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Na 2ª jornada do Grupo C da Liga dos Campeões, o Benfica deslocou-se à capital espanhola, onde defrontou o Atlético Madrid. Para este jogo, Rui Vitória fez entrar Raúl Jiménez para o 11 titular, tendo saído Mitroglou. Tudo o resto se manteve igual em relação ao último jogo.

 

Como era esperado, desde cedo que o Atlético tentou pegar no jogo. Contudo, o primeiro lance de grande perigo é do Benfica, com Jonas a rematar ao lado, depois de uma boa jogada. A equipa de Rui Vitória ia tentando ter bola e manter a sua identidade. O perigo aparecia em ambas as balizas. Primeiro, Jardel evita o golo de Correa, depois é Filipe Luís a evitar o golo de Gonçalo Guedes.

 

Perto dos 21 minutos, o Atlético quase marca, mas Jackson atira por cima. Foi o aviso para o que ia acontecer aos 23 minutos. Boa jogada da equipa espanhola e Correa aparece a finalizar na cara de Júlio César. Alguns segundos depois, o Atlético volta criar perigo, depois de uma perda de bola de Samaris. Na sequência da mesma jogada, Jackson atira ao poste. Eram momentos de grande aperto para a equipa do Benfica, que volta estar muito perto de sofrer golo aos 29 minutos. Júlio César defende o primeiro remate e depois a recarga sai por cima.

 

Quando o jogo não o fazia crer, o Benfica empata aos 36 minutos. Cruzamento de Nélson Semedo na direita, e a bola chega a Gaitán que remata para o fundo das redes de Oblak. Com o golo, o Benfica conseguiu acalmar o jogo e afastar a bola da sua baliza. Pouco de mais importante aconteceu até ao intervalo, e 1-1 era o resultado que se verificava.

 

 

O Benfica não entrou mal no jogo. O jogo foi dividido até aos 15 minutos, mas depois naquele período até ao empate de Gaitán, passámos enormes dificuldades. Durante esse tempo, a equipa não conseguiu ter bola e sofreu muito por isso. Os desequilíbrios causados foram muitos, com várias bolas nas costas da defesa. Gaitán pouco ajudava Eliseu na parte defensiva e com Juanfran a subir constantemente, era uma grande problema.

 

Jardel e Luisão demoraram a acertar, levando com várias bolas nas costas. A linha defensiva teve alguns problemas, não resultando nada bem e não conseguindo colocar os jogadores adversários em fora de jogo. Eliseu teve bastantes problemas. Os movimentos interiores de quem caía junto a ele e as subidas do lateral contrário, foram um grande problema. Foi muitas vezes apanhado em inferioridade numérica por aquele lado. Nélson Semedo foi conseguindo estancar os lances pelo lado dele, mas teve muita ajuda de André Almeida e Gonçalo Guedes.

 

André Almeida e Samaris também tiveram muita dificuldade durante a 1ª parte. Fizeram várias compensações, mas depois os espaços apareciam noutros lugares. Com bola não estiveram nada mal, apenas a ressalvar aquela perda de bola de Samaris logo a seguir ao golo do Atlético. Gaitán acabou por marcar o golo do empate, mas até aí tinha estado mal, e a ajudar pouco defensivamente. Guedes pautou esta 1ª parte pelo que tem feito em jogos anteriores. Muito trabalhador e a ajudar constantemente Nélson Semedo.

 

Jonas esteve bem, tentando jogar entre linhas, mas claro, durante aquele período teve muitas dificuldades. Jiménez trabalhou muito, é um jogador diferente de Mitroglou. Fez muita pressão nos centrais e baixou muitas vezes para vir buscar a bola.

 

 

Jackson recebe a bola com 5 jogadores do Benfica por perto. Mesmo assim, recebe, dá mais um toque e serve o lateral esquerdo que segue sozinho naquele corredor.

 

 

Desde o momento do toque de cabeça de Jonas, foram perto de 50 segundos com a posse de bola, onde todos os jogadores do Benfica participaram na jogada que acabou com Jonas a rematar ao lado da baliza de Oblak. Podemos ver segurança na posse, jogadores a virem buscar a bola entre linhas, a procura da melhor solução e a saída do Benfica a jogar com um dos médios a ir buscar a bola na linha.

 

 

Jiménez é um jogador diferente de Mitroglou, como disse na análise que lhe fiz. Aqui, podemos ver o avançado mexicano a descer quase até ao meio-campo para ter bola.

 

 

O Benfica a defender com toda a gente as bolas paradas, como tem sido hábito.

 

 

Bola no lateral direito do Atlético que consegue cruzar para a área, aparecendo depois um homem solto na entrada da área. Tão caro que ia custar um lance assim.

 

 

A boa diagonal de Gonçalo Guedes, servida por um grande passe de Eliseu. Pena a bola ter sido cortada em cima da linha.

 

 

O Atlético Madrid pressionava muitas vezes alto no terreno. Podemos ver neste lance que Gabi - um dos médios mais defensivos - está a pressionar Júlio César.

 

 

Eliseu sai para o ataque, passando a Gaitán. A bola não chega ao número 10 do Benfica, sendo cortada antes, mas nem assim o jogador se preocupa em recuperar rapidamente.

 

 

Nélson Semedo sobe e é André Almeida que compensa no corredor direito. Nélson vai recuando para o seu corredor e André Almeida continua por lá. Samaris fica sozinho no meio, saindo depois à bola. Tabela simples dos jogadores do Atlético e buraco na frente da defesa.

 

 

Lance do golo do Atlético. Bola entra pelo meio de André Almeida e Samaris. Oliver segue mais rápido que André Almeida, enquanto Gaitán acompanha Juanfran com os olhos. Bola no lateral espanhol, e Samaris a acompanhar Oliver. Como Almeida está atrasado no lance, Correa fica sozinho, assim como Griezmann na entrada da área. Ninguém fecha aquele espaço na entrada, grande tabela e golo.

 

 

Benfica tenta pressionar, mas o Atlético sai muito fácil, já que não existiu muita qualidade nesta pressão.

 

 

O problema que a defesa teve em acertar a linha na 1ª parte.

 

 

O golo do empate. Nélson Semedo cruza na direita, e Gaitán a aparecer ao 2º poste para rematar para o golo, depois dos avançados terem arrastado os centrais e lateral direito.

 

 

Boa saída do Benfica em contra-ataque, mas tanto Jiménez como Jonas chegam atrasados ao cruzamento.

 

 

Como Gaitán mudou o seu posicionamento após o golo do empate. Já veio defender mais e fechar o seu corredor.

 

 

 

Para a 2ª parte, entrou a mesma equipa em campo. Aos 51 minutos e numa altura que a equipa jogava com 10 devido à lesão momentânea de Jiménez, o Benfica faz o 1-2. Grande jogada de contra-ataque e Gonçalo Guedes a finalizar após um grande passe de Gaitán.

 

Com o golo, o Benfica baixou um pouco as linhas, dando ainda mais a iniciativa de jogo ao adversário. Continuava a pressionar, mas mais abaixo no terreno. Aos 58 minutos, Júlio César faz duas grandes defesas seguidas, evitando o empate. 60 minutos de jogo e o Atlético volta a estar perto de marcar, mas Luisão faz um fantástico corte de cabeça.

 

O Benfica tinha agora muitas dificuldades em chegar com bola ao meio-campo adversário, jogando mais em saídas rápidas para o ataque e baixando as linhas. Aos 71 minutos, Rui Vitória mexe pela primeira vez. Sai Raúl Jiménez e entra Mitroglou.

 

Benfica fechava muito bem os espaços ao centro, obrigando o Atlético a jogar pelas alas e a fazer muitos cruzamentos para a área. Aos 73 minutos, entra Fejsa e sai Samaris. Pouco mudou no jogo com as substituições. Mitroglou veio tentar segurar mais os centrais adversários e Fejsa dar mais força ao meio-campo, numa altura em que já se notava muito cansaço.

 

Quem já estava muito cansado era Jonas. O avançado brasileiro pediu a substituição e para o seu lugar entrou Pizzi, aos 79 minutos. O jogador português foi colocar-se na frente dos dois médios defensivos, tentando dar alguma criatividade com bola e ser mais um homem a ajudar na luta de meio-campo e no fechar dos espaços.

 

O jogo caminhava para o final. O Atlético não conseguia entrar com bola pelo centro do terreno e até ao fim assistiu-se a muitos cruzamentos e bolas paradas, onde o Benfica esteve muito bem a limpar tudo. O jogo acabou mesmo, com o Benfica a ganhar por 1-2.

 

 

Quando se esperava uma entrada muito forte do Atlético na 2ª parte, foi o Benfica que marcou o golo, numa grande jogada de contra-ataque. Isto veio mudar o jogo. A partir daí, as linhas do Benfica foram baixadas. A equipa foi muito solidária, ajudando sempre nas compensações. Existiu pouca posse de bola na 2ª parte - principalmente em zonas adiantadas do terreno - mas isso também se percebe. Estava a ganhar fora e a jogar contra um adversário muito forte.

 

Como disse, a equipa baixou a linha e os centrais ficaram mais confortáveis e foram cortando todas as bolas que apareceram pela zona central do terreno, fazendo uma grande 2ª parte. Eliseu melhorou também, não subiu nenhuma vez, e foi fechando os espaços do seu lado, contando já com mais ajuda dos colegas de equipa. Ajuda essa que Nélson Semedo continuou a ter do seu lado. O lateral do Benfica foi o jogador que, a par o Gaitán, conseguiu esticar mais vezes a equipa na frente, subindo pelo seu corredor com bola. É muito importante isto. Permite à equipa respirar um pouco e subir no terreno.

 

Samaris e André Almeida continuaram a tapar os espaços no meio e a fazer as devidas compensações. Depois do golo, já pouco subiram no terreno e ficaram mais recuados, roubando também muitas bolas. O jogador grego estava já muito esgotado, é natural que isto aconteça enquanto ele não aprender a gerir o seu esforço e ser mais criterioso em relação aos espaços que ocupa e nos desarmes que tenta fazer. Gaitán esteve muito bem na jogada do golo, tirando o adversário da frente e assistindo depois Gonçalo Guedes. Nesta 2ª parte, ajudou mais Eliseu em tarefas defensivas. Perto do fim do jogo, teve algumas más decisões, que lhe valeram perdas de bola. Guedes apareceu muito bem no golo que marcou e continuou a ser um jogador muito solidário defensivamente.

 

Jonas teve pouca bola, mas a que teve, foi jogada com critério, como no lance do golo. Depois já estava muito desgastado, mas até ser substituído, fechou muito bem as saídas a jogar do Atlético. Jiménez foi o que tinha sido na 1ª parte, a dar trabalho aos defesas da equipa espanhola, lutando sempre pela bola. Mitroglou, como é normal, teve pouco jogo para se mostrar muito, mas colocou em sentido a defesa adversária. Fejsa foi importante. Numa altura critica, veio dar força ao meio-campo. Já Pizzi entrou mal, perdendo quase todas as bolas em que tocou.

 

 

Jogada do golo. Gaitán recupera e entrega em Jonas, continuando depois a fazer o movimento de saída para o ataque. Jonas recebe e entrega, fazendo um pequeno compasso de espera para Gaitán estar em melhor posição para receber. Assim que Guedes vê que a bola vai entrar no extremo argentino, acelera logo na saída para o ataque. Gaitán tira o adversário do caminho e faz um grande passe para Guedes, que na cara de Oblak atira para o golo.

 

 

Podemos ver aqui Luisão a corrigir o posicionamento de Nélson Semedo.

 

 

Benfica a meter muita gente na área mas a esquecer-se do espaço na entrada da área. Fantásticas defesas de Júlio César.

 

 

Nélson Semedo a partir os rins a Oliver Torres sem tocar na bola.

 

 

Mais uma vez, o jogo de compensações entre Almeida e Nélson Semedo. Neste lance, poderia ter sido Almeida a sair naquela zona de Jackson, ficando Nélson Semedo na sua posição, mas como já temos visto, há cada vez mais referências individuais e não de zona.

 

 

Desatenção do Benfica e o jogador da equipa espanhola a entrar fácil entre linhas.

 

 

Grande saída do Benfica para o ataque, com Nélson Semedo em evidência. Bom toque de calcanhar de Raúl Jiménez mas depois o médio espanhol recupera bem. 

 

 

Como se posicionava muitas vezes o Benfica depois de estar em vantagem. Jogadores todos muito próximos e Gonçalo Guedes a ser quase um defesa.

 

 

Mais uma boa saída para o ataque, mas o passe de Jiménez sai demasiado para a frente.

 

 

Mais uma vez Guedes a ajudar muito a defesa.

 

 

Jardel a sair ao homem e Samaris a ir fazer o lugar dele.

 

 

Muita qualidade e classe de Jonas.

 

 

Pena que este passe não tenha entrado ou que Gaitán não tenha esperado mais um pouco. Seria uma situação de 3 para 1.

 

 

Esta foi uma grande vitória do Benfica. A equipa sofreu muito, mas nestes jogos é preciso saber sofrer. Teve também a sorte do jogo, mas já merecia, pois quase nunca a tem tido durante a época. Estes desafios só se podem ganhar com um colectivo muito forte e foi isso que foi demonstrado no campo. Jogadores a ajudarem-se mutuamente e muito solidários. A equipa tentou manter a sua identidade e durante alguns períodos da 1ª parte isso foi conseguido. Ter posse de bola, mesmo que não se crie muito perigo com ela, vai permitindo aos jogadores descansar um pouco e manter a bola longe da sua baliza. Com isso, dá para acalmar o ritmo a que se joga, o que é muito importante em alguns momentos.

 

Rui Vitória esteve bem, tanto na escolha do 11 como nas substituições. Claro que agora é fácil dizer isso porque resultou, mas diria o mesmo caso não tivesse resultado. Penso que tem aprendido um pouco com os erros, e isso viu-se neste jogo com a substituição de Samaris por Fejsa aos 70 minutos. Situação igual ao que aconteceu no Estádio do Dragão, com a equipa a começar a ceder e a precisar de força ali no meio-campo. Samaris já pouco andava e Fejsa veio dar outra consistência na ocupação daquele espaço.

 

Era um jogo muito difícil para a defesa. Teve muitas dificuldades na 1ª parte. Ainda há ali muita coisa para trabalhar. Confesso que ainda não percebi se as compensações são mesmo feitas da maneira que aconteceram neste jogo e se isso é mesmo a ideia que se trabalha. Vejo Nélson Semedo a sair sempre ao homem, com André Almeida a compensar logo. Depois do outro lado não vejo Eliseu a sair ao homem como faz Nélson, e o Samaris ali não tem nenhuma tendência para compensar. O jogador grego é quem compensa os centrais que vão saindo muitas vezes ao homem. Estas compensações precisam de ser melhor trabalhadas, são muito perigosas caso não resultem e nem sei se isto é o melhor. Semedo e Almeida têm de ser mais rápidos a recuperar e não estarem os dois a ocupar o mesmo lugar.

 

Gonçalo Guedes ajudou muito a equipa. O trabalho defensivo que tem feito é notável. Depois sai muito rápido para o contra-ataque e sabe movimentar-se sem bola. Mereceu o golo que marcou. Gaitán apareceu nos dois golos, mas até esse primeiro golo, pouco ou nada tinha feito. Tem de ajudar mais Eliseu. Eu acho que Rui Vitória lhe tem dado mais liberdade para não descer tanto no terreno, mas a equipa estava a sofrer muito com isso. A partir do golo que marcou, ele mudou o seu posicionamento e ajudou a fechar o corredor. Jonas é demasiada classe, é um jogador incrível. Jiménez mostrou que o Benfica pode estar descansado em relação a qualquer dos seus três avançados.

 

Foi uma grande noite europeia do Benfica. Na Europa dos grandes, onde eu acho que o Benfica deve fazer tudo para ir o mais longe possível. E que bom foi assistir a isto in loco. Agora é ir com tudo contra o União da Madeira. A equipa não pode relaxar.

 

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publicado às 19:58



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