, tentando ultrapassar os defesas com as suas movimentações. É um jogador que procura quase sempre o 2º poste nas mais variadas situações, quer lances de ataque, quer bolas paradas. Acabou mesmo por marcar um golo de cabeça, após uma bela cabeçada, mas que foi anulado por fora de jogo.

 

Mostrou ter dificuldades em decidir bem, quando é preciso tomar aquela decisão do último passe, decidiu várias vezes mal. Também perdeu várias bolas para os centrais, perdendo aí os duelos físicos, quer seja ao deixar-se antecipar ou tentar rodar e depois não conseguir ficar com a bola. Lances em que a equipa jogava mais longo para ele segurar a bola e a equipa chegar as linhas à frente, ele não o conseguiu fazer com sucesso várias vezes. Estava também um pouco nervoso, os adeptos não ajudaram, assobiando mesmo alguns lances em que ele participava e que não davam em nada. Não caiu nas boas graças dos adeptos e isso foi notório neste jogo.

 

Passemos a alguns lances dele no jogo.

 

Lance de ataque da sua equipa. Encosta-se na esquerda para receber a bola, levanta a cabeça, fazendo um grande passe para o lado contrário, onde aparece o lateral para aproveitar o espaço.

 

 

Aqui mostra que consegue ser rápido enquanto leva a bola em velocidade. Não é tosco nenhum, leva a bola bem colada aos pés em velocidade, ultrapassando os adversários e depois entregando a um colega.

 

 

A típica movimentação que ele faz dentro da área. Sempre mais chegado ao segundo poste, fazendo depois a diagonal para tentar atacar a bola, ultrapassando a marcação do defesa.

 

 

Boa movimentação que faz para receber a bola, mas depois falha na entrega, não se entendendo com o colega. O tal problema que falei, onde ele teve dificuldades neste jogo quando tinha de decidir o último passe.

 

 

O típico lance que perdeu para o defesa. Movimenta-se na linha para receber bola, tentando logo rodar, mas assim que o defesa lhe mete o corpo à frente, perde logo o lance. Perdeu também muitos duelos por antecipação dos defesas, perdendo a frente do lance.

 

 

Acho Raúl Jiménez um bom jogador, apesar de ainda ter algumas fragilidades para o futebol europeu. Nota-se que é um avançado que pode ter muitos golos, mas que teve muitas dificuldades na adaptação ao futebol em Espanha. Tem um muito bom jogo de cabeça, boa capacidade de se movimentar e finaliza bem. Precisa é de ser bem alimentado pela equipa, para fazer a diferença em zonas de finalização e marcar. Isto vale para ele e para os outros avançados do Benfica, já que com o futebol praticado até agora, nenhum resolverá nada. Tudo isto faz com que se adapte a qualquer táctica, quer jogue com outro avançado ou sozinho na frente, apesar de achar que pode render mais com alguém junto a ele, e mediante estas contratações, o Benfica deve jogar mesmo com dois avançados. Falhou em Espanha, é um jogador desvalorizado e em baixo, mas aqui o contexto será sempre outro, e o nível é bem mais baixo, podendo marcar a diferença se a sua adaptação for boa. Se o valor de compra for 9 M de euros por 50% do passe, acho um exagero tremendo, se for os 3 M de euros também falados, acredito que seja um bom negócio para o Benfica. Jonas, Mitroglou e Jiménez são excelentes opções para a nossa realidade, com muita qualidade individual, vamos ver no que Rui Vitória consegue transformar isto colectivamente. O tempo o dirá.

 

Nota: Alguns gifs então mais rápidos que a velocidade normal, devido a questões técnicas, mas isso vale tanto para o Jiménez como para os adversários.

 

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publicado às 16:54

 

Júlio César, Nélson Semedo, Lisandro, Jardel, Sílvio, Fejsa, Samaris, Gaitán, Ola John, Talisca e Jonas. Éderson, Carcela, Diego Lopes, Bilal Ould-Chikh, Mitroglou, Murillo, Pelé, Taarabt, Marçal, e Francisco Vera. De um lado, temos os jogadores que foram titulares na Supertaça, no outro temos os jogadores contratados para esta época. Nomes em comum? Nenhum.

 

Rui Vitória herdou para o início da corrente época um plantel bicampeão, mas que viu sair o titular do lado direito da defesa, um dos avançados, Lima, e ainda temos o caso de Salvio que sofreu uma grave lesão no joelho. Para juntar a isso, o treinador do Benfica não pôde contar com o capitão Luisão para o jogo da Supertaça. Já durante a época passada, em Janeiro, o Benfica tinha vendido Enzo, e a equipa sentiu-se disso na 2ª volta, não tendo tido até agora um substituto à altura. Resta ver que desde a saída de Enzo, o Benfica tem menos pontos no campeonato que o Porto, mesmo com Jorge Jesus no comando da equipa. O plantel já era de si algo fraco, todos temos a noção disso, com lacunas. Quer se queira quer não, Jorge Jesus nos dois últimos anos conseguiu montar um colectivo extremamente forte e que conseguiu mascarar muitas das lacunas que vários jogadores tinham. Não há que esconder isso, tinha muitos defeitos mas também muitas virtudes, e eu até devo ser uma das pessoas no mundo que menos gosta do agora treinador do Sporting. 

 

Ora bem, a estrutura do Benfica achou por bem dar um avanço de um mês e meio. Para além de não se aperceber que a pré-época tinha sido preparada de um modo amador - assunto que ainda abordarei, mais uma vez -, decidiu que esta equipa só se devia começar a reforçar a sério na semana da Supertaça, mas antes disso decidiu contratar 11 jogadores, e que apenas um tem contado até agora, Carcela. Como se isso não bastasse, ainda deixou sair titulares sem se acautelar a tempo. Destes 11 jogadores que chegaram, muitos nem estão no clube, ou sequer se apresentaram. A estrutura do Benfica tem que perceber que são estes Marçais, estes Pelés, estes Veras, que roubam o lugar a jogadores da formação, não os craques que saem, e não se pode pensar que um Enzo sai e João Teixeira assume logo o lugar. Estamos com quase um mês e meio desde o início dos trabalhos e o Benfica jogou um jogo oficial sem 4 titulares do ano passado – 5 se for contar com Eliseu, mas como foi opção técnica não entra neste lote - e sem nenhum reforço na equipa. Lembrem-se, o campeonato começa esta semana.

 

Rui Vitória, tem estado a desiludir-me e muito, não vou mentir. Esperava muito muito mais, porque a jogar assim, nem com Ibrahimovic e Suárez na frente. Não tem conseguido retirar quase nada dos melhores jogadores da equipa, nem fazer com que outros mostrem algo. Há muito de mau que se pode falar do jogo da Supertaça, muitos equívocos, muitas coisas que não se entendem e acima de tudo, um péssimo futebol que o Benfica tem praticado. No entanto, também muita da responsabilidade não se pode culpar exclusivamente a ele. As condições que ele teve até agora foram bastante duvidosas. O fardo que ele herdou é muito grande e pesado. Deveria ter sido acautelada a forma tranquila como a equipa trabalharia. Estar 6 anos com um treinador e depois chegar outro, não é nada fácil, há muita coisa que é preciso mudar. O padrão de exigência dos adeptos é agora, naturalmente, maior para com o treinador. Só esta semana teve direito a um verdadeiro reforço, teve uma pré-época difícil e a equipa chegou a Portugal na semana em que disputaria um título, e que representava muito para os adeptos do Benfica. 

 

«Estivemos 16 dias fora e foi razão para muitos falarem de falta de organização da pré-temporada. Esses têm complexo de clube pequeno»

 

Esta foi uma das frases que Luís Filipe Vieira disse durante esta semana, e que me tocou particularmente. Não que tenha sido dirigida a mim, claro, sou apenas um simples adepto do Benfica que pensa pela sua cabeça, mas que foi dirigida a todos os que tentam entender algo e pensar pela sua cabeça. O que acha agora o presidente do Benfica depois de ver num jogo oficial, um jogo que estava um troféu em disputa, um jogo que contava bem mais que uma simples taça, ver aos 30 minutos um Samaris ou um Fejsa que já não podiam com o rabo? Isto de se vir falar e bater palmas a tudo é muito bonito, mas sem a exigência e a crítica construtiva, as coisas não melhoram. Para se melhorar, primeiro é preciso perceber que se erra, mas a estrutura do Benfica nunca vai admitir que errou nesta questão, porque precisava daquele dinheiro como de pão para a boca. Três semanas sem nenhum jogo, poucos jogos de pré-época, jogos em condições muito duvidosas para os jogadores, horários muito diferentes dos normalmente praticados, muitas viagens, o chegar a Portugal já na semana de jogo, quando os jogadores precisariam ainda de se voltar a habituar aos novos horários e clima, foi de uma incompetência atroz, ainda para mais quando a equipa viu chegar um novo treinador. E isso teve custos, não para a estrutura do Benfica, mas para a equipa e treinador, como se viu no Domingo. 

 

Os reforços irão chegar naturalmente agora, serão bons jogadores, e isso será quase o começar de uma nova pré-época para o treinador do Benfica, isto na semana do inicio do campeonato. Quem é que ainda não tinha percebido que o Benfica precisava de reforços que entrariam de caras na equipa titular? É preferível comprar pouco e bem, que muito e mal. Preferiria um jogador que fosse titular de caras da equipa, do que todos aqueles nomes que todos os verões vemos chegar à Luz e que pouco contam. A estrutura do Benfica que não pense que por termos sido bicampeões fazem tudo bem, e que não há nada que melhorar. Que não pense que estamos na frente por termos sido bicampeões e os outros é que têm de correr atrás de nós. É preciso exigência, trabalho, não andar a viver de anos anteriores, e não utilizar sempre o mesmo discurso para qualquer situação que aconteça.

 

Que no fim da época nada disto pese, e que o Benfica ganhe tudo o que ainda há para conquistar internamente, é só o que peço.

 

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publicado às 13:12

 

Desta vez foi a sério e o Benfica voltou a jogar pouco. Muito pouco. Já se passaram 5 semanas e ainda há muito trabalho pela frente, a equipa continua muito desgarrada, muito fraca ofensivamente e com os sectores a jogar muito longe uns dos outros. Na frente Jonas recebe a bola, vira-se e tem a equipa quase no seu meio-campo, muito longe para o apoio, obrigando-o a temporizar para sofrer uma falta ou ficar sem a bola. Passar ao Talisca não é opção, é preferível chutar logo a bola para a bancada. O Talisca é, para mim, um dos casos mais enigmáticos dos últimos anos, porque passa constantemente por bom jogador - jogos a titular e o primeiro a saltar do banco quando lá está - e continua a mostrar uma banalidade constrangedora. Arrisco dizer: o Talisca, neste momento, não seria titular numa equipa que luta para não descer à 2ª Liga. E o problema dele não se resume exclusivamente ao plano técnico, o Talisca é um jogador pouco inteligente; e não vou dizer de outra forma para não ser ofensivo com ele, já que para todos os efeitos é 'jogador' do Sport Lisboa e Benfica.

 

Com a análise ao jogo, começo por uma jogada que em 3 imagens mostra bem o que é o Benfica de Rui Vitória em 3 momentos do jogo distintos. Isto é tudo na mesma jogada, passam apenas alguns segundos entre todas as imagens:

Na primeira imagem o Benfica perde a bola, organiza-se em 4-2-3-1 e Samaris é o primeiro a sair para pressionar. É incrível o buraco que se forma atrás dele. Incrível. Neste momento há uma linha de passe para o João Mário e o jogador que está mais próximo e que deveria fazer a pressão é o Talisca. É preciso explicar? Desenrolar da jogada: o João Mário recebe a bola tranquilamente, tem em cima uma pressão sufocante do Talisca com os olhos e acelera o jogo, e põe facilmente na linha. Assim não há pressão que resista, o Sporting com alguma segurança a sair a jogar, conseguiu criar um momento ofensivo.

Na imagem seguinte, é a continuação da jogada, o jogador do Sporting recebe na linha e tem logo uma linha de passe no meio para o Slimani, que desceu no terreno para fazer a ligação. A jogada só não deu mais porque as lacunas técnicas de Slimani sobressaíram e ele embrulhou-se com a bola. Excelente movimento do Sporting, péssimo movimento do Benfica. O buraco no meio-campo continua lá.

Depois o Benfica recupera e sai a jogar por Gaitán. Mas é o Nico contra o mundo, a equipa do Benfica não subiu, Gaitán teve que arriscar levar a bola e acabou por conseguir pôr na linha em Sílvio que entretanto subiu. A equipa do Benfica tem que subir em bloco para dar apoio ao transportador da bola, desta forma só criamos perigo através de jogadas individuais. 

 

 

Momento defensivo do Benfica na saída da bola do Sporting: Jonas sai na bola, Samaris sobe no terreno para fechar linhas de passe interiores, Gaitán por dentro para fazer campo mais curto e Talisca a fazer qualquer coisa que não consigo perceber o que é, mas é útil para a equipa de certeza. Este momento parece-me bem defendido e o Benfica recuperou a bola rapidamente.

 

 

O Benfica recupera a bola na sua zona defensiva, Samaris é quem tem a bola e não tem ninguém para passar em segurança pois a equipa continua muito distante entre sectores. A única solução era para Fejsa, mas Slimani está por perto e um passe interior naquela situação seria sempre arriscado. O grego acabou por bater a bola porque era a única opção que tinha. Bola recuperada pelo Sporting.

 

 

Num lançamento lateral, Semedo põe no Talisca que cabeceia para trás, mas aqui sem grande responsabilidade do brasileiro, o Benfica está partido em dois e ele não tem ninguém com quem trocar a bola. É urgente resolver este problema do Benfica; é preciso atacar e defender com um único bloco, jogar com uma equipa que defende e outra que ataca, não favorece o nosso jogo.

 

 

É das poucas coisas positivas que se pode tirar do jogo do Benfica: a pressão na saída da bola do adversário; começamos mal mas com o passar do tempo adaptámo-nos bem e conseguimos obrigar o Sporting a ter que ir batendo a bola. Samaris saiu sempre para formar uma primeira barreira e Fejsa fechou bem as suas costas para a bola não entrar entre linhas. O Sporting teve que jogar longo e perdeu a bola.

 

 

Está assim apresentado o Benfica ofensivamente. Boa subida no terreno de Nélson Semedo, ganha espaço para cruzar, faz um bom cruzamento e os jogadores do Benfica presentes estorvam-se na área em momento de finalização. Não há grandes comentários a fazer quando isto acontece numa equipa como o Benfica.

E só para esclarecer, não estava ninguém na área para finalizar. Sintomático.

 

 

Na análise que fizemos da Eusébio Cup, o P1nheir8 mostrou uma imagem do Sílvio completamente desposicionado a marcar na linha e a dar todo o interior do campo para a bola entrar; parece que isso lhe serviu de aviso já que desta vez não repetiu o erro, não encostou na linha e ficou por dentro, como resultado teve um excelente corte a um passe de desmarcação para o Carrilo que o ia deixar entrar na área com grandes possibilidades de criar perigo. Muito bem o Sílvio neste movimento. A imagem é no momento do passe para o Carrilo, o Sílvio ainda não cortou a bola.

 

 

Esta imagem é já na segunda parte e nota-se logo uma alteração no Benfica: Talisca é encostado à esquerda e Gaitán fica a 10, a tentar ligar o jogo entre Jonas e o resto da equipa. Ola John mantém-se na direita.

 

 

Movimento ofensivo do Sporting, a bola entra com facilidade em Carrilo em zona mais interior, que mesmo com Sílvio e Talisca posicionados para defender, a bola entra em profundidade na linha em João Pereira que se desmarca bem. O lance acaba com um cruzamento bombeado que o Sporting não aproveitou. Bom movimento ofensivo e mais uma vez o Benfica defende com muita gente e defende mal. Talisca tem que ser mais ativo a defender, não pode simplesmente ficar a olhar para a bola a entrar.

 

 

Benfica recupera a bola e tenta sair a jogar. Sílvio joga na linha em Talisca que tem linha de passe completamente aberta para Sílvio e dá logo para perceber que ele vai devolver, mas Talisca resolve segurar a bola mais um pouco e faz o passe para o Silvio quando ele já tem um jogador adversário em cima. Talisca esteve mal, muito mal, mas também dá para perceber que o Benfica continua com os setores muito longe uns dos outros e era difícil sair a jogar.

 

 

Começa assim o golo do Sporting. Carrilo vem buscar a bola por dentro e consegue passar para Gutiérrez que recebe a bola entre as linhas do Benfica. É um movimento típico das equipas de Jorge Jesus, mas parece que ainda há quem não o conheça. Teo recebe a bola, roda, acelera e joga em Carrilo que depois remata. Custa-me entender como é que o Benfica permitiu sempre este movimento ao Sporting, os dois avançados desciam entre linhas para receber a bola com a maior facilidade do mundo. O Benfica não pode ser apanhado desprevenido num movimento destes, é imperdoável.

 

 

Depois de sofrer o golo, Rui Vitória tira do jogo Talisca e põe Pizzi. O Benfica passa a defender em 1-2 no meio-campo com Fejsa atrás, Samaris e Pizzi mais à frente. O Benfica teve mais jogo porque Pizzi circula melhor a bola, mas o Sporting também baixou linhas e deu espaço ao Benfica.

 

A partir daqui não há muito a assinalar. O jogo foi mais pelo coração do que pela cabeça, o Benfica dominou mas sem criar grande perigo, continuou desorganizado e a tentar explorar as alas, onde Nélson Semedo foi importante porque dá mais balanceamento ofensivo à equipa. Boa exibição do Nélson. Rui Vitória foi tentando mexer no jogo entrando Mitroglou e Gonçalo Guedes, mas o resultado prático não foi nenhum, pois o Sporting foi defendendo com mais gente e sempre organizado.

 

Em resumo, o Benfica tem que dar mais, muito mais. No plano ofensivo a equipa praticamente não existiu, e jogar com Talisca a avançado para fazer a ligação com Jonas simplesmente não funciona. É preferível jogar com o Guedes porque é mais incisivo e tem vontade de fazer qualquer coisa, já que o Talisca parece que está em campo a fazer um favor a todos os Benfiquistas. Não é só ele, mas é o jogador que mais se destacou pela negativa.

 

Depois do golo de Jonas ao PSG, o Benfica só marcou 1 golo em 498 minutos. Sintomático.

 

No plano defensivo, a equipa esteve melhor, mas também era mais fácil porque defendeu com mais gente e teve sempre muito trabalho pela frente, nunca dando espaço para que existissem desconcentrações. A dupla Fejsa/Samaris dá robustez ao meio-campo, mas deixa a equipa muito distante entre setores, porque nenhum deles é um jogador típico de ligação. Na minha opinião, Rui Vitória deveria apostar num sistema 1-2 no meio-campo, como fez depois de estar a perder. Nesse sistema pode jogador Fejsa - Samaris e Pizzi, por exemplo. Pizzi seria o jogador de ligação.

 

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publicado às 14:57

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