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Com a chegada de Rui Vitória ao Benfica, muito se tem falado do sistema e modelo que será usado pelo novo treinador. A dúvida é se o novo treinador irá manter o 4-4-2 que Jorge Jesus usou durante grande parte das suas 6 épocas no Benfica. Nas entrevistas dadas por Rui Vitória até ao momento, deixou sempre no ar a ideia que iria continuar a utilizar o sistema do seu antecessor, mas com alternância de sistema entre competições ou mesmo durante o próprio jogo.
É verdade que Rui Vitória já utilizou o 4-4-2 em vários momentos da sua passagem pelo Vitória, mas será extremamente difícil imprimir a dinâmica das equipas de Jorge Jesus, até porque o modelo de jogo adoptado por Rui Vitória é diferente. Enquanto que Jorge Jesus privilegia o apoio frontal de um dos avançados e o jogo interior, Rui Vitória prefere o jogo exterior e a entrada de um dos médios para procurar a profundidade.
O jogo a analisar será o que ditou o 34º título, o Vitória vs Benfica. Um jogo de grande pressão para as duas equipas: de um lado o Campeão à procura do Bi, do outro uma equipa que com pouco a ganhar na classificação, queria evitar a todo o custo que o Benfica fizesse a festa em sua casa. É assim Guimarães, são assim os Vitorianos.
O então treinador do Vitória preparou bem o jogo porque sabia que Benfica ia encontrar - Jorge Jesus nunca mudou a forma de jogar - e por isso começou o jogo em 4-4-2:
A ideia é simples: o Benfica na saída de bola projeta os laterais e fica com 3 defesas - Samaris vai para o meio dos 2 centrais -, com os 2 avançados o Vitória consegue pressionar mais à frente, dificultando a troca de bola entre os defesas, Otávio e Sami nas alas fecham os laterais e André André fica próximo de Pizzi para que a bola não entre no número 8 do Benfica - como se vê na 2ª imagem. Rui Vitória pensava ter fechado assim todos os caminhos para a saída de bola do Benfica. Este sistema do Vitória obrigou um trabalho de maior sacrífico de Jonas e Lima, foram eles que tiveram que descer no terreno e baralhar o bem trabalhado meio-campo do Vitória. E que bem fizeram esse trabalho, nos primeiros 20 minutos foram eles que impulsionaram o Benfica, mas Rui Vitória responde a esta mexida tática do Benfica e readapta-se:
O Vitória muda para 4-3-3. Ricardo Valente vai para a esquerda e Sami continua na direita. No meio-campo fica Josué no vértice defensivo do meio-campo e André André juntamente com Otávio ficam com a missão de transportar jogo e dificultarem a saída de bola do Benfica. E é neste momento que o Benfica deixa de criar perigo da mesma forma sufocante que o tinha feito antes. Josué fica com uma missão importante: vigiar de perto o avançado do Benfica que desce no terreno; nesta sequência de imagens dá para ver Josué a seguir de muito perto Lima, não o deixando ficar com espaço para o apoio frontal tão típico do Benfica de Jorge Jesus:
Josué foi a chave para bloquear grande parte das tentativas de ataque do Benfica. Nota mais para esta alteração tática de Rui Vitória.
No momento ofensivo, realce para a projeção dos laterais que o Vitória usou. Uma equipa com medo de sofrer golos, a querer apenas defender, nunca entraria numa situação de risco deste tipo:
Centrais a sair a jogar e os laterais completamente abertos na ala. É aqui que cai por terra a ideia de que Rui Vitória apenas joga para defender. No jogo com o Sporting em Guimarães, esta projeção causou muitos problemas à equipa leonina. Nesse jogo o resultado final foi 3-0 e uma exibição de sonho para o Vitória.
Na próxima sequência será possível ver novamente a projeção que Rui Vitória pede aos laterais. Num momento de pressão alta do Vitória, a bola é recuperada no meio-campo do Benfica e vê-se Luís Rocha - o lateral esquerdo - a subir no terreno para dar profundidade na esquerda:
A bola não entra em Luís Rocha porque Otávio resolve segurar a bola e perde o tempo de passe. Má decisão do brasileiro emprestado pelo FC Porto aos Vitorianos.
Noutra situação de ataque, é possível ver uma das caraterísticas do modelo de Rui Vitória - e onde difere de Jorge Jesus. O médio 'box to box' procura a profundidade para criar perigo. Na próxima imagem está André André a jogar no limite do fora de jogo para receber a bola e com isto baralhar a organizada defesa do Benfica:
O Vitória atacou sempre com muitos homens, mas nem assim criar grande perigo porque tinha do outro lado uma das mais bem organizadas defesas do campeonato.
Se no meio-campo do Benfica o Vitória defendia com 4-4-2 para pressionar mais à frente, quando o Benfica entrava no meio-campo do Vitória, estes transformavam o sistema num 4-1-4-1 bem definido. Um bloco bastante junto para evitar as rotações de posições do Benfica, limitando espaços e tentando controlar a profundidade dos Bicampeões. Este lance aconteceu ainda antes da alteração para 4-3-3:
É isto que espero do Benfica de Rui Vitória. Uma equipa que ataque e defende no meio-campo adversário com 4-4-2 e que defende no seu meio-campo com 4-1-4-1 ou 4-2-3-1. Será este o pensamento do novo treinador do Benfica para a época que se avizinha.
No lado psicológico do jogo, Rui Vitória esteve bem neste jogo. Ambiente infernal nas bancadas e objetivos a atingir para os dois lados, o Vitória esteve sempre bem no jogo, tentando sair a jogar e nunca despejando bolas sem sentido, facto que poderia denunciar alguma ansiedade. O Vitória deu sempre a sensação que estava confortável e conseguiu manietar o Benfica durante grande parte do jogo. Boa preparação da equipa por parte da equipa técnica comandada por Rui Vitória.
Falta saber como será o percurso de Rui Vitória no Benfica, mas isso, só os resultados o dirão. Porque pode jogar da forma A ou B, mas são sempre os resultados que classificam o trabalho de um técnico, por muito injusto que isso às vezes possa ser.
Nesta altura do mercado em que as entradas e saídas são uma constante, e existem sempre planos para mais e mais mexidas (vulgas “oportunidades de negócio”), cabe ao treinador fazer escolhas tendo em vista formar um plantel completo e coeso que dê garantias de conseguir almejar os títulos da próxima época. É uma tarefa que Rui Vitória tem pela frente e que não parece nada fácil dado o elevado número de jogadores que o Benfica tem sob contrato. Torna-se esta tarefa ainda mais difícil para o fiel adepto de bancada porque se acaba por perder entre informação, contra-informação e desinformação, tudo porque não existe por parte do clube uma política de comunicação clara e virada para o sócio. Após algum trabalho de pesquisa, reuni aqueles que penso serem os jogadores sob contrato considerados da equipa A*, e aqueles que estão num patamar acima da equipa B mas que ainda não encontraram o seu espaço na equipa principal, estando ali a pedir a sua oportunidade no futebol sénior da primeira divisão. Tendo em consideração que Luís Filipe Vieira anunciou à confiança que o próximo plantel vai ter aproximadamente cinco jogadores da formação, o meu desafio é pedir aos leitores que se coloquem no lugar de Rui Vitória e façam o seu plantel de 25 jogadores, sendo fulcral que cumpra com os requisitos dos 5 jogadores formados no clube. A táctica utilizada é o 4-3-3, especulando que será este o modelo preferencial de Rui Vitória tendo em conta aquilo que tem sido o seu percurso enquanto treinador. Estou muito curioso por ver quais serão as vossas escolhas, façam o favor de tomarem as decisões!
* Qualquer erro contratual aqui publicado é da quota parte de responsabilidade da falta de transparência do Sport Lisboa e Benfica
"Jogadores A"
"Jogadores B"
Ver o Benfica ser campeão deixa-me imensamente feliz, com um sorriso parvo que passeio pela rua nos dias seguintes, massaja-me o ego, envaidece-me, mas... não me realiza totalmente. Não faço parte do grupo de adeptos que parece perder a ambição e o sentido crítico se o título estiver nas nossas mãos. Não consigo dizer que ninguém faz falta só porque somos campeões nacionais, ou porque fizemos a dobradinha, ou o triplete. Como se tivéssemos concretizado tudo aquilo que o potencial do Benfica poderia permitir, como se nada restasse para ganhar. Não encerro aí o potencial ganhador do Benfica. Não empequeneço o Benfica a esse ponto.
O primeiro Benfica que conheci, aquele que fez de mim benfiquista, que fascinava mais do que qualquer outro, era uma potência europeia. Uma verdadeira equipa de topo europeu, de Meias-Finais e Finais de Liga dos Campeões. Uma potência europeia na verdadeira acepção da palavra, na história passada, mas também na recente, no estádio, na qualidade da equipa, na mística, na alma, na cultura e identidade do clube. Esse Benfica, por razões várias, foi-se desvanecendo com os anos. Felizmente e pouco a pouco, tem recuperado muito do que foi perdendo, mas acaba sempre a pairar no ar um certo derrotismo antecipado relativamente a outros voos, algo que me incomoda bastante. O destino parece ter-se cumprido, batemos no tecto dos sonhos.
O Futebol mudou bastante desde a Lei Bosman, todos sabemos, prejudicando sobretudo os clubes de futebóis periféricos, como o nosso. Quer isto dizer que o Benfica jamais poderá jogar o mesmo jogo que os outros grandes europeus que têm a sorte de fazer parte de ligas de topo? Sim, quer. Quer dizer, então, que o Benfica jamais poderá recuperar o seu histórico estatuto europeu? Não, não quer. Qual será então o segredo para dar a volta ao estado de coisas actual, para nos reinventarmos?
O segredo será precisamente o de não jogar o mesmo jogo que esses clubes, ser criativo, inverter a estratégia. A criatividade aqui necessária não reside em encontrar outras soluções, reside no absoluto comprometimento com que se deve colocar em andamento a única solução possível: a Formação. À qual junto os valores nacionais em geral, que nasceram a aprender o significado e a importância do Benfica, em inúmeros casos tão benfiquistas como nós, desde tenra idade. Noutros, cedendo ao benfiquismo já em idade adulta, como Carlos Manuel ou Simão, mas sendo parte integrante da consciência colectiva portuguesa, desde que nasceram.
Antes de mais, para que não me interpretem mal e porque nenhuma mensagem sobreviverá ao preconceito se não o disser, devo deixar bem claro que quero, como sempre quis, qualidade no Benfica, venha ela de onde vier. Não quero que deixemos de apostar nos Gaitan's, Salvio's, Samaris's, Jonas's ou Júlio César's, não deve estar aí a janela de oportunidade dos jovens da casa, deve estar sim no lugar de outros jogadores de qualidade mais duvidosa, que continuam a chegar todos os anos em quantidades inaceitáveis.
Falar de formação é, hoje em dia, cada vez mais complicado. Pelo preconceito e pelas frases feitas, cujo sentido real é diminuto. Existe uma espécie de lei universal do futebol, que inexoravelmente determina não se poder ganhar apostando na formação. Afinal de contas, repete-se, o clube português que nas últimas décadas mais tem apostado nos jogadores da casa não tem conquistado grande coisa. Diz-se uma vez, duas, dez, e, quando damos por ela, nem o questionamos. Criamos automaticamente um quadro mental a que recorremos sem pensar: Formação = Perder. Como se o Sporting tivesse ganho apenas 2 campeonatos nos últimos 33 anos porque foi apostando nos Figo's, Ronaldo's, Quaresma's, Moutinho's, Viana's ou William's. Terá sido realmente esse o problema do Sporting? Não terá sido a falta de qualidade, sobretudo de quem vinha de fora, que acabou por obrigar o clube à aposta excessiva em jogadores da casa, mesmo quando não tinham qualidade para tais andanças? Como se a pior classificação da história do clube não tivesse ocorrido num dos períodos em que mais se gastou dinheiro para trazer jogadores estrangeiros “feitos”. Criou-se o mito de que a culpa é da formação, quando, em todos estes anos, foi o último dos problemas do Sporting. Foi, antes, inúmeras vezes a única solução para compensar de algum modo a falta de qualidade generalizada dos plantéis.
É bom lembrar que o futebol português venceu quatro Taças/Ligas dos Campeões e que nesses quatro triunfos predominavam jogadores da casa/nacionais. Eram equipas que incoporavam na perfeição a cultura do clube que representavam. Tudo aquilo tinha um significado que os jogadores vindos de fora não poderiam conhecer e/ou respeitar na sua total dimensão. O último Benfica europeu, o de 88 e 90, mesmo não ganhando, repousou no mesmo princípio.
Depois temos o exemplo moderno supremo que prova definitivamente aquilo que uma aposta sustentada na formação pode fazer por um clube. O Barcelona. De todos os gigantes europeus é aquele que mais aposta na formação e é tão só o clube mais vitorioso do século XXI. O mito de que "ninguém ganha nada a apostar na formação" ganha toda uma nova dimensão de ridículo quando pensamos no Barça. É escandaloso o número de jogadores da casa com os quais os catalães acabaram a vencer múltiplas vezes a prova máxima de clubes do futebol mundial, os quais custaram valores irrisórios ao clube, comparativamente aos respectivos titulares dos seus rivais directos.
E é chegando aqui que cada palavra deve ser usada com todo o cuidado, os diversos preconceitos já fazem fila para ridicularizar tudo isto. Como é óbvio, jamais poderemos lutar de igual para igual com o Barça, seria idiota da minha parte achar que sim. Por muito que se apostasse nos maiores talentos da casa, faltaria sempre a capacidade financeira para os complementar com os Dani Alves’s, Rakitic’s, Neymar's e Suarez's. A questão aqui é que a única forma de, pelo menos parcialmente, pelo menos nalgumas posições, nos equipararmos à qualidade dessas equipas é apostando nos jogadores que hoje custam pouco mais que zero e são nossos até decidirmos que sejam nossos e que amanhã teriam um valor de mercado insuportável se tivéssemos que os ir buscar fora de portas. Depois há outro impossível, claro: poderíamos segurar esses talentos anos suficientes para ganhar quatro títulos europeus? Não, num mercado periférico seria impossível. Mas não deve nem pode ser impossível segurar uma geração os anos suficientes para que se faça uma gracinha uma vez, pelo menos. Não digo, duas, três ou quatro. Digo uma.
A juntar a isso, que já não é pouco, há um detalhe fundamental: a identidade, a mística, a alma. É humano e não há volta a dar, só um jogador que ama um clube desde a infância poderá senti-lo ao ponto de colocar nalgumas ocasiões os objectivos e projectos desportivos do clube acima do seu estatuto de "profissional", termo que hoje, na minha opinião, tantas vezes utilizamos para encobrir o que não passa de meras lacunas morais. Da formação pode sempre sair um Paulo Sousa ou Manuel Fernandes, os tais “profissionais”, mas só da formação poderá sair um Rui Costa ou Bernardo, jogadores a quem os olhos brilhavam só de falarem no Benfica, porque a isso estavam habituados desde crianças, porque iam para a cama sonhando que o terceiro anel os idolatrava. Só a formação nos pode oferecer talentos desta qualidade, virtualmente a custo zero, sem que acabem por fazer os possíveis para deixar o clube à primeira proposta que tenham de um clube mais poderoso. O David Luiz ou o Enzo, por exemplo, gostavam muito do Benfica, até ao dia em que se lembraram que eram “profissionais” e não olharam a meios para nos deixar. Não há projectos desportivos a médio prazo que resistam com este tipo de mentalidade.
O Futebol é um negócio, mas não é só um negócio, urge compreender-se isto de uma vez por todas. Ou melhor, poderá ser um negócio tanto mais rentável quanto mais tiver como objecto central a identidade, a mística, o emblema, o sentimento... Uma equipa plena de identidade benfiquista trará necessariamente para o clube um capital desportivo-financeiro superior àquele gerado por uma equipa de meros profissionais, sem a devida ligação às bancadas. A noção de identidade deve andar de mão dada com a noção de profissionalismo. Não devem substituir-se, devem complementar-se. A equipa e a bancada não podem viver em mundos separados. Só assim um clube sem os meios dos tubarões europeus poderá fazer-lhe frente de alguma maneira.
E aqui regresso ao início do texto. Enquanto este Benfica não se realizar, o seu potencial continuará inexplorado. É um clube demasiado grande, que gera demasiado sentimento, para que um projecto deste tipo possa ficar guardado numa gaveta, sob o pretexto de que competir internamente nos sacia e a Liga dos Campeões serve apenas para participar ou, no máximo dos máximos, ser eliminado nos Oitavos ou Quartos-de-Final, não estando nem aí para isso, pois os maiores da nossa aldeia contiuamos a ser nós. Não foi com esse tipo de pensamento, pequeno e amedrontado, que nos tornamos outrora num colosso europeu. Ganhar internamente não é um sonho, é um objectivo claro, quase uma obrigação. Ganhar, ou perto disso, externamente, isso sim, é um sonho. E para os sonhos não se deve procurar desculpas para não os concretizar, deve encontrar-se o caminho para lhes dar vida. E depois por lá ficar, não apenas passar por lá. Devemos criar condições para que se torne um hábito e o clube já só consiga, para estar bem consigo mesmo, viver nesse patamar, com gerações de talentos a sucederem-se umas às outras, continuando a obeceder às leis do mercado, mas sobrevivendo às mesmas, renascendo constantemente sob a mesma forma, a única forma que sempre caracterizou as maiores equipas da história do Benfica.
O Benfica anunciou no seu site oficial que a 8ª Edição da Eusébio Cup será realizada no México, mais propriamente em Monterrey no novo Estádio BBVA Bancomer, frente ao Club de Fútbol Monterrey, estando o encontro marcado para o dia 2 de Agosto.
Por um lado compreendo esta decisão, pois Eusébio é uma figura universal e daí possa ser plausível a realização esporádica desta competição fora de portas, com o objectivo de levar os nomes de Benfica e de Eusébio pelo mundo fora até aos seus simpatizantes estrangeiros e aos emigrantes, ao mesmo tempo que se honra, perpetua e publicita o nome do nosso Rei. Para este ano ainda serve mais uma justificação, devido a Eusébio ter jogado no Monterrey na temporada 1774-1975, realizando 10 jogos e tendo marcado 1 golo. A juntar a tudo isto, o facto da Eusébio Cup ter visto decair consideravelmente a sua assistência presente no Estádio da Luz nos últimos anos também pode ter pesado na hora da decisão, senão vejamos:
2008: 64 000 espectadores
2009: 62 342 espectadores
2010: 45 000 espectadores
2011: 45 000 espectadores
2012: 35 476 espectadores
2013: 30 638 espectadores
2014: 25 240 espectadores
Ainda que compreenda esta decisão, não concordo completamente com ela e custa-me um bocado a aceitar. A Eusébio Cup é dos Benfiquistas, para os Benfiquistas. É um dos poucos jogos realizados no Estádio da Luz em pleno Verão, sendo portanto uma das poucas oportunidades que os nossos emigrantes têm de ir até ao seu estádio, com os seus familiares e amigos, com os seus iguais benfiquistas, ver o seu clube, ver os seus ídolos e as novas esperanças! Enquanto familiar de emigrantes em França e Brasil, sinto especialmente na pele este factor e confesso que me incomoda. Além disto, é a Taça do nosso Eusébio, que melhor local que a nossa casa, entre nós? Não há outro local no mundo melhor para ser prestada a devida homenagem. Sim, porque não é um jogo qualquer, não é um vulgo jogo de apresentação da equipa aos sócios e simpatizantes, é antes de mais um jogo de homenagem a Eusébio da Silva Ferreira, e tenho em crer que este seria o próprio desejo do próprio. Por outro lado este jogo é simultaneamente a Eusébio Cup e o jogo de inauguração do estádio do Monterrey, cujos adeptos ridicularizaram e rebaixaram o Benfica ao máximo como forma de manifestarem o seu descontentamento e desilusão por não terem visto ser cumprida, na sua óptica, a promessa da direção de lhes levar um clube de primeira linha mundial para a ocasião. Se a direção do clube me merece todos os elogios por terem organizado com o Benfica este jogo e com o simbolismo que acarreta, não perdoo os seus adeptos e digo convictamente que não merecem o Benfica, não merecem Eusébio, não merecem que lhes seja reconhecido o estatuto de clube amigo.
Vi ser sugerida uma proposta que me agradou sobremaneira devido a tudo o que referi anteriormente. Realizar a Eusébio Cup alternadamente entre o Estádio da Luz e um outro qualquer local no mundo. Desta forma acredito que no Estádio da Luz se valorize mais a homenagem e se consigam alcançar melhores números de espectadores no Estádio da Luz dada a maior “esporadicidade” do evento que combata a banalização em que caiu ao longo dos anos. Não obstante, também permite à direção do Benfica criar um plano estratégico em torno desta competição, tendo em conta os factores económico, sentimental e humano à escala global. Há jogos que podem ser explorados (Hajduk e Torino, por exemplo), há cidades (Berna na Suíça, Amesterdão na Holanda), há países (França, Alemanha, Luxemburgo). Saiba-se encontrar em equilíbrio e uma razão de ser.
Com a cada vez mais falada saída de Maxi Pereira do Benfica, é a altura em que se perfilam substitutos para o seu lugar. Com esta indefinição e a cada dia que passa, os bons jogdores são mais dificeis de contratar e o seu preço sobe. Nélson Semedo tem potencial, mas ainda está longe de ter o que é preciso para ser o titular no Benfica. André Almeida pode lá jogar, mas não creio que será a opção número um para esse lugar. Há ainda a situação de Sílvio, que não se sabe se ainda é do Benfica ou vai regressar ao Atlético de Madrid. Apresentamos aqui vários nomes que seriam boas contratações para o lugar, tendo em conta a qualidade dos jogadores e também os preços, visto que esta não parece ser altura de despesas na ordem dos muitos milhões de euros por um defesa, apesar de que a qualidade terá sempre preço. Os valores de mercado que usamos são os do transfermarkt, mas os bons jogadores custarão sempre mais que isso.
Thomas Meunier (Club Brugge) - Lateral internacional belga de 23 anos, que este ano fez a melhor época da sua carreira no Club Brugge, onde é treinado por Michel Preud'homme. Mede 1.90m, e isso é uma das suas mais valias como jogador, pois ajuda e muito nas bolas paradas. Apesar da sua altura, consegue ser um jogador rápido, com a sua passada bem larga. É um lateral com bastante técnica, típico da escola belga. Sobe muito bem no terreno, conseguindo desequilibrar muito as equipas adversárias, quer através de lances onde consegue ganhar a linha e cruzar, como em lances em que com a sua técnica consegue flectir para dentro ultrapassando os adversários e onde tenta várias vezes o remate ou o passe para a desmarcação de um colega. Faz também bons passes longos a partir da defesa. É um jogador adulto e, apesar dos seus 23 anos, já mostra muita maturidade e experiência. A defender é difícil passar por ele, as suas pernas longas conseguem fazer inúmeros desarmes e antecipações. Precisa de melhorar um pouco o seu posicionamento em campo, perceber quando deve ou não fechar por dentro ou abrir, e perceber melhor quando deve ou não subir para não desequilibrar a equipa. Esta época fez 46 jogos, marcou 2 golos e fez 7 assistências. O valor de mercado ronda os 4.5 M de euros.
Sébastien Corchia (Lille) – Este lateral francês é um jogador que há muitos anos toda a gente ouve falar, e que desde cedo começou a dar nas vistas. Na época passada foi para o Lille, e na primeira parte da temporada jogou muitas vezes a médio direito, mas é a lateral que ele mais rende, e onde se fixou na restante parte da época. Com 24 anos, o jogador francês de 1.76m pode fazer tanto o lado esquerdo da defesa como o direito, mas é no lado direito que se sente mais confortável. Corchia ataca muito bem, muito bem mesmo, a sua técnica de cruzamento é muito boa, assim como a sua capacidade por passar pelos adversários enquanto ganha metros pelas linhas. A defender é bastante concentrado, é bom tacticamente e no desarme. Tem problemas ao nível dos lances aéreos, derivado à sua altura e também falha alguns passes. Esta época fez 45 jogos, marcou 3 golos e fez duas assistências. O seu valor de mercado é de 4.5 M de euros.
Omar Elabdellaoui (Olympiakos) – Lateral internacional norueguês de 23 anos, que esta época deu muito nas vistas no Olympiakos, depois de ser uma das revelações da Bundesliga quando jogava no Eintracht Braunschweig. É um lateral que tem grande vocação ofensiva, e pode jogar a médio, posição onde começou a carreira e deu nas vistas, mas é a lateral que se tem fixado. É muito rápido, tem uma velocidade e aceleração fora do comum, e quando embalado em velocidade, passa facilmente pelos adversários. Consegue ir com a bola controlada no pé a grande velocidade e tem bastante técnica, quer ao nível do drible, passe ou cruzamento. Aparece também muitas vezes em zonas de finalização. A defender é bastante agressivo, principalmente em situações de um para um. Na época que terminou, fez 32 jogos, marcou 1 golo e fez 4 assistências. O seu valor de mercado é de 2.75 M de euros.
Elseid Hysaj (Empoli) - Lateral internacional albanês de 21 anos, que joga no Empoli. Este é mais um lateral que, assim como Corchia, pode jogar em ambas as laterais, joga bem com ambos os pés, isso não é grande problema para ele. É muito forte fisicamente, e rápido. É um grande defensor, muito competente nesse aspecto, e é muito difícil passar por ele. A atacar não é tão bom, precisa de desenvolver um pouco mais o seu jogo, e conseguiu melhorar esta época, mas pode melhorar mais. Esta época fez 38 jogos e fez duas assistências. O seu valor de mercado é de 3.8 M de euros.
Mayke (Cruzeiro) – O lateral brasileiro de 22 anos, desde o ano passado que é muito conhecido em Portugal, pois já foi por diversas vezes ligado ao interesse de Benfica e Porto. Não é muito alto, mede 1.78m, mas é um jogador muitíssimo rápido, e com fulgor para 90 minutos em constante alta rotação. É o típico lateral da escola brasileira, muitas vezes comparado ao Maicon, que brilhou no Inter. A atacar é uma autêntica locomotiva em andamento, quando vem embalado ganha quase sempre a linha, através da sua velocidade e técnica. É muito forte também nos capítulos do cruzamento e do passe, onde faz muitas assistências para golo. A defender não consegue ainda ter o mesmo nível que a atacar, pois facilita muitas vezes, e é várias vezes ultrapassado, por ainda se posicionar mal a defender. Precisa de jogar mais simples, pois muitas vezes perde-se em fintas e mais fintas. Esta época tem 14 jogos até ao momento, e conta com 3 assistências. O seu valor de mercado é de 5 M de euros.
Marcos Rocha (Atlético Mineiro) – É a par de Mayke o melhor lateral direito do campeonato brasileiro. O internacional brasileiro de 26 anos, é mais experiente que os outros nomes até agora avançados. Como quase a totalidade dos laterais brasileiros, a atacar é muito forte. É também um lateral que faz todo o corredor, com grande pulmão para o jogo todo. Ganha inúmeras vezes a linha de fundo, de onde faz bons cruzamentos para os seus companheiros. A maior diferença com Mayke, é que é muito melhor defensor. Defende bem, e tacticamente é evoluído. Aos 26 anos e depois de já há muito tempo essa possibilidade estar em aberto, pode ser a altura de dar o salto para a Europa. Está lesionado, e por isso apenas tem 5 jogos este ano, onde tem uma assistência. O seu valor de mercado é de 5 M de euros.
Djibril Sibidé (Lille) – Lateral francês de 22 anos, com 1.82m de altura. É mais um lateral do Lille que pode fazer as duas laterais da defesa, e esta época jogou mais vezes na lateral esquerda que na direita. É um jogador com muita raça, e muito rápido, onde ganha constantemente os duelos em velocidade. Defende bem ao posicionar-se bem no campo, sendo difícil ser ultrapassado pelos adversários. É também bom no jogo aéreo, onde ganha muitas bolas. No ataque faz muito cruzamentos. Precisa de não falhar tantos passes, e perceber melhor para onde os deve fazer. Na época que terminou fez 32 jogos, onde marcou 2 golos e fez duas assistências. O seu valor de mercado é de 3.5 M de euros.
Aissa Mandi (Stade Reims) – Lateral internacional argelino de 23 anos. É mais um lateral que pode jogar em ambos os corredores, mas é na direita que mais rende. É um lateral muito poderoso fisicamente, que faz disso uma das suas principais armas. É muito bom a defender, no desarme é mesmo muito forte. É um jogador um pouco duro e precisa de controlar um pouco as suas entradas. Não é super dotado tecnicamente, mas também aparece muito bem na frente a rematar. Na época que findou, fez 33 jogos, marcou 6 golos e fez duas assistências. O seu valor de mercado é de 4 M de euros.
João Pedro (Palmeiras) - João Pedro é um lateral brasileiro de 18 anos que muito deu nas vistas no Mundial de Sub20 que recentemente acabou. Fez 17 jogos a titular pela equipa do Palmeiras na época passada no campeonato, onde marcou um golo, golo esse que foi muito importante para a equipa na vitória frente ao Grémio por 2-1. No Mundial que agora terminou, foi de muito longe, o melhor lateral direito da prova. Assim como a grande maioria dos laterais brasileiros, é muito bom a atacar. Tem bastante técnica, tanto para conseguir ultrapassar os seus adversários, como técnica de passe e de cruzamento. Passa o jogo em constantes subidas e descidas pelo seu corredor, pois tem grande resistência. É também um jogador muito raçudo, que não vira a cara à luta. Tem outro ponto forte, que é a capacidade de jogar bem com os dois pés, quer com a bola em andamento, quer ao cruzar ou rematar. Também não me pareceu em momento algum, ter aqueles tiques de vedeta, que normalmente estes jogadores brasileiros apresentam nestas idades, quando sabem que são muito bons, e ser principalmente um jogador de equipa. Acho-o parecido ao Daniel Alves na sua forma de jogar, embora não seja tão bom a atacar e a cruzar, como é óbvio. Parece-me que será o próximo grande lateral direito brasileiro. Precisa de evoluir ainda em vários aspectos, mas tem enorme talento. Seria eventualmente uma opção de futuro, mas não sei até que ponto não chegaria ao Benfica e pegaria de estaca. O seu valor de mercado é de 1.25 M de euros.
Zappacosta (Atalanta) – Lateral direito italiano de 23 anos, que é titular da selecção italiana de Sub21. É um jogador que joga a lateral, mas também pode jogar a médio, no entanto é a lateral que mais rende. É um lateral com grande vocação ofensiva, ataca muito bem pelo seu corredor. Não é muito forte no drible, mas consegue muitas vezes durante o jogo ganhar a linha de fundo e aparecer em situações de cruzar ou rematar. Cruza bem e é bom no capítulo do passe. A defender, e como a grande parte dos jogadores da escola italiana, é bom. É difícil ser ultrapassado, tanto em velocidade como através de dribles dos adversários. Está a dar-se a conhecer à Europa do futebol neste Europeu de sub21, apesar da boa época que fez na Atalanta. Na época passada fez 30 jogos a titular e marcou 3 golos. O seu valor de mercado é de 4.5 M de euros.
Mediante estes nomes, que seriam sempre boas opções, as preferências seriam para Thomas Meunier, Corchia, Omar Elabdellaoui ou Zappacosta, tendo em conta o que poderiam render já, o seu valor como jogadores e o pouco período de adaptação.
Quem me conhece sabe que eu sou daqueles que mais odeia esta altura do ano em que nos encontramos, o mercado de transferências. Por um lado, são os nossos melhores jogadores que partem em detrimento do factor económico, pois ter a corda ao pescoço é sempre desconfortável e exige emagrecimento que permita respirar mais um bocado (mesmo que esse emagrecimento ocorra derivado de uma doença mais profunda e que só se assumirá realmente mais tarde, mas isso são outras rezas para depois outro pegar mais tarde). Por outro lado, via imprensa somos diariamente bombardeados por rumores acerca da chegada de novos jogadores (só para este mercado já foram 67!) que trarão, dizem sempre eles, sucesso, sonho e ambição ao clube.
Clube a mim apenas me importa de forma apaixonada e inequívoca um, o Sport Lisboa e Benfica. E assumo-o sem rodeios e sem qualquer indício de arrogância ou prepotência, que o Sport Lisboa e Benfica sou eu. Sim sou eu, Aloutre. Eu e muitos de nós / vós que lêem este artigo neste momento. Nós somos do Benfica, mas somos simultâneamente o Benfica. Somos nós que por nossa própria iniciativa e vontade nos afiliamos a este clube sem contratos e sem ordenados, pois lhe dedicamos toda uma vida a seu lado e financeiramente é muito do nosso dinheiro que entra nos cofres do mesmo quer seja através de bilheteira, de merchandising, etc. O nosso amor assim nos obriga, sem cláusulas e sem interesses puramente individuais. Conheço eu e muitos de vós, certamente, pessoas que fazem esforços a título individual, familiar e financeiro apenas e só com o objectivo de acompanhar presencialmente o Benfica na Luz e nas deslocações nacionais e internacionais, de subscrever a Benfica TV, de pagar as quotas de sócio, de comprar Redpass. É este o nosso modo de vida. Porque nos bons e maus momentos, de tarde ou de noite, de Verão ou Inverno, ao fim de semana e a meio da semana, em Portugal e um pouco por todo o mundo, somos nós adeptos e sócios verdadeiramente apaixonados que marcamos presença de uma maneira ou de outra.
As câmaras e os holofotes por seu turno mostram o Luís Filipe Vieira, o Rui Costa, o Pedro Guerra (nome oficial, depois os heterónimos deixemos de parte), o Luisão, o Maxi, o Jonas, o Gaitán... E nós erradamente idolatramos estas pessoas com a ilusão de que eles são o Benfica da actualidade. Que são carregados de mística e benfiquismo, que deviam ser tomados como exemplo a seguir. Caímos na desilusão e no receio quando paira no ar a hipótese de perdermos um destes profissionais do clube, o apocalipse como que fica aqui ao virar da esquina. Nada mais errado... Estas pessoas são profissionais do clube, e como profissionais que são têm os seus próprios interesses, ilusões de carreira. Estes, meus amigos, servem-se sempre do clube por muito boa imagem que possam ter junto da massa adepta. E estão no seu direito enquanto profissionais, atenção, porque um contrato é sempre um acordo bilateral de interesses! O que ultrapassa a barreira do aceitável é a falta de comprimisso, respeito e gratidão que os mesmos acabam por demonstrar de quando em vez sem qualquer tipo de justiça. Não duvido que muitos dos jogadores e profissionais que passem pelo Benfica acabem por criar um forte elo com o mesmo, e que dentro do desempenho das suas funções não tenham momentos em que aparentam transbordar todo esse sentimento! Não ponho isso em causa até porque pessoalmente o que me faz confusão é que isso não aconteça, afinal de contas o que é que há para não gostar num clube como este, num estádio como este, numa massa adepta como esta? Em casos mais recentes posso falar em Coentrão, Cardozo, David Luiz, Aimar, Simão, Paulo Lopes... Não tenho a menor dúvida que estes criaram laço com o clube que manterão para a vida, à sua maneira! Existem num outro patamar os denomidados Imortais como Eusébio, Chalana, Shéu, Coluna, Bento, entre outros, que indiscutivelmente e meritóriamente são colocados no topo dos profissionais que alguma vez representaram este clube.
Mas de uma coisa vos garanto. Eles não amam mais o Benfica do que eu, nem que tu. Podem suar a camisola e dar tudo por ela, podem ir buscar as palavras mais bonitas para o demonstrarem. Mas genuínamente, de livre e espontânea vontade, estão longe do que qualquer um de nós sente pelo clube. E por isso eles vão passando, mas nós já cá estamos desde sempre e vamos ficar para sempre. Devemos a todos eles grande respeito e gratidão, assim tenham feito por merecê-los. No desporto aceito até de forma natural que onde paixão e razão por vezes se misturam tornando impossível clarificá-las de forma distinta, se caia ocasionalmente no erro de colocar um ou outro jogador demasiadamente em foco! Idolatrar, que nos idolatremo-nos a nós, aos nossos pares, aos sócios e simpatizantes do Benfica. A nós que escolhemos o Benfica e não fomos escolhidos pelo Benfica. A nós cujo contrato assinámos em sangue e não em tinta. A nós que na camisola privilegiamos o emblema junto ao coração e não o nome atrás das costas.
Depois de estar resolvida a questão do treinador, há outro tema que tem dominado a atenção dos Benfiquistas nestas últimas semanas - o processo de renovação de Maxi Pereira. O lateral uruguaio é visto como um jogador à Benfica, que deixa a pele em campo, adorado pela massa adepta, mas está a poucos dias de acabar contrato com o Bicampeão Nacional e ainda não há nenhuma certeza se fica ou se sai.
Esta é uma questão que já deveria estar resolvida há algum tempo, ou para renovar ou para se procurar um substituto. Ao que parece, o interesse na renovação sempre foi mútuo e até Rui Vitória veio dizer que espera que esta história acabe com a renovação do sub-capitão da equipa. O jogador sempre deu a entender o mesmo, que queria continuar no clube. Com este arrastar de tempo, é normal que tanto o jogador como o seu empresário tentem jogar ainda mais com as “suas armas” e fazer render tudo o que puderem para o seu lado. É aqui que entra o empresário Paco Casal. Este senhor já desviou um jogador que estava no Benfica e depois assinou pelo Porto, e que na anterior renovação fez com que o Benfica tivesse de comprar um pack de 5 jogadores uruguaios, em que nenhum se aproveitou e que muito prejuízo deu. Muito por causa dele, esta renovação ainda não se concretizou. Estando o jogador uruguaio na Copa América as coisas complicam-se ainda mais.
Muito do que está a ser jogado nesta altura é a questão de Maxi sair para um grande rival em Portugal e Paco Casal tem usado isso como argumento a seu favor. O jogador do Benfica disse tanto na entrevista ao jornal A Bola como à BTV, que não se vê a jogar por outro clube em Portugal, mas que nunca se sabe o que pode acontecer no futuro. Maxi deixa uma porta aberta para o que pode acontecer, caso não chegue a acordo com o Benfica, porque, como o próprio diz, é profissional e tem de pensar em muitas coisas, além da afinidade pelo clube. O que o Benfica não pode tentar fazer passar para os seus adeptos, é que o jogador disse que não aceitava jogar pelos rivais, porque na entrevista à BTV, gravada bem antes da Copa América começar, eles já sabiam o que ele tinha dito, e que voltou a dizer ao jornal A Bola mais recentemente.
Mais uma vez, parece que a estrutura do Benfica não acreditava que Maxi fosse algum dia colocar a hipótese de jogar por um dos rivais em Portugal, mas estavam enganados, assim como aconteceu com Jorge Jesus. Agora, segundo as noticias que têm saído, estão a tentar de tudo para renovar o contrato, colocando valores mais altos em cima da mesa.
Continuo a achar que o Benfica deve tentar ao máximo renovar com o jogador uruguaio, pois ainda é um elemento muito importante no plantel, que muito tem rendido nestes últimos anos, mas quero sobretudo ver este assunto rapidamente resolvido, renovando ou não. Deve-lhe ser dado um prazo para ele aceitar ou não a proposta do Benfica, que, aos 31 anos e com os supostos 3 anos propostos no contrato, permitir-lhe-á ficar no clube até aos 34, e com um bom salário, coisa que eventualmente já não irá valer daqui a 3 anos.
Dizer também que sou completamente contra o Benfica estar a oferecer mais salário e prémio de assinatura ao Maxi só para evitar que ele vá para um rival, e assim sucumbir perante chantagens, tanto do empresário como possivelmente do jogador. A proposta terá de ser adequada ao rendimento, idade e importância no plantel, e nem mais um cêntimo, pois já será bem alta. Caso não aceite o valor que lhe é oferecido, cada um segue a sua vida e o Benfica continuará e irá procurar um substituto.
Este é mais um caso que independentemente do seu desfecho, mostra que o ídolo do adepto deve ser o símbolo que os jogadores trazem ao peito, e que esta nova vaga de adeptos teima em perceber.
Ps: Maxi, caso vás embora, quero só agradecer-te pelo que me deste enquanto representaste o Benfica.
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