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Naquele que foi o 4º jogo da pré-época do Benfica, os jogadores de Rui Vitória defrontaram hoje os mexicanos do América. Para este jogo, o treinador do Benfica escolheu um 11 titular muito perto daquilo que deverá ser a equipa para o primeiro jogo oficial. Júlio César na baliza, André Almeida, Luisão, Jardel e Eliseu na defesa, Fejsa e Pizzi no meio-campo, Gaitán e Carcela nas alas, estando Talisca no apoio a Jonas na frente de ataque.
A equipa do Benfica entrou bem no jogo, mostrando desde cedo que queria ter bola, circulando de pé para pé, mas aos 4 minutos depois de uma perda de bola de Gaitán, a equipa mexicana quase se adiantou no marcador, saindo a bola perto do poste esquerdo da baliza de Júlio César. Foram 15 minutos bons do Benfica. Equipa com muita posse, a recuperar muito cedo a bola, e a ter segurança na troca de bola. Mesmo não criando muito perigo, a equipa ia chegando perto da baliza adversária. Aos 15 minutos teve mesmo uma grande penalidade a favor, mas Jonas permitiu a defesa ao guarda-redes do América.
Nos primeiros 20 minutos o Benfica pressionou muito a equipa adversária e bastante alto. Pizzi e Fejsa muito adiantados a pressionar, e o sérvio estava mais subido do que é normal. Com isto, o Benfica recuperou muitas bolas mas também deixou muito espaço entre a defesa e o meio-campo. A partir dos 20 minutos o jogo do Benfica começou a cair de qualidade. A equipa continuava a ter bola, mas agora muito longe da área adversária. Os mexicanos começaram também a soltar-se, e iam chegando mais perto da área do Benfica.
O jogo começou a ficar feio, com os mexicanos a fazerem muitas entradas duras, algumas a roçar a violência. Aos 35 minutos o Benfica conseguiu voltar a chegar perto da baliza do América, mas Jonas atirou ao lado.
O jogo ia aproximando-se do intervalo e pouco de interessante se passava. Continuava a equipa do Benfica com alguma bola, mas depois de chegar ao meio-campo adversário isso não dava em nada. Aos 43 minutos e após um lançamento longo de Luisão, Jonas ganha a bola e quase marca. O jogo acabou por chegar ao intervalo empatado a 0.
Esta primeira parte e como já disse, teve uns bons primeiros 15/20 minutos por parte do Benfica, com a equipa a ter posse e segurança de bola e a chegar perto da baliza adversária. Apesar de pouco se ver de trabalho ofensivo, a equipa lá ia chegando perto e criando algum perigo, dominando o jogo. A partir dos 20 minutos isso deixou de acontecer.
Neste jogo, o Benfica assim como tinha feito no anterior, nas saídas a jogar deixou praticamente de usar o 3º central. Um dos médios ou tentava receber a bola na linha, ou era através dos centrais que se tentava jogar. Algumas vezes, e mais do que o normal nos jogos anteriores, Luisão bateu a bola para a frente, mesmo podendo arriscar a saída a jogar. Fejsa é um monstro defensivamente, mas tem dificuldades em dar à equipa segurança a sair a jogar e com Pizzi mais adiantado e não ajudando nas saídas, ainda teve mais dificuldade. Gaitán procurou muitas vezes o jogo interior nesta 1ª parte, ao contrário de Carcela que esteve quase sempre aberto na ala. Mais uma vez, o jogo ofensivo dos laterais foi praticamente nulo, e não deram quase nada à equipa.
Jonas sentiu-se muito sozinho na frente, e Talisca não deu muito apoio. Todos tentavam sair do lugar para vir buscar jogo e bola, faltando depois presença no ataque, afunilando muito. O Benfica esteve bem na capacidade de posse de bola, mas depois como nos outros jogos, faltou muita verticalidade. Os jogadores conseguiam levar a bola até ao segundo terço do campo, mas depois não se passava daí e nada se criava. Não se vê muito trabalho nessa vertente, é tudo muito básico e sem se ver nada delineado. Pizzi continuou a ser mais do mesmo, bom no ataque e em enormes dificuldades quando a equipa tem de defender, e nem Fejsa que é muito bom a ocupar aquele espaço, consegue disfarçar isso. Carcela voltou a demonstrar bons pormenores, mas não teve o apoio necessário. Nesta primeira parte voltou a estar demonstrado que o Benfica não pode ir à luta com estes laterais.
O problema que o Benfica tem tido na linha defensiva. Aqui temos os dois centrais a fazer uma linha e os laterais a fazer uma mais atrás. A bola entrou no avançado, que estava realmente fora-de-jogo, mas só estava porque ele não foi inteligente e demorou a recuar um pouco, ficando ali estático. Caso estivesse atento, tinha ficado isolado na cara de Júlio César.
O Benfica continua a tentar evitar ao máximo que as equipas saiam a jogar nos pontapés de baliza, obrigando sempre o guarda-redes a bater a bola. Pizzi é quem sobe mais no terreno, colando mesmo nos avançados a fim de evitar as saídas.
Pizzi a pressionar muito alto, mais uma vez. Depois notou-se que rebentou fisicamente.
O tal problema do buraco entre a defesa e os médios quando a bola ultrapassa a linha de médios do Benfica.
Um movimento que o Benfica tem feito nas saídas. Gaitán a vir buscar e Pizzi a sair para fazer a posição do argentino. Enquanto isso, Carcela bem aberto na ala, e não a fazer o jogo interior que os outros extremos têm feito.
A defender, a equipa tem colocado mais gente e mais perto da bola. Podemos ver aqui nesta imagem, os 10 jogadores do Benfica perto da bola e num curto espaço de campo.
O problema que aconteceu no jogo anterior, voltou a acontecer agora. Adversário com bola a partir para a baliza do Benfica, e ninguém sai ao jogador, tendo ele continuado sempre com a bola até entrar na área.
Para a 2ª parte, Rui Vitória fez entrar Marçal e Nuno Santos, tendo saído Eliseu e Carcela. Os dois jogadores que entraram formaram a ala esquerda, Gaitán foi para junto de Jonas, indo Talisca para o lado direito do ataque. O jogo manteve-se igual ao que tinha sido no final da 1ª parte. Benfica tentava criar algum perigo, mas pouco ou nada conseguia. Já se notava em muitos jogadores o cansaço.
Marçal e Nuno Santos tentavam dar mais acutilância ao lado esquerdo do Benfica, enquanto que Talisca e André Almeida do outro lado eram praticamente uma nulidade. Começava a ser desesperante a falta de ideias por parte do Benfica na parte ofensiva. Os jogadores também deixaram de conseguir sair a jogar com segurança a partir da defesa. Ou se perdia a bola ou se batia a bola para a frente. Nem com Gaitán junto a Jonas algo mudou na frente de ataque, e o brasileiro continuava sem bola, sem jogo e sem apoio. Também a pressão já não era a mesma, não era tão alta e tinha muito menos qualidade e eficiência.
Aos 64 minutos, Rui Vitória fez entrar Sílvio, Samaris, Cristante e Jonathan, para os lugares de André Almeida, Fejsa, Pizzi e Jonas. Sílvio foi para lateral direito, Cristante e Samaris formaram a dupla de médios centro e Jonathan foi colocar-se como o homem mais adiantado da equipa. Talisca trocou com Gaitán, vindo ele apoiar Jonathan no meio.
Nada mudou com as substituições, o jogo continuava a ser mais do mesmo, piorando a cada minuto que passava. Aos 69 minutos uma quebra na monotonia, com uma entrada gravíssima sobre Samaris, que valeu a expulsão a um jogador do América. Esperava-se que a partir daqui o Benfica fosse assumir e dominar mais o jogo.
O Benfica voltou a ter mais bola, mas mesmo assim isso foi a única coisa que mudou. Oportunidades de perigo e jogo ofensivo continuaram a ser nulos, e até foi o América que chegou com mais perigo à baliza de Júlio César.
Aos 81 minutos, os mexicanos quase marcam. Falta de comunicação e muita passividade na equipa e o América consegue entrar na área com a bola controlada ficando o avançado a centímetros do golo. Depois desse lance, Rui Vitória faz entrar Ederson, João Teixeira e Ola John, para os lugares de Júlio César, Luisão e Talisca. Samaris voltou a jogar a central com a saída de Luisão.
O jogo caminhou para o fim, o Benfica mais nada fez, não criando uma única oportunidade de golo, nem rematando à baliza. O América até foi melhor e mais perigoso que o Benfica nos últimos minutos. O jogo acabou 0-0, tendo o Benfica vencido nas grandes penalidades por 4-3.
Três exemplos da falta de presença na área, os dois últimos com o Benfica a jogar com mais um jogador em campo. No último lance podemos ver que Jonathan é mesmo o jogador mais recuado do Benfica dos 4 que estão na jogada.
O grande afunilamento no jogo interior, com 7 jogadores no centro do terreno neste lance.
Os lances de bola parada ofensivos têm sido de uma nulidade completa. Nos livres só houve uma solução até agora, que é a bola para Jardel aparecer ao 2ª poste.
Um dos poucos bons movimentos do Benfica na 2ª parte. Ola John com bola, Sílvio a aparecer e dois homens perto da área. Linha de passe fácil para Ola John meter a bola e Sílvio aparecer para desequilibrar, mas não, o extremo holandês preferiu parar e voltar para trás.
A 2ª parte foi péssima, foi de uma nulidade absoluta. O Benfica não demonstrou nada de bom. Este jogo, começou bem, a equipa fez uns bons primeiros 20 minutos, mas depois quase que acabou para o jogo. Nota-se que a equipa quer ter bola, ter segurança de posse, e jogar mais pelo interior e encurtar o campo, mas até ver, isso não está a resultar bem. Segurança na posse de bola até tem aumentado e apesar de tudo, a segurança defensiva não tem estado muito mal, apesar de algumas dificuldades na elaboração da linha defensiva. Também as saídas a jogar perderam qualidade neste jogo, isso foi muito visível, fazendo a equipa bater muitas bolas para a frente.
Com este jogo tão interior, não percebo o que quer Rui Vitória ao dar tanto tempo de jogo a Eliseu e André Almeida, principalmente a André Almeida. Para isto resultar, os laterais têm de dar muita largura ao jogo ofensivo da equipa, e André Almeida é muito sofrível nisso, não tendo qualidade ofensiva para tal. Depois também existem inúmeras trocas de posições, se por um lado poderia ser bom se houvesse bons mecanismos ofensivos, mas não tem sido porque não sai nada dali. Gaitán fez quase todas as posições do ataque, andando sempre a mudar de um lado para o outro, não rendendo em nenhum. Jonas tem sido outro jogador que não está a conseguir meter o seu futebol em prática, estando sempre muito sozinho no ataque. Neste jogo, quase todos os jogadores estiveram abaixo do esperado, mesmo aqueles de quem se espera mais. Nuno Santos entrou bem no jogo, e os minutos que Ola John teve até agora deveriam ter sido para ele. Marçal deu uma boa ajuda ao ataque, mas defensivamente comprometeu. Em 4 jogos, a equipa ainda não conseguiu criar um único lance de perigo nas bolas paradas ofensivas.
A equipa precisa de começar a mostrar mais, este jogo não foi bom, e a Supertaça está quase aí. O jogo ofensivo tem de começar a aparecer, o colectivo também, e há que começar a retirar o melhor de cada jogador. A equipa precisa também de uma vitória, para aumentar os niveis de confiança dos jogadores. Isto ainda não é o fim do mundo, Rui Vitória pode muito bem dar a volta à situação, mas não consigo não ficar preocupado com algumas coisas que vejo, principalmente com a competição a doer a tão poucos dias de começar. Reforços também se precisam urgentemente.
Mais uma vez, falar no planeamento do Benfica para esta pré-época. Foram atrás do dinheiro e de algum prestígio, em vez de se ir fazer o estágio para onde está a equipa B, com umas excelentes condições. Depois anda a equipa a fazer um jogo nos Estados Unidos e passadas 48 horas já está a jogar no México. Isto em horários que nada têm a ver com a realidade que vamos ter durante a época, e ainda por cima a jogar em altitude. Isso no entanto foi bem pensado, não vá a equipa do Benfica apanhar uma equipa na Europa que faça da altitude dos Alpes a sua maior força, ou ir jogar ao Santos Pinto na Covilhã para o campeonato.
Depois do ano zero (época 2014/15), o Benfica parte para esta época com ambição de voltar a lutar pelo título de forma real. Para isso, Mariano Ortega fez algumas mudanças no plantel.
Terminou a “limpeza” que tinha começado na época passada, tendo visto sair os elementos que tinham sido campeões em 2007/08, Carlos Carneiro e Pedroso. De saída, estão igualmente elementos de grande valia mas que na Luz nunca atingiram a plenitude das suas capacidades, Dario Andrade, José Costa e os espanhóis Álamo e Pujol.
Para colmatar estas saídas o Benfica atacou o mercado tendo feito aquisições cirúrgicas. Começando na baliza com Nikola Mitrevski, um guarda-redes de 29 anos, 1.88 metros e 84Kg, oriundo do HC Metalurg que participou na Liga dos Campeões e que traz excelentes referências. Da Macedónia chega igualmente Dragan Vrgoc, um pivot de 25 anos, 2.04 metros e 120 Kg que vem rotulado de excelente defensor e de ser eficaz no ataque.
Uma das lacunas da equipa na época passada, era a falta de um “bombardeiro” na primeira linha, alguém que fizesse a diferença que Zaikin fez nos anos em que cá esteve. Para isso ser colmatado, o Benfica contratou o lateral esquerdo brasileiro Uelington Ferreira, que com 28 anos, 2.02 metros e 100 Kg chega para isso mesmo. Além disto, e devido às suas características físicas, dará certamente também uma grande ajuda defensivamente.
Do mercado nacional chega o versátil Belone Moreira de 25 anos, 1.80 metros e 80 Kg. Conhecido para sua versatilidade, pode jogar a lateral direito sendo fortíssimo nas penetrações ou a ponta direito. Destaque ainda para o regresso de Hugo Lima, um central de grande qualidade e que na época passada esteve cedido ao Madeira SAD, tendo realizado uma época muito positiva.
A estes 4 reforços, junta-se a base da época passada. Hugo Figueira na baliza, Tiago Pereira e Gonçalo Pereira como centrais, Paulo Moreno a pivot, Elledy Semedo e Cavalcanti a laterais esquerdos, Borragan a lateral direito, João Pais e Tiago Ferro na ponta esquerda e Davide Carvalho na ponta direita.
É um plantel muito jovem, mas com muitos jovens de qualidade, como são os casos de Paulo Moreno que fez uma excelente temporada em 2014/15, Gonçalo Pereira, Cavalcanti, Tiago Ferro e Davide Carvalho, quatro das maiores promessas do andebol português.
A luta pelo título será complicada. A equipa é jovem, mas tem muita margem de crescimento, sendo que as esperanças de uma época de grande qualidade recaem sobretudo nos estrangeiros que chegam porque já sabemos que podemos contar com uma boa capacidade de remate de Borragan, de penetração aos 6 metros de Tiago Pereira e da irreverência de Elledy.
Como ponto menos positivo deste plantel, destaca-se a falta de um ponta esquerdo de maior experiência e valia. Por isso, todos esperarmos que Tiago Ferro mostre no imediato toda a qualidade que lhe é apontada.
Infelizmente, nem tudo saiu como o Benfica queria e merecia. Neste momento, tem uma grande incógnita que é o António Areia pois tem contrato mas quer assinar por um rival. Absolutamente lastimável a atitude deste jogador, espero que o Benfica não ceda a pressões e o obrigue a pagar tudo o que deve pagar ao clube para ir jogar onde quer. Aguardemos pelo resultado desta situação, pois pode vir a ser um marco de viragem nas modalidades de pavilhão em Portugal.
Porque o Benfica é mais do que futebol, tudo aos pavilhões!!
Naquele que foi o 3º jogo da pré-época, o Benfica defrontou hoje os New York Red Bulls da MLS. Para este jogo, Rui Vitória fez a tal mistura das micro-estruturas que tinha falado antes do encontro com a Fiorentina. Na baliza jogou Ederson, que fez os seus primeiros minutos de águia ao peito. Nélson Semedo foi o dono da lateral direita, enquanto que Sílvio jogou na esquerda, ficando Luisão e Lisandro com a zona central da defesa. A dupla no meio-campo foi composta por Samaris e Pizzi, estando Ola John na ala esquerda e Carcela na direita. Taarabt também fez os seus primeiros minutos de águia ao peito, jogando no apoio a Jonathan Rodríguez.
Se nos jogos anteriores o Benfica jogou com dois avançados, desta vez isso não aconteceu. Taarabt jogou no apoio a Jonathan, mas não tão avançado, e baixando mais para buscar bola.
Este adversário do Benfica e apesar de estar a jogar sem muitos titulares, é uma equipa com muito mais andamento, pois estão em competição há muito tempo. Isso notou-se logo no início do jogo, com a pressão muito alta que faziam para evitar que o Benfica conseguisse jogar a partir da sua área.
Aos 7 minutos, o Benfica na primeira vez que chega à baliza adversária, adianta-se no marcador. Depois de uma boa basculação de jogo, Nélson Semedo aparece a rematar para corte de um adversário, Pizzi ganha a segunda bola combinando com Carcela e isolado atira para dentro da baliza dos New York Red Bulls.
Nestes primeiros 10 minutos, para além de Taarabt estar a jogar mais a número 10 e o Benfica não estar num esquema de dois avançados, outra coisa estava diferente. Os movimentos interiores dos extremos deixaram de existir, e em vez disso, abriam quase sempre na ala. Nenhuma equipa dominava o jogo, mas o Benfica começava a crescer, obrigando o adversário a baixar mais as linhas. Já tinha mais bola, fazia mais circulação e aos 15 minutos Carcela quase marca, mas o guarda-redes adversário evita o golo.
Taarabt começava a tentar pegar mais no jogo e jogando simples, apesar de se notar perfeitamente que ainda está com algum peso a mais, e com muita falta de ritmo, o que é normal para quem esteve tanto tempo parado. Pizzi na parte ofensiva fazia jogar a equipa e Nélson Semedo já dava outra largura à lateral direita do Benfica, coisa que tanto faltou nos dois primeiros jogos. Aos 21 minutos e após erro de um jogador adversário, Jonathan aparece isolado, mas permite a defesa ao guarda-redes.
O Benfica continuava com mais bola, mas tinha dificuldades em conseguir chegar com ela ao último terço do campo. O processo ofensivo continua com dificuldades. Carcela começava a dar nas vistas, muito forte no 1 para 1, e também agressivo a defender e a atacar.
Aos 33 minutos e quando nada o fazia prever, o Benfica sofre o empate. Lisandro e Luisão trocam a bola, e o capitão do Benfica faz um passe muito curto para Ederson que isola um adversário que facilmente empata o jogo.
A equipa sentiu o golo e retraiu-se nos minutos seguintes. Deixou de ter tanta bola e recuou no campo. Até ao intervalo pouco mais de interessante houve, tirando o livre dentro da área a favor do Benfica, mas o remate de Pizzi foi cortado por um jogador adversário perto da linha de golo.
Depois dos 10 primeiros minutos e até ao empate, o Benfica conseguiu fazer um jogo relativamente bom. Esta primeira parte foi mais uma prova de que Rui Vitória está a tentar transformar uma equipa de explosão e de muita verticalidade ofensiva, em uma equipa de mais posse e segurança com bola, vamos ver se resulta. Claro que vai sempre demorar algum tempo a isto conseguir ser feito. Nélson Semedo só foi uma surpresa nesta primeira parte para quem não o conhecia, esteve bem, apesar de ter sido pouco posto à prova defensivamente, que é onde tem mais dificuldades. Consegue dar outra vida à lateral, e no sistema dos dois jogos anteriores, ainda seria melhor para ele, que tem capacidade para aproveitar toda a ala.
Os dois médios centro estiveram menos efectivos na pressão e recuperação de bolas, apesar de a equipa não ter pressionado tanto. Pizzi tem muitas dificuldades sem bola e quando Samaris decide subir e pressionar mais à frente, essa dificuldade ainda é maior. Em termos ofensivos, a equipa ganha muito com ele a 8, mas perde em outras coisas, o que com equipas de melhor valia pode custar caro. Taarabt mostrou que está ainda mal fisicamente, precisa de tempo. Aguentou ainda 30 minutos a um ritmo aceitável, jogando simples e procurando o espaço e bola, mas depois desapareceu até ao intervalo. Ola John nem vale a pena comentar, foi péssimo, mais uma vez. Carcela também a cumprir os requisitos, enquanto Jonathan Rodríguez continua esforçado, mas aquela vontade enorme de marcar e mostrar serviço às vezes prejudica-o. Tem de jogar mais de cabeça levantada e procurar os colegas.
Esta foi a pressão muito alta que o Benfica encontrou nos primeiros 10 minutos de jogo, e com isso não conseguiu sair do seu meio-campo defensivo. Outra coisa que tenho notado nos jogos do Benfica, é que durante os 10 primeiros minutos de jogo a equipa arrisca pouco a sair a jogar, não tentando muito as saídas e preferindo jogar mais directo. Depois sim, tenta assentar o jogo e partir com a bola jogável de trás.
Se nos outros jogos isso aconteceu muito, esta foi das poucas vezes que o Benfica pressionou tão alto e em superioridade numérica do lado da bola. Para este jogo Rui Vitória baixou a pressão que se fazia em campo.
Se nos primeiros dois jogos os extremos procuram quase sempre fazer movimentos interiores, nesta primeira parte essa situação quase não ocorreu. Benfica com bola ao centro, e Ola John e Carcela bem abertos nas alas.
Esta foi uma recuperação de bola, em que Taarabt e Jonathan partiram para o ataque. Como podemos ver na primeira imagem, os restantes jogadores estavam um pouco longe dos dois jogadores mais avançados do Benfica, mas mesmo assim só depois de Jonathan chegar perto da área contrária e já depois de perder a bola, é que vemos jogadores do Benfica a chegar relativamente perto do local. A equipa tem de ser mais rápida a sair para o ataque, e ajudar nestas transições. Com a bola, Jonathan e Taarabt conseguiram percorrer mais espaço que os restantes jogadores o fizeram sem bola, mas estavam numa situação de 2 para 5 e o lance não deu em nada. Os jogadores adversários foram muito rápidos a recuperar, ao contrário do tempo que demoraram os jogadores do Benfica a avançar no terreno.
Esta foi uma situação que ia custar caro ao Benfica na 2ª parte. O espaço na frente da defesa está muito desprotegido, mas ninguém sai ao homem, deixando ele ir avançando com a bola sem oposição.
Muito estranhamente neste jogo, o Benfica não utilizou nenhuma vez na 1ª parte a saída a jogar em que se coloca um médio a fazer de 3º central. Esta situação é um exemplo em que a equipa sobe e nem tentam essa saída a jogar, e isso aconteceu muitas vezes. Ou se saía a jogar apenas com os dois centrais, ou se batia a bola.
Nélson Semedo é o lateral do plantel que mais capacidade tem para dar largura à equipa e que melhor sobe no terreno, dando sempre mais uma opção. Este é um belo exemplo do que ele pode fazer.
Nélson Semedo, numa situação em que me deu um déjà vu com o anterior lateral direito do Benfica.
Para a segunda parte, Rui Vitória fez duas alterações. Saíram Ola John e Taarabt e entraram Gonçalo Guedes e Djuricic. Ambos foram fazer os lugares em que estavam os jogadores que saíram ao intervalo.
O Benfica entrou bem nos primeiros minutos. A ter mais bola, a pressionar a equipa adversária e com Djuricic a pedir muito jogo para fazer jogar os colegas.
Aos 51 minutos e após uma bela transição ofensiva de Gonçalo Guedes, Pizzi e Djuricic, Jonathan recebe a bola e remata para uma grande defesa do guarda-redes adversário. Aos 56 minutos e quando nada o fazia prever, o New York Red Bulls adianta-se no marcador. O avançado da equipa americana domina a bola e entrega a um dos médios, ninguém sai ao jogador que está à entrada da área, que por sua vez domina e com todo o tempo remata para um belo golo.
Na resposta, o Benfica quase marca. Djuricic tabela com Carcela, mas o remate do sérvio é defendido para canto. Pouco depois, Carcela volta a fazer uma bela jogada, entregando a Jonathan que remata por cima, quando podia levantar a cabeça e tentar servir um colega. Por volta dos 66 minutos, Rui Vitória faz entrar Talisca, Gaitán e Jonas, para os lugares de Pizzi, Carcela e Jonathan. Talisca foi para número 8, fazendo com Samaris a dupla de médios-centro. Jonas na frente de ataque e Gaitán numa das alas.
Assim que entra, Gaitán após combinar com Sílvio, assiste Djuricic que cabeceia muito fraco quando podia fazer melhor. Por esta altura, o Benfica dominava o jogo. Tinha mais bola e a equipa adversária quase não passava do meio-campo, perdendo muito rapidamente a bola quando a tinham. Jonas apesar de estar a jogar sem nenhum avançado junto a ele, jogava como um falso 9, fugindo muitas vezes das zonas de finalização para tentar ter mais bola.
Muita bola do Benfica por esta altura do jogo, mas com muitas dificuldades em entrar em zonas de finalização. Com as substituições, os extremos do Benfica começaram também a vir mais para dentro, procurando mais jogo interior. Talisca ainda dá menos consistência ao meio-campo jogando naquela posição, e com o desgaste que Samaris já tinha, começou também a haver mais espaço entre a defesa e o meio-campo.
Rui Vitória voltou a mexer na equipa aos 81 minutos, fazendo entrar Marçal para o lugar de Sílvio e João Teixeira para o lugar de Luisão. Com isto, Samaris desceu para central, assumindo João Teixeira a posição do grego. Aos 83 minutos e após uma grande jogada de Djuricic, o sérvio entrega a bola para Marçal que atira incrivelmente por cima. Perto do fim, Gonçalo Guedes é servido por Talisca, e após uma grande arrancada é travado em falta quando já entrava dentro da área. Livre muito perigoso, mas um jogador dos New York Red Bulls corta o remate de Talisca quase em cima da linha de golo.
O jogo caminhou para o final, e o Benfica acabou por não conseguir chegar ao empate.
Nestes 3 primeiros jogos, o Benfica tem tido alguns problemas em fazer bem a linha defensiva.
Nesta imagem, podemos ver os tais movimentos interiores que Gaitán e Guedes começaram a fazer desde que Rui Vitória mexeu na equipa. Jonas foge da zona do avançado e está na linha a pedir bola. Neste momento do jogo, estão os 10 jogadores de campo do Benfica num relativo curto espaço.
Aqui é visível o espaço que a certa altura começou a haver entre a defesa e o meio-campo.
Este jogo acabou por trazer um resultado muito injusto para o Benfica, que fez por ganhar o jogo. As vitórias não são o mais importante da pré-época, mas quer se queira ou não, acabam sempre por dar mais moral e confiança aos jogadores.
Neste jogo finalmente tivemos a oportunidade de ver melhor alguns jogadores que talvez já mereciam mais tempo de jogo. Nélson Semedo, como já disse, esteve bem. Espero que se aposte mais nele e não se tenha receio, apesar de ainda ter várias lacunas. Carcela foi outro jogador que também deu nas vistas. Muito forte no um para um e muito rápido, mas é claramente um jogador para estar aberto no corredor e aí explorar as suas qualidades. Djuricic também mostrou vontade de fazer por merecer um lugar no plantel, vamos ver se é para continuar.
Como já disse, este Benfica está diferente, está mais cerebral e menos explosivo. A equipa quer mais bola, e ter mais segurança, mas tem tido muita dificuldade em termos ofensivos. Essa segurança da posse de bola tem crescido ao longo dos jogos disputados, e está melhor. Os processos no ataque são ainda fracos, não se vê muita coisa boa a sair dali, e acabam quase sempre por ser rasgos de alguns jogadores a desequilibrar. É preciso ainda muito trabalho nessa vertente. A linha defensiva continua com alguns problemas, precisando de ser muito mais certa. A equipa tem tentado ocupar melhor o espaço desde o primeiro jogo. Sílvio desiludiu-me um pouco, esperava um jogo mais conseguido da parte dele. Pizzi é o que disse na 1ª parte, muito bom com a bola, e mau sem bola. Para este jogo e até às substituições a equipa jogou de forma diferente, mais aberta. Só Rui Vitória também pode explicar porque neste jogo se deixou de se sair a jogar com os 3 centrais.
Ainda há muito trabalho pela frente, há algumas coisas boas que se vê, mas ainda muito melhorar também, o tempo é cada vez menor e a Supertaça está cada vez mais próxima. Do que vi nestes três jogos, a equipa que mais segurança me dá, seria: Júlio César, Nélson Semedo, Luisão, Jardel, Sílvio, Fejsa, Samaris, Gaitán, Carcela, Talisca e Jonas.
Após uma fantástica época a nível nacional, onde conquistou a dobradinha com apenas uma derrota em toda a temporada, os comandados de Joel Rocha partem para esta época com o objectivo de tentar pelo menos fazer igual à época passada.
E fazer melhor, é ganhar tudo internamente. Para além da defesa do título de campeão e da Taça de Portugal, pede-se a conquista da Supertaça e da Taça da Liga. Tentar também fazer uma surpresa na Uefa Futsal Cup, apesar do elevado nível dos opositores. A Taça da Liga é a nova prova que se vai disputar, nela estarão os 8 primeiros classificados da 1ª volta do campeonato.
Do plantel campeão, saíram os pouco utilizados Pablito, Xande, Mancuso e Vítor Hugo (um guerreiro e um exemplo para toda a gente). Mantiveram-se Juanjo, Bebé, Cristiano, o Capitão Gonçalo Alves, Chaguinha, Jefferson (conta como formado localmente apesar de ser brasileiro), Bruno Coelho, Bruno Pinto, Rafael Henmi, Ré, Alan Brandi e Patias.
A estes, foram acrescentados 4 reforços. O fixo Fábio Cecílio que vem do Sporting de Braga, que foi um dos melhores valores do campeonato passado e vem para uma posição em que estávamos claramente carenciados. O ala Mário Freitas oriundo do Fundão, e que para além de toda a valia técnica que tem é também um velho conhecido do nosso treinador Joel Rocha. O jovem Tiaguinho, um universal oriundo da nossa formação e que é visto como uma das maiores promessas nacionais (tem 17 anos). O último reforço foi o internacional argentino Fernando Wilhelm, um universal que chega a Portugal com um grande cartel.
O Benfica foi capaz de formar um grande plantel, superior ao da época passada e por isso mesmo tem todas as condições para voltar a vencer.
Esta época, para além da nova competição (Taça da Liga), temos também alterações ao nível de regulamentos. Em cada partida é obrigatória a presença de 8 atletas formados localmente nos 13 convocados sendo que isso implica que apenas possam ser utilizados 5 estrangeiros em cada partida. O Benfica tem 6, Juanjo, Chaguinha, Henmi, Alan Brandi, Patias e o reforço Fernando Wilhelm, e por isso em cada partida a nível nacional um deles ficará de fora. Na Uefa Futsal Cup podem ser utilizados os 6.
Porque o Benfica é mais do que futebol, tudo aos pavilhões!!
Hoje o Benfica fez o seu 2º jogo nesta pré-época, agora contra a Fiorentina. Se pelas palavras de Rui Vitória se esperava que desta vez houvesse uma mistura entre titulares e jogadores que ainda procuram o seu espaço, não foi bem isso que aconteceu. O treinador do Benfica voltou a apresentar uma equipa titular com jogadores quase todos rotinados entre eles, onde a excepção era mesmo Jonathan, que ocupou a vaga de Lima. André Almeida substituiu Sílvio na lateral direita, Fejsa entrou para fazer a dupla de meio-campo com Samaris, enquanto tudo o resto se manteve relativamente ao jogo com o PSG. Com esta pré-época tão curta em jogos, faz sentido Rui Vitória tentar apostar mais nos jogadores que devem jogar na Supertaça, mas mesmo assim, esperava ver outros jogadores também a ter oportunidades.
O Benfica não entrou muito bem no jogo, não conseguia ter muita bola. Nos primeiros 10 minutos, a equipa praticamente só teve bola nos seus defesas, mas sem conseguir sair a jogar, visto a Fiorentina estar a pressionar muito alto a saída do Benfica.
A partir dos 10 minutos, o Benfica começou a ter mais bola, e a conseguir sair a jogar. Com a forma como Talisca e Gaitán vinham buscar interiormente o jogo nas saídas a jogar, o Benfica começou a ultrapassar a pressão dos italianos. Aos 14 minutos, e após a bola sair da defesa, a equipa de Rui Vitória conseguiu construir um bom lance de ataque, onde Jonathan rematou para a defesa do guarda-redes da Fiorentina.
O jogo continuava muito dividido, mas o Benfica já era a equipa com mais bola, apesar de não criar perigo para a baliza contrária. Havia posse, mas havia pouca verticalidade e poucos desequilíbrios causados na defesa contrária.
Assim como no primeiro jogo, o Benfica continuou a vir com os extremos ao meio. Talisca e Gaitán procuraram quase sempre o jogo interior, deixando as alas para os laterais ou para um avançado que lá caísse de vez em quando.
O jogo continuava a arrastar-se, pouco ou nada de perigo se passava. O Benfica a continuar a tentar ter mais bola e a jogar sempre com a bola no pé, não criando perigo, e a Fiorentina a ter menos bola mas a chegar com mais perigo à baliza de Júlio César, tendo dois remates, um deles muito perigoso, mas que saiu ao lado. Apesar dos remates, os italianos não conseguiam entrar na área do Benfica, criando perigo apenas nos remates de fora de área. O jogo começava a tornar-se mais duro também.
Com o passar do tempo, o Benfica conseguiu levar a Fiorentina cada vez para mais longe da baliza de Júlio César. Samaris e Fejsa a fazerem um grande trabalho no meio-campo, principalmente na pressão e na forma como ganhavam por esta altura todas as segundas bolas.
O jogo acabou por chegar ao intervalo empatado a zero.
Esta 1ª parte do Benfica, em termos ofensivos, foi inferior aquilo que a equipa tinha feito frente ao PSG. Em termos defensivos, a equipa esteve muito melhor. Com Fejsa e Samaris no meio-campo, a equipa ganha outra consistência defensiva, principalmente pela capacidade que o sérvio tem em fechar aquele espaço entre a defesa e o meio-campo, e que tantos problemas tinha causado no anterior jogo. Com isso, Jardel já esteve melhor, e não teve tantas dificuldades perante esse espaço. Foi conseguido manter a equipa italiana fora da grande área do Benfica, criando apenas perigo em remates de longe. A nível da pressão, a equipa continuou bem, a pressionar muito alto, e desta vez evitou quase sempre a chegada da bola jogável ao espaço entre a defesa e o meio-campo.
Em termos ofensivos, e como já disse, a equipa esteve pior. O Benfica até conseguiu chegar várias vezes com a bola controlada até ao sector avançado, mas depois nada conseguia. Muito poucas ideias e processos ofensivos ainda muito fracos. Jonathan lutou muito, e pressionou muito, mas pareceu um pouco à parte dos restantes, e até acaba por ser algo normal, visto nunca ter tido uma oportunidade como esta. Continuo a achar que caso Rui Vitória continue com esta ideia, o Benfica precisa de contratar um jogador com muita qualidade para jogar ao lado de Jonas. Esta falta de poder ofensivo também é explicado por o Benfica ter jogado com Fejsa e Samaris no meio-campo, que não são jogadores criativos e com muita capacidade de criar desequilíbrios na equipa adversária. Se ganhamos muito em consistência defensiva, perdemos ofensivamente, pois o grego, que é quem mais se liberta para tarefas ofensivas, não tem capacidade criativa de ajudar muito no processo ofensivo. Acabou por fazer alguns bons passes, mas fazer rupturas em progressão, chegar perto da área adversária, de ter verticalidade ofensiva, e de criar perigo para a equipa adversária, não são as suas principais características. Vou passar agora a alguns momentos desta 1ª parte, voltando no fim do jogo a fazer um apanhado.
Foi muito por causa desta pressão que a Fiorentina fez, que o Benfica não conseguiu sair a jogar nos primeiros minutos. Pressão muito alta da equipa italiana. Provavelmente, o Benfica não esperava isto, mas ainda bem que aconteceu. Serviu para a equipa de Rui Vitória se tentar habituar a pressões deste género e só assim com estas dificuldades a equipa vai crescendo.
Uma das coisas em que a equipa não tem estado tão bem, é na sua linha defensiva. Neste lance, vemos Eliseu completamente mal na linha defensiva, muito aberto, com grande espaço entre ele e Jardel, e ainda por cima a colocar os jogadores da Fiorentina em jogo. Por sorte, a bola depois de chegar ao médio centro da equipa italiana não entrou em nenhum dos avançados, que estavam em jogo, e com caminho livre para a baliza.
Mais uma vez, Eliseu a estar mal. Saiu a uma zona onde já estava Fejsa, descompensando a equipa, e o resultado foi aquele buraco que se vê na segunda imagem.
Aqui e como tinha acontecido no primeiro jogo, a procura dos espaços interiores por parte de Talisca e de Gaitán. A primeira imagem é de uma saída a jogar a partir da defesa, e na segunda num ataque em posse. Em ambos os casos, o espaço foi aberto na ala para Eliseu, que acabou por não o aproveitar.
Mais uma saída a jogar do Benfica com Samaris e Jonas a fazerem o movimento de vir buscar a bola ao meio, depois de Fejsa em vez de ir receber a bola como 3º central, foi buscar na linha. A Fiorentina pressiona alto, os médios acompanham Jonas e Samaris, mas a bola consegue entrar no grego depois da tabela com Jonas. Talisca com o seu movimento interior arrasta o lateral, e André Almeida fica com todo o espaço do mundo para o ataque. A bola acabou por se perder e não dar em nada, visto o passe não ter sido muito bom, e André Almeida ter continuado na linha em vez de começar a vir para dentro, onde tinha todo o espaço para levar a bola. Esta foi uma das melhores saídas a jogar do Benfica nestes dois jogos, apesar do risco do passe de Fejsa para o meio.
Temos aqui duas vezes em que o Benfica pressiona a equipa adversária em superioridade numérica. A primeira num lançamento lateral, tentando evitar que a bola saia dali, ocupando todo o espaço. A segunda numa tentativa de sair a jogar dos italianos, e assim que a bola entra na linha, o Benfica tapa todos os espaços.
Outra coisa que o Benfica fez em ambos os jogos, foi obrigar a equipa adversária a bater a bola pelo seu guarda-redes nos pontapés de baliza, evitando que ela saia a jogar.
Por último, a forma como a equipa se posicionou defensivamente quando a bola entrava no meio, e como Fejsa e Samaris, assim que o jogador da Fiorentina recebe a bola de costas, o pressionam e ganham a bola.
Para a 2ª parte, e ao contrário do que tinha acontecido no jogo anterior, voltaram a entrar os mesmos jogadores, não havendo nenhuma substituição.
O jogo voltou ao mesmo, muita pressão, muita luta e poucos lances de perigo. Jogo muito dividido a meio-campo e sem oportunidades de golo. O Benfica continuava a pressionar bem, a fechar quase todos os espaços no caminho para a sua baliza, com boa circulação de bola, mas o jogo ofensivo continuava péssimo.
Aos 56 minutos a Fiorentina quase marca. Eliseu sai a Joaquín que recebe o passe na linha, e apesar de depois a bola vir para o meio, o jogador do Benfica ficou bem aberto na linha. A bola entra no enorme espaço entre Jardel e Eliseu, e o jogador da Fiorentina atira à trave.
Um minuto depois, o Benfica tem uma grande oportunidade. Assim como aconteceu na 1ª parte, o médio da Fiorentina recebe a bola de costas no meio-campo, e três jogadores do Benfica fazem logo a pressão, obrigando ao erro. Jonas recupera e após excelente jogada, atira ao lado.
Aos 58 minutos, Rui Vitória mexe pela primeira vez na sua equipa. Entram Sílvio, Pizzi e Ola John, e saem Eliseu, Talisca e Samaris.
As substituições nada alteraram na equipa, o jogo continuou igual, os mesmos defeitos e as mesmas virtudes, até que aos 66 minutos Luisão leva o segundo amarelo e é expulso. A partir deste momento e como é obvio, o jogo mudou, deixando o Benfica de ter as mesmas armas do adversário, tentando não sofrer e atacando muito menos, mas não deixando a Fiorentina criar muito perigo. O jogo arrastou-se até final, ainda entrando Cristante, Nélson Oliveira, Carcela e Lisandro. Nas grandes penalidades, o Benfica acabou por perder por 4-5.
Este foi mais um jogo com aspectos positivos e negativos. Mais uma vez, digo que o Benfica precisa de reforços, principalmente nas laterais. Nesta forma de jogar, e mesmo que seja noutra forma, estes não dão garantias. Sílvio pode servir para a esquerda, mas depois tem a tendência de vir para o meio. Neste jogo foi ainda mais evidente a falta que laterais ofensivos fizeram ao jogo da equipa. Eliseu não pode ser titular no Benfica.
A equipa melhorou muito defensivamente, apesar da linha da defesa ter tido algumas falhas. A inclusão de Fejsa no 11 inicial foi muito importante para isso acontecer. O sérvio consegue ter um grande raio de acção, fechando muito espaço e recuperando muitas bolas. Esta dupla de meio-campo é muito forte defensivamente e na pressão, mas depois o Benfica perde muito quando o jogo passa para a parte ofensiva. Com os extremos a vir buscar jogo dentro, e os laterais a não ajudarem no processo ofensivo, o Benfica tem muitas dificuldades em criar perigo e em chegar à baliza contrária. Apesar da pressão dos italianos, a equipa já mostrou qualidade e ideias a sair com a bola a jogar desde a sua defesa. Também, quando viram que não dava, não inventaram para não cometerem erros. A posse de bola esteve mais segura durante este jogo, mas menos vertical, principalmente desde o meio-campo para a frente.
Acho que Talisca poderia render mais se jogasse perto do Jonas na frente de ataque, pois acredito que quanto mais perto da baliza adversária, mais solto e a pensar menos, mais rende. Jonathan não fez um mau jogo, fez muita pressão e mostrou alguns dotes, mas com a equipa a ter pouca bola junto dele, não deu para ver muito mais que isto. Gaitán continua a mostrar que não pode sair do Benfica.
Se esta dupla de médios for para manter, Rui Vitória terá de pensar em colocar ali no meio um jogador mais cerebral na frente de Fejsa e Samaris, alguém que pense mais o jogo e consiga levar a equipa para a frente. Nenhum destes dois médios consegue isso, e Jonas tem ainda mais a tendência de se afastar da baliza para ter mais bola. Pensava que Rui Vitória ia fazer alterações tácticas mediante aquilo que o jogo lhe estaria a dar nestes dois jogos, ou mudar algo com as substituições, mas continuou sempre com a mesma forma de jogar, o que me desiludiu. Acho que não deve estar agarrado a nada, só porque resultou bem anteriormente. Se não se sente à vontade com um 4x4x2, só tem de experimentar outras coisas.
Para acabar, dizer que não consigo perceber como é que Ola John continua a ter oportunidades e outros jogadores não as têm, mas isso só Rui Vitória pode explicar. Que venha o próximo jogo.
Durante as últimas épocas, discutiu-se muito um suposto fim de ciclo no futebol português e uma consequente passagem de testemunho na hegemonia do mesmo. Creio que a generalidade dos benfiquistas concordarão comigo se disser que é demasiado cedo para concluir essa passagem de testemunho, mas não posso dizer o mesmo em relação ao fim de ciclo. O fim de ciclo é um dado adquirido. O Benfica, com os sucessos das últimas épocas, causou um efeito de tal forma negativo na moral do FCP que a fórmula que esteve na base de décadas de sucesso parece ser já coisa do passado. Cada acto da nova gestão desportiva se traduz na assunção de que já não se consegue derrotar o Benfica usando a estratégia de sempre. O FCP da "estrutura", o exemplo europeu de gestão desportiva, que comprava barato para vender caro, que dominava o mercado nacional, que construía equipas à volta dos símbolos da sua mística, é coisa do passado, acabou. O Benfica ainda não consumou um novo paradigma, mas consumou o fim do anterior. O principal rival é hoje um clube vergado à força das circunstâncias, obrigado a seguir um rumo que talvez nem os próprios dirigentes saibam muito bem qual é e muito menos saberão os seus adeptos. Ganhando ou perdendo, o clube mudou drasticamente, restando apenas saber com que consequências para o seu futuro. É que o dinheiro está a aparecer de algum lugar e quem lá o coloca não ficou rico por caridade.
Maxi Pereira é um excelente exemplo da mudança, por todas as razões, e tão pouco é preciso falar da idade. Em primeiro lugar, é um jogador que valeria sempre mais no Benfica do que valerá no FCP, por tudo o que os adeptos acreditavam que ele significava, por ser sub-capitão, ter margem para errar e consequentemente jogar com um almofada de confiança que em nenhum outro clube poderia ter. O Benfica seria o único clube que aceitaría vê-lo envelhecer com dignidade, sem o tratar como mercadoria ao primeiro sinal de falta de pernas. Em segundo lugar, nem mesmo no Benfica justificaría o salário que irá receber no rival.
Mas claro que o FCP não olhou para as coisas desse modo apenas, percebeu que a força desta acção estaría mais do ponto de vista da nossa destruição do que da sua construção. É uma jogada que procura resultados pela negativa, não pela positiva. Gastar-se-à muito para ganhar algo que será sempre inferior àquilo que o rival perderá. Mais do que uma contratação, é uma tentativa de enfraquecimento do rival. Deste ponto de vista, nem é algo novo, já que viver em função da rivalidade com o Benfica, sempre caracterizou os portistas - daí que quando o clube ganha, não se se celebre o portismo, com genuina alegria, mas se celebre acima de tudo o ódio, a negação, do Benfica, dos mouros, da capital, do centralismo - mas ceder ao ponto de contratar um dos jogadores mais atacados pelos adeptos e pela própria máquina de propaganda do clube, um jogador que poucas semanas antes aconselhou os azuis a lembrarem-se da forma menos clara como têm ganho os seus campeonatos, mostra bem o grau de desespero a que se chegou e o quão irrelevante a famosa mística se tornou para os responsáveis do clube.
E com isto, queria sobretudo chegar aqui: o Benfica parece seguir o seu rumo sem ceder a este tipo de postura, não alimentando o clima de guerrilha. Pecou em não ter retirado de imediato a sua proposta de contrato quando Maxi decidiu aproveitar a fraqueza dos benfiquistas com a ferida chamada Jesus ainda aberta e fazer chantagem nos jornais com uma possível ida para os rivais. Tirando isso, a postura tem sido basicamente inatacável. O Benfica tem-se mostrado convicto nos seus objectivos, no seu rumo e nos seus métodos, que, por sua vez, nada têm a ver com ataques aos rivais ou retribuições de alfinetadas. Esta pré-época tem sido um ataque feroz ao Benfica, a meu ver pior que o verão quente de 93, porque é um ataque que vem de ambos os lados, mas temo-nos aguentado como se exige a um clube com a nossa dimensão. O Benfica deve ser isso, vivendo pela positiva, com a preocupação primária de se construir e não destruir os outros , com um rumo claro que jamais coloque em causa a independência e sustentabilidade futura do clube. Pelo Benfica de hoje e de amanhã. A nossa força não é a de sermos os mais ricos, nunca foi. É que, como diria um tal de Cosme Damião, "No imediato o dinheiro vence a dedicação. No futuro, a dedicação goleia o dinheiro". O primeiro passo para voltarmos a ser o Benfica nos relvados é sermos o Benfica fora deles. Assim tem sido e que assim continue.
Se Maxi decidiu tornar-se no maior traidor da história do Benfica, odiado para sempre pelos benfiquistas e visto por todos como não mais do que um qualquer mercenário, outros jogadores souberam deixar a sua marca no coração dos benfiquistas... até ao fim dos tempos e mais além:
Pablo Aimar, um dos jogadores mais elegantes da história do futebol, pendurou as pantufas. Porque era de pantufas que jogava. Quando recebia com a ponta do pé aquelas bolas longas vindas das suas costas, como se de um passe de 5 metros de tratasse, como fez naquele maravilhoso golo à Académica. Quando conduzia a bola gesticulando para os colegas ao mesmo tempo que bailava em frente aos adversários para os tirar do caminho, como naquele brilhante golo ao Paços de Ferreira. Quando brincava aos cabritos, recepções e golos sem deixar a bola cair, como naquela memorável noite com o Setúbal na Luz. Quando reinventava o significado dos passes de letra, com aquele toque de bola só dele, como fez em Guimarães. Tenho orgulho em dizer que comprei a camisola com o nome e número de Aimar quando na altura se dizia que poderia estar de saída do Benfica. Para mim não importava, porque Aimar, esse sim, é o protótipo daquilo que considero o jogador à Benfica: abnegado, dedicado, corajoso, talentoso e leal. Como Coentrão, como Paneira, como Rui Costa, como teria sido Bernardo, se o tivessem deixado. Não chega correr muito e ser viril para ser um jogador à Benfica. Pelo menos para mim.
Mais raro do que o talento de Aimar, só a humildade com que vivia esse talento, genuinamente. Depois de Rui Costa na minha adolescência e juventude, Aimar é provavelmente a minha maior paixão futebolística, o jogador que mais admirei, que mais me fez sonhar ser um determinado jogador do Benfica, que mais me tornou de novo menino. Jogador de um carisma difícil de explicar, Aimar era simplicidade e classe, humildade e categoria. E tudo isso, Aimar foi-o no Benfica, clube pelo qual sempre demonstrou uma admiração profunda e sincera. O único consolo, meu e de tantos benfiquistas, será vê-lo servir o Benfica fora das quatro linhas. Porque sabemos que será altamente competente seja qual for a área que agarrar? Não, porque é dos nossos e estará perto. Porque é o Aimar, mais do que um jogador à Benfica, uma figura à Benfica.
Finalmente o Benfica disputou hoje o seu primeiro jogo desta temporada. Rui Vitória apostou num 11 sem nenhum reforço, continuando a apostar numa equipa com dois avançados. A maior surpresa foi mesmo a titularidade de Talisca, que se previa ir jogar numa ala, fazendo o lugar de Salvio. Sílvio foi o dono da lateral direita, como já se tinha dado a entender nos treinos, de resto foi mais ou menos o esperado.
O Benfica entrou no jogo a pressionar muito alto. Jonas e Lima a pressionarem muito a defesa do PSG, assim como Pizzi e Samaris também a fazer uma pressão muito alta. Talisca, como era previsto, começou o jogo na direita e Gaitán na esquerda. Nos primeiros minutos o Benfica teve algumas dificuldades em sair a jogar, não conseguindo ultrapassar a linha de médios e avançados do PSG.
Nos primeiros 15 minutos, o jogo foi muito divididido, com muita luta a meio-campo e com as equipas algo nervosas. Se era esperado que Talisca e Gaitán abrissem jogo nas alas como era habitual, não foi isso que aconteceu. Ambos procuravam muito o jogo interior quando a equipa tinha a bola, deixando os flancos aberto para os laterais. Também os dois faziam constantes mudanças de lado, nunca estando a jogar apenas num e alternando. Esta foi a principal novidade no jogo do Benfica.
Perto dos 13 minutos o Benfica fez o seu primeiro remate à baliza, com Sílvio a rematar para defesa de Trapp. O Benfica começou a assentar o seu jogo, tendo cada vez mais bola. Aos 16 minutos, o Benfica quase marcou, mas Trapp evitou o golo de Talisca.
Devido a estar com a equipa tão subida, o Benfica teve muita dificuldade defensivamente quando a bola ultrapassava a sua linha de médios. Havia muito espaço entre a defesa e os jogadores do meio-campo, e foi sempre um problema quando a equipa do PSG conseguiu entrar nesse espaço.
Jardel e Eliseu tiveram sempre muitas dificuldades perantes os seus adversários. Jardel fez mesmo um mau jogo, parecendo estar sempre muito desconcentrado e com dificuldades perante o espaço entre ele e os médios.
O Benfica já conseguia sair a jogar, mas foi o PSG que se adiantou no marcador aos 29 minutos após uma falha de Jardel.
O Benfica não se deixou afectar pelo golo, e empatou pouco depois. Remate de Jonas que Trapp volta a defender, mas desta vez Talisca não perdoa e empata o jogo na recarga. Esta era a melhor fase da equipa de Rui Vitória, a procura do jogo interior por parte de Talisca e Gaitán deixava os laterais contrários sem saber o que fazer.
Com essa mesma procura de jogo interior, aos 39 minutos Talisca recebe bem a bola no meio e remata ao poste. A equipa do PSG já não conseguia sair a jogar, o Benfica continuava a defender muito alto. Foi graças a isso que Gaitán com a ajuda de Samaris recupera uma bola, recebendo depois mais à frente o passe de Pizzi, aparecendo isolado e com toda a classe do mundo senta Trapp e assiste Jonas para encostar para o golo aos 42 minutos.
Esta primeira parte teve algumas coisas muito interessantes, mas também os jogadores benificiaram do facto de jogarem juntos há muito tempo e haver já muitas rotinas de jogo e entrosamento. O maior interesse foi mesmo a procura do jogo interior por parte de Gaitán e Talisca, fazendo uma espécie de 4x4x2 losango em vários momentos do jogo. Esta variante do jogo exige muito dos laterais, visto o espaço exterior ficar todo para eles aproveitarem, e neste jogo eles não o conseguiram. Também pode ser explicado pela falta de pernas, mas creio que o Rui Vitória caso queira continuar neste modelo, precisa de outros laterais que aproveitem este espaço e estejam em constante rotação ofensiva e defensiva. Talisca tem o problema de quase sempre não ser inteligente a jogar, pois podia aproveitar e muito este espaço mais ao meio. Gaitán ganha outra vida quando joga mais no meio, visto a sua criatividade ser toda posta em prática. Por falar em Gaitán, o Benfica tem de evitar a todo o custo perder o astro argentino.
A defesa esteve em pior plano. Jardel e Eliseu estiveram mal, e mesmo Silvio não fez uma grande primeira parte. Continuo a achar que Silvio rende muito mais na esquerda, mas se este sistema é para continuar, aí terá mais dificuldade para aproveitar o espaço, sendo mais dificil para ele chegar à linha e cruzar, visto ter a tendência para procurar o meio com o seu pé direito. A defesa esteve bastante longe do meio-campo, e isso foi um problema durante parte do tempo. Depois e com os avançados muito rápidos do PSG, as dificuldades eram muitas para os parar. A defesa não estava habituada a ter Samaris tão subido no terreno, e Rui Vitória tem de arranjar maneira de fechar aquele espaço. Samaris, Gaitán, Talisca e Jonas foram os jogadores mais do Benfica nesta primeira parte. Passemos a alguns momentos desta primeira parte, onde esteve equipa que será mais perto daquilo que será a equipa titular.
Como podemos ver aqui, a equipa do Benfica começou o jogo a pressionar muito alto. Samaris e Pizzi muito subidos no terreno, e principalmente em Samaris isso não era habitual. O Benfica tentou a todo o custo evitar que a bola conseguisse passar jogável pela sua linha de médios, onde depois havia muito espaço para jogar.
Aqui podemos ver o tal espaço que existe quando a equipa do PSG conseguia ultrapassar a linha de médios do Benfica. O meio está completamente sem ninguém do Benfica, estando lá um jogador do PSG pronto para receber a bola.
Aqui podemos ver duas saídas do Benfica a jogar. Normalmente, o que acontecia era só Samaris fazer de 3º central e sair o Benfica a jogar, mas neste jogo tivemos várias vezes Samaris e Pizzi a virem buscar a bola à linha para o Benfica sair com bola.
Aqui a saída normal do Benfica a jogar, com Samaris a fazer de 3º central. Ao principio o Benfica teve dificuldades em fazer esta saída, e por isso procurou ir com um dos médios buscar a bola na lateral, mas com o passar do tempo estabilizaram e conseguiram sair a jogar da maneira clássica.
Aqui temos 5 exemplos da forma como o Benfica procurou o jogo interior e como a equipa se posicionava. Talisca e Gaitán em nenhuma destas vezes abriram muito na ala, procurando sempre aproveitar o espaço interior.
Aqui podemos ver mais uma vez a forma como Samaris pressionava muito mais alto. Foi a principal mudança no jogo do médio grego, e que bom jogo que ele fez.
Temos aqui Jonas a abrir na esquerda numa saída a jogar do Benfica. Durante esta 1ª parte foi Lima que fez muitas vezes esse trabalho, de cair algumas vezes na ala esquerda quando o Benfica tentava sair a jogar.
Para a 2ª parte, Rui Vitória deixou Jonas, Silvío e Pizzi no balneário, fazendo entrar André Almeida, João Teixeira e Carcela. Talisca passou a fazer companhia a Lima na frente de ataque, Carcela jogou a médio direito, João Teixeira a 8, e André Almeida a lateral. Tudo o resto ficou igual.
Depois do intervalo, o jogo do Benfica foi muito pior, o que era de prever. Se durante a 1ª parte havia muitas rotinas de jogo e entre os jogadores, na 2ª isso já pouco existiu. A fadiga também começou a aumentar e os jogadores acusaram o desgaste.
O jogo do Benfica nunca mais fluiu como tinha acontecido até ao intervalo, entraram jogadores que não me parece que possam ser opção para o Benfica. Carcela foi o que mais conseguiu mostrar, sendo muito agressivo defensivamente e ofensivamente, mas sempre com a tendência de abrir fora, apesar do que o Benfica estava a fazer era os alas virem buscar jogo por dentro.
Entraram também Paulo Lopes, Marçal, Lindelöf, Lisandro, Cristante, Ola John, Gonçalo Guedes e Nélson Oliveira nesta 2ª parte. Estes jogadores pouco mostraram, destes todos que falei agora, acho que o Benfica devia ficar apenas com Lindelöf, Lisandro, Gonçalo Guedes e Cristante, o resto não me parece que sejam soluções.
João Teixeira entrou muito nervoso, falhou muitos passes, e terá de mostrar muito mais caso queira mesmo ser opção para o Benfica.
Como já disse, esta 2ª parte foi mesmo muito má, cheia de erros individuais e colectivos, tendo o PSG dado a volta ao marcador com golos aos 64 e 79 minutos. Não houve jogo colectivo, cada um jogou quase por si. O que Rui Vitória poderia ter feito, era fazer um misto, ou seja, colocar alguns destes jogadores, principalmente aqueles que ele acredita que fiquem no plantel, inseridos na equipa da 1ª parte. Aí, e muito provavelemente em alguns deles, o rendimento teria sido muito melhor, pois estavam inseridos num colectivo forte.
Este jogo mostrou, caso ainda houvesse dúvidas, que o Benfica precisa de reforços. Verdadeiros reforços, jogadores que sejam capazes de entrar de imediato no 11, e não jogadores para fazer número. Um ou dois laterais, um médio, e um avançado para jogar com Jonas na frente e fazer a diferença.
Rui Vitória mostrou algumas coisas boas na equipa, outras nem tanto. Vamos ver o que ele consegue fazer com aquele futebol que a equipa mostrou na 1ª parte, e que foi do meu agrado. Equipa a pressionar muito, Gaitán mais a jogar no meio e um futebol objectivo, mas é preciso ainda trabalhar muito mais.
Por fim, deixar uma nota para o planeamento da pré-época do Benfica. O Benfica disputa muito tarde o seu primeiro jogo, e apenas vai disputar 5 jogos até ao primeiro jogo oficial. Não devem haver muitas equipa nos distritais que só disputem 5 jogos antes do primeiro jogo a doer. Era preciso muito mais, principalmente com esta mudança no comando técnico da equipa, em que é preciso hábito a novos métodos, e onde há muitos jogadores sem o futuro definido. O que acontece é, que estamos já no dia 19 e ainda andamos com 30 jogadores a treinar, e muitos jogadores com o futuro indefinido.
A equipa do Benfica partiu hoje para o Canadá, onde irá disputar a International Champions Cup. O primeiro jogo será contra o PSG na madrugada de sábado para domingo à uma e meia, e finalmente todos iremos ver a bola a rolar em jogo.
Para este estágio, Rui Vitória levou 30 jogadores, sendo eles:
Guarda-redes: Júlio César, Paulo Lopes e Ederson.
Defesas: Lisandro López, Luisão, Eliseu, Sílvio, Jardel, André Almeida, Nélson Semedo e Marçal.
Médios: Fejsa, Samaris, Gaitán, Ola John, Pizzi, Cristante, Talisca, Gonçalo Guedes, Lindelöf, João Teixeira, Guzzo, Taarabt, Nuno Santos, Djuricic, Carcela;
Avançados: Lima, Jonas, Jonathan Rodríguez e Nélson Oliveira.
Depois de observarmos esta lista, podemos ver que já foram riscados vários jogadores que não contam para esta época. César, Rúben Amorim, Pelé, Mukhtar, Diego Lopes, Murillo, Derley e Rui Fonte não vão continuar no plantel. César estará a caminho do Flamengo, Pelé é pretendido pelo Granada, Mukhtar pode voltar para a Alemanha, Rui Fonte estará a caminho do Braga, Murillo já foi oficialmente emprestado por um ano ao Tondela, enquanto Diego Lopes e Derley deverão jogar na Turquia por empréstimo.
Destas dispensas, a menos esperada é a de Mukhtar, jogador que até haviam algumas esperanças que este ano se afirmasse no Benfica. No entanto, a concorrência para os lugares onde ele poderia jogar é muita. Tanto para as alas ofensivas como para a posição atrás do avançado, há muitos nomes. Depois também se fala que o jogador não se adaptou bem, e que está com saudades do seu país. Um empréstimo a um clube alemão, onde jogasse regularmente, poderia ser uma boa opção. Rúben Amorim também seria algo surpreendente, mas como o jogador não foi chamado para se apresentar, é normal ele não fazer parte das contas. César e Derley foram contratações falhadas, e depois de um ano no Benfica, vão sair.
Podemos ver que destes 8 nomes que foram dispensados, 3 deles foram contratados para esta época. Pelé, Diego Lopes e Murillo, são jogadores que chegaram este ano ao Benfica e que já estão dispensados. São este tipo de contratações que não fazem qualquer sentido, estes jogadores é que são caros e não aqueles que custam vários milhões mas que depois rendem. Há que parar com este tipo de contratações, contratar tudo o que mexe não é uma coisa boa, e deve-se tentar ser muito mais cirúrgico nas contratações, guardando o dinheiro para verdadeiros reforços e acabar de vez com o carrossel Benfica. Depois dizemos que não temos dinheiro, e percebe-se o porquê de ele se gastar.
Rui Vitória vai levar todos os jogadores que chegam da formação do Benfica. Alguns deles podem ser muito boas surpresas para quem não os conhece e não acredita muito neles, vamos ver se aproveitam esta oportunidade.
Djuricic, Nélson Oliveira e Jonathan terão aqui também uma oportunidade para se mostrar. No caso dos dois primeiros, pode ser mesmo a última. Djuricic é um jogador de quem gosto bastante, aquela técnica não engana, mas precisa de trabalhar muito. Tem de perceber que o futebol não se joga só quando se tem a bola, e ser mais agressivo e intenso em campo. Mentalmente precisa também de crescer, mas só de ir nesta digressão pode ser um indício de que pode vir a contar para Rui Vitória.
Pena esta digressão acabar já bem perto da Supertaça, e pena o Benfica ainda não ter disputado nenhum jogo amigável até agora. Talvez tivesse sido melhor para assim haver menos dúvidas em relação ao plantel.
Olhando para o plantel de 30 jogadores, penso que o Benfica precisa de pelo menos 3 jogadores que sejam verdadeiros reforços. Caso algum titular saia, então será preciso mais. Um ou dois laterais, dependendo da questão Sílvio e do que Nelsinho e Marçal mostrarem. Depois alguém para as alas ofensivas como Rui Vitória disse na entrevista, e talvez um avançado que possa entrar de caras na equipa, podendo fazer companhia a Jonas. Vamos ver o que algumas incógnitas nos mostram neste estágio.
Diz-se que alguns jogadores do plantel agora já não servem, porque só valiam por estarem inseridos num modelo de jogo muito forte que o anterior treinador tinha. Concordo, em parte, mas também se não tinham qualidade, não iam jogar assim, e também agora não temos treinador para os colocar a jogar a bom nível? Depois também há a outra face da moeda, jogadores que não contavam, e agora podem contar, sendo reforços para o Benfica.
Vamos ver o que este estágio nos mostra, e aí sim, as dúvidas deverão ser tiradas de quem fica ou sai, e que posições estão carenciadas. Que a bola comece a rolar.
«Os jogadores vão e vêm e o clube fica.» «No futebol moderno não dá para ter ídolos.», já disse as frases feitas, já não precisam de comentar isso.
Não tenho ídolos, muito menos futebolistas e, talvez por ter nascido mulher, nunca tive aqueles ideais de “quando for grande quero ser como o Nuno Gomes”. No entanto há jogadores que nos marcam - lembro-me de gostar muito do Thierry Henry, por exemplo -, mas quando os jogadores que nos marcam são atletas do nosso clube do coração, essa admiração ganha uma dimensão emocional maior.
Para mim todos os jogadores do Benfica são os maiores do mundo, até os que não são, e como tal devem ser bem tratados e respeitados. Bem sei que o futebol é o negócio de milhões e que o que interessa é o dinheiro na conta no final do mês, mas gosto de acreditar que nem todos são assim.
Depois de saírem do Benfica, para mim, há 3 caminhos, o “vou gostar de ti para todo o sempre”, o “que sejas muito feliz, mas xau” e o “tu desaparece da minha frente e nunca mais tenhas a lata de olhar para a cor vermelha”. Normalmente quem entra na primeira porta são aqueles jogadores que pouco a pouco ganharam um espaço no meu coração por sempre terem tratado o Benfica, o meu Benfica, o amor da minha vida, com (quase) o mesmo carinho com que eu o trato. Jogadores como o Cardozo ou o Aimar a quem emprestei a minha camisola favorita e ma devolveram lavada, passada a ferro, dobrada e cheirosa.
Na segunda porta entram os jogadores que cumpriram o contrato, mas que não consegui ter uma afinidade emocional com eles, por exemplo o Garay ou o Melgarejo. Foram aqueles a quem emprestei a minha camisola favorita e depois de a usarem devolveram-ma da mesma forma que a encontraram. Na terceira porta entram aqueles a quem emprestei a minha camisola favorita e ma devolveram rasgada, cheia de lama e dentro de um saco do lixo rodeada de todos os cocós que o cão fez num mês, que esteve ao sol durante uma semana.
maxi (não mereces a maiúscula), eu gostava de ti, eu gostava verdadeiramente de ti. E sempre achei que a nossa relação ia seguir o rumo que eu tinha planeado: jogavas até ao fim com a camisola que eu te emprestei e depois devolvias-ma lavada, passada a ferro, dobrada e cheirosa - e até podia ser cheirosa com aqueles perfumes horrorosos que os sul-americanos usam nos carros. Começaste a ameaçar ir embora e eu fui, à pressa, buscar a camisola mais cara que tinha, pois era o melhor que tinha para te oferecer, porque acreditei que merecias mais e melhor, porque acreditei que o “não é muito, mas é de coração” que tinha para te dar chegava, depois de tudo o que tínhamos passado juntos. Eu, tu e a minha camisola favorita. Disseste que tinhas que pensar e eu aceitei. Crente em ti. O tempo foi passando e nunca mais decidias. Todos me diziam que já não querias a camisola que te emprestei com tanto carinho. Eu negava, não fazia sentido, tu tinhas dito que sim e eu acreditava em ti. A data em que prometeste dar-me a resposta passou e eu continuava à espera. Crente em ti.
Hoje atiraste-me com um saco do lixo que esteve ao sol durante uma semana e continha os cocós que o teu cão fez num mês a rodear a minha camisola favorita rasgada e cheia de lama. Tinhas outra vestida, tão mais feia, mas bordada a diamantes. A que eu te entreguei não tinha diamantes, mas tinha muito amor por ti. Perguntei-te porquê. Porque preferiste os diamantes ao amor, mas não respondeste. Sorriste ironicamente e cuspiste-me para cima.
Agora vou continuar a minha vida sem perceber porquê, porque não vale a pena. Tu não vales a pena. E esta é a última vez que te dirijo a palavra. Adeus, maxi.
O Benfica anunciou hoje que ia haver uma grande novidade sobre o futebol profissional. Quando todos pensavam em contratações, a novidade foi a renovação de 4 jovens jogadores. Nélson Semedo, João Teixeira, Raphael Guzzo e Nuno Santos renovaram os seus contratos até 2021, com cláusula de rescisão no valor de 45 M de euros.
Destes 4 jogadores, creio que Nélson Semedo e João Teixeira serão aqueles que mais oportunidades terão esta época na equipa principal do Benfica. Gonçalo Guedes e Lindelöf serão outros dois jogadores que também poderão ter lugar no plantel de 25 jogadores do Benfica.
Nélson Semedo é um lateral que chegou ao Benfica em 2012, proveniente do Sintrense. É um jogador que pode fazer outras posições, mas é a lateral direito que se tem fixado e rendido mais. Rui Vitória disse que tem soluções internas para substituir Maxi Pereira, essa solução no imediato parece ser Sílvio, com Nélson Semedo a servir de reserva. É um jogador que fez uma grande época no Benfica B, um lateral que ataca muito bem, conseguindo constantemente ganhar duelos individuais aparecendo embalado pela ala. Defensivamente ainda tem vários problemas, que precisam de ser corrigidos para dar mais garantias. Não acho que dê garantias para ser já o titular do Benfica, mas está aqui um jogador que pode ser útil ao Benfica no futuro, caso seja aproveitado.
João Teixeira foi um jogador que brilhou na pré-época do Benfica do ano passado, mas que depois e inexplicavelmente, não teve oportunidades a sério na equipa principal durante a época, jogando apenas 3 minutos num jogo da Champions que já para nada contava. Isto é explicado pelo grande complexo que o anterior treinador do Benfica tinha com os jogadores da formação benfiquista, quer muitos queiram ou não ver, foi uma realidade. Não é o único culpado, mas o principal. João Teixeira é um jogador muito refinado com a bola, tem boa técnica, e que pode actuar em qualquer das posições do meio-campo, sendo a 8 que mais pode render. Precisa de ganhar mais alguma intensidade e perder alguns tiques que ainda tem.
Raphael Guzzo é um jovem jogador formado no Benfica, que desde cedo deu nas vistas na formação, mas depois foi-se um pouco abaixo. Renasceu no Chaves, onde esteve emprestado na época passada, sendo um dos melhores jogadores da 2ª Liga. É um 8 com qualidade técnica, grande capacidade de passe, mas fisicamente e tacticamente precisa ainda de crescer para ser melhor sucedido a nível sénior. Fez um grande Mundial de Sub-20, sendo provavelmente o melhor jogador de Portugal, ficando inexplicavelmente no banco no jogo dos quartos-de-final. É um jogador que precisa de jogar, ficar na B alternando com a equipa A, ou ser emprestado a uma equipa de 1ª Liga, o que até acho que seria uma boa solução. O mesmo pode acontecer com Nuno Santos, pois a concorrência é muita neste momento no plantel do Benfica e talvez lhe fizesse bem um ano de empréstimo (sem opção obrigatória de compra). Nuno Santos é um extremo que pode jogar em ambos os lados, com um grande pé esquerdo, capaz de tirar grandes cruzamentos e com uma assinalável veia goleadora. Foi dispensado do Porto quando subiu a júnior, brilhando depois no Rio Ave, clube ao qual o Benfica o contratou.
Agora é ir apostando nestes jovens, claro que não estou a pedir que sejam titulares, e que a equipa seja feita apenas com jogadores da formação, pois isso não é viável numa equipa que quer ganhar. Só têm de ter a oportunidade de se mostrar, e caso agradem devem ser opções para o Benfica assim como se faz com outros. Há que tentar criar um equilíbrio, não contratar 10 jogadores onde apenas dois são verdadeiros reforços até porque o talento não nasce só nas árvores dos outros clubes.
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